Os animais de raça Mondegueira, da Serra da Estrela, chegaram na última semana e vão ser baptizados este sábado. Um júri vai escolher os nomes «propostos através de um concurso lançado na Internet», explicou à Agência Lusa, Elisa Pinheiro, directora do museu que funciona na Universidade da Beira Interior (UBI).
Os visitantes vão poder chamá-las pelos nomes e «conhecer de perto a origem da matéria-prima», que a instituição quer promover, destaca aquela responsável.
O museu já acolhe gigantescas máquinas que retratam séculos de história do sector, assim como amostras de tecidos e trabalhos dos cursos têxteis da UBI.
O património exposto permite seguir todo o ciclo da lã, que agora passa a ter como ponto de partida o pasto dos jardins que rodeiam o edifício onde em 1784 foi fundada a Real Fábrica Veiga.
Para 1 de Junho, Dia da Criança, está marcada a tosquia dos dois animais, à qual vão assistir mais de 100 alunos de escolas do primeiro ciclo.
Os mais pequenos vão ainda poder trabalhar a lã acabada de cortar e assistir ao processo de transformação, até à produção de tecidos.
A globalização tirou valor à lã da Serra da Estrela, mas Elisa Pinheiro acredita que há na actividade uma oportunidade de negócio para os jovens que tentem encaminhá-la para os circuitos comerciais acertados.
«Ainda na última semana recebemos uma empresa de Barcelona que nos pediu lã lavada original de Portugal», destacou.
A equipa do museu não esconde o espanto pela velocidade a que os dois animais estão a devorar o pasto nos jardins em redor.
Além do mais, «não comem tudo: são um bocado fidalgas, só escolhem alguma vegetação», explica João Lázaro, técnico têxtil e funcionário do museu, que as acompanha diariamente.
Os cuidados fitossanitários são assegurados pela empresa Lameagro, que entregou os animais ao museu. Os animais já têm uma manjedoura e um abrigo construído no local, só lhes faltam os nomes e a fama.
Via Sol