Quarta-feira, 9 de Novembro de 2011

Era para escrever uma peça sobre sapatos, mas depois de mais uma semana a acompanhar as temporadas do "Sexo e a Cidade" via cabo, e terminar o fim desta mesma semana, numa reunião de amigas, assolaram-me outros temas sobre os quais senti vontade de partilhar, uma vez que retratam a realidade social que homens e mulheres adquirem mediante as suas atitudes, mas que muitas vezes tentam esconder.  

 

De facto as relações são muito mais complicadas do que aquilo que aparentam, e muitas vezes, as ligações e os casais perfeitos parecem-no muito mais pelos olhos de quem os observa, do que aos olhos dos que a vivem. Já pensaram que a família perfeita que vive na casa ao lado pode ter muito mais "esqueletos" no armário do que cristais da Boémia?

 

A perfeição não existe, e os contos de fadas são isso mesmo. Não vale a pena julgar aquele/a que partilha a nossa cama, achando que somos menos felizes do que a vizinha com o carro topo de gama, a casa perfeita e de quem o marido se despede apaixonadamente todas as manhãs, quando leva os filhos à escola.

 

À semelhança de muitos casos reais, Charlotte, a mais "betinha" de todas as intervenientes da série "Sexo e a Cidade" vive um casamento de aparência, com Trey. Sim, o casamento foi efetivamente de sonho, com um tipo bem sucedido, rico, uma boa imagem, mas que não "dá uma para a caixa" e quando utilizo esta expressão, não dar uma para a caixa não significa não ter qualquer tipo de "saída" inteligente, mas sim ser impotente.

 

Não é pela doença que vem o mal ao mundo, mas sim por este mal ser mais comum entre os homens, e por eles terem muita dificuldade em reconhecê-lo.

 

Desde tenra idade que o homem é estimulado a ser um tigre e a mulher a gazela, mas o facto é que muitos não passam sequer de gatinhos recém-nascidos, que pelo seu orgulho e incapacidade emocional, condenam a relação à ruptura. Sim nos dias que correm nenhuma mulher é de ferro, e aceita calada esta situação por muito tempo, ao contrário do que se passava em tempos idos.

 

Voltando à série, neste mesmo episódio o casamento fica ensombrado por um leviano escape de Charlotte, que beija o fiel e musculado jardineiro, com o qual tinha tórridos sonhos eróticos, depois de dois meses de um casamento não consumado.

 

E aqui pergunto-me, de quem é a culpa? Da mulher insatisfeita pela sua falta de assistência, por parte do companheiro (friso uma vez mais que por falta de assunção de culpa face ao seu problema), ou do homem se recusa a fazer amor com a sua mulher, porque não aceita a sua disfunção erétil recusando-se a tratá-la?

 

Assolam-me sempre dúvidas, porque ao contrário dos homens, que juram a pés juntos nunca falar entre amigos da sua vida sexual com a mulher, as mulheres e debatem-na entre amigas.

 

E já agora, que nome se dá ao membro do sexo masculino, quando este desculpa as suas infidelidades por culpa das dores de cabeça femininas, mas que se cala quando surgem as mesmas por parte de si mesmo?

Eles também têm

 

Poderá a mulher escusar-se de culpa se, após meses e meses à míngua, decidir dar uma escapadela com um "amigo"? Será aqui a mulher tão facilmente absolvida da infração cometida, ou pelo contrário, ainda apelidada de rameira leviana, e ainda acusada por não despertar desejo sexual no homem?

 

Ficam aqui as minhas questões, porque mesmo com o nosso 6º sentido, também nós mulheres, independentemente da experiência e reuniões semanais entre amigas, nem sempre conseguimos encontrar resposta para os comportamentos masculinos.

 

Na minha opinião, e escusada de qualquer tipo de tendência, afirmo com certeza que seria bem mais efetivo o comportamento masculino se este absolvesse o orgulho sexual que cresce de forma geracional há séculos, e procurasse um especialista, e que, deparando-se com falta de desejo, soubesse assumi-lo de forma tão frontal como a mulher.

 

Se calhar as relações a dois teriam muito mais a ganhar, existiriam menos traições e possivelmente o número de divórcios/separações baixaria consideravelmente. Porque apesar da intimidade ser muito mais complexa que a sexualidade, estas complementam-se de parte a parte.

 



Via A vida de Saltos Altos



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