Mesmo com a saída de Villas-Boas e Falcao, mesmo com a contestação a Vítor Pereira, mesmo com a irregularidade frente a adversários mais fracos, mesmo com a queda nas provas europeias, o FC Porto acaba por ser campeão, conquistando o 26.º campeonato nacional da sua história. Um título conquistado por um treinador mal-amado (Vítor Pereira) e que reforça os portistas como a grande potência futebolística nacional do século XXI.
Em 12 campeonatos possíveis desde o início do milénio, o FC Porto conquistou oito, contra apenas dois do Benfica, um do Sporting e um do Boavista. Esta é mais uma expressão do crescimento do clube liderado por Pinto da Costa, que já só tem menos seis campeonatos do que o Benfica e que já soma mais oito do que o Sporting. A hegemonia nos últimos anos é traduzida em várias perspectivas: é o quinto título nos últimos seis anos, o sétimo nos últimos nove, o 14.º nos últimos 20 e o 18.º em 30 anos.
Mário Wilson, um histórico do futebol português, disse um dia que “quem treina o Benfica, arrisca-se a ser campeão”. A máxima do “velho capitão” parece agora aplicar-se ao FC Porto, que ficou sem André Villas-Boas no final da época passada e apostou no desconhecido e inexperiente adjunto Vítor Pereira, que se tornou ontem o 17.º técnico a levar os “dragões” à conquista da principal prova do campeonato português - esta contagem não inclui o nome de Augusto Inácio, que orientou a equipa em sete jornadas na época de 1995-96, devido a problemas de saúde de Bobby Robson.
Vítor Pereira é também o 12.º técnico a ser campeão pelo FC Porto na época de estreia. O treinador e os jogadores portistas foram ontem à varanda do estádio festejar o título com os adeptos, enquanto o Benfica saía de Vila do Conde sob contestação. Vítor Pereira abraçou Pinto da Costa e desabafou: “Este é o meu clube e hei-de dar a este clube muitos mais títulos.” Já Jorge Jesus comentou a perda do campeonato de forma sucinta: “Perdemos porque não conseguimos fazer melhor do que o FC Porto.”
Noticia do Público