Terça-feira, 31 de Janeiro de 2012
 Mulher afegã assassinada pelo marido por ter tido mais uma filha
Um homem do Norte do Afeganistão assassinou a mulher por ela ter tido mais uma menina e não um rapaz.

Conta o correspondente da BBC em Kabul que o casal, que tinha três filhas, uma delas nascida há apenas três meses, teve uma discussão sobre o sexo das crianças. O marido tornou-se violento, acusando a mulher, Storay, de 22 anos, de não ter filhos homens, e estrangulando-a. 

O crime aconteceu no sábado à noite, numa aldeia da província de Kunduz, mas só divulgado hoje por um porta-voz da polícia, Syed Sarwar Hussaini, que adiantou que a bebé e as outras duas filhas do casal estão bem. A sogra da mulher assassinada, que assistiu à discussão e terá atado os pés da nora e participado no crime, foi detida por cumplicidade. O marido, Sher Mohamed, conseguiu fugir, disse o porta-voz.

"Estamos a interrogar a mãe do suspeito de assassínio. Pelo que sabemos, Mohamed tinha ameaçado matar a mulher se ela tivesse mais uma filha", disse Syed Sarwar Hussaini.

Segundo apurou a BBC, o marido pertence a uma milícia ilegal que tem a protecção da polícia. "Ela não vivia numa casa, vivia no inferno. E tinha pedido ao marido para ficar em casa e não sair com [o grupo]", disse uma testemunha. Além de darem apoio político a algumas personalidades, estas milícias são conhecidas por exercerem violência contra as mulheres e por as roubarem.

Apesar de o Afeganistão ter mudado de regime com a derrota dos taliban, os abusos contra as mulheres são comuns. E o nascimento de mais uma é, em muitas zonas do país, motivo de zanga porque as mulheres são consideradas um fardo; ao contrário, o nascimento de um filho rapaz é festejado.

Algumas mulheres são castigadas pelos maridos quando não têm rapazes, e o caso de Storay é só o mais recente. Há um mês,a polícia de Gaghlán, outra província do Norte, conseguiu salvar uma adolescente de 15 anos que estava enclausurada e era torturada pelo marido e pela família dele. Viveu assim três anos.

Em Novembro do ano passado a missão das Nações Unidas no Afeganistão denunciou que as mulheres afegãs estão muito vulneráveis à violência de género e que ainda há leis que chocam contra os principios básicos dos direitos humanos, como a compra de mulheres, os casamentos forçados com meninas, as violações e o baad, que permite resolver uma disputa familiar com a oferta de uma mulher.

 

Via Público



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