Quarta-feira, 28.03.12

A Europa continua a liderar o consumo mundial de álcool

A Europa continua a liderar o consumo mundial de álcool (Foto: Nuno Ferreira Santos)

 

Continente europeu continua a liderar o consumo mundial de álcool, com uma média anual de 12,4 litros por habitante. Em Portugal, a média é de 13,4 litros, revela um relatório da Organização Mundial de Saúde.

 

Numa lista de 34 países da Europa, Portugal surge no nono lugar no que se refere à média anual de consumo de álcool puro per capita, com 13,43 litros. Esta é uma das leituras mais imediatas que se podem fazer aos dados revelados ontem no relatório Álcool na União Europeia, da Organização Mundial de Saúde, com o patrocínio da Comissão Europeia.

Os mapas e gráficos mostram também que Portugal é um dos países com maior número de acidentes na estrada que envolvem álcool e que é um dos poucos (no total, são cinco, numa lista de 29 países) a autorizar a venda de álcool a menores de 18 anos. Curiosamente, Portugal mostra ainda ser um dos países com mais abstémios, o que pode indicar que os que bebem, bebem muito.

O título do comunicado que resume o relatório da OMS divulgado ontem é revelador do padrão europeu: "Os adultos na Europa consomem três bebidas alcoólicas por dia". As contas são simples: uma média de 12,5 litros de álcool puro por ano é o equivalente a 27 gramas por dia, o que, por sua vez, é o equivalente a três bebidas por dia. O documento avalia os consumos, mas realça sobretudo os efeitos do álcool na saúde dos europeus (há mais de 40 problemas de saúde associados e um em cada dez cancros nos homens está relacionado com o álcool), concluindo que é possível evitá-los. 

Entre as múltiplas estratégias para minimizar os inúmeros estragos provocados pelo álcool (nos próprios ou em terceiros), aponta-se para a necessidade de dificultar o acesso dos mais jovens às bebidas. Neste preciso ponto - e apesar da intenção manifestada pelo Governo de aumentar para os 18 anos a idade mínima - Portugal permanece num restrito grupo de quatro países (entre 29) que mantém os 16 anos como idade-limite para a compra de álcool (Malta colocou o limite dos 17 anos), independentemente de se tratar de cerveja, vinho ou bebidas espirituosas e do local de venda.

O secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, reafirmou este mês a vontade de legislar de forma a proibir a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Já o tinha feito em Novembro do ano passado, mas sem adiantar mais pormenores sobre esta medida, nomeadamente quando será aplicada e se abrange todos os tipos de bebidas alcoólicas e locais de venda. Ontem, o PÚBLICO tentou obter mais alguns pormenores sobre esta estratégia do Ministério da Saúde, mas sem sucesso. 

Para já, sabe-se apenas que, além do aumento da idade-limite dos 16 para os 18 anos para a compra de álcool, o Governo quer também baixar a taxa de alcoolemia (de 0,5 para os 0,2 gramas de álcool por litro) para os recém-encartados e jovens. Em entrevista à Antena 1, Leal da Costa lembrou que "há dados que mostram que há sete vezes mais mortalidade em condutores, abaixo dos 20 anos, quando conduzem com 0,5 gramas quando comparados com 0,2 gramas". O governante falou ainda de uma forma vaga de um conjunto de "outras formas de motivar os jovens a beber menos". 

O relatório divulgado ontem pela OMS valida esta estratégia anunciada pelo Governo e avança ainda com outro tipo de medidas capazes de fazer diminuir o consumo de álcool e, desta forma, minimizar os seus efeitos. Aumentar as taxas para fazer subir o preço das bebidas e regulamentar a publicidade são algumas das propostas. O relatório aponta ainda para a necessidade de monitorizar a eficácia das leis, tais como o limite de idade para a compra de álcool através de acções inspectivas que coloquem o sistema à prova. 

De resto, sobre o retrato do álcool na Europa, a OMS revela que o consumo se mantém estável e que na Europa Ocidental e do Sul tem mesmo diminuído. Portugal surge no grupo da Europa do Sul, região que continua a ser excepção no mapa europeu, ao preferir o vinho à cerveja. No que se refere às mortes provocadas pelo álcool (um em cada sete homens e uma em cada 13 mulheres com idades entre os 15-64 anos morreram por causa do álcool), a Europa do Sul tem os valores mais baixos (uma taxa de 30 homens e 10 mulheres por 100 mil habitantes) perante uma média europeia que é de 57 homens e 15 mulheres. A maior nódoa de Portugal surge no capítulo dos acidentes na estrada que envolvem álcool, com o país a destacar-se entre os que têm piores resultados. Na análise dos abstémios, Portugal aparece com uma impressionante percentagem de 18,6% dos homens e 32% das mulheres, quando a média europeia se fica pelos 5,6% e 13,5%, respectivamente. 

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 18:49 | link do post | comentar

Quinta-feira, 27.10.11
A cantora de 27 anos apresentava uma taxa de álcool no sangue 4 a 5 vezes superior ao legal
A cantora de 27 anos apresentava uma taxa de álcool no sangue 4 a 5 vezes superior ao legal (Reuters)
Os primeiros resultados foram inconclusivos e a morte da cantora de 27 anos ficou por explicar. A polícia britânica abriu uma investigação e os novos resultados não deixam dúvidas: Amy Winehouse bebeu uma grande quantidade de álcool horas antes de morrer.

Segundo o relatório, dado a conhecer esta quarta-feira pela médica legista Suzanne Greenaway, o corpo de Amy Winehouse apresentava uma taxa de álcool no sangue 4 a 5 vezes superior ao limite legal para conduzir.

A médica explicou que a causa da morte da cantora foi um “acidente”, uma vez que Winehouse ingeriu aquela quantidade de álcool voluntariamente e sem pensar nas consequências mais graves. O relatório confirmou ainda os resultados dos exames toxicológicos em como não foram encontradas “substâncias ilegais” no corpo da cantora.

Em sua casa, no dia da morte, foram encontradas três garrafas de vodka vazias, sem quaisquer vestígios de drogas. 

A lei britânica estabelece que deve ser aberta uma investigação policial sempre que aconteça uma morte violenta ou em circunstâncias inexplicáveis, que é o caso de Amy Winehouse, encontrada sem vida em sua casa em Camden, em Londres, a 23 de Julho.

Os problemas de Amy Winehouse com a dependência de álcool e drogas duras eram conhecidos do grande público e foram durante muito tempo relatados na imprensa. Pouco tempo antes da sua morte, a cantora foi mesmo obrigada a cancelar a digressão europeia depois de ter aparecido bêbeda num concerto em Belgrado. O seu agente explicou que a cantora estava a tentar recuperar e que para isso se teria que afastar dos palcos e da pressão mediática. 

Depois da sua morte e dos primeiros resultados inconclusivos, as duvidas e especulações foram aumentando, ganhado força o rumor de que a cantora teria morrido de overdose ou por excesso de álcool.

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 10:32 | link do post | comentar

Quarta-feira, 25.05.11

Uma magistrada do Ministério Público embebedou-se. Estava no seu direito. Apesar de formada em Direito, conduziu o seu automóvel, torto e em contramão. Obrigada a soprar no alcoolímetro, o bafo atingiu a épica cifra de 3.08 gramas por litro no sangue.

Uma senhora magistrada do Ministério Público embebedou-se. Estava no seu direito. E, apesar de formada em Direito, conduziu o seu automóvel, torto e em contramão, na rua Alexandre Herculano, em Cascais. Depois, foi obrigada a soprar no alcoolímetro. O bafo atingiu a épica cifra de 3.08 gramas por litro no sangue. A magistrada foi detida por um sóbrio agente Polícia Municipal.

A procuradora, com uma brutal enxaqueca mais que justificada, devia ter-se apresentado, no dia seguinte, no Tribunal, a um seu colega procurador. Este, discreto e magnânimo para com a colega, considerou a detenção ilegal. Anulou-a e revogou o termo de identidade e residência, ignorando um parecer da Procuradoria-Geral da República, 2008, que considera legítimas as detenções feitas pela Polícia Municipal em flagrante delito.

Até aqui tudo perfeito. Quem não vê é como quem não bebe.

Só que o Procurador-Geral da República, denotando uma verdadeira intolerância ao álcool, mandou instaurar processo disciplinar à magistrada e esqueceu-se do colega magnânimo.

Para além disso, corre, ou vai ficar parado, no Tribunal da Relação de Lisboa, um inquérito-crime, contra a senhora procuradora. A moldura penal deste ilícito criminal, "condução de veículo em estado de embriaguez", prevê pena até um ano de prisão.

É claro que nada disto vai acontecer, felizmente, à senhora procuradora. Quando muito, uns dias de prisão de ventre se as bebidas ingeridas tinham efeito obstipante.

Ouvimos falar que parte da magistratura portuguesa é arrogante. Que não tem experiência de vida real. Que, muito jovem e acabada de sair do Centro de Estados Judiciários, entra a julgar casos difíceis, sem estar minimamente preparada, nem ter o bom senso que a maturidade e a experiência trazem. Que trata o cidadão comum, o funcionário judicial, ou o advogado, para não falar de testemunhas ou de arguidos, abaixo de cão. Que agenda, para a mesma hora, quatro ou cinco diligências, processuais sem respeito pelas pessoas, que passam horas intermináveis a pasmar nos tribunais, à espera da sua realização ou do seu adiamento. Que impõe prazos absurdos às partes, quando os próprios magistrados não são obrigados a cumprir prazos alguns. Que podem levar anos e anos para dar uma sentença, sem ninguém os incomodar por isso. Sem lhes pesar a consciência. E sem que a mão branda e corporativa do Conselho Superior de Magistratura lhes faça o mínimo remoque.

Eu não acredito em nada disto, que parece verborreia crispada de bastonário da ordem dos advogados. A Justiça portuguesa está bem e recomenda-se. É justa, célere, cega. Não distingue o pobre do rico. É exemplar do ponto de vista da educação para a cidadania.

O incidente da condução de um veículo movido a álcool, em Cascais, só demonstra que alguns magistrados, para não dizer muitos, sem a bênção protectora da popelina opaca das suas becas, são apenas humanos, demasiado humanos.

 

Via Falta de Castigo



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