Centenas de jovens munidos de máscaras manifestam-se este sábado em cinco cidades portuguesas contra o ACTA. A Avenida dos Aliados é o palco escolhido a Norte.
A Internet saiu à rua este sábado. Na Europa, especula-se que dezenas de milhares de pessoas vão marcar presença nos protestos contra o Acordo Comercial Anti-contrafacção, marcados em cerca de duzentos locais diferentes. Por cá, as manifestações começaram às 11h30 em cinco locais: Lisboa, Porto, Coimbra, Viseu e Faro.
No Porto, a essa hora, já se reuniam algumas dezenas de jovens na Praça Humberto Delgado, mesmo em frente à Câmara Municipal. Um mural improvisado, feito (ironicamente) de rede, ia sendo preenchido com protestos como "É ilegal parar a evolução. Pára o ACTA" ou "Não ACTA nem desACTA".
No meio da multidão que se ia formando, percebiam-se alguns movimentos, como os Indignados, Zeitgeist Portugal ou os Anonymous nacionais. Mesmo assim, a maioria não assumia qualquer ligação e admitia vir por impulso, em protesto contra a "Inquisição do século XXI".
É o caso de um jovem de 20 anos que, de máscara do filme "V for Vendetta" na cara, não se identifica, mas garante que esta é a primeira vez que decide participar numa manifestação. "Sou sincero: o que mais me preocupa é a Internet e é por isso que eu aqui estou. Se o ACTA passar, a Internet vai deixar de ser livre", explica.
Já outro jovem, um estudante de 23 anos de fato e máscara, que segura um cartão onde se lê "ACTA - You shall not pass", assume a sua ligação a um grupo online. "Eu faço parte de uma página internacional no Google+ que luta a favor da liberdade de expressão e da liberdade na Internet. Ajudámos a parar a SOPA e a PIPA e agora estamos activos em todas as frentes da Europa", garante. Sobre o recuo da Alemanha e Letónia, que suspenderam, recentemente, o processo de ratificação do ACTA já assinado por 22 países europeus, o estudante acredita que "é uma pequena vitória", "mas não é tudo". "Houve muitos países que assinaram e existem muitas pressões para acabar com a Internet", diz, acrescentando que o ACTA não impede só a Web, mas também "agricultores de cultivar sementes patenteadas ou, até, o uso de genéricos".
A maioria dos participantes acabaram por se reunir em frente à estátua de D. Pedro, de onde gritavam palavras de ordem como "O ACTA é ditadura", "ACTA não: liberdade de expressão" ou "Partilhar não é roubar". Desconhece-se, para já, o número de pessoas que passaram pela Avenida dos Aliados em protesto este sábado.
ACTUALIZAÇÂO: No entretanto, Bruxelas divulgou um documento onde explica as negociações do ACTA.