Popular revista anunciou os vencedores do concurso de fotos. Divididas por três temas (Natureza, Pessoas e Lugares), foram também destacadas imagens com menções honrosas e as escolhas do público.
Vestida no seu melhor 'sari' - guardado apenas para as ocasiões especiais – a jovem indiana classificou a designação como um «presente extra de aniversário» e afirmou que se sentia grata por ser pequena, já que essa é a característica que a torna especial e que lhe deu notoriedade.
«Consegui pôr Nagpur [a sua cidade natal] nos olhos do mundo. Agora toda a gente saberá onde é», disse a jovem orgulhosa e visivelmente emocionada.
Apesar do reconhecimento e da sua particularidade, os sonhos de Jyoti não diferem dos das meninas da sua idade. Prestes a terminar a escola secundária, a jovem indiana sonha entrar para a universidade e um dia vir a tornar-se uma estrela de cinema de Bollywood.
«Jyoti encoraja-nos a olhar para lá do tamanho e limitar-nos a celebrar as nossas diferenças», disse Rob Molloy, um dos representantes londrinos do Guinness presentes na cerimónia em Nagpur. Uma cerimónia em tudo festiva, que até teve direito a um bolo de aniversário.
Nos últimos dois anos a jovem indiana cresceu apenas 1cm e acredita-se que não irá crescer mais por sofrer de uma forma particular de nanismo, chamada acondroplasia.
No entanto, o título de mulher mais baixa de sempre continua a pertencer a Pauline Musters, uma holandesa que viveu no século XIX, de 1876 a 1895, e que não cresceu para lá dos 61cm.
Via Sol
Foi a 18 de dezembro de 1961 que Goa deixou de ser portuguesa, depois de 450 anos de colonização. Cinquenta anos depois, a presença de Portugal ainda não foi esquecida e há mesmo quem cante fado e festeje o Santo António. Mas, dizem os mais velhos que ainda falam a língua de Camões: "A cultura portuguesa em Goa tem os dias contados".
Do passado, sobram os jardins com nomes de personalidades portuguesas como Garcia de Orta (que morreu em Goa em 1568), a arquitetura colonial, a gastronomia, um núcleo sportinguista, as igrejas católicas onde se reza com profunda devoção a Nossa Senhora de Fátima e um sem-fim de referências a Portugal, visíveis principalmente no comércio. Que vão desde o tão tipicamente português "Café Central" à joalharia "Velho&Filhos", passando pela "Barbearia Real", a "Loja Camota" e até mesmo o hotel "Fontainhas Inn", no bairro do mesmo nome.
Venha daí numa pequena viagem ao Portugal que ainda sobrevive em Goa.
Via Expresso
A robustez do corpo contrasta com a fragilidade de carácter. Sempre altiva parece caminhar com toda a tranquilidade. E teria a primeira das razões para ser assim. É bonita apesar dos quarenta anos de idade. Mas a insegurança é-lhe constante. Medo de errar, medo de desapontar, medo de perder.
A sua figura séria afasta muitos outros, que decerto ignoram a sua verdadeira personalidade. Lamenta-se por isso. Enquanto todo o universo aspira a beleza, ela não. Preferia antes ter uma aparência vulgar e não ser o palco das atenções. Mas raramente se queixa aos outros. Pelo contrário. Ri muito. Sempre. Tem consciência do efémero da vida e quer aproveitar todos os momentos intensamente. E assim o faz.
A ervanária é a sua arte, mas a par disso concilia uma série de outras atividades. Da cozinha às danças indianas, das aulas da filha à religião - em todas dá o máximo do seu empenho. Por trás de tudo isto há uma organização forte e sem tréguas, segundo a filha. É segura disso. Apenas. Mas tem, sobretudo, uma alegria e experiência de vida pouco comum para uma
mulher ainda jovem, que não sabe nem uma letra do alfabeto.
Conhecia-a este ano quando tive uma tendinite e andei desesperada no Martim Moniz à procura de pomadas e óleos que aliviassem a dor. Como sou uma gralha sei que não é difícil trocar uns bons dedos de conversa comigo, mas depressa houve uma empatia que já me fez voltar lá para comprar outros frascos.
Ontem lembrei-me dela quando estava a ler um artigo sobre um interessante projeto na Índia. Trata-se de um programa de saúde que visa formar mulheres analfabetas para serem médicas.
Num país onde as castas são uma rígida estratificação da sociedade e onde elas são educadas para ser submissas à família - este projeto torna-se ainda mais importante. A ideia nasceu na década de 70 por um casal de médicos que visitou a aldeia de Jamkehd, no interior da Índia, constatando que havia falta de médicos nos meios rurais e que para contornar o problema bastava ensinar as mulheres sobre os cuidados básicos de saúde.
Só as mulheres, porque são elas que são os pilares da família - embora a sociedade indiana não reconheça - e porque são elas que tratam de todos, sobretudo, das crianças. E os resultados saltam à vista. Em 40 anos são poucas as mulheres que morrem no parto, a taxa de mortalidade infantil foi reduzida em 30% e há menor incidência de casos de tuberculose, tétano e de outras doenças. Um projeto notável que mostra que todos são úteis e importantes e que, sobretudo, devolveu às mulheres o orgulho perdido. Porque as indianas também devem sonhar, basta acreditar!
Via A vida de Saltos Altos