O treinador do FC Porto, Vítor Pereira, mostrou-se imune às críticas oriundas de vários sectores do Benfica sobre a conquista da Liga portuguesa de futebol pelos “dragões”, considerando que “ficaria admirado se reconhecessem mérito”.
Vítor Pereira falava nesta quinta-feira, na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Rio Ave, relativo à 30.ª e última jornada da Liga portuguesa, em que praticamente não abordou a deslocação a Vila do Conde, acabando por fazer um balanço da época.
“Já estávamos à espera disto. Nós neste clube estamos preocupados é em melhorar no próximo ano em vez de nos preocuparmos com coisas que não existam. Quem quiser comprar que compre”, referiu o treinador já virtual campeão nacional.
O treinador considerou “indiscutivelmente” Hulk como o melhor jogador do campeonato e fez ainda “mea culpa” da reacção após a derrota em Barcelos, em que disse que as faixas podiam ser já entregues ao Benfica, por ter sido um jogo com uma arbitragem infeliz.
Vítor Pereira concluiu o raciocínio acrescentando que o FC Porto “acredita no trabalho, no espirito de sacrifício e na união do grupo e assim segue colecionando triunfos imune às críticas”.
O treinador escusou-se a abordar a sua continuidade no clube, dizendo que “esse é um assunto sem assunto e que não faz sentido nenhum”, dado que “não há mais nada a dizer”, e revelou que a próxima época já está a ser preparada longe da praça pública.
“O clube trabalha sempre com antecedência e já está a preparar a próxima época. As coisas estão a andar e sobre este assunto não tenho mais nada a dizer”, disse, recordando a máxima dos “dragões” que passa por “ganhar todas as provas em que está inserido”.
Em relação à época que está quase a acabar, Vítor Pereira reconheceu que o mais difícil foi gerir as expectativas do grupo, após as conquistas da última temporada e que a derrota com a Académica, para a Taça de Portugal, foi o ponto de viragem.
“A grande dificuldade para mim ou para outro qualquer treinador seria ultrapassar e gerir essas expectativas legítimas de quem ganhou tudo na última época, mas o tomar consciência disso ajudou”, acrescentou o treinador, considerando fundamental para a conquista do título a união entre todos os sectores do clube.
Vítor Pereira, que vaticinou ainda muitos êxitos para a sua carreira, discordou com o rótulo de que com o FC Porto qualquer treinador se arrisca a ser campeão, reportando para a história do clube.
“Esta profissão é um desafio permanente. Há momentos das épocas em que a tensão é enorme. Vou dar provas ao longo da minha carreira que tenho competência para ganhar títulos. É preciso muito trabalho, dedicação, competência, um bom plantel e uma boa estrutura”, disse.
O treinador negou que a equipa iria jogar o último jogo toda “virada” para Hulk, com o intuito de ajudar o brasileiro a chegar ao topo dos melhores marcadores, mas não escondeu que a conquista dos títulos individuais constitui um atractivo suplementar.
“Não temos por hábito isso. O que conta é o colectivo, a equipa”, adiantou. Vítor Pereira formulou ainda o desejo de terminar a época com o melhor ataque e defesa.
Ainda de acordo com o técnico, o FC Porto viveu momentos difíceis, como a eliminação da Liga dos Campeões e da Taça de Portugal, pela Académica, que marcou o tomar de consciência que o clube tinha de arrepiar caminho e focar mais naquilo que eram os objetivos.
“Foi um momento fundamental para nós. Às vezes nas derrotas, por muito dolorosas que sejam, surgem os momentos de viragem. E foi o que nos aconteceu. Levou-nos ao título num campeonato bem disputado e discutido jogo a jogo”, referiu.
Vítor Pereira considerou ainda como único ponto negro da prova, que chega este sábado ao fim, a situação vivida pela União de Leiria, que “não dignificou em nada o campeonato nem o futebol português”.
Retirado do Público