Estamos en el comedor estudiantil de una universidad alemana. Una alumna rubia e inequívocamente germana adquiere su bandeja con el menú en el mostrador del autoservicio y luego se sienta en una mesa. Entonces advierte que ha olvidado los cubiertos y vuelve a levantarse para cogerlos. Al regresar, descubre con estupor que un chico negro, probablemente subsahariano por su aspecto, se ha sentado en su lugar y está comiendo de su bandeja. De entrada, la muchacha se siente desconcertada y agredida; pero enseguida corrige su pensamiento y supone que el africano no está acostumbrado al sentido de la propiedad privada y de la intimidad del europeo, o incluso que quizá no disponga de dinero suficiente para pagarse la comida, aun siendo ésta barata para el elevado estándar de vida de nuestros ricos países. De modo que la chica decide sentarse frente al tipo y sonreírle amistosamente. A lo cual el africano contesta con otra blanca sonrisa. A continuación, la alemana comienza a comer de la bandeja intentando aparentar la mayor normalidad y compartiéndola con exquisita generosidad y cortesía con el chico negro. Y así, él se toma la ensalada, ella apura la sopa, ambos pinchan paritariamente del mismo plato de estofado hasta acabarlo y uno da cuenta del yogur y la otra de la pieza de fruta. Todo ello trufado de múltiples sonrisas educadas, tímidas por parte del muchacho, suavemente alentadoras y comprensivas por parte de ella. Acabado el almuerzo, la alemana se levanta en busca de un café. Y entonces descubre, en la mesa vecina detrás de ella, su propio abrigo colocado sobre el respaldo de una silla y una bandeja de comida intacta.
Dedico esta historia deliciosa, que además es auténtica, a todos aquellos españoles que, en el fondo, recelan de los inmigrantes y les consideran individuos inferiores. A todas esas personas que, aun bienintencionadas, les observan con condescendencia y paternalismo. Será mejor que nos libremos de los prejuicios o corremos el riesgo de hacer el mismo ridículo que la pobre alemana, que creía ser el colmo de la civilización mientras el africano, él sí inmensamente educado, la dejaba comer de su bandeja y tal vez pensaba: "Pero qué chiflados están los europeos".
Rosa Montero
O presidente de Moçambique, Armando Guebuza, disse neste domingo em Lisboa que o país precisa de profissionais para trabalharem nas explorações de carvão e gás natural e que oferece oportunidades de negócio em várias áreas.
O presidente Guebuza está em Lisboa para participar na primeira Cimeira Luso-Moçambicana, prevista para os dias 28 e 29 de Novembro, durante a qual será reforçada a relação entre os dois países.
Num evento, junto da comunidade moçambicana, o chefe de Estado destacou a calorosa saudação com que foi recebido pelas cerca de 500 pessoas (de uma comunidade total de 3600 a viver em Portugal) presentes num hotel em Lisboa para o ouvirem.
Descobertas de recursos naturais
“Parece que estou de novo em Moçambique”, referiu o Presidente, num evento animado por música e dança tradicional e em que foi entoado o hino do país. O discurso centrou-se depois na economia moçambicana e sobretudo nas “descobertas recentes de recursos naturais”, com destaque para o gás natural e o carvão.
“Um dos grandes desafios que estas descobertas nos colocam tem a ver com a disponibilidade de técnicos moçambicanos para trabalhar nestes empreendimentos. As nossas instituições de ensino superior estão a fazer essa formação mas os números não correspondem à procura. Precisamos de muitos mais técnicos”, afirmou o chefe de Estado.
Já nesta semana, o presidente da Câmara de Comércio Portugal-Moçambique defendeu, em declarações à Lusa, que Maputo deveria alterar a legislação laboral para facilitar a entrada de trabalhadores portugueses qualificados no mercado de trabalho moçambicano porque o país “tem uma enorme carência de quadros”.
Ainda no seu discurso, o presidente Guebuza apelou aos empresários Moçambicanos para olharem para este “nicho de oportunidade” porque há ainda “falta de fornecimento bens e serviços para essas empresas”.
Via P3
A activista Leymah Gbowee, uma das três mulheres laureadas com o Nobel da Paz 2011, liderou uma «greve de sexo», em 2002.
A iniciativa inédita ajudou a acabar com a guerra civil no país e consistiu no seguinte: as mulheres recusavam-se a ter relações sexuais com os maridos até que os combates terminassem.
Com esta greve, que juntou mulheres cristãs e muçulmanas, Leymah Gbowee fez com que o antigo presidente do país, o senhor da guerra Charles Taylor, fosse obrigado a inclui-la nas negociações de paz que decorriam no Gana.
Depois de 13 anos de guerra civil, 250 mil mortos e um país devastado foi assinado, em 2003, o acordo de paz em Accra.
«Leymah Gbowee mobilizou e organizou as mulheres além das linhas de divisão étnica e religiosa para pôr fim a uma longa guerra na Libéria e garantir a participação das mulheres nas eleições», disse Thorbjoern Jagland, presidente do comité do Prémio Nobel.
Leymah Gbowee, de 39 anos, de etnia Kpellé, ficou conhecida como «a guerreira da paz». Escreveu no livro autobiográfico « Mighty Be Our Powers: How Sisterhood, Prayer, and Sex Changed a Nation at War», onde se incluem alguns dados sobre a sua vida.
Em criança, por exemplo, todos a chamavam «Red» («Vermelha») por causa da sua pele mais clara. Sobre a sua vida também existe um documentário.
Durante a guerra, enquanto assistente social, tomou contacto com as crianças-soldado, um dos flagelos da guerra. Foi aí que viu que precisava de fazer algo para mudar a dura realidade.
Leymah Gbowee é mãe de seis filhos e vive desde 2005 no Gana, onde é directora executiva da organização Women Peace and Security Network Africa.
Via Tvi 24
Estão certamente recordados da mítica novela Roque Santeiro que marcou gerações. Novela em que o professor Astromar entrava no gabinete ou em casa do "Prefeito Florindo Abelha", a quem galava a filha Mocinha, e fazia sempre a mesma pergunta: "posso penetrar?". A resposta de Florindo ou da sua esposa Pombinha variava entre o "já penetrou professor" e o "Penetre professor... Penetre".
Pois é, o senhor Armando vara é uma espécie de professor Astromar dos centros de saúde, com a diferença de não se transformar em lobisomem em dias de lua cheia (pelo menos não há relatos de que tal aconteça) e visivelmente menos educado e civilizado do que Astromar, na sua versão normal ou peluda, já que este normalmente quando queria penetrar perguntava se podia, senão leia-se:
"Armando Vara provocou esta quinta-feira um escândalo num centro de saúde de Lisboa. O ex-ministro socialista apareceu de surpresa, passou à frente de todos os doentes e deu ordens a uma médica para lhe passar um atestado." TVI
Ou seja, Armando vara é enquanto cidadão aquilo que foi sempre enquanto político, chegando mesmo a ministro desta coisinha pseudo-socialista a que alguns insistem em chamar governo, penetrando tudo o que podia à passagem, sem contemplações. E provavelmente por esse mesmo tipo de penetrações encontra-se a ser julgado no processo Face Oculta, acusado de três crimes de tráfico de influência.
Mas se um arguido comum acusado de roubar uma peça de fruta numa mercearia ficaria de imediato impedido de sair do país e com obrigatoriedade de se apresentar na PSP uma vez por semana, o nosso Armando passa a vida em viagens entre Portugal, Angola e Moçambique onde é, imagine-se, o novo presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa África. E onde aposto que penetra à sua vontade onde quer que lhe apeteça. Ser ex-ministro tem de facto as suas vantagens no que toca às penetrações não consentidas.
Questionada sobre o assunto, a directora do centro de saúde "violado" por Armando declarou: "O senhor Armando Vara entrou aí como qualquer utente e passou à frente de toda a gente. Entrou no gabinete da médica sem avisar e sem que a médica percebesse que não estava na sua vez. Foi uma situação de abuso absolutamente inconfundível", respondeu Manuela Peleteiro.
Pois é. É gente deste tipo, com elevado grau de educação, altos valores de cidadania, autênticos exemplos de como um cidadão se deve comportar, relacionar e respeitar os seus semelhantes, que nos governou e continua a governar impunemente. O senhor Armando teve sorte enquanto abusador, pois apanhou pela frente meia dúzia de utentes, muitos deles idosos, que se limitaram civilizadamente a reclamar a penetração sem aviso de que foram alvos no livro amarelo. Isto porque se alguns que eu conheço tivessem sido penetrados desta forma pelo senhor Armando, ainda a esta hora ele estaria a espernear pendurado pelo casaco num dos cabides do Centro de Saúde, depois de levar umas chapadas de cidadania na boca. E merecidas. Digo eu.
Via 100 Reféns