A conclusão chegou diretamente do Reino Unido, onde foi feita uma análise a mais de 700 parques estacionamento e entrevistas a mais de 2 mil condutores. Ao que parece eles são mais rápidos a estacionar, mas elas são mais perfeccionistas e deixam o veículo mais direitinho. Eles andam demasiado depressa e não conseguem ver logo os lugares vagos, enquanto elas andam mais devagar (eu diria mesmo a passo de caracol...) e não perdem um.
Feitas as contas à rapidez com que encontram lugar, a forma como se dirigem a ele, o tempo perdido em manobras e quantas vezes se reposicionam, as mulheres ganharam a eterna batalha do estacionamento. E eu, que faço parte delas, estou aqui para dizer-vos que acho isto uma bela treta.
Contra mim falo, até porque me gabo regularmente de ter verdadeira facilidade em estacionar. E não é mentira. Quando tirei a carta trabalhava numa área que me obrigava a regulares idas à baixa lisboeta. Sem dinheiro para pagar parques, não tinha remédio senão enfiar o carro em todos os buraquinhos possíveis. Acreditem: "a necessidade ensina a rezar". E foram muitas as frases verdadeiramente pouco católicas que disse frente àquele volante sem direção assistida.
Podia ter aqui o discurso "femininamente correto" de que não é uma questão de género, mas a verdade é que a larga maioria das mulheres não tem jeito para a coisa. Num estudo feito em parque de estacionamento, onde os lugares são largos e habitualmente basta pôr o carro de frente, não me admira que o resultado tenha sido melhor. Se fosse para estacionar de lado, a história mudava de figura. Já de marcha atrás ou para o lado esquerdo prefiro nem falar.
São muitas as amigas que, volta não volta, me pedem para estacionar. "Ah e tal, com os saltos altos não consigo...". Depois há as que preferem estacionar a quilómetros de distância do destino porque "muito apertadinho não dá". Se optam por tentar, dão verdadeiras batidelas à frente e atrás até conseguir. Ainda há também as que me pedem ajuda para meter gasolina porque geralmente é o pai ou o marido que o faz (sim, isto é real!). São mulheres emancipadas, com belíssimas carreiras e tudo mais... mas com muita pouca apetência para isto. E quando puxo conversa sobre o tema (e acreditem que já o fiz, inclusive fora de Portugal), o cenário repete-se. Há exceções, como em tudo. E conheço mulheres que podiam dar aulas de estacionamento a muito salto raso. Mas vá, deixemo-nos de coisas: na maioria, eles são melhores que nós a estacionar.
Na realidade, eles gozam, gozam, mas adoram que assim seja. É como colarem-se à nossa traseira e ultrapassarem-nos na auto-estrada porque irmos a 120 à hora é uma maçada (aquilo é uma pista de corrida e nós é que não percebemos... influencia de demasiadas horas na Playstation, diria eu...). Dá-lhes uma sensação de conforto emocional. O gozo irracional de mostrarem a sua superioridade masculina nestas coisas tão... pequenas. De eterno complexo de inferioridade.