Domingo, 3 de Junho de 2012
Oposição contesta a gestão política do arquipélago
Oposição contesta a gestão política do arquipélago (Foto: Rui Gaudêncio)

Os sete partidos da oposição na Assembleia Legislativa da Madeira e o Bloco de Esquerda vão subscrever na segunda-feira um pacto para acabar com os “atropelos” à democracia e garantir que o Parlamento regional fiscalize o executivo.

 

No documento, denominado Pacto pela Democracia, PS, CDS, PTP, PCP, MPT, PND, PAN e BE – este último perdeu a representação parlamentar nas últimas eleições regionais – comprometem-se a suscitar a declaração de ilegalidade e inconstitucionalidade de algumas das normas do regimento da Assembleia Legislativa da Madeira.

O mesmo regimento, defendem os partidos, deve ser alterado para exigir, também, uma “fiscalização efectiva” ao Governo Regional e a presença “regular” dos seus membros, pelo menos nas iniciativas legislativas da sua responsabilidade e quando o regimento o impõe.

A garantia da pluralidade nas comissões parlamentares e a revisão da lei orgânica da Assembleia Legislativa, “para reduzir os seus custos” e torná-la mais “operacional e transparente”, estão igualmente entre as acções que os subscritores propõem.

Os partidos querem também a “revisão cirúrgica” do Estatuto Político-Administrativo, com excepção da matéria eleitoral, para estabelecer “um conjunto de incompatibilidades, extinção dos subsídios de reintegração, subvenções vitalícias dos deputados, a duração de mandatos e a acumulação de reformas”.

Na carta de princípios do pacto, as estruturas regionais daquelas forças partidárias justificam a iniciativa com a “persistência nos atropelos graves ao bom funcionamento da democracia”, considerando serem “indispensáveis acções concertadas e sistemáticas ao nível do Parlamento da Madeira, de modo a trazer para o quotidiano regional a ética democrática e os valores da liberdade e da livre expressão”.

Sustentando que a “subalternização” da Assembleia em relação ao Governo “é uma subversão do sistema político regional”, os partidos acusam o PSD-Madeira de tentar, “por todos os meios, um funcionamento precário do Parlamento que legitime o sistema, mas que não seja suficientemente capaz de fiscalizar a acção governativa”.

No documento são ainda criticados os órgãos de soberania, que “têm o dever de assumirem a defesa da Constituição e, por essa via, do normal funcionamento das instituições”, de não intervirem.

Por isso, cabe aos partidos “encontrar os meios e as iniciativas, no Parlamento regional, que “estabeleçam a normalidade democrática” na Madeira, consideram.

Em Abril, o presidente do grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa defendeu a criação de uma “plataforma de consenso” entre os partidos da oposição.

“Devemos concentrar todos os esforços naquilo que nos une e não naquilo que nos desune e criar uma plataforma de consenso para acabar com a armadilha da democracia na Madeira que faz da Assembleia um fantoche, uma fraude”, afirmou Carlos Pereira nas jornadas do grupo parlamentar.

À Lusa, o deputado acrescentou hoje que o Pacto pela Democracia é assinado às 15h no exterior do Parlamento, porque não foi disponibilizado um espaço no seu interior.

 

Noticia do Público



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China salva ano da Autoeuropa

As vendas de automóveis para a China da fábrica de Palmela quadruplicaram até Abril e estão a compensar a quebra no mercado europeu. Início da exportação directa a partir de Setúbal tornou Pequim o terceiro maior mercado de Portugal fora da Europa em 2012.

 

As vendas da Autoeuropa para o mercado chinês mais do que quadruplicaram entre Janeiro e Abril deste ano face ao período homólogo de 2011 e tornaram a China no terceiro maior destino de exportação de Portugal fora da zona da União Europeia, atrás de Angola e EUA.

 

A crescente procura dos clientes chineses de modelos da fábrica de Palmela, em particular o desportivo VW Scirocco ou o monovolume VW Sharan, têm contribuído para compensar a queda das entregas para a Europa, o principal mercado da Autoeuropa, que está em contracção devido à crise do euro. Nos primeiros quatro meses de 2012, a produção manteve-se constante nas 44 mil unidades em relação a um ano antes, segundo dados da empresa.

 

A China tornou-se, em pouco tempo, o segundo maior mercado da Autoeuropa, sendo responsável por 20% das vendas totais até Abril, contra menos de 5% de um ano antes. A_Alemanha continua a ser o mercado líder da fábrica, com 29,5% das entregas.

 

A_aposta do grupo germânico_no continente asiático (ver caixa) e o crescimento exponencial do mercado automóvel chinês poderão colocar a China como o maior destino da Autoeuropa no futuro.

 

Venda de Setúbal a Pequim ajuda exportações nacionais


Em 2010, a unidade de Palmela entregou 6,8 mil automóveis para o mercado chinês, no ano seguinte cerca de 13,7 mil e só até Abril de 2012, mais de nove mil viaturas. Se o ritmo de vendas se mantiver este ano, a fasquia de vendas de 30 mil veículos poderá ser alcançada, pouco menos de um terço da produção anual da Autoeuropa (cerca de 100 mil automóveis).

 

A alteração logística introduzida pela empresa no final de 2011, que passou a enviar a produção para a China directamente de Portugal – a partir do Porto de Setúbal – em vez do anterior trajecto (Lisboa-Alemanha-China), permitiu que as vendas passassem a ser registadas como exportações para a China, diversificando os mercados externos portugueses.

 

Esta mudança tornou o país asiático no terceiro maior mercado extra-comunitário de Portugal (e 10º global), ultrapassando o Brasil e Marrocos. As vendas para a China, antes quase residuais, atingiram 222 milhões de euros no primeiro trimestre de 2012, três vezes mais que no período homólogo (77 milhões), segundo dados do INE. Só as vendas da Autoeuropa à China contribuíram com quase 100 milhões de euros para este crescimento.

 

Retirado do Sol



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Sábado, 2 de Junho de 2012
Ronaldo Falhou penalty 

Ronaldo falhou um penálti, quando Portugal perdia por 1-2

A uma semana de se estrear no Euro 2012 frente à Alemanha, a selecção portuguesa perdeu neste sábado frente à Turquia por 3-1 em jogo disputado no Estádio da Luz.

Depois do empate sem golos frente à Macedónia em Leiria, a formação orientada por Paulo Bento voltou a mostrar pouco e até falhou um penálti na segunda parte, em que Cristiano Ronaldo permitiu a defesa do guardião turco.

Perante um Estádio da Luz praticamente cheio, foi a Turquia que marcou primeiro, com Bulut a desviar para a baliza de Rui Patrício aos 35’. O mesmo Bulut voltou a marcar aos 52’, aproveitando mais uma falha defensiva da selecção portuguesa.

Nani reduziu para 2-1 aos 57’, após cruzamento de Ronaldo e o empate podia ter acontecido aos 65’, mas Ronaldo falhou um penálti, que havia castigado uma falta de Emre sobre o estreante Miguel Lopes.

O 3-1 aconteceu já perto do final do encontro, um lance em que Ricardo Costa rematou contra Pepe e a bola foi para dentro da baliza de Eduardo.

 

Retirado do Público



publicado por olhar para o mundo às 21:55 | link do post | comentar

Lenny Kravitz no espectáculo que encerrou a noite do Palco MundoLenny Kravitz no espectáculo que encerrou a noite do Palco Mundo (Foto: Nuno Ferreira Santos)


O arranque do último fim-de-semana de Rock In Rio, em Lisboa, levou 74 mil pessoas ao Parque da Bela Vista para ver, essencialmente, os Maroon 5. Antes, os Expensive Soul foram mote para a festa dos adolescentes. Depois, Lenny Kravitz homenageou os seus heróis. Dois deles, Stevie Wonder e Bruce Springsteen, estarão neste sábado e no domingo no festival.

 

Lenny Kravitz percorreu o corredor que avança da frente do palco entre a multidão aglomerada. Cumprimentou, foi abraçado, cantou emocionado: “Let love rule”. Canção título do seu primeiro álbum, editado no longínquo ano de 1989, e última do concerto que encerrou na sexta-feira o primeiro dia do segundo fim-de-semana de Rock In Rio. Kravitz, que se construiu enquanto agregação no mesmo corpo de Beatles, Stones, Jimi Hendrix, Sly Stone ou Curtis Mayfield, era o cabeça de cartaz, mas apesar do concerto muito competente e felizmente dado à nostalgia – foi no seu passado mais remoto, indiscutivelmente o melhor da sua carreira, que seleccionou a maior parte do alinhamento –, os 74 mil que, segundo a organização, estiveram no Parque da Bela Vista guardaram a maior dose de entusiasmo para outra banda: os Maroon 5, de Adam Levine, estrelas pop criadas pela rádio que, em palco, rockam o que é possível rockar em quem não esconde o desejo de fazer palpitar corações com a ligeireza de melodias orelhudas.

Segundo um inquérito da organização do Rock In Rio, 50% dos presentes estavam ali para ver os autores de “This love” – e notou-se nos corpos que se abanaram, nas letras que se cantaram, nos gritos e apartes libidinosos dirigidos ao vocalista. O inquérito indicou também que 83% do público tinha entre 15 e 25 e, mais uma vez, não temos qualquer razão para duvidar. Ao início da tarde, de resto, respirava-se no Rock In Rio o frenesim típico da adolescência com rédea solta. Por quase todo o lado se ouviam vozes esganiçadas de felicidade e euforia, por todo o lado corriam raparigas com calções de ganga, desdenhados desde os anos 1980 mas que são pelo menos há dois Verões indumentária do lado certo do cool, e rapazes com os penteados geometricamente estudados, hoje tão habituais.

Aqueles e aquelas não estavam lá às 18h30, no Palco Sunset, para ver o entusiasmante jogo de memória soul, funk e hip hop dos Orelha Negra, acompanhados dos brasileiros Kassin e Hyldon. Estavam todos em frente ao palco Mundo, o principal, para juntarem as suas vozes às de Demo e Nu Max, os Expensive Soul. A banda de Leça da Palmeira mostrou-se uma oleada máquina de palco que aliou a capacidade de gerir multidões num festival de massas – os braços a ondular, os pedidos para que as vozes se erguessem ora à esquerda, ora à direita do palco – à precisão com que atacaram as suas canções feitas de rimas hip hop, ritmo soul e balanço reggae.

O público conhecia de cor canções como a inevitável “O amor é mágico”, o público entusiasmou-se com os apartes de “Isto é Portugal!” de Demo e um concerto pelo qual passou a comitiva olímpica portuguesa terminaria, num momento que não poderia causar senão perplexidade a quem acabasse de aterrar no Parque da Bela Vista, com umas dezenas de milhar a entoarem o hino português. Enquanto isso acontecia, mantinham-se as filas de dimensão generosa para aceder às muitas diversões e ofertas de patrocinadores. Boss AC, no Palco Sunset pouco tardaria a cantar o seu último grande êxito “É sexta-feira (bom emprego já)”.

À medida que o dia avançou, porém, a bonita visão de adolescentes a serem adolescentes foi-se desvanecendo. Primeiro com Ivete Sangalo, totalista dos Rock In Rio lisboetas que fez o que faz Ivete Sangalo – ou seja, suou muito, dançou outro tanto, cantou “Arerê” e pôs o povo a “levantar poeira”. Depois, com os Maroon 5, o Rock In Rio entrou na sua previsível normalidade. Os americanos, autores do concerto mais celebrado da noite, ocupam o palco como banda que quer rockar à séria e levar o funk às massas, mas nunca chegam a dar o passo decisivo (e parece-nos, não querem). Porque não arriscam verdadeiramente, porque as suas canções desembocam sempre no conforto do refrão previsível e da melodia testada em laboratório para se colar (e para não mais sair, goste-se ou não) aos ouvidos de todos. 

Num momento tentam uma balada soul obviamente inspirada em Stevie Wonder, no momento seguinte o funk com recheio sintético aponta directamente a Prince e, quando se sugere o contratempo do reggae em batida rock, Adam Levine não disfarça e canta alguns versos de “Roxanne”, dos Police (era “Won't go home without you”). Houve solos estrepitosos do guitarrista James Laventine e do próprio Adam Levine, porque os Maroon 5 cumprem as regras de etiqueta dos concertos rock; sentiu-se várias vezes o “disco” nas proximidades porque os Maroon 5 sabem do que o pessoal precisa para começar a dançar. No fim Adam Levine, estrela pop e cavalheiro, dedicou a última canção às “ladies”. Era “She will be loved”, a balada que começa em modo despojado – só voz, guitarra e a mulher ao nosso lado que exclama “eu vou-te pegar” – e que termina, com o público em apoteose e toda a banda a acompanhar, no tom épico que os Coldplay tornaram marca registada desde a última década. Eficientes, os Maroon 5 saciaram quem foi ao Rock In Rio para assistir ao seu primeiro concerto português. Mas não houve espaço para a surpresa, para o risco, para a fuga ao guião esperado. 

Tal não faz parte, nem do ADN da banda, nem do do Rock In Rio. Neste festival, surpresas descobrem-se, por exemplo, no pequeno palco Vodafone, dedicada quase um exclusivo a bandas recentes (e válidas e interessantes) no panorama português. Por lá passou o nervo d'Os Velhos, a agilidade pop dos doismileoito e, entre os Maroon 5 e Lenny Kravitz, os óptimos White Denim, de Austin, Texas. São uma locomotiva psicadélica incrivelmente fluída, capaz de passar de jams na galáxia Grateful Dead (mas mais infernizados que cósmicos) a boogie com cheiro a pradaria. São perfeitos no uso de cada canção como matéria moldável no momento, seguindo a inspiração. E os White Denim, como tiveram o prazer de confirmar os poucos que pararam para os ver, estavam inspiradíssimos. 

Pouco depois, quando os ouvidos ainda zumbiam do ataque sónico vindo do Texas, Lenny Kravitz surgia em palco. Enquanto viajava ao seu passado com o óptimo groove rock'n'roll de “Mama said”, com a soul aveludada de “It ain't over till it's over” ou com “Mr cab driver”, do álbum de estreia, “Let Love Rule”, sem esquecer a versão de “American woman”, original dos canadianos The Guess Who, muita gente começou a pensar em tratar da vida – ou seja, abandonar o recinto para escapar às filas para autocarros e táxis que se formariam no final. Não viram Lenny Kravitz, eterno cultor da iconografia pop na pose e em canção, celebrar a “Black & white America”, corporizada em si mesmo, através do álbum de fotografias exibido nos ecrãs. Não o viram os que saíram, mas viram os muitos que ficaram, tocar a Beatlesca “Fields of joy”, aproximar-se do gospel em “Stand by my woman” ou, já perto do final, a obrigatória “Fly away” e o sempre bem-vindo riff de “Are you gonna go my way”. 

Nada de superlativo, na sombra dos seus heróis, mas sincero. Em encore, chegaria então “Let love rule”. Encerrou a noite no Palco Mundo e tornou mais próximos os concertos dos grandes nomes da edição 2012 do Rock In Rio. Neste sábado, Stevie Wonder. No domingo, Bruce Springsteen. Certamente heróis para Lenny Kravitz.

 

Noticia do Público



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"Bom dia,

 

Gostaria de poder olhar o Cristiano Ronaldo olhos nos olhos e dizer-lhe "Perdeu um fã, por muito insignificante que seja".

 

Passo a explicar, hoje em óbidos a minha filha de 10 anos tinha treino de futebol, situação que não veio a acontecer em virtude da seleção nacional se encontrar nas mesmas instalações. Como é óbvio, apesar de não ter treino e sabendo que eu apenas a ia buscar às 20:00, ela logo aproveitou para admirar ao perto aqueles que a fazem sonhar com grandes jogos onde é ela a protagonista.

 

Quando lá cheguei encontrei, não a criança alegre e divertida que esperava mas sim uma criança abatida e tristonha. Quando lhe perguntei o que se passava ela simplesmente encolheu os ombros e disse "O cristiano não me quis dar um autografo por ter a camisola do Barcelona".

 

Fiquei sem saber o que dizer. A camisola que ela colocara para ir treinar, e que a mãe lhe comprara de presente aquando de visita a Barcelona, simbolo de um amor de mãe e nada mais (tivera visitado Madrid e a camisola seria obviamente outra), acabara por lhe trazer um desgosto.

 

A minha dor é ver a desilusão nos olhos da minha filha e tentar explicar a uma criança de 10 anos porque razão um membro da seleção nacional, que ela passou as últimas duas semanas a apoiar, presenciando avidamente todos os treinos, lhe virou as costas.

 

Expliquem-me porque eu não sou capaz!

 

Vocês que convivem diariamente com este mundo provavelmente conhecerão milhares de histórias semelhantes, talvez vocês possam compreender, justificar e até desculpar este tipo de comportamentos, mas o mesmo não se passa com ela.

 

 A mim soube-me bem este desabafo, obrigado por ouvirem."

 --

Robert Filipe

 

Retirado do Record



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Sexta-feira, 1 de Junho de 2012

Na última edição, o Serralves em Festa teve 102 mil visitantesNa última edição, o Serralves em Festa teve 102 mil visitantes (Ricardo Castelo/NFactos)

Há menos de uma semana, na comemoração dos 25 anos de Serralves, Cristina Lapa, na fundação desde o primeiro dia, descrevia os primeiros momentos da instituição na Avenida Marechal Gomes da Costa como "o abrir de uma caixinha de surpresas para o mundo". Desde 2004 que a caixinha organiza um acontecimento em que as surpresas se tornam extraordinariamente visíveis. Serralves em Festa. Quarenta horas em que a fundação abre as suas portas a todos enquanto, ao mesmo tempo, se abre às ruas da cidade.

 

Este ano estão agendados 240 espectáculos para um festival que, como afirmou em Maio ao PÚBLICO o director do Museu de Serralves, João Fernandes, pretende proporcionar "um primeiro contacto com áreas experimentais da cultura contemporânea". Haverá portanto música, "elemento agregador de todo o festival", como assumiu o director: da peça para 200 músicos Oh Brass On The Grass Alas, do compositor norte-americano Alvin Curran, à conexão luso-angolana de Batida e ao jazz do trio MALUS, formado por Hugo Antunes, Chris Corsano e Nate Wooley, passando pelos Crystal Ark de Gavin Russom, membro da banda de palco dos LCD Soundystem, que prometem uma rave de ritmos latinos para a madrugada de amanhã. O festival encerra domingo com os ingleses The Irrepressibles, formados por músicos vindos da pop e da erudita e cujos espectáculos vivem de uma cuidada dimensão coreográfica. Uma boa representação do ecletismo, sem distinção entre aquilo que é considerado alta e baixa cultura, que é basilar ao espírito do festival. Serralves abre as suas portas amanhã. A festa arranca hoje.

Logo pela manhã, o Porto acordará com Serralves: do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, onde veremos Super-Homens (é a peça Blue Tired Heroes, do suíço Massimo Furlan) ou um macaco de circo nada discreto, criação do inventor Fred Abels e da marionetista Mirjam Langemejier, os Electric Circus, ao Campo dos Mártires de Pátria, onde, criação de Mariana Bacelar, se jogará um Monopólio em tamanho real, convite a reflectir no urbanismo das nossas cidades. No Largo de Miragaia, às 19h, será apresentado O Baile, espectáculo de dança contemporânea com coreografia de Aldara Bizarro e música de Artur Fernandes, que transporta o imaginário do filme homónimo de Ettore Scola para a realidade popular portuguesa.

Na festa non stop que se seguirá amanhã e depois, todos estes espectáculos serão também apresentados no espaço de Serralves, e muitos outros continuarão a acontecer fora dos seus limites, espalhados pelo Porto. Música, claro, mas também cinema, dança, teatro ou artes circenses. Deambulando pelo parque, poderemos apreciar o Duo Para Um Bailarino e Uma Escavadora, da companhia francesa Beau Geste, ou queimar calorias com o rockuduro dos portuenses Throes + The Shine. Durante 40 horas, um espaço institucional será casa aberta a todos (festa é festa e as entradas são gratuitas).

Serralves em Festa tem "todas as condições para se transformar no grande festival de Verão da cidade", sublinhava o presidente da Fundação, Luís Braga da Cruz, na apresentação do programa. O sucesso tem sido evidente (cerca de 600 mil visitantes desde a primeira edição) e os constrangimentos financeiros este ano, com o orçamento reduzido em 10%, não serão razão para que o cenário se inverta. Os cortes, afirmou João Fernandes, incidiram sobre a logística e não afectaram a programação. Que pode ser consultada em www.serralvesemfesta.com

 

Noticia do Público



publicado por olhar para o mundo às 19:02 | link do post | comentar

Paulo Bento mostra confiança na equipa 

Paulo Bento diz que no jogo com a Macedónia não houve um problema de empenho

 

Paulo Bento não está demasiado preocupado com a falta de golos da selecção portuguesa. Nem com os assobios. Nesta sexta-feira, em Óbidos, o seleccionador português confessou-se como um “optimista por natureza” e, por isso, espera golos e uma vitória no particular deste sábado, na Luz, frente à Turquia, o último jogo antes da partida para a Polónia, depois de um empate sem golos e com muitos assobios em Leiria com a Macedónia.


"A finalização deixou-nos alguma preocupação, por termos criado pouco no último jogo. O jogo com a Macedónia não foi um problema de empenho, foi de desempenho. A verdade é que tivemos alguma lentidão no processo ofensivo e é isso que vamos tentar corrigir. A Turquia é uma equipa que vai jogar de forma diferente”, frisou Paulo Bento, desvalorizando o facto de Portugal ainda não ter ganho nem ter marcado qualquer golo nos dois jogos que fez em 2012 (0-0 frente à Polónia e à Macedónia): "Muito dificilmente seremos uma equipa sem confiança, sou optimista mas também realista. Estou preocupado, mas sem exageros."

A repetição na Luz, que irá esgotar, dos assobios ouvidos em Leiria também não preocupa Bento. "Acredito que vai ser um bom ambiente. Ao público, assobiar é um direito que lhes assiste, mas não acabaremos o jogo mais cedo se isso acontecer. Não vou substituir um jogador só porque está a ser assobiado. Tem de ter personalidade e carácter para enfrentar os momentos mais adversos", garantiu o seleccionador nacional.

No dia de despedida de Óbidos como base da selecção portuguesa, Paulo Bento fez um balanço positivo do estágio. "Se tivesse de dar nota ao estágio, daria a nota máxima. Os jogadores foram inexcedíveis com o treino e com as regras, sairemos daqui muito melhor do que chegamos", disse o técnico, admitindo, no entanto, que é impossível colocar todos os jogadores no mesmo patamar físico: "Vêm de contextos diferentes. Não há essa possibilidade e o que é fundamental é colocar todos nos nossos princípios de jogo e que tenham capacidade de executar as suas funções dentro de determinado contexto."

Bento voltou ainda a falar das responsabilidades de Cristiano Ronaldo na selecção portuguesa, frisando que não se pode pedir ao jogador do Real Madrid que resolva todos os problemas: "Não acredito que a pressão lhe trave o rendimento, que tem sido bom na selecção. Não fazendo os dois primeiros jogos, ainda foi o nosso melhor marcador. Não tem a pressão de resolver todos os nossos problemas, mas esperemos que resolva alguns. Ter um dos melhores jogadores do mundo não é suficiente. Era bom deixar de comparar o rendimentos dos jogadores nas equipas e nas selecções. Ele tem treinado sempre e bem. Vamos tentar gerir da melhor forma, o que não queremos é que ele tenha a pressão de que tudo tem de ser resolvido por ele."

Sobre a revelação de Luiz Felipe Scolari de ter sido pressionado pelo FC Porto para não convocar Vítor Baia enquanto foi seleccionador português, Paulo Bento diz que apenas tem boas memórias do técnico brasileiro, referindo, no entanto, que nunca irá ceder a esse tipo de influências: "Não estava lá nesse tempo. O que registo dele são os resultados, os melhores da selecção. O que eu exigi foi liberdade total para fazer as minhas escolhas, que tenho tido sem qualquer tipo de pressão. Isso é sinal de respeito pelas minhas funções."

 

Noticia do Público



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Chelsea aceita pagar 47 milhões por Hulk

O Chelsea apostou na contratação de Hulk, e aceita pagar 38 milhões de libras (mais de 47 milhões de euros), segundo noticia o jornal britânico Guardian. O empresário do jogador e a imprensa portuguesa não dão o negócio por concluído.


O mesmo jornal inglês escreve também que, nesta fase, a aceitação do acordo por parte do avançado portista, de 25 anos, não será um obstáculo para a conclusão do negócio.

O internacional brasileiro tem uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros, mas o clube de Londres ofereceu praticamente metade daquele valor, apesar de o FC Porto pretender mais dinheiro para deixar sair Hulk – 60 milhões de euros –, refere também o Guardian.

Contudo, o empresário de Hulk, Teodoro Fonseca, diz que o negócio está longe de estar concluído, já que há uma diferença entre o que os ingleses oferecem e o que os portistas pretendem. Um desencontro noticiado pelo jornal desportivo A Bola desta sexta-feira e que poderá travar o negócio.

De acordo com o jornal O Jogo, o clube de Roman Abramovich ainda não apresentou uma proposta que satisfaça os portistas, mas já conhece as condições exigidas para contratar o futebolista brasileiro, que poderá representar o Brasil nos próximos Jogos Olímpicos de Londres, em Agosto.

 

Retirado do Público



publicado por olhar para o mundo às 08:57 | link do post | comentar

Bob Dylan. Ninguém é um só

 

 

A Cité de la Musique apresenta Bob Dylan: a explosão rock 61-66, exposição sobre as primeiras fases de uma vida recheada de ficção. Eis Dylan também aqui: influência mais decisiva na canção portuguesa dos últimos anos


A divisão de A explosão rock 61-66, na Cité de la Musique, Paris, em fases específicas, aliadas a material biográfico, permite clarificar o peso de Bob Dylan como músico, na história dos EUA, e o de Dylan, actor, para quem o ouve. Começando por imagens das suas origens no Minnesota, vemos Robert Zimmerman (nome verdadeiro: n. 1941) com a sua família, em "pose Elvis", com uma banda, em 1958, e no seu álbum de finalistas, onde se lê a ambição: "juntar-me a Little Richard". A seu lado, guitarras e discos de estrelas do rock'n roll: Hank Williams, Buddy Holly ou Bo Diddley. O jovem seguirá esse sonho: muda o seu nome e "foge" para Nova Iorque em 1961, dando falsas pistas sobre a sua vida aos que o recebem. Tiago Guillul (Fados para o Apocalipse contra a Babilónia), de uma geração de músicos portugueses que integra Dylan como influência decisiva nas suas canções [ver texto nestas páginas], diz ao Ípsilon que Dylan foi "talvez o primeiro a mudar as circunstâncias da sua vida, e despreza as pessoas ansiosas em decifrá-la." Samuel Úria (Nem Lhe Tocava) diz-nos que "muita dessa ficção foi sugerida pelo próprio, forjou o seu trajecto e personalidade." E como os mitos populares do seu país, Úria compara-o "aos vendedores ambulantes de elixires milagrosos do velho Oeste." 

O poder da palavra

É o fascínio de Dylan pelos portadores de mitos do seu país que o aproxima da folk no final dos anos 50. O seu grande ídolo é Woody Guthrie (de quem vemos cartas, desenhos ou discos), que deambula pelo país para cantar as suas histórias às camadas populares. Dylan inventa, então, a sua primeira personagem nos bares de Greenwich Village e, mais tarde, no seu primeiro disco em 1962. O músico Cão da Morte (Ainda Sem Nome) nota aí tudo o que marcou a sua carreira: "A interpretação dele já existia toda, e sabendo que o disco não tem muitas músicas suas, é fantástico. Canta grandes letras mas nunca deixa de lhes dar uma interpretação incrível." E as fotografias de John Cohen mostram um actor vagabundo e chaplinesco desconfortável nas roupas. "Quando fazem dele um novo Guthrie, Dylan mostra um desconforto que levará sempre consigo", diz Guillul. "Tem o mérito de nunca se ter sentido bem em lado nenhum independentemente das honrarias que recebe."

folk encontra o seu auge na luta pelos direitos civis e Dylan usa a força do protesto para criar grandes narrativas, comprovadas, aqui, nas letras de Masters of War ou The Lonesome Death of Hattie Carroll. Jorge Cruz (Roque Popular) vê-o como "uma alma-gémea de Zeca Afonso, conta tudo através de uma história ou personagem. Foi um espírito livre da canção, podemos retirar dali o que quisermos em vez de ter o pensamento dirigido." Uma foto do festival de Newport de 1963 mostra Dylan com Joan Baez e Pete Seeger a cantar We Shall Overcome, mas é como se o seu olhar já se encontrasse noutro sítio. "As pessoas diziam que ele representava uma geração, mas trata-se dos efeitos secundários da viagem que fez", explica Cruz. Para Úria, "Dylan agradava aos intelectuais puristas de Greenwich Village e ao monasticismo hippie, mas isso escondia uma maior sede de estrelato."

Uma entrevista de Murray Lerner, que filmou as presenças de Dylan no festival folk, define Mr. Tambourine Mancomo uma passagem para o imaginário surrealista. Jorge Cruz complementa: "Dylan tinha uma bagagem maior que o habitual: a América rural dos jornais, onde procurava histórias; os westerns [Dylan entrou em Pat Garrett & Billy the Kid (1973) de Sam Peckinpah]; a música negra do blues que dá no rock'n roll e no conceito de espectáculo; ou a poesia francesa e a poesia americana beatnik influenciada pelo bebop."

A explosão eléctrica

Mas a ruptura vem com a actuação de Dylan com guitarras eléctricas, em Newport, em 1965, concerto projectado na exposição. Nasce o escândalo de um artista que dá ao público o contrário do que deseja, mas também o encontro das formas da música popular através do folk-rock, popularizado na interpretação das músicas de Dylan pelos Byrds. "É a fascinação com o folk que legitima o rock", explica Guillul. "Quando não há ainda um discurso de validação, o rock começa a nascer com pessoas como Dylan." Like a Rolling Stone é o cume da sua criatividade, explosiva canção de 6 minutos (duração invulgar para a época) aqui presente no single original. 

Mas no pico da sua carreira, Dylan iria contrariar as vogas do seu tempo (o psicadelismo) e refugiar-se nocountry. Manuel Fúria (ex-Os Golpes) defende que "apesar de não ter seguido a linha da sociedade civil, Dylan foi sempre fiel à sua incoerência, e é fundamental um artista não estar demasiado agarrado a si próprio. Interessava-lhe a música, que tem uma ordem diferente da do mundo."

As fotos de Daniel Kramer formam o único corredor de um percurso labiríntico: imagens de tournées, das gravações de Bringing It All Back Home ou de retratos de um olhar sempre escondido. Para Fúria, "um dos principais atributos do seu magnetismo é o seu silêncio, só descodificamos a personagem através da obra." Do mesmo modo, as imagens são testemunhos de um método de composição ímpar. Jorge Cruz explica que "tudo é feito nos primeiros takes com bandas que não conhecem as músicas, vem tudo da vivacidade do momento. Essa energia ficou na música mais recente, até no punk."

Depois de imagens das passagens de Dylan por França, a exposição encerra com a projecção de Don't Look Back (1965) de D.A. Pennebaker, retrato de bastidores dos concertos do músico, em Inglaterra, em 1965. Aí, vemos que Dylan já se encontra fora do palco que ele construiu. "Vendeu a alma ao diabo, como os grandesbluesmen", diz Cruz. "Para o nível a que quis estar sujeito, decide fazer um grande teatro e abdica da sua vida. A fase actual já é o reconhecimento disso, como se não tivesse direito ao arrependimento e se deixasse nas mãos de Deus, tal como um bandido."

 

Retirado do Ipsilon



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