Domingo, 06.05.12

A versão de O Grito que foi a leilão era a única em mãos privadas (Foto: Andrew Burton/ Reuters)
Posters, t-shirts, referências em filmes e séries de animação. A imagem de O Grito, de Edvard Munch, está em todo o lado.
Todos a conhecemos, num fenómeno global apenas comparável ao da Gioconda, de Leonardo da Vinci. E agora há os 119,9 milhões de dólares (91 milhões de euros) pagos na quarta-feira no leilão da Sotheby"s, em Nova Iorque, que estabeleceram um recorde absoluto de venda de uma obra de arte em leilão.
O que é que O Grito tem? "Fala por toda a gente, já todos nos sentimos sozinhos e desesperados em algum momento da nossa vida", disse à BBC David Jackson. Segundo este professor de História da Arte Escandinava da Universidade de Leeds, "o impulso de olhar para as coisas que nos incomodam é parte fundamental da condição humana".
Com um ar desesperado, de boca aberta em esgar e as mãos na cabeça, numa ponte com duas pessoas ao fundo, e um horizonte com cores garridas, a figura central do quadro transmite uma angústia que tem atravessado décadas, mantendo-se sempre actual. À época da realização da obra, Munch estaria a retratar o seu próprio estado de espírito, que, como escreveu Jonathan Jones, crítico de arte do britânico The Guardian, vivia infeliz e alienado do mundo por não estar a ser reconhecido pelo seu trabalho. Hoje, facilmente qualquer pessoa se pode identificar com esse estado e, por sua vez, com o quadro.
O psicólogo da Universidade de Reading Eugene McSorley compara o efeito com o suscitado por registos de pessoas em sofrimento. "É muito difícil para as pessoas ignorar estas imagens. Não conseguem desviar o olhar", disse à BBC sobre o quadro que deixou de ser apenas o grito de desespero de Munch para se tornar no grito da modernidade.
Petter Olsen, o norueguês que levou o quadro à praça, vai mais longe na definição da obra e fala do "momento terrível em que o homem percebe o seu impacto na natureza e as mudanças irreversíveis que iniciou". Daí a decisão de o vender ao fim de tantos anos. "Sinto que é o momento para oferecer ao resto do mundo uma hipótese de ter e apreciar este incrível trabalho, que é a única versão de O Grito [das quatro existentes] que não está num museu da Noruega", disse o empresário, cujo pai foi amigo e patrono de Munch, tendo adquirido vários quadros ao artista.
"É preciso saber quando é que temos de largar as coisas", disse à televisão norueguesa NPK o empresário, que, com o dinheiro da venda, vai financiar um novo museu, um hotel e um centro de arte na Noruega.
Sobre o actual comprador nada de sabe, existindo rumores de que poderá ter sido adquirido pela família real do Qatar, que no final do ano passado comprou Os jogadores de cartas de Paul Cézanne por 190 milhões de euros.
Retirado do Público
Terça-feira, 13.03.12
Grupo de investigadores trabalham na obra de Giorgio Vasari (AFP)
Um grupo de investigadores acredita ter encontrado traços de um fresco inacabado de Leonardo da Vinci, escondidos atrás de uma obra de Giorgio Vasari no Palazzo Vecchio, em Florença, Itália. A novidade foi apresentada esta segunda-feira em conferência de imprensa, apesar de a investigação ainda estar numa fase inicial.
Os resultados, que ainda não são conclusivos, como explicaram os investigadores, só foram possíveis através do recurso a micro-câmeras e a sondas, que atravessaram o fresco de Giorgio Vasari, que decora uma das salas principais do Palazzo Vecchio. A operação, que ainda não terminou, já está a causar alguma controvérsia, uma vez que estão a ser feitos alguns buracos, ainda que pequenos, na obra, para que o fresco possa ser penetrado.
A prova mais evidente de que uma obra de Leonardo da Vinci poderá estar por baixo do fresco de Vasari é, segundo a BBC, o pigmento preto descoberto, que é o mesmo usado em “Mona Lisa”. Ainda existe muito trabalho para ser feito mas, se estes resultados se confirmarem, esta será uma das grandes descobertas na história da arte nos últimos anos.
“Esta informação é muito encorajadora”, disse à imprensa, citado pela BBC, Maurizio Seracini, professor de história de arte na Universidade de San Diego (EUA) e responsável pelo grupo de investigação, explicando que “apesar de a investigação estar numa fase preliminar, as evidências sugerem que estamos a investigar no sítio certo”.
Mas para o historiador de arte Tomaso Montanari, que lidera o movimento contra a investigação, tendo já lançado uma petição para que acabem os trabalhos na obra, os resultados apresentados hoje não são credíveis. “O que é que eles querem dizer quando afirmam que a descoberta é compatível com Leonardo? Qualquer quadro do Renascimento pode ser. Qualquer coisa daquela época pode ter sido pintada naquela parede, O que falta aqui é uma equipa científica neutra com autoridade para avaliar isto”, disse Montanari à BBC.
Para provar a teoria de que Giorgio Vasari pintou a obra “La battaglia di Marciano” em 1563 por cima de uma inacabada “La battaglia di Anghiari”, de Leonardo da Vinci, a equipa de investigadores, que obteve a permissão para trabalhar na obra no ano passado, ainda vai desenvolver outros testes e analises químicas. No entanto, surgem cada vez mais críticas, que apelidam o trabalho de investigadores de uma “operação publicitária ao estilo Dan Brown”, autor do best seller “O Código Da Vinci”.
Numa entrevista à Reuters, Terry Garcia, vice-presidente da Sociedade Norte-americana de Geografia, que apoia a investigação, não dá importância às críticas. “Penso que demonstrámos que aqueles que dizem que um trabalho de Leonardo não está atrás daquela parede estão errados”, disse o responsável, assegurando que a obra de Vasari não corre perigo. “Todos os buracos que foram postos no mural foram todos em áreas que já tinham anteriormente sido restauradas ou em fissuras, por isso o original de Vasari não foi tocado”, garantiu.
Há muito tempo que muitos críticos e investigadores defendiam que Leonardo da Vinci teria sido o primeiro artista a desenhar e pintar aquele fresco, representando uma cena épica de uma batalha com cavalos, e que depois a obra foi encoberta quando Giorgio Vasari foi convidado em 1563 para aumentar e terminar o trabalho, já que Leonardo terá abandonado a obra, antes de a terminar.
No entanto, de forma a não destruir o trabalho do mestre do renascimento, Vasari terá desenvolvido a sua obra sobre uma outra parede que construiu por cima da obra de Leonardo da Vinci.
Na conferência de imprensa, Maurizio Seracini explicou ainda que uma evidência de como Vasari protegeu a obra de Leonardo é a mensagem que escreveu na bandeira de um dos solados que diz: “Quem procura, encontra”.
Via Público
Domingo, 18.12.11
O artista de graffitis mais conhecido do mundo nunca perde uma oportunidade para dar nas vistas com obras de arte satíricas, humorísticas e sempre controversas. Este Natal não foi excepção. O mais recente 'presente' de Banksy consiste no busto de um padre com o rosto 'pixelizado', numa clara provocação aos escândalos de abusos sexuais que envolveram a igreja católica.
O seu nome é Cardinal Sin (Cardeal Pecado), mas só através dos seus adereços e vestiário se entende que se trata de facto de uma qualquer personalidade da igreja católica. Quem, é impossível de saber. O rosto do cardeal desconhecido encontra-se escondido atrás de azulejos, dando a sensação de imagem 'pixelizada', usada frequentemente em televisão ou em fotografias para esconder a identidade do sujeito representado.
O objectivo é claro: provocar a igreja católica numa sátira aos escândalos de abusos sexuais de menores que, segundo Banksy, envolvem diversos padres em várias cidades do mundo e são constantemente abafados pela igreja.
A ironia, essa, está em todo o lado. Começando pelo facto de atribuir um busto – símbolo de enaltecimento – a uma entidade que critica e terminando no facto de 'proteger' a identidade do criminoso, ao invés da vítima.
Sempre em jeito de provocação, Banksy considera o seu mais recente trabalho um presente de Natal, já que, por um lado, o Natal é uma época extremamente vinculada à igreja católica mas, por outro, é também uma época onde é «fácil esquecer o verdadeiro significado do cristianismo – as mentiras, a corrupção, os abusos», confessou o artista num comunicado divulgado pela BBC.
O presente foi entregue esta quarta-feira à Walker Art Gallery, em Liverpool, onde vai permanecer por tempo ilimitado. Na sua nova casa, o Cardinal Sin vai estar ladeado de obras de arte religiosa do século XVII, como um retrato do arcebispo de Sevilha, de 1673, ou uma representação da Virgem de Rubens.
A obra de Bansky foi aceite sem hesitação na galeria. «O que me interessa é que, depois de uma pessoa olhar para a estátua, comece a ver as restantes peças com outro olhar, procurando as mensagens menos óbvias que os artistas quiseram fazer passar», confessou Reyahn King, directora das galerias de arte dos Museus Nacionais de Liverpool.
Esta é apenas a segunda vez que o polémico 'artista de rua', cuja verdadeira identidade não é conhecida, cria trabalhos específicos para uma galeria. A estreia foi em 2009 numa exibição no Museu e Galeria de Arte de Bristol, que atraiu 300 mil pessoas em 12 semanas.
Via Sol
Domingo, 11.12.11
Autor admite que gosta dos jogos com cores e animais (Foto: Rui Soares)
Maioria dos transeuntes aprecia intervenção de arte urbana, mas há quem critique sujidade e desmazelo na zona envolvente.
Lisboa tem uma nova atracção turística. Graffitado há poucos dias numa empena nas traseiras da Avenida da Liberdade, o gigantesco cavalo não passa despercebido a ninguém - e poucos são os visitantes da cidade que resistem à tentação de o captar com um disparo da máquina fotográfica.
Obra de um homem só, o graffiter espanhol Aryz, o desenho não custou um tostão à cidade. Uma loja e galeria do Bairro Alto ligada a este tipo de arte urbana, a Montana, convidou o artista de 23 anos, e quatro dias depois o cavalo de sete andares de altura coloria o desengraçado prédio branco e cinzento junto ao Teatro Tivoli. "É com orgulho que passamos a ter uma peça de Aryz na cidade", diz Sílvia Câmara, da Galeria de Arte Urbana da autarquia de Lisboa, departamento que se encarregou de encontrar uma fachada suficientemente grande e cujo proprietário estivesse disposto a acolher o trabalho. Sílvia Câmara recorda que os desmesurados trabalhos de Aryz estão espalhados por várias cidades europeias. Só em 2011 o artista pintou na Polónia, em Itália, na Finlândia e ainda na Catalunha, onde mora.
"Fez tudo sozinho, sem ajuda de ninguém", descreve, impressionado, o guarda do estacionamento improvisado que fica ao lado da agora célebre empena. "Chegava às 8h e ficava até ser noite, às vezes até às 22h." E nem os cozidos à portuguesa e outros pratos típicos que foi comendo numa das tasquinhas defronte lhe tolheram os gestos. O pior é mesmo quando lhe perguntam que significado dá ao cavalo, mais ao esqueleto e aos peixes cabeçudos que compõem o desenho. "Quando lhe perguntei, disse que era o imaginário dele. Mais nada", conta a proprietária da tasca. Contactado pelo PÚBLICO através do proprietário da Galeria Montana, Miguel Santos, também desta vez Aryz se mostrou pouco dado a interpretar o seu trabalho: "Ele diz que não há nenhum conceito por trás do desenho. Que gosta destes jogos com cores e animais."
"Obra de mestre"
Um comunicado da Galeria de Arte Urbana dá algumas pistas na descrição de uma obra que lembra, nalguns aspectos, as obras surrealistas de Dali: "Respeitando os vestígios ainda patentes de um edifício contíguo, anteriormente demolido, o autor traçou directamente sobre o reboco cru de toda a empena uma espiral enleada entre o corpo e o esqueleto de dois cavalos, pontuada por certos apontamentos "burgueses" que introduzem um afável humor nas suas obras, como um laço e um chapéu mínimos ou até pequenos peixes que parecem nadar sorridentes em redor das figuras centrais."
São de agrado a maioria das reacções dos transeuntes. "Pelo menos a empena está mais alegre", observa uma moradora, de 75 anos. "É uma obra de mestre", elogia o sócio do restaurante em frente ao prédio. Vizinho do megacavalo, o arquitecto paisagista Ribeiro Telles lamenta que a empena não tivesse sido limpa. "Tem um aspecto de degradação muito feio que o graffiti não resolveu", declara.
Ainda que sem custos envolvidos, o patrocínio pela autarquia de uma forma de arte pouco consensual como é o graffiti suscita críticas. "Qual passa a ser a credibilidade do presidente da câmara, quando multa um miúdo de Chelas que pintou a parede do metro?", questiona o director-geral de uma farmacêutica, Samuel Maurício, de 42 anos. "A cidade devia opor-se a tudo quanto é graffiti", opina. O pior, nota Ana Alves de Sousa, do movimento cívico Forum Cidadania, é nada na zona envolvente ter sido arranjado: "O ecoponto em frente está um nojo, com o lixo todo cá fora; os passeios estão completamente destruídos e o estacionamento no terreno ao lado está todo entrapado à volta, como se fosse clandestino..."
Via Público
Sábado, 15.10.11
Durante o fim-de-semana 35 ateliês de artistas da capital estarão visitáveis entre as 14h e as 19h.
A segunda edição da iniciativa Abertura de Ateliê de Artistas irá permitir que o público possa visitar, gratuitamente, 35 ateliês de artistas plásticos de Lisboa e contactar com cerca de 130 artistas alunos da Faculdade de Belas Artes e alguns artistas franceses convidados pela Associação Castelo d’If, mentora do projecto.
Este é o segundo ano que esta iniciativa, inspirada na Ouverture d’Atelier d’Artistes de Marselha, decorre na capital portuguesa e conta com o apoio da EGEAC (empresa da Câmara de Lisboa), do Turismo de Lisboa, da Direcção-Geral das Artes e do Instituto Francês.
Clique para ver a localização dos ateliês
Via SOL
Terça-feira, 23.08.11

A estação de comboios de São Bento, no Porto, foi considerada uma das 14 mais belas do mundo pela revista norte-americanaTravel+Leisure. Os painéis de azulejos azuis e brancos de Jorge Colaço, que enchem as paredes desta estação da Linha do Norte, colocaram o edifício na mesma lista de outras paragens ferroviárias como a neoclássica Gare du Nord, em Paris, ou Atocha, em Madrid.
Na lista das 14 estações de comboio mais belas, a de São Bento é destacada pela sua fachada em pedra e telhados de mansarda, bem como pelos “20 mil esplêndidos azulejos” criados por Jorge Colaço e produzidos pela Fábrica Cerâmica Lusitana, um trabalho que, segundo a Travel+Leisure, fará qualquer visitante “suspirar”.
O projecto chegou às mãos do artista em 1905 mas só dez anos depois era apresentado ao público, que nas paredes da estação pode ver alguns episódios da história de Portugal como a entrada de D. João I no Porto, para celebrar o casamento com D. Filipa de Lencastre, ou o torneio de Arcos de Valdevez.
Além de São Bento, a Travel+Leisure destaca ainda a beleza da estação de Maputo, em Moçambique, a única escolhida no continente africano, bem como os jardins interiores da estação de Atocha, em Madrid, ou ainda as estações de Kanazawa, no Japão, a Southern Cross Station, em Melbourne, na Austrália, de Sirkeci, em Istanbul, na Turquia, ou a neogótica S. Pancras International, em Londres.
Os Estados Unidos lideram a lista com três estações – a Union Station, em Los Angeles; a Union Station, em Washington; e a Grand Central Terminal, em Nova Iorque.
Na Europa, destaque ainda para a estação central de Antuérpia, na Bélgica. A arquitectura e a decoração da estação Chhatrapati Shivaji, em Bombaim, na Índia, e da estação de Kuala Lumpur, na Malásia, também as colocaram na lista da revista.
Via Público
Sábado, 16.07.11

Quase mil documentos entregues na Livraria Lello
Uma caixa com várias centenas de manuscritos, que se acredita possam ser de Guerra Junqueiro (1850-1923), foi descoberta na colecção duma casa privada, no Norte do país. A notícia foi avançada pela Antena 1, que cita e ouve Antero Braga, da Livraria Lello, a quem o espólio foi mostrado e confiado na tarde de ontem.
Depois de analisar os documentos, o livreiro ficou com a firme convicção de que se trata de manuscritos do autor de "A Velhice do Padre Eterno". "A letra, o tipo de papel, em que se nota a erosão do tempo, mesmo se está em óptimo estado, e também os atilhos usados, além das datas (da década de 1890), apontam todos para que sejam manuscritos de Guerra Junqueiro", reafirmou hoje ao PÚBLICO Antero Braga. O livreiro lembra, de resto, que a antecessora da Lello, a Chardron, fundada em 1869, foi a primeira editora do escritor. E a livraria tem mesmo actualmente em exposição numa das suas paredes uma carta enviada por Guerra Junqueiro a Ernesto Chardron. "A semelhança da letra é clara", diz Antero Braga, que, no entanto, nota que a confirmação da autenticidade da autoria só poderá ser feita por especialistas.
O espólio pertence a um cliente da Lello, que quis manter o anonimato. Antero Braga adianta que os documentos deverão ter pertencido ao bisavô do actual proprietário, que terá sido alguém com relações de amizade e de grande proximidade com Guerra Junqueiro.
O espólio é composto por folhas soltas, cartas e outros textos manuscritos, alguns dos quais "parecem ser projectos de livros", diz o livreiro da Lello. A sua primeira preocupação, em acordo com o proprietário, foi depositar os documentos num banco. Seguir-se-ão contactos com especialistas em Guerra Junqueiro e também com a Biblioteca Nacional, para a definitiva confirmação da autoria.
Antero Braga não sabe ainda que destino é que o proprietário irá depois dar ao espólio. Mas espera que ele possa ser preservado e mantido em Portugal.
Abílio Guerra Junqueiro nasceu em Freixo de Espada à Cinta, em 1850. Estudou Teologia, mas formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Foi funcionário público, e enveredou pela vida política, primeiro como deputado do Partido Progressista, depois abraçando a causa republicana. Como escritor e poeta, tornou-se um dos autores mais populares da sua época, com livros como "A Velhice do Padre Eterno", "Os Simples", "Pátria" e "Horas de Combate". Morreu em Lisboa, em 1923, com 72 anos.
Via Público
Sexta-feira, 08.07.11
Depois do êxito obtido na realização do 1º Concurso de Estátuas Vivas, em Setembro, e do programa de Animações de Natal no Centro Histórico de Setúbal, ambos em 2010, o Teatro do Elefante alarga a iniciativa para o Verão de 2011. O Move.AR – festival de artes de rua de Setúbal - decorre de 8 a 17 de Julho, em diversos locais da cidade, desde a Placa Central da Avenida Luísa Todi, o espaço central do evento, ao Centro Histórico e ao Parque Urbano de Albarquel. A sessão de abertura do Festival decorre no dia 8 de Julho, a partir das 17 horas na Avenida Luísa Todi, que conta com variados momentos de animação, uma amostra do que decorrerá nos diferentes locais nos 10 dias do evento.
No festival são apresentados múltiplos modos de articulação entre as diversas formas de arte, como a Body Art, o happening, aInstalação e a Performance Visual, o Teatro de Rua e, ainda asEstátuas Vivas. Deste modo promove-se a intervenção artística de qualidade em espaços acessíveis a todos os públicos, estimulando as múltiplas formas de colaboração entre as actividades artísticas, as indústrias do lazer e os agentes económicos e turísticos locais, em geral.
A programação está distribuída pelos diferentes locais, durante todo o período do evento, em três momentos do dia, a partir das 10.30horas, na Placa Central serão dinamizadas actividades para crianças, pintura facial, modelagem de balões, malabarismo, instalações, estátuas vivas, entre outras. Na Avenida Luísa Todi está situado o centro do evento, onde podem ser fornecidas informações relativas à programação, mas também visitados e adquiridos objectos de artesanato urbano. O segundo período de programação terá início às 17horas, em locais variados, nos quais decorrem workshops de ilustração e percussão, animações musicais e a dinamização de espaço para bebés, o ‘Recanto’. O terceiro momento de animação começa às22horas, em espaços comerciais localizados na avenida e no Parque Urbano de Albarquel, que recebem projectos de Teatro de Rua, instalações vídeo e música ao vivo.
O
Move.AR dirige-se para
todos os públicos e
as actividades são, maioritariamente de
participação gratuita. O festival é organizado pelo Teatro do Elefante, uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura - DGArtes, e apoiado pela Câmara Municipal de Setúbal. Todas as informações podem ser cedidas pelos contactos do Teatro do Elefante,
elefante@teatrodoelefante.net, 265 535 640 e 927 751 881.
Quarta-feira, 04.05.11
Museu Colecção Berardo abriu em 2007 (Enric Vives-Rubio)
O Museu Colecção Berardo, em Lisboa, é o 50º mais visitado no mundo, segundo a lista divulgada pelo “The Art Newspaper” em relação ao ano de 2010.
Com 964.540 visitas, o museu lisboeta registou um crescimento significativo em relação ao ano anterior, 2009, subindo 25 lugares no top dos 100 museus mais visitados do mundo. Para trás ficaram museus tão conhecidos como o Guggenheim de Bilbao, o Museo Thyssen-Bornemisza, em Madrid, o Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, o Centre Pompidou Metz e a Tate de Liverpool.
Nos primeiros lugares da lista aparecem o Museu do Louvre, em Paris, com 8,5 milhões de visitas, seguido do pelo British Museum, em Londres, com 5,8 milhões e o Metropolitan, em Nova Iorque, com 5,2 milhões de visitantes.
O Museu Colecção Berardo foi inaugurado em 2007, depois de o Estado português ter acordado com o comendador e coleccionador madeirense Joe Berardo a cedência gratuita das obras da sua colecção privada, 862 peças, avaliadas em 316 milhões de euros pela Christie's em 2006.
Na altura, foi criada a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea da Colecção Berardo, cujo contrato prevê a cedência sem custos do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém para fixação do museu até 2016, ano em que o Governo terá a opção de compra da colecção. Só então as obras poderão ser classificadas como património nacional. Desde Abril, o historiador de arte Pedro Lapa é o director artístico do museu.
Da inauguração até ao final de 2010, o museu, que mantém uma política de entradas gratuitas, mostrou 37 exposições e a fundação que o gere adquiriu cerca de 200 novas obras de arte. Factores que terão contribuído directamente para a subida no número de visitas.
Via Público
Quarta-feira, 09.03.11
O quadro mais caro da história das vendas em leilão, "Desnudo, hojas verdes y busto", do espanhol Pablo Picasso, está em exposição, pela primeira vez no Reino Unido, na Tate Modern, em Londres.
"Desnudo, hojas verdes y busto", foi pintado em 1932 por Pablo Picasso que teve como musa Marie-Therese Walter, amante de Picasso no final dos anos 1920 e nos anos 1930.
O quadro, de 162 centímetros de altura e 130 de largura, estará exposto numa nova sala dedicada ao pintor espanhol.
A obra de arte foi vendida o ano passado, num leilão da Christie’s em Nova Iorque, a um comprador anónimo, pelo preço de 77 milhões de euros, preço que estabeleceu um novo recorde mundial para um quadro vendido em leilão.
“Este é um quadro extraordinário de Picasso, estou satisfeito que através da generosidade do proprietário da obra possamos apresentar ao público britânico esta obra de arte”, disse ao “The Guardian” Nicholas Serota, director da Tate.
Até ao momento da sua venda, o quadro fazia parte da colecção americana de Sydney e Frances Brody, uma das mais prestigiadas do mundo da arte moderna. Os coleccionadores tinham comprado a obra em 1951 pelo preço de 14,2 mil euros, que foi apenas exposta ao público uma vez em 1961, para comemorar os 80 anos do artista.
Desconhece-se quem seja o novo proprietário da obra, contudo o “The Guardian” avança que, estando a obra exposta pela primeira vez no Reino Unido, o comprador poderá ter grandes ligações com o país, destacando que o russo Roman Abramovich, proprietário do clube de futebol Chelsea FC, foi um dos licitadores do leilão em Nova Iorque.
Via Público
Sexta-feira, 25.02.11

O festival de animação da capital foi apresentado hoje em conferência de imprensa no cinema São Jorge
A Holanda é o país convidado da 10.ª edição da Monstra, Festival de Animação de Lisboa, que decorre entre os dias 21 e 27 de Março em duas salas de cinema e em seis espaços diferentes da capital.
A animação dos Países Baixos vai ser passada em revista, com destaque para as exibições de The Monk and the Fish (O Monge e o Peixe) de Michaël Dudok de Wit, que foi nomeado para os Óscares nos anos 90. De Wit terá uma retrospectiva, tal como outros nomes sonantes da produção neerlandesa, como Gerrit van Dijk ou Paul Driessen.
Da Holanda para o Japão, outro país em destaque na edição deste ano, os Estúdios Ghibli vão ter também uma retrospectiva em homenagem aos seus 25 anos de existência. Destes estúdios saíram filmes como A Princesa Mononoke e O Meu Vizinho Totoro, do consagrado Hayao Miyazaki. A jovem animação japonesa também está incluída em algumas sessões.
A programação infantil e familiar também estará a concurso na tradicional rubrica Monstrinha.
Como é hábito, o festival desdobra-se em espaços e iniciativas, muitas extra-tela. A formação continua a ser tónica do programa, com workshops em animação e em argumento, além de novidades em diversas masterclasses. Neste caso, é curiosa a que se anuncia a propósito de arqueologia da animação, pelo francês de origem grega Georges Sifianos.
Algumas técnicas inovadoras de animação vão ser demonstradas nestes encontros do público (mediante inscrição) com autores. É o caso do pinscreen, a animação em alfinetes, que será apresentada por Jacques Drouin a 24 de Março na Gulbenkian. Ou a técnica de processing, através de um software próprio, apresentada por Rui Madeira antes da abertura do festival, a 19 e 20 de Março na Escola Secundária D. Dinis.
As exposições integram, naturalmente, a programação. De destacar a que reúne, num só espaço (o Museu da Marioneta), as marionetas e os cenários originais de Dodu, do português José Miguel Ribeiro - famoso pelo Cartoon d Or que recebeu pelo filme A Suspeita - e de Toile de Front, de Marc Mènager e Mino Malan, uma história que nos transporta à I Guerra Mundial, quando um grupo de soldados recolhe algum material de guerra das trincheiras para construir instrumentos musicais e formar, assim, uma orquestra.
Haverá ainda os já tradicionais concertos e algumas originalidades experimentais. O espectáculo A Fábrica, por exemplo, cruza a dança com a animação, e será resultado de um workshop promovido, a 12 e 13 de Março no Teatro Meridional, pela coreógrafa angolana Marina Frangioia e por Fernando Galrito, o director artístico da Monstra, a apresentar no cinema São Jorge no dia 21.
Completam os locais do festival o Cinema City Classic Alvalade, o Museu Nacional de Etnologia e a Fnac, e a programação estará disponível no site www.monstrafestival.com.
Via Sol