Não é uma questão de discurso, mas de futebol. Por muito que os responsáveis do Sp. Braga rejeitem o estatuto de candidato ao título, em campo, os jogadores têm-se esforçado por provar o contrário. Na Madeira, assistiu-se a uma exibição e a uma reviravolta de equipa grande. O Nacional entrou por cima, mas saiu de gatas (1-3), subjugado pelo novo companheiro do Benfica na tabela.
Quando Moreno, aos 12’, concluiu da melhor forma uma combinação entre Rondón e Candeias para abrir o marcador, a comitiva bracarense terá experimentado uma sensação de déjà vu. A 30 de Janeiro, também no Funchal, Hugo Viana e companhia também tinham entrado em falso, frente ao Marítimo. E deram a volta por cima (1-2).
Deve ter sido a experiência acumulado a desinibir a equipa, porque os minhotos não acusaram a desvantagem - e muito menos a pressão de jogarem para o segundo lugar, de aproveitarem a oferta do Benfica. O futebol do Nacional fluía sobretudo pelas alas (cortesia de Candeias, que fez de Elderson o que quis), o Sp. Braga tentava tirar partido do miolo (A saída de Andrés Madrid, por lesão, facilitou a tarefa) e daquele pé esquerdo magistral de Hugo Viana.
Aos 24’, Lima recebeu um passe de 40 metros na área, mas deixou-se antecipar. Aos 40’, desviou com êxito já na pequena área, após uma assistência perfeita de Mossoró.
A mesma dupla não acusou o arrefecimento da descida aos balneários, no intervalo, e regressou em alta. Lima, todo ele mobilidade e sentido de oportunidade, fugiu à marcação pela direita, desviou a bola do caminho do guarda-redes Marcelo e contou com a ajuda do poste para “assistir” Mossoró, que se limitou a empurrar para o 1-2.
Agora era o Nacional que tinha de ir atrás do prejuízo. Pedro Caixinha trocou Mateus por João Aurélio mas não ganhou nada com isso. Leonardo Jardim substituiria Mossoró por Ukra e ganharia mais um golo por isso (67’). O mérito do jogador emprestado pelo FC Porto foi o de acompanhar a jogada que Leandro Salino e Lima desenharam a régua e esquadro. E o de encostar para o 1-3 final.
Antes desse momento, o Nacional tentara o empate pelas alas, pelo centro, em lances de bola parada - e Neto, de cabeça, quase aproveitava uma falha de marcação. Tudo em vão. O Sp. Braga ia anulando todas as investidas e espreitando o contra-ataque, para o golpe fatal, que carimbou a décima vitória consecutiva na Liga, a quinta fora de casa. Um registo impressionante, que colou a equipa ao Benfica no segundo lugar (49 pontos), a um mês da visita ao Estádio da Luz.
Via Público