"Da Primavera Árabe a Atenas, do Ocuppy Wall Street a Moscovo", pode ler-se na capa da revista norte-americana.
A revista "Time" anunciou que a personalidade do ano de 2011 é o "manifestante", depois de um ano marcado por manifestações por todo o mundo
"Da Primavera Árabe a Atenas, do Ocuppy Wall Street a Moscovo", refere a revista na capa, que apresenta na capa a imagem de um jovem com a cara tapada por um lenço.
2011 foi um ano repleto de manifestações um pouco por todo o mundo. A Primavera Árabe trouxe o fim das ditaduras de Ben Alí na Tunísia, de Hosni Mubarak no Egito e de Muammar Kadhafi na Líbia. A revolta atravessou fronteiras e chegou à Europa e aos EUA.
A publicação passa em revista outras décadas marcadas por revoluções, como os anos 1960, que ficaram marcados pelos protestos pelos direitos civis e contra a guerra do Vietname, ou os anos 1970, onde são referidos os protestos no Irão e em Portugal.
O "manifestante" foi eleito "por ter capturado e impulsionado um sentimento mundial de esperança na mudança", pode ler-se nesta edição da revista.
Em segundo lugar na lista deste ano a revista colocouo almirante William McRaven, que liderou a missão secreta que em maio liquidou Osama Bin Laden. E na terceira posição ficou o artista dissidente chinês Ai Weiwei, que esteve secretamente detido durante 81 dias no início do ano.
No ano passado, a "Time" distinguiu o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, de 26 anos, e em 2009 elegera o presidente do Banco Central norte-americano, Ben Bernanke.
A "Time" elege a personalidade do ano desde 1927. Já foram distinguidas figuras históricas como Franklin D. Roosevelt, Winston Churchill, Joseph Estaline ou Adolf Hitler.
Isto de generalizar afirmações que uma pessoa faz ou fez durante a vida para a apelidarem de mentirosa tem muito que se lhe diga. Por isso, acho que é de uma extrema injustiça chamarem a Sócrates "mentiroso compulsivo", "falso", "judas","traidor", "diabo de Armani"," velhaco", "ladrão", "cínico", "hipócrita","gatuno" entre outros epítetos bem menos refinados. Afinal de contas quem nunca pregou uma peta inofensiva?Alguém intelectualmente honesto é capaz de afirmar que jamais mentiu ou omitiu um facto? Nem um padre atirará uma pedra. Quem nunca se deliciou ao balcão com dois bolos de bacalhau e afirmou peremptoriamente no final do repasto que apenas comeu um? Que o outro foi um anão que por ali passou, o enfiou no bolso, e por isso ninguém o viu feliz a roê-lo na esquina do café.
Quero com isto dizer que Sócrates pode ter ocasionalmente mentido, aliás tenho a certeza absoluta que o terá feito por diversas vezes sua na vida, mas isso não faz dele uma pessoa mentirosa, seja por sistema, ocasionalmente ou compulsivamente.
E devemos relembrar as pessoas que marcaram um país, uma época, o mundo inteiro e a historia da humanidade pela sua sabedoria e legado e não pelas omissões nas declarações de IRS ou pelas pataniscas que deixaram por pagar na pastelaria do bairro. Sócrates tem afirmações que perdurarão para todo o sempre, entre elas, algumas que deveriam ser escutadas atentamente por muitos, que as deveriam ter em consideração quando actuam, especialmente os que desempenham cargos que influenciam a vida de muita gente.
Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará."
" Só sei que nada sei"
"Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância."
"Aquilo que não puderes controlar, não ordenes"
"A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente, consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser."
"É preciso que os homens bons respeitem as leis más, para que os homens maus respeitem as leis boas."
"É costume de um tolo, quando erra, queixar-se dos outros. É costume de um sábio queixar-se de si mesmo."
"Assim como seria ridículo chamar o filho do nosso alfaiate ou do nosso sapateiro, para que nos fizessem um fato ou umas botas, não tendo eles aprendido o ofício; assim também seria ridículo consentir ou admitir no governo da República os filhos daqueles varões, que governaram com acerto ou prudência, não tendo eles a mesma capacidade dos pais."
E para terminar: "Conheço apenas a minha ignorância.
Este Sócrates era genial.