Quando os doze anos de casamento de Kevin Cotter com "aquela de quem não se pode dizer o nome" terminou, ao vê-la partir de malas feitas ele fez-lhe uma pergunta: "Esqueceste-te do teu vestido de noiva. O queres que faça com ele". A resposta, em tom mal-humorado, foi a seguinte: "Não quero essa m(!!!!) para nada. Faz o que quiseres com ele!". E foi isso mesmo que o recém-separado decidiu fazer... da pior maneira (ou melhor, depende do ponto de vista).
Para se vingar da mulher que lhe partiu o coração e o deixou sozinho, Kevin Cotter começou uma extensa lista de formas, no mínimo originais, de usar os muitos metros de tecido que tinham marcado o suposto dia mais feliz das suas vidas. Desde tapete de ginástica a coador de esparguete e toalha de mesa para jantares com amigos na hora da fossa, o vestido branco foi sendo destruído.
Kevin deu-se mesmo ao trabalho de criar um blogue - cujas audiências metem a um canto qualquer pipoca doce ou amarga portuguesa - a explicar a sua vingança e a pedir a outros "saltos rasos" ideias para dar cabo do vestido de noiva da mulher que um dia amou.
Já os motivos que levaram a senhora a fazer as malinhas e a pôr-se ao fresco é que ele nunca explica, mas pronto... para todos os efeitos ela devia "ser apenas" mais uma daquelas coisas que eu não posso dizer aqui, mas que começa com "c" e com cujo leite até se faz um queijinho de chorar por mais. Pelo menos é o que muitos comparsas solidários com a causa devem achar, dado que a lista das coisas a fazer ao vestido já vai acima das 100 e as propostas não param de chegar de todo o mundo à casinha no Arizona, onde o "salto raso" de coração partido se diverte a pô-las em prática já há dois anos.
Conclusão: a brincadeirinha rendeu a Kevin Cotter, nada mais, nada menos, do que um livro, intitulado "101 Uses For My ex-wife's Wedding Dress ". Sim, é mesmo verdade. Não me parece que chegue ao Nobel com tal conteúdo tão profundo, mas a realidade é que o seu site já tornou quase num a terapia virtual para outros recém divorciados que não conseguem ultrapassar as respetivas separações.
Podia aqui fazer o discurso sobre a total imaturidade da solução arranjada por Kevin, mas rir é o melhor remédio, sempre ouvi dizer. Lamento apenas que o salto alto envolvido tenha visto a sua vida privada exposta desta maneira mas, do mal, o menos.
E o homem, ao que parece, tem mesmo paciência para responder a quem o entope com desabafos de "divorciado de fresco". Nisto, tiro-lhe o chapéu. Ao menos que sirva para acalmar os ânimos de outros homens destroçados, que encontram assim forma de ultrapassar a crise (emocional) em vez de entrarem no mundo dos crimes passionais bem ao género de Hollywood que, infelizmente, nos fomos habituando a ver diariamente nos jornais. Praticados tanto por homens, como por mulheres, convém lembrar. É que não há géneros santos nestas (e noutras) coisas.