José Pacheco Pereira parece viver num mundo à parte, numa realidade muito própria e diferente da dos demais que o rodeiam. Com a esquerda no coração mas sentado confortavelmente à direita e habituado que está a fazer o ponto-contraponto daquilo que o próprio selecciona, parece por vezes esquecer-se que há mundo para além das suas próprias barbas. E que nesse mundo "distante" vivem pessoas que têm o direito de expressar a sua angústia, a sua livre opinião, fartas que estão de conversa fiada para boi dormir e alguns ganharem uns cobres. Como nem todas têm a "sorte" de ter um programa de televisão para o poderem fazer sem contraditório, escolhem o sítio mais democrático que existe para manifestarem o que lhe vai na alma: a rua - dispersas nas praças por esse país fora.
Ora como José Pacheco Pereira seria mais um dos que achavam, do alto do majestático pedestal de pseudolíderes opinativos cá do burgo, juntando-se a outros como Miguel Sousa Tavares e afins, que esta manifestação seria um total e rotundo flop, sem organização, sem ideias, sem ordem ou rumo, sem qualquer sentido. Ora meus amigos "metam uma rolhinha" como diz o povo, e desculpem a brejeirice, mas desta vez merecem. A azia é um prato que se serve frio. É como a saladinha de polvo ensalsada. E ontem ao jantar o Rennie deve ter sido prato do dia para muita gente.
Sábado, por volta das 17:00 horas, Pacheco Pereira apercebeu-se que afinal Portugal é um bocadinho maior do que um estúdio de televisão, pelo menos umas 300 mil vezes maior, e decidiu por isso atirar-se à comunicação social que fazia a cobertura do protesto, já que sobre o protesto pouco poderia dizer, as imagens que o deveriam estar a atormentar e exasperar falavam por si:
O espantoso relato "jornalístico" da manifestação de hoje "em directo" pelas televisões e nalguns jornais que se dizem de "referência", mostra como o jornalismo português está a milhas de qualquer deontologia básica da informação e de qualquer critério mínimo de qualidade profissional. Alguém faz sequer nas redacções uma vaga ideia de como nenhuma televisão (e jornais) sérios em todo o mundo faria isto? Hoje voltou-se ao PREC e aos comícios em directo. Hoje a televisão de Hugo Chávez foi o padrão do "jornalismo" português. JPP - "Abrupto" (blogue)
Claro que não caro José. Nenhuma televisão ou jornal portugueses sabiam efectivamente o que estavam ali a fazer. É tudo gente pouco séria. Pelos vistos nem sequer a estação para a qual o José trabalha fez uma cobertura isenta. Só mesmo o José Pacheco Pereira saberia a melhor maneira de cobrir este protesto. Acho até que deveriam abrir uma escola de jornalismo de elite chamada "Nova Escola Superior de Comunicação Social José Pacheco Pereira". E o José deveria ficar encarregue da unidade curricular "Acompanhamento de manifestações e protestos como deve ser".Enfim, haja paciência para aturar ministros da propaganda sem cadeira.
Via 100 Reféns