As novas regras entraram em vigor nesta quinta-feira, 1 de Março, e causaram intensa polémica.
“É lamentável que o Google prossiga com a sua nova política antes de responder às preocupações da autoridade francesa de protecção de dados”, declarou num comunicado a vice-presidente da CE e responsável pela Justiça, Viviane Reding.
A comissária confirmou o seu apoio à petição da autoridade de protecção de dados de França para que o Google adie a nova política de privacidade, até que sejam esclarecidas todas as dúvidas sobre o ajustamento das novas medidas à legislação europeia.
No caso do Google, a autoridade francesa concentra a sua preocupação na decisão da empresa norte-americana em concentrar a informação pessoal que possui dos utilizadores dos seus diversos serviços (motor de busca, correio electrónico, YouTube, etc.), e questiona a “legalidade” desse procedimento, e se é “justo” para os consumidores.
Onde se aplicavam 60 conjuntos de regras, passa a existir apenas um, que vigora em todos os serviços do Google, de utilização gratuita. Assim, a informação recolhida através da navegação em sites como o Gmail, o YouTube ou a rede social Google+ será compilada e permitirá ao Google direccionar conteúdos e publicidade de forma mais eficiente, uma vez que recolhe dados de cada utilizador a partir diversas fontes.
O Google argumenta que a mudança vai fazer com que os seus utilizadores sejam mais bem servidos e tenham uma navegação mais de acordo com os seus interesses. No entanto, foram levantadas dúvidas sobre esta capacidade que a empresa norte-americana tem de monitorizar parte tão substancial da vida online de cada pessoa e, consequentemente, preocupações com a instauração de um big brother, que têm alimentado as discussões sobre o assunto.
A nova política de privacidade tem sido publicitada em todos os seus serviços desde o início do ano, mas a Big Brother Watch entende que não foi feito o suficiente para dar conhecimento das alterações ao público. A organização britânica diz, com base numa votação que ela própria levou a cabo em parceria com a YouGov, que 47% dos utilizadores do Google no Reino Unido não estão a par das novas regras e que apenas 12% as leram.
Via Público