Como diz Joaquim Benite, o carismático encenador e director do festival, num texto distribuído à imprensa «e assim – graças à crise – o Festival de Almada torna-se provavelmente mais forte e combativo. E prepara-se melhor para o futuro».
É com espírito de missão que a pequena equipa de Almada encara a responsabilidade de montar um festival «com a mesma qualidade de sempre, embora com menos cerca de 100 mil euros» (o valor exacto deste ano, obtido com recurso a novos patrocínios, é de 580 mil euros).
Ferruccio Soleri, o mítico Arlequim, actualmente com 82 anos, e que desde 1963 interpreta a personagem, é o homenageado deste ano. Retratos da Commedia Dell’Arte é a peça que traz ao Teatro Nacional de São João (TNSJ), dia 13, ao CCB , a 14, fechando o festival, a 18, em Almada. «Ele é o maior Arlequim do século XX, o maior especialista mundial de Commedia Dell’Arte», considera Benite.
«O nome mais forte do festival» é, segundo o seu director, Patrice Chéreau. O director do Théàtre de La Ville de Paris, e um dos maiores encenadores franceses, traz I Am the Wind, de Jon Fosse (numa colaboração com o londrino Young Vic) no dia 17, ao Teatro Municipal de Almada. Nome sonante do cartaz é também Joël Pommerat. O seu mais recente espectáculo, Círculos/Ficções, terá três actuações no D.Maria II.
Solveig Nordlund encena Do Amor, a peça mais recente do sueco Lars Noren, voltando assim ao autor com o qual se estreou como encenadora. «É uma peça minimalista, sobre onde acaba e começa o amor e sobre a importância de ter filhos», explica Solveig. Do Amor é uma das 11 peças produzidas de propósito para esta edição, nas quais se inclui a encenação por Joaquim Benite de A Rainha Louca, de Alexandre Delgado.
Os 29 espectáculos programados (alguns repetem) desenrolam-se em 14 palcos, incluindo, além das salas de Almada, vários teatros da capital (como o D.Maria II ou o São Luiz) e o TNSJ. E pela primeira vez o festival vai a Coimbra.
Mas apesar da diversidade, assegura Benite, o programa foi desenhado para que um espectador ávido consiga ver todas as peças. «No ano passado houve seis pessoas que nos garantiram que viram o festival todo!». O preço do ‘passe’ é 70 euros, mais barato que um festival de rock . E os desempregados não pagam nas salas de Almada.
Via Sol