Quarta-feira, 20.06.12

TIRARAM O TAPETE AOS ALUNOS COM DISLEXIA

Não se sabe quantos alunos portugueses têm dislexia. Os problemas variam entre dificuldades de leitura, de compreensão, de ortografia ou de matemática. Um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro concluiu que 5,4% dos alunos do 1º ciclo são disléxicos, mas, segundo a Associação Portuguesa de Dislexia, o número «é muito maior».

Até este ano letivo, essas crianças eram acompanhadas pelo Departamento de Educação Especial de cada escola, que construía os testes e os exames consoante as suas dificuldades. Era esta equipa de professores especializados, encarregados de educação, terapeutas e psicólogos que definia, caso a caso, o Programa Educativo Individualizado dos alunos disléxicos e os «critérios de adaptação» nos momentos de avaliação. Da chamada adequação das condições de avaliação, constavam possibilidades como a não pontuação dos erros, a redução do número de questões ou do texto, o prolongamento do tempo ou a leitura do enunciado.

«Em abril, o Júri Nacional de Exames alterou as regras. Os exames passaram a ser todos nacionais e deixou de ser permitida a leitura do enunciado», criticou a presidente da associação, Helena Serra, aotvi24.pt

Ministério da Educação mudou as regras dos exames apenas em abril. Caso de Constança é apenas um entre «milhares»Esta decisão ganhou relevo com a história de Constança, a menina de 14 anos de Odemira que está a ser obrigada a realizar os exames do 9º ano em igualdade de circunstâncias com os outros alunos. «Tiraram o tapete a milhares de alunos que usufruíram de adequações durante todo o ano letivo. As adequações não são nenhum favor que lhes estamos a fazer, é apenas o reconhecer que têm um cérebro especial», disse.

O ministro Nuno Crato garantiu que os casos de alunos disléxicos serão analisados «um a um». No entanto, e apesar das recomendações da escola, da terapeuta, da Direção Regional de Educação e até do Provedor de Justiça, Constança teve de ler o enunciado sozinha e não conseguiu completar o exame de Português por falta de tempo. O ministério alega que um aluno só pode completar o 9º ano se dominar o Português e a Matemática. «Concordamos nesse aspeto, mas só para um cérebro que processa as palavras normalmente. Um aluno disléxico tem pequenos distúrbios no processamento. Ao retirarmos-lhes esses direitos nos exames, estamos a colocá-los em desvantagem logo na linha de partida», explicou Helena Serra.

Nos exames nacionais está garantida a utilização da Ficha A, uma lista de possíveis erros destes alunos, sinalizados pelo departamento especial e pelo diretor de turma, e enviada ao corretor para que não os pontue. «O ministério diz que os alunos não vão ter mais benesses porque já têm a Ficha A, mas só os erros escritos é que não serão pontuados. Então e a dificuldade de leitura ou de compreensão? O ministério esqueceu-se de pensar nos efeitos da má interpretação...», lamentou a professora especializada em educação especial.

A Associação Portuguesa de Dislexia está a aconselhar os pais de alunos disléxicos a enviarem queixas para o ministério, onde já entregou uma petição com mais de 1200 assinaturas. Entretanto, vai enviar uma carta ao secretário de Estado da Educação com um conjunto de propostas, entre as quais a possibilidade de, durante a inscrição nos exames, as adequações realizadas ao longo do ano poderem ser descritas no impresso.

Propõe-se ainda um «modelo de 50 horas de formação específica para os professores», prioritariamente os da educação especial. Segundo Helena Serra, «os alunos não estão a ser apoiados por professores especializados e, quando começam a patinar, têm apoios educativos», que são «uma falácia do sistema», porque estes educadores têm «a mesma formação de outro qualquer». «Os alunos precisam de pessoas que saibam o que estão a fazer, logo no 1º ano ou mesmo, preventivamente, aos 5 anos», frisou.

A professora é a favor da escola inclusiva, mas apenas se isso se traduzir em «turmas reduzidas» e com o «apoio de um professor especializado» em dislexia.

 

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publicado por olhar para o mundo às 19:47 | link do post | comentar

Sábado, 28.04.12

Universidade de Coimbra é uma das que escreveram cartas aos devedoresUniversidade de Coimbra é uma das que escreveram cartas aos devedores (Foto: Nelson Garrido)


Dezenas de recém-licenciados podem ver os seus graus anulados por causa da existência de propinas em atraso. As universidades estão a fazer um esforço para recuperar milhões de euros de dívidas existentes. Nas últimas semanas, enviaram cartas aos antigos alunos dando-lhes uma última oportunidade para regularizarem a situação. Caso não a resolvam, podem ser alvo de penhoras ou, em último caso, ver cancelados os actos curriculares relativos a esses anos lectivos.

 

Nas três instituições que disponibilizaram os valores em dívida, a verba chega aos 3,6 milhões de euros. Na Universidade do Minho, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Coimbra há mais de 4500 antigos alunos em incumprimento. As universidades estão a cobrar uma taxa de juro de mora, aplicável às dívidas ao Estado, e cujo actual quadro legal fica em 1% ao mês, até um máximo de 7%. A Associação Académica de Coimbra defendeu um perdão de juros, mas a reitoria da universidade mais antiga do país recusa essa possibilidade.

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 17:28 | link do post | comentar

Quarta-feira, 29.02.12

A insegurança e casos de violência em contexto escolar motivaram os responsáveis de uma empresa do Porto a criar um curso de segurança pessoal para professores que hoje se realizou com a participação de quase duas dezenas de docentes.


A maioria dos participantes são professores em escolas do ensino básico e secundário e alguns já passaram por situações “desagradáveis” na sala de aula.

Professora há 14 anos, de inglês/alemão, Isabel Almeida contou à Lusa que os problemas começaram logo no início da carreira.

“Eu era novinha e baixinha, eles eram adolescente, revoltados e estavam na escola contrariados. Foi muito difícil”, admitiu, referindo que “as asneiras e os insultos” eram e são as situações mais frequentes com que depara na sala de aulas.

Nunca foi agredida fisicamente, mas esteve “muito perto”. Em declarações à Lusa, Isabel Almeida relatou um caso já ocorrido este ano lectivo e que está a ser alvo de um processo disciplinar.

“Senti que [o aluno] estava prestes a pegar numa cadeira para me atirar. A minha tendência foi afastar-me, mas eu não podia fugir da sala de aula, tinha mais 20 alunos ali. Sabia que tinha de fazer qualquer coisa para tentar acalmá-lo, mas fiquei indecisa, sem saber o que fazer”, admitiu.

Assim, quando teve conhecimento de um curso de defesa pessoal para professores, não hesitou. Como ela chegaram à SMD (Sistema Marcial de Defesa) outros colegas, uns já com histórias idênticas para contar, outros apenas para saber como agir perante uma eventual situação de violência, seja na escola ou no dia a dia.

A postura corporal, de autoconfiança e de autoridade, frases curtas e sem margem para discussões. São conceitos que os formadores (todos elementos de unidades especiais de forças policiais) não se cansam de repetir, ao longo da formação.

Da teoria passou-se à prática e os professores foram chamados a recriar situações de confronto, uns no papel de alunos indisciplinados, os outros na sua função habitual.

Os formadores Ricardo Lisboa, fundador do SMD, Nuno Horta e Hélder Pinto, vão ensinando os “truques simples, mas eficazes” que os docentes podem usar quando confrontados com situações “menos agradáveis”.

Os três responsáveis ministraram já acções idênticas para profissionais de saúde e programam para breve uma outra para jornalistas.

O SMD resulta da pesquisa de várias artes marciais e métodos de defesa pessoal, como o Jiu Jitsu Brasileiro, Muay Thai, Boxe ou defesa pessoal policial e militar.

Na empresa são ministrados treinos para o cidadão comum, vítimas de violência, doméstica ou em contexto escolar, de ‘carjacking’, ‘homejacking’, e todas as situações de violência às quais a pessoa está exposta.

Professora, mas no ensino superior, Cristina Cunha, de 28 anos, nunca se confrontou com nenhuma situação de violência, mas quer conhecer “os procedimentos” correctos. Viu a informação sobre o curso no site e decidiu participar para “saber como reagir perante determinados ‘ataques’. É uma mais-valia”.


publicado por olhar para o mundo às 17:35 | link do post | comentar

Quarta-feira, 06.07.11
Um livro para professores e, sobretudo, para os pais.
Um livro para professores e, sobretudo, para os pais.

Nos últimos anos, quando a conversa chegava à educação eu tinha sempre a mesma resposta: "o meu ministro da educação é Nuno Crato" . Razão? O livro que está aqui à direita, que é uma espécie de sistematização das ideias certeiras de Crato para a educação. Que ideias são essas? De forma clara, Crato defende uma revolução pedagógica e cultural, criticando - sem piedade - o eduquês reinante. Crato quer exigência, e não facilitismo. No fundo, Crato acaba por defender que os desejos do aluno não devem ser o centro da escola. O centro da escola deve ser, isso sim, o conhecimento transmitido pelo professor. Porque a escola não é um recreio, não é um passatempo, e os professores não são babysitters. Porque os adolescentes não vão ser sempre adolescentes. Porque é preciso preparar esses jovens para a vida adulta, para a cidadania e para o mundo do trabalho.

 

Portanto, mais do que o - esperado - trabalho técnico de reorganização das escolas e demais blá blá burocrático do ministério, espera-se de Nuno Crato uma mudança cultural de fundo. E esta mudança cultural começa em casa, com os pais. É por isso que digo que este livro devia ser lido pelos pais antes de ser lido pelos professores. Em Portugal, o problema da escola não se resolve enquanto os pais não forem exigentes com os filhos. Tal como defende Crato,

 

"O que precisamos é de perceber que a autoridade dos pais deve ser exercida não criticando os professores por serem exigentes, mas ajudando os professores a serem exigentes. É raríssimo um pai entrar numa escola por o aluno ter boas notas. Em contrapartida, aparecem muito frequentemente pais a queixar-se das fracas notas dos filhos, sem estarem preocupados com saber se eles de facto sabem ou não sabem o correspondente às notas".

Este é o grande problema da nossa escola. Mas, apesar de ser da escola, este problema começa em casaSe uma criança é ensinada no facilitismo pelos próprios pais, como é que um estranho - o professor - pode pedir exigência à dita criança? É impossível. Tudo o resto (avaliação dos professores, as direcções regionais, os exames nacionais, etc.) está situado a jusante desta questão central: os pais portugueses querem ser pais exigentes ou amiguinhos complacentes dos filhos? Se conseguir impor esta discussão cultural à sociedade portuguesa, o consulado de Nuno Crato ficará na história da 5 de Outubro.

 

Via Expresso



publicado por olhar para o mundo às 17:48 | link do post | comentar

Sábado, 12.02.11

 

70% copia na universidade

 

Para ter vergonha é preciso ser apanhado? Se a resposta for sim, a explicação da dimensão da fraude académica nas universidades portuguesas pode estar na diferença entre os alunos que admitem copiar e os que são apanhados: 70% já copiaram num exame e apenas 2,4% foram apanhado. Os dados são de um novo estudo sobre integridade académica coordenado por Aurora Teixeira, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Para a investigadora, que nos últimos anos tem contribuído para a literatura internacional sobre o tema, os resultados revelam um verdadeiro flagelo no meio académico.

A análise preliminar, avançada ao i, tem por base as repostas de 5403 estudantes de mais de 400 cursos e uma centena de escolas. Neste estudo Aurora Teixeira quis aprofundar os resultados de um inquérito realizado em 2005 junto de alunos de Gestão e Economia, centrado na cópia em exames. O novo inquérito realizou-se entre Maio e Julho de 2010 e questionou alunos de todas as áreas sobre comportamentos como o plágio, a compra de trabalhos ou assinaturas falsas em folhas de presença. 

Os resultados revelam que mais de metade dos alunos acredita que se copia deliberadamente e não porque a oportunidade surge ou por uma situação de pânico durante a prova. Pode concluir-se também que há uma continuidade neste tipo de comportamento: o estudo anterior, embora com alunos diferentes, revelava uma propensão para copiar de 62%. A percepção geral dos estudantes é que as práticas são reprováveis, mas não muito. Os alunos entendem ainda que haveria menos comportamentos desonestos se estudassem mais e organizassem melhor o tempo, mas também se os professores se interessassem mais pela sua aprendizagem. 

Para Aurora Teixeira, a experiência académica em Inglaterra e os estudos comparativos sobre este tipo de fraude permitem concluir que em Portugal existe uma lacuna na forma como as instituições lidam com o problema. "O comportamento desculpabilizante é transversal a toda a sociedade", defende. "Quando falamos com alguém que tem alguma responsabilidade nas escolas sentimos que a questão da ética é relegada para segundo plano." Apesar de Portugal não ter taxas de incidência tão elevadas como outros países europeus, por exemplo a Polónia (ver texto ao lado), Aurora Teixeira frisa que as amostras portuguesas têm sido sempre maiores nos estudos comparativos, o que poderá ter atenuado a dimensão do problema.

 

Via Ionline

 



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