Um homem de 60 anos e uma mulher de 90 morreram esta quinta-feira, na Grécia, quando se atiraram do telhado do prédio de cinco andares onde viviam juntos em Atenas.
Segundo testemunhas citadas pelo «El Mundo», mãe e filho saltaram de mãos dadas. De acordo com o «The Huffington Post», ambos vivam da reforma de 340 euros da mãe, porque o flho, músico, estava desempregado há dois anos.
No site «Stoixoi.info» ficou registada a última mensagem do suicida: «O meu nome é Antonis Perris. Durante 20 anos, cuidei da minha mãe, de 90 anos. Desde há três ou quatro anos que ela sofre de Alzheimer e foi-lhe recentemente diagnosticada esquizofrenia e outros problemas de saúde. Os lares de idosos não aceitam pacientes assim. O problema é que eu não estava preparado e não tinha emprego quando a crise económica chegou. Apesar de ter propriedades e de ter vendido tudo o que pude, fiquei sem dinheiro e não tenho nada para comer. Recentemente, comecei a ter sérios problemas de saúde. Não encontro nenhuma solução. Tenho propriedades, mas não tenho dinheiro efetivo, o que significa que não tenho comida. Alguém conhece uma solução?»
Homem de 60 anos deixou uma mensagem. Meios de comunicação social gregos noticiam casos destes quase todos os diasOs suicídios devido às dificuldades económicas têm sido notícia nos meios de comunicação social gregos praticamente todos os dias. Antes da crise, a Grécia tinha uma das taxas de suicídio mais baixas do mundo: 2.8 por cada 100 mil habitantes. O governo admitiu um aumento de 40 por cento no primeiro semestre de 2010, mas não divulgou mais dados oficiais. Segundo a Reuters, vários especialistas acreditam que esta taxa duplicou para os 5 suicídios por cada 100 mil habitantes.
«A crise tem aumentado o sentimento de culpa, a perda de auto-estima e a humilhação para muitos gregos. As pessoas não querem ser um fardo para ninguém e cresce a sensação de desamparo. Alguns desenvolvem um atitude de ódio próprio que conduz à auto-destruição. É isto que justifica o aumento dos suicídios e das tentativas de suicídio. Estamos a assistir a uma nova categoria: os suicídios políticos», explicou à Reuters o psicanalista Nikos Sideris.
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