Domingo, 17 de Junho de 2012
Como conto à família que sou Gay
A especialista alerta que pais preconceituosos tendem a intimidar o filho e deixá-lo desconfortável a revelar a homossexualidade

Curiosidade e desejo por alguém do mesmo sexo não é nenhuma doença, mas pode ser um sinal de homossexualidade. O problema é que para muitos pais essa é uma condição difícil de ser aceita e revelar a opção sexual pode ser um verdadeiro tormento para os filhos. 

 

A psicóloga comportamental Gabriela Palma Veneziano Monéa explica que, geralmente, é na pré-adolescência, por volta dos 12 anos, que o interesse pelo sexo começa. Mas, desde muito cedo, por volta dos três anos, já ocorre uma identificação maior por um ou outro gênero.

"Muitos pré-adolescentes participam de brincadeiras e experiências sexuais, incluindo o exibicionismo mútuo. Nessa fase, podem confundir identificação com atração sexual. É uma fase do desenvolvimento sexual e irá ajudar a amadurecer e definir a identidade sexual." Gabriela afirma que, em geral, quando as pessoas chegam à puberdade o interesse pelo próximo mostra-se mais definido. A especialista ainda alerta que os pais preconceituosos tendem a intimidar o filho e deixá-lo desconfortável para abrir-se com eles.

A psicóloga dá dicas de como descobrir a homossexualidade dos filhos. "Os sinais mais claros estão ligados à identificação de gênero. Com os meninos nota-se ligação maior com as meninas, são mais delicados, sensíveis, vestem-se de forma mais cuidadosa e com as meninas ocorre a identificação oposta, com os meninos, vestindo-se de forma mais masculina, mostrando interesses em assuntos ligados a esse universo."

No entanto, Gabriela reforça que esses sinais não querem dizer, de forma alguma, que um menino que goste de brincar de boneca ou que uma menina que gosta de futebol são gays. "Existe um conjunto de fatores que sinalizam essa preferência e esses citados anteriormente são apenas alguns deles", explica.

Quando devo contar para os meus pais que sou gay?

Gabriela explica que no momento em que o filho for contar sobre a opção sexual deve estar sozinho com o pais." Esse é um momento íntimo da família e onde muita informação está sendo trazida. Colocar outra pessoa nessa relação nesse momento pode ser apenas mais um fator tumultuante."

A psicóloga afirma que a revelação deve ocorrer quando os filhos estiverem certos de sua orientação sexual. E, segundo ela, isso só será possível depois de passar pela fase de experimentação e descobertas. " Muitos adolescentes confundem identificação com desejo. Passada essa fase e certo do caminho que pretende seguir, é hora de contar aos pais".

A especialista conta que, com a revelação, muitos pais sentem como se estivessem perdendo um filho, pois sempre projetaram seus sonhos e expectativas nele. "O filho pode fazer com que eles entendam que tudo pode acontecer de uma forma boa também, mas com algumas modificações no que era esperado por eles. Deixando claro que não há culpados e que não é uma escolha dele amar ou sentir atração por alguém do mesmo sexo. Ele apenas é assim."

Ainda segundo a especialista, os demais membros da família podem saber ou não, depende da pessoa. "É uma decisão exclusiva dela, que irá se expor. Caso ela decida contar, deve ocorrer quando tudo estiver bem definido e quando a relação com os pais estiver tranquila em relação a esse assunto."

O que os pais devem fazer?


A especialista conta que muitos pais culpam-se e saem em busca de respostas de onde erraram para que isso acontecesse, mas o ideal é que eles acolham e apoiem o filho. "Os pais devem entender que ser 'diferente' da maioria das pessoas não é uma tarefa fácil e, portanto, se o filho tiver pais que o faça sentir confortável e seguro, tudo será mais tranquilo para ele."

Gabriela diz que os pais que estabelecem um diálogo desde cedo com seus filhos, apoiam em suas atitudes e os conduzem para o caminho do bem, formam pessoas mais confiantes e capazes de lidar com a diversidade e o preconceito que existem no mundo."

"No fundo eu já sabia"

A pedagoga M.X., 48 anos, diz que seu filho contou que era gay quando tinha 16 anos. “ Acho que no fundo toda mãe sabe que seu filho ou filha tem algo que o diferencia (em atitudes) de outros da mesma idade. Confesso que quando ele me contou não foi nenhuma surpresa, apenas uma confirmação.”

M.X. confessa que no início pensou que não saberia como agir, mas segundo a pedagoga, depois as coisas começaram a acontecer da forma mais natural possível, pois seu filho é muito discreto. “Sempre disse para o meu filho que o importante era é ele respeitar seu namorado. Temos que procurar viver da melhor forma possível com quem escolhemos, sendo honestos nessa relação e isso não depende de opção sexual. Eu e meu filho temos uma relação muito aberta e somos amigos, eu e meu marido o respeitamos como indivíduo maravilhoso que ele é”.

Já o bancário H.X., 22 anos, conta que no fundo as pessoas sempre sabem do que gostam. “ Não creio que alguém opte por ser gay, bi ou heterossexual. É claro que quando a gente é mais novo não entende o que é sexualidade, mas quando não somos ‘heteros’ sabemos que há alguma coisa de diferente", diz H.X.

O jovem revela que por volta dos 11 anos começou a se questionar. “Me questionava: o que está acontecendo comigo? Por que eu não vejo nas meninas o que meus amigos veem? De repente tudo ficou claro. Não lutei contra, na verdade eu acho que fui bastante cabeça aberta comigo mesmo e aceitei logo de cara, mas nesse momento eu sabia que não seria fácil contar isso pra alguém.”


H.X. lembra que assumiu para os amigos quando tinha 17 anos. “Nunca havia sentido um alívio tão grande, fui a grande sensação da escola por meses. Todas as meninas queriam se aproximar de mim e os garotos viviam fazendo perguntas curiosas.” No entanto, o jovem revela que ao contar para o pai, ele começou  chorar  como se eu tivesse morrido, o início da parte mais difícil da minha vida. “Minha mãe não teve problema em aceitar, a única preocupação dela era que fosse feliz. Já meu pai entrou em uma montanha russa emocional”, revela.

O bancário contou que por seis meses e ele brigaram muito e passaram a conversar pouco. "Ainda saíamos juntos, mas existia uma tensão, e isso me matava por dentro pouco a pouco, sempre fui muito próximo do meu pai e viver daquele jeito não era nada parecido com o que nós vivemos nos últimos 17 anos, até que um certo dia começamos a discutir e eu perguntei: Pai, eu não sou um bom filho? Em lágrimas ele finalmente entendeu que eu não havia mudado, eu sempre fui a mesma pessoa e que o fato de eu ser gay não mudava absolutamente nada e foi assim, como um passe de mágica, nós nunca mais brigamos."

"Meus pais não sabem que sou lésbica"

A secretária K.G., 24 anos, revela que desde os 17 sabe que gosta de mulheres, porém esconde dos pais e da família. “Tenho medo de contar porque meus pais não aceitariam”. A jovem afirma que precisa estar bem financeiramente e, segundo ela, somente quando sair de casa irá se assumir.

 

Via Blogs



publicado por olhar para o mundo às 23:36 | link do post | comentar

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