Viaturas da Empresa de Electricidade da Madeira (EEM) estão a transportar ilegalmente eleitores para as mesas de voto no concelho da Calheta, acompanhados de autarcas. “A situação é grave e por isso já solicitámos a intervenção da PSP para por termo a esta irregularidade”, declarou ao PÚBLICO o juiz Paulo Barreto, delegado da Comissão Nacional de Eleições (CNE) na região.
Esta situação anómala tem sido registada em anteriores actos eleitorais em que os partidos da oposição se têm queixado não só do transporte condicionado de eleitores em viaturas do governo madeirense e de empresas públicas regionais, particularmente da Empresa de Electricidade, como também o acompanhamento dos votantes até as mesas de voto por parte de membros das juntas de freguesia. Em relação a esta empresa, a respectiva comissão de trabalhadores tinha denunciado, em plenário realizado na semana passada, a utilização abusiva de recursos da EEM na propaganda partidária durante a campanha eleitoral e no transporte de eleitores, num momento de dificuldades financeiras que levou a empresa a restringir direitos adquiridos pelos trabalhadores.
Com excepção deste caso, que até agora não tinha sido objecto de queixa por parte de qualquer partido concorrente, o acto está a decorrer com normalidade, adiantou Paulo Barreto. O representante da CNE no arquipélago adiantou que apenas tinha recebido pedidos de esclarecimento do Estreito de Câmara de Lobos e Curral das Freiras, onde funcionam mesas de voto nos centros cívicos das respectivas localidades, num espaço aberto onde estão funcionários das juntas de freguesia estão a ajudar os eleitores.
Com encerramento marcado para as 19h, estão a funcionar 270 mesas de voto, pelas quais se distribuem os 256.481 eleitores recenseados, mais 24 mil do que nas eleições regionais antecipadas de 2007. Concorrem nove partidos, um número recorde na região, que apresentaram 845 candidatos, entre efectivos e suplentes. Para a X Legislatura da Assembleia Legislativa da Madeira são hoje eleitos 47 deputados.
Via Público