Quinta-feira, 14.06.12

Pereira Cristóvão suspeito de desviar fundos do Sporting


Ex-vice-presidente vai ser ouvido nesta quinta-feira no primeiro interrogatório judicial, estando notificado para comparecer às 13h30 em tribunal. Ex-dirigente terá actuado sem conhecimento da restante direcção.


Paulo Pereira Cristóvão, ex-vice-presidente do Sporting, é suspeito de ter desviado fundos do clube através de várias empresas controladas por si que manteriam chorudas avenças mensais com os leões, sem prestarem qualquer serviço em troca. O PÚBLICO sabe que estão em causa pelo menos 100 mil euros, mas o valor final do desvio ainda não está contabilizado, já que, neste momento, está a decorrer uma perícia financeira que será determinante para esse cálculo.

O ex-dirigente desportivo vai ser hoje ouvido no primeiro interrogatório judicial, tendo sido notificado para comparecer no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa pelas 13h30. Paulo Pereira Cristóvão vai acompanhado pelo seu advogado, Rogério Alves, ex-presidente da Assembleia Geral da Sociedade Anónima Desportiva do Sporting. 

A diligência servirá para confrontar o arguido com os elementos recolhidos pela investigação até agora. E para aplicar ao ex-dirigente desportivo, que já se encontra sujeito ao termo de identidade e residência, novas medidas de coacção. O facto de Pereira Cristóvão se ter demitido anteontem do cargo que ocupava na direcção do clube - já depois de ter sido notificado para o interrogatório judicial - irá condicionar as medidas de coacção, já que tornou inútil um eventual pedido de suspensão de funções e permite evitar a alegação de perigo de continuação da actividade perigosa, um dos requisitos da prisão preventiva.

As sociedades usadas para desviar o dinheiro seriam geridas por testas-de-ferro, que tentariam desta forma dissimular a ligação ao ex-dirigente "leonino". Os contratos eram celebrados por Pereira Cristóvão, na qualidade de vice-presidente do Sporting, e teriam, entre outros, o propósito de "proteger os activos" do clube, ou seja, os jogadores. O dinheiro seria para pagar um pretenso esquema de vigilância dos futebolistas, que se concretizaria em muito poucos actos.

A investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ está a entrar na fase final, tendo sido encontrados indícios de vários crimes, nomeadamente peculato, participação económica em negócio, burla qualificada e fraude fiscal. Alguns dos ilícitos pressupõem que Pereira Cristóvão era funcionário para efeitos penais, o que se justifica pelo facto de o Sporting ter o estatuto de associação desportiva de utilidade pública.

Os investigadores acreditam que o ex-vice-presidente actuava sem o conhecimento dos restantes elementos da direcção do Sporting, sendo esta convicção sustentada nos vários elementos de prova recolhidos até agora. Neste momento, o inquérito continua com dois arguidos, Pereira Cristóvão e um funcionário da empresa de segurança que detém.

A investigação que começou por ter o árbitro José Cardinal no centro das atenções começou em Dezembro de 2011. A denúncia do caso - que está sob a alçada da 9.ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa - chegou às autoridades pelas mãos dos responsáveis da Federação Portuguesa de Futebol, que remeteram uma carta anónima e uma cópia de um talão de depósito feito na conta de Cardinal, que lhe chegou por intermédio do Sporting. Em meados de Abril, a PJ realizou uma dezena de buscas e constituiu arguidos Pereira Cristóvão e um funcionário seu.

Foi esse empregado que se deslocou propositadamente à Madeira para realizar o depósito bancário de dois mil euros na conta de Cardinal. As imagens do circuito de videovigilância do banco captaram o momento da operação e contribuíram para a identificação do arguido. Pereira Cristóvão está desde então indiciado pelo crime de denúncia caluniosa qualificada.

Interesses incompatíveis?

Foi o próprio presidente do Sporting, Godinho Lopes, quem pediu a Rogério Alves, antigo presidente da Assembleia Geral da SAD, para defender o ex-vice-presidente Paulo Pereira Cristóvão. 

O intuito, explica o advogado Rogério Alves, é defender o próprio clube, que acabou por sair manchado desta polémica. Contudo, os interesses do clube e os do ex-dirigente podem tornar-se incompatíveis, se se vier a comprovar que o antigo inspector da Polícia Judiciária prejudicou os "leões" em benefício próprio. 

Rogério Alves resiste a falar desta possibilidade, mas acaba por admitir: "Se a defesa do meu cliente entrar em rota de colisão com os interesses do Sporting, admito vir a renunciar ao patrocínio".

 

Noticia do Público

 



publicado por olhar para o mundo às 19:50 | link do post | comentar

mais sobre mim
posts recentes

Pereira Cristóvão suspeit...

arquivos

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Dezembro 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

tags

todas as tags

comentários recentes
Ums artigos eróticos são sempre uma boa opção para...
Acho muito bem que escrevam sobre aquilo! Porque e...
Eu sou assim sou casada as 17 anos e nao sei o que...
Visitem o www.roupeiro.ptClassificados gratuitos d...
então é por isso que a Merkel nos anda a fo...; nã...
Soy Mourinhista, Federico Jiménez Losantos, dixit
Parabéns pelo post! Em minha opinião, um dos probl...
........... Isto é porque ainda não fizeram comigo...
Após a classificação de Portugal para as meias-fin...
Bom post!Eu Acho exactamente o mesmo, mas também a...
links
blogs SAPO
subscrever feeds