Segunda-feira, 09.04.12

As filas eram menores no sábado, mas os turistas continuam a lamentar as dificuldades para pagarAs filas eram menores no sábado, mas os turistas continuam a lamentar as dificuldades para pagar (Melanie Map's)

O sistema de cobranças, sem portageiros, revela-se um fracasso. Os turistas queixam-se: "Até para pagar se criam dificuldades"

 

Os espanhóis esperaram, e desesperaram, para entrar em Portugal, pela fronteira do Guadiana, neste período da Páscoa. O sistema de portagens, instalado na Via do Infante (A22), à saída da ponte, é "confuso, ineficaz". Muitos, mesmo sem querer, acabam na EN125, contribuindo para congestionar ainda mais esta via de elevada sinistralidade.

A Estradas de Portugal (EP) procurou, nos últimos três dias, "humanizar" o serviço de cobrança de portagens na A22, colocando na fronteira de Castro Marim/Vila Real de Santo António uma funcionária para ajudar os automobilistas a operarem a máquina de pagamento. O movimento das mini-férias da Páscoa serviu para testar o que já se sabia: até para pagar se criaram dificuldades aos turistas.

O casal João e Lola, na casa dos 30 anos, está entre os muitos espanhóis que apreciam a gastronomia portuguesa. Neste sábado, quando viram o sol a brilhar, decidiram partir de Huelva. "Como funciona?", pergunta Lola, bem disposta, ao aproximar-se da máquina de pagamento de portagens. A funcionária da EP pergunta-lhe para onde vai, mas Lola ainda não sabe, a ideia é mesmo "andar por aí". Quando o destino é incerto, aconselha a funcionária, é melhor comprar um bilhete de 20 euros, válido por três dias - pode entrar e sair da A22 as vezes que quiser. "Mas nós só vimos comer, vamos a Tavira, voltamos para casa". Para fazer o trajecto, ida e volta - diz a tabela - a portagem a pagar é de 4,60 euros. Mas a mesma tabela adverte que "o mínimo que o dispositivo cobra são dez euros".

"E se não pagarmos, o que acontece?", questiona João. A pergunta fica sem resposta e a funcionária da EP sugere que, nesse caso, para não se sujeitarem a coimas, o melhor é meterem-se na EN125. Lola não sabe se percebeu bem a resposta, uma vez que nem ela fala português nem a funcionária castelhano.

"Serviço personalizado"

Outro condutor de Madrid dirige-se com a família a Vilamoura. "Conheço bem Lisboa e Porto, venho pela primeira vez ao Algarve", diz. Mostra o dispositivo electrónico de identificação do veículo que usa nas auto-estradas espanholas e pergunta se é válido em Portugal. Após um telefonema, a funcionária da EP esclarece que não serve.

Ontem, ao contrário do que sucedeu nos dois dias anteriores, não houve filas para pagamento, mas os automobilistas continuavam a protestar, por acharem as portagens "caras e, ainda por cima, difíceis de pagar". Manuel Horta, emigrante em França, andava de um lado para o outro sem saber o que fazer: "Já fui à policia e nem eles sabem dizer-me como posso pagar as portagens". Andou pela Via do Infante, com a viatura de matrícula estrangeira, sem pagar. Nos Correios disseram-lhe "que o sistema não lia matrículas estrangeiras". A representante da EP encolhia os ombros.

A meio da manhã, chega ao local o director regional da EP. Sobre a confusão do sistema de cobranças, Luis Pinelo, disse ao PÚBLICO que o apoio de informação no local só decorreu no período da Páscoa. Para os restantes dias, existe um número de apoio, que remete para o call center da empresa, em Almada. E acrescentou que na estação de serviço de Olhão existe um "serviço personalizado, a funcionar 24 horas".

O serviço personalizado é o funcionário da bomba que, quando não está a receber os pagamentos do combustível ou a vender chocolates e bolachas, também presta informação sobre o pagamento das portagens. Anton Bergario, de mapa na mão, aproxima-se dele, adiantando que pretende ir a Faro e "talvez um pouco mais adiante". O empregado da gasolineira avisa: "Se não me disser para onde quer ir, não o posso ajudar". O espanhol pretendia, como turista, descobrir a região, sem rumo certo. "Já passou dois pórticos sem pagar", disse o empregado, passando ao lado, para atender novo cliente. Por fim, o visitante admite querer conhecer também Albufeira. "Isto é confuso, muito confuso - o normal seria passar, e no fim pagar", protesta. O empregado, sorrindo, observa: "Isto é todo o dia assim ..."

 

Via Público



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Segunda-feira, 13.02.12


Cientistas da Universidade do Algarve descobrem ser vivo mais velho da Terra

 

O ser vivo mais velho da Terra que se conhece vive mesmo ao lado da Península Ibérica, é uma erva marinha que cresce no Mediterrâneo e pode ter mais de 100.000 anos, de acordo com uma equipa de cientistas que integra investigadores da Universidade do Algarve. A descoberta foi publicada nesta semana na revista Public Library of Science One.

A erva marinha chamada Posidonia oceanica não é uma alga, mas sim uma angiospérmica, ou seja, pertence ao grupo das plantas que dão flores, e é endémica do mar Mediterrâneo. 

A planta tem folhas curtas que podem crescer até ao metro e meio, e apesar de ter flores e reproduzir-se sexualmente, utiliza na maior parte das vezes indivíduos clones para se ir dispersando. O seu crescimento é muito lento, demorando 600 anos para cobrir um espaço de 80 metros nas pradarias subaquáticas do Mediterrâneo.

A equipa liderada por Ester Serrão, do Centro de Ciências do Mar, da Universidade de Algarve, que contou com investigadores de Espanha, analisou a nível genético os espécimes desta planta que vivem em 40 pradarias aquáticas ao longo de 3500 quilómetros do mar Mediterrâneo.

Os resultados revelaram que muitos espécimes são clones uns dos outros, alguns com dezenas de milhares de anos. Um pedaço de erva com 15 quilómetros de largura, que fica ao pé da ilha espanhola Formentera, poderá ter mais de 100.000 anos. 

Esta descoberta demonstra a robustez de um genoma capaz de se adaptar a diferentes habitats, ao longo do tempo. Mas também pode ser a razão do declínio desta planta, cujo genoma poderá não aguentar as rápidas mudanças climáticas recentes: nos últimos 100 anos, a área de distribuição da Posidonia oceanica diminuiu em 10%.

 

Via Público



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Terça-feira, 13.09.11
Xarém com conquilhas

Foi no meio dos preparativos para um animado Festival do Marisco, em Olhão, que provámos o xarém com conquilhas o único representante do Algarve no concurso das sete maravilhas da gastronomia. É um prato que nasce do encontro da serra com o litoral. É com ele que termina a série dedicada a 21 maravilhas da gastronomia portuguesa.

Lá fora está quase a começar um barulho ensurdecedor. Está montado o palco para o Festival do Marisco de Olhão, são esperadas milhares de pessoas, há fileiras e fileiras de mesas e cadeiras brancas, muito arrumadas à espera da multidão que a partir do final da tarde há-de encher o Jardim do Pescador Olhanense para comer o marisco do Algarve.

Daí a pouco vão começar os ensaios de música, e vai deixar de ser possível conversar. Mas por enquanto ainda se consegue ouvir o que José Manuel Alves, grão-mestre da Confraria dos Gastrónomos do Algarve, tem para dizer. Encontramo-nos à porta do Restaurante O Horta, em frente do qual foi montado o festival. Lá dentro, Nuno Horta, que é, com a irmã, proprietário do restaurante, está numa azáfama para servir os almoços até às três, hora a que vai mudar-se de armas de bagagens para o recinto do festival.

Mas temos tempo para o que viemos aqui fazer: provar o xarém com conquilhas, o único prato que representa o Algarve na fase final do concurso para escolher entre 21 as sete maravilhas da gastronomia portuguesa. José Manuel Alves não se conforma por ver que uma região com uma gastronomia tão rica chegou apenas com um prato à final. E para provar que é verdade traz até uma lista com alguns exemplos de pratos um levantamento que, como grão-mestre da confraria, tem vindo a fazer de receitas que, em alguns casos, já só os mais velhos sabem fazer. São iguarias como ostras na brasa, papas de milho com presinhos de porco, de Cacela Velha, sopa de vagens, jantar de grão ou cozinha de batata, de Cachopo, na zona de Tavira, ou sopa montanheira e chícharos à moda de Estói.

Enfim, mas não podemos deixar que esta riqueza gastronómica nos distraia do propósito que aqui nos trouxe: o xarém. "A gastronomia algarvia é uma das mais ricas de Portugal, precisamente porque é muito difícil encontrar outra que reúna o litoral, o barrocal e a serra".

O xarém é um exemplo disso. "O litoral era a parte mais pobre do Algarve e os habitantes iam à serra e trocavam os mariscos e o peixe pelo milho". É desta junção do milho da serra com as conquilhas do mar que surge o xarém, prato de pobres, em que até o que parece bocadinhos de carne é pão frito a imitá-la.

Portanto, se há uma palavra-chave nesta história ela é: milho. "A serra vivia muito dos milhos e da caça". A história do milho no Algarve começa com os árabes, que introduziram um tipo de milho mais grosso na região onde, até então, só havia "um tipo de milho miúdo que ninguém comia". O clima era bom, e havia outra vantagem é que enquanto o trigo, por exemplo, pagava tributo, o milho estava isento. Não é por acaso que o xarém tem este nome. A palavra, explica José Manuel Alves, vem do árabe "zerem", embora em algumas zonas do Algarve lhes chamem apenas papas de milho.

Começaram-se, portanto, a fazer as papas de milho, que podiam ser mais ralas ou mais grossas, e neste caso como acontece ainda hoje podiam até ser comidas à fatia. Depois foi só juntar-lhes as conquilhas, os bocadinhos de pão frito (com a gordura da fritura, para dar sabor) e uns bocadinhos de toucinho.

Era assim e continua a ser: o que faz um bom xarém é um bom milho. "Se tiver um bom milho, o xarém aceita tudo o que se lhe puser." E o conselho de José Manuel Alves é ir por exemplo à praça de Portimão, procurar a zona onde estão os monchiqueiros (os de Monchique), e comprar-lhes uns milhos ou uma farinha para xarém. "As casas da serra costumavam ter uma mó manual, a molineta, que vem do tempo dos romanos, e da qual sai um milho relativamente grosso."

Mais um conselho: nunca deixar de mexer as papas enquanto estas estão ao lume. "Quando começam a fazer barrigas de velha [pequenos balões de ar], já estão em condições." E, se se quiser ser criativo, pode-se juntar outros ingredientes. "Há as papas da caldeirada, ou com sardinhas, outros servem o xarém com camarão."

Nuno Horta traz para a mesa um xarém (que vamos comer como entrada) de um amarelo vivo, muito gostoso e cheio de conquilhas. Há quem o coma como prato principal, mas nós vamos ter ainda uma dourada grelhada acompanhada com açorda de marisco, e um vinho algarvio, o João Clara, que Nuno Horta diz não se cansar de promover porque já é tempo de os restaurantes algarvios apostarem nos bons vinhos da região.

José Manuel Alves continua a contar como o encontro entre o mar e a serra deu coisas únicas à cozinha algarvia. "Num espaço de cinco quilómetros encontramos dez receitas diferentes". Anda pelas aldeias a perguntar 'então, aqui onde é que se come bem?' e há sempre alguém que diz 'ah, ali a dona Maria é uma grande cozinheira', e depois a dona Maria tem uma vizinha que também sabe umas receitas. E José Manuel Alves que tem também o siteGastronomias, com um roteiro gastronómico de Portugal toma nota para no fim-de-semana, em casa, experimentar e ver como resulta. Tem encontrado coisas que o deixam encantado, como o cozido de grão com pêra corno, e várias receitas com outro produto que foi uma importante base da alimentação na serra, as castanhas. Ou ainda uns milhos aferventados, cuja confecção ele explica agora. "Começa-se por escolher uma boa lenha para fazer uma boa cinza. Põe-se a panela ao lume e quando começa a ferver põem-se os milhos e peneira-se lá para dentro um bocado de cinza." Os milhos são cozinhados nessa água com a cinza.

Mas chega de receitas. Nuno Horta já tem tudo arrumado para ir para o Festival do Marisco, e nós, depois de terminarmos um excelente D. Rodrigo (doce algarvio feito de ovos e acúçar e embrulhado em papel de prata), temos que sair do restaurante ("ao menos o D. Rodrigo podia estar entre os candidatos ao concurso", lamenta ainda o confrade).

O barulhento ensaio de música já começou, perante o olhar atento de alguns curiosos que pararam à entrada do recinto. No interior, há já muita gente a trabalhar. São sobretudo mulheres, à volta de grandes panelas, numa espécie de linha de montagem em que uma corta as batatas, outra os pimentos, outra as cebolas e os alhos.

Ainda está tudo cru. José Manuel Alves brinca perguntando se se pode provar alguma coisa, as mulheres riem e dizem que só mais logo. "Ainda não está nada cozinhado." Vai haver mariscadas, feijoadas de marisco, marisco de todas as formas, e até paellas. O xarém também estará lá, mas nem todos os restaurantes o servem. Apesar disso, há um espaço próprio para as pessoas irem votar nele para o concurso das maravilhas. No espaço do Restaurante O Horta há um grande cartaz a lembrar a maravilha que o Algarve tem a concurso. Mas José Manuel Alves não se conforma ainda está a pensar em todas as outras maravilhas algarvias que ficaram esquecidas.

 

Receita

 

Põem-se as conquilhas (um quilo, para cinco pessoas) de molho em água e sal para largarem a areia. Leva-se ao lume uma panela com três litros de água temperada com sal. Assim que a água estiver morna começa a deitar-se o milho em chuva. Vai-se mexendo sempre com uma colher de pau. Entretanto corta-se o toucinho (200g) em bocadinhos e frita-se, assim como quadradinhos de pão. Deita-se no milho que está a cozer. Quando o milho fizer barrigas de velha, juntam-se as conquilhas que abrirão dentro do milho (outra versão é abrir as conquilhas fora, numa frigideira, e juntá-las depois às papas de milho). Pode-se também juntar coentros picados. No final junta-se uma colher de sopa de banha, rectifica-se de sal e serve-se.  

 

Via Público

 



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Sexta-feira, 08.04.11
O cozido é um dos pratos em competição
 
O cozido é um dos pratos em competição (Daniel Rocha)
 
Sua Excelência a Gastronomia Portuguesa apresentou-se hoje no Palácio Nacional de Queluz. Foram 70 receitas, entre entradas, sopas, peixes, mariscos, carnes, caça e doces, que se apresentaram formalmente para disputarem entre si uma das 21 vagas do concurso “7 Maravilhas da Gastronomia”, o qual terá o seu epílogo em Setembro. Dentro de um mês se saberá quais as iguarias, representativas de todo o país, serão seleccionadas para o passo seguinte da prova.

Olhar, cheirar, sentir, saborear e até ouvir a panóplia de pratos apresentados não é apenas uma imensa festa dos sentidos proporcionada pela gastronomia tradicional (ou quase, porque na lista ontem divulgada também surgem produtos locais e regionais). É também mergulhar num vasto leque que abrange áreas tão vastas como a preservação do património, a saúde e até o ambiente.

A ideia de que a gastronomia é apenas um pretexto para reunir em torno de uma mesa um conjunto de pançudos cujo único objectivo é atulharem-se de carniça e vinhaça há muito que não colhe, conforme salientou Madalena Carrito, presidente das Confrarias Gastronómicas. Comer e divulgar os pratos nacionais é uma forma de promover a cultura, de aproximar as pessoas e os locais. E como é que isso se faz? Com uma canja de borrego, por exemplo. Este prato, típico da Beira Interior, pode bem ser um chamariz para atrair aos restaurantes da região os turistas suficientes para gerarem negócios, dinheiro, postos de trabalho.

Mais importante do que tentar (embora mentalmente) saborear cada um dos 70 pratos apresentados em Queluz, é dizer que quando se iniciou o concurso, a 7 de Fevereiro deste ano, apareceram nada mais nada menos do que 433 candidaturas vindas de todo o país.

Das migas à sericaia

Uma primeira triagem, feita por especialistas gastronómicos e pessoas ligadas ao sector da restauração e turismo, reduziu o leque para os 70 pratos agora divulgados. Com algumas surpresas (hoje houve quem perguntasse pelo arroz doce e pelo leite creme), surgiu a região do Alentejo como a mais representada. 

Rica em aromas (longe vão os tempos em que, por necessidade, as ervas de cheiro aguçaram o engenho dos trabalhadores agrícolas para enganarem a fome), a gastronomia alentejana aparece com 12 candidaturas nesta fase da prova. Tem duas presenças (pezinhos de coentrada e presunto de Barrancos) entre o leque das dez entradas, três nas sopas (açorda à alentejana, gaspacho com carapaus fritos e sopa de cação), uma nos pratos de peixe (açorda de bacalhau), uma nas carnes (migas alentejanas), duas na caça (arroz de pombo bravo com hortelã e empada de coelho bravo com arroz de pinhão e passas) e mais três nos doces (encharcada do Convento de Santa Clara, pão de rala e sericaia). De facto, o Alentejo só não aparece representado nos mariscos, apesar de ter uma área costeira maior do que qualquer outra região do país.

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 08:05 | link do post | comentar

Quarta-feira, 16.02.11

Fui levantar dinheiro a um multibanco e dei de caras com a imagem de Zezé Camarinha e por cima o slogan: "Camone and learn english" (Venha e aprenda inglês). Aprender inglês contigo, meu bronco? Pensei.

A publicidade negativa não deixa de ser publicidade. Mas a publicidade contraproducente pior do que negativa é imbecil. E este é um caso sério de estupidez publicitária. Uma escola que supostamente se dedica ao ensino do inglês escolher este personagem para ser a cara oficial de uma campanha publicitária de grande alcance, parece-me tão inteligente como num anúncio a um novo automóvel a marca que o construiu garantir que com este modelo o mais certo é você morrer ao volante.

 

Qual é o pai ou mãe com cérebros a funcionar normalmente que ao depararem com um anúncio deste calibre, e que até estejam a pensar colocar os filhos numa escola deste género, vão querer que os seus pequenos se transformam em mini-camarinhas no que toca à prática da língua inglesa? Ou ao que quer que seja, já agora. Já viram o que seria a criança num jantar de família dizer à avó "hey darling, put the cream number five!" e frases como: "No english, no babes" ou "Camone pá beach baby".

 

Não havia mesmo ninguém decente? Tinha de ser esta figurinha? Até na publicidade temos de nos armar sempre em chico-espertos da Europa? Escolher o labrego da praia da Rocha? Confundir inovação e criação com ignorância e miserabilismo na transmissão de uma mensagem que mexe com a educação de crianças? Escolher um homem capaz de dizer coisas brilhantes do género: "A nossa juventude é uma desgraça! Só tenho pena de eu andar sozinho neste jogo do engate aqui no Algarve! A juventude hoje em dia só pensa em drogas e em futebol! Tenho pena de não deixar nenhum sucessor!" (SIC, 2003); "Quando era miúdo a minha mãe, que era cozinheira num restaurante aqui da praia de Portimão, dava-me óleo de fritar o peixe, depois bronzeava-me com ele e punha uma toalha aqui e outra lá ao fundo onde vê aquele chapéu de sol da Sprite... Tudo o que fosse camone e invadisse este espaço, marchava logo!" (TVI, 2000); "Você duvida da minha machidade? Eu sou mesmo macho e tudo o que digo, faço. Se duvida vamos ali para trás do cortinado e tira as dúvidas! Nem precisa esgalhar-me o pessegueiro, a alavanca sobe automaticamente!" (SIC - dirigindo-se a Paula Coelho, apresentadora da SIC Notícias, que o havia acusado de "muita parra e pouca uva"); "Quando morrer quero que o meu pénis seja embalsamado e cremado, e que as cinzas sejam espalhadas por estas praias do Algarve, desde Lagos a Faro, que é o meu território de caça. Deste modo as praias serão purificadas. Claro que haverá cinza suficiente!" (SIC, 2002); "Eu na outra reencarnação devo ter sido um penso "isofrenico", daquelas da Evax ou da Insóniapois adoro andar entre as pernas das mulheres!" (SIC Radical, 2002). Será preciso dizer mais alguma coisa?

 

Se eu tivesse filhos, não teria qualquer dúvida em relação à escola onde eles nunca, mas em altura alguma, iriam aprender inglês.

 

Via 100 Reféns



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