Sexta-feira, 04.05.12

O livro do sociólogo José Machado Pais é lançado nesta sexta-feira
O livro do sociólogo José Machado Pais é lançado nesta sexta-feira (Foto: Paulo Pimenta)

Sociólogo José Machado Pais ouviu jovens "queixarem-se de excesso de liberdade". Está tudo num livro que é lançado hoje em Lisboa.

 

Vivem numa era em que tudo parece descartável, nomeadamente as relações. Mas será que a forma como os adolescentes namoram é assim tão diferente da dos seus pais? E quanto ao primeiro beijo, ao sexo e às traições amorosas? "Não há muitas diferenças a assinalar", concluiu o sociólogo José Machado Pais, autor do livro Sexualidade e Afectos Juvenis, que é lançado hoje à tarde no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa.

Depois de vários meses a discutir com jovens e respectivos pais questões como o casamento, divórcio e traições amorosas, o coordenador do ICS concluiu que a grande ruptura não se deu entre quem tem hoje entre 15 e 17 anos e os seus pais, mas entre estes e os seus predecessores, ou seja, os avôs.

"Os pais destes jovens teriam à volta de 20 anos, quando se deu o 25 de Abril, e tendem a demonstrar em relação aos seus filhos uma permissividade que surge como reacção à repressão de que foram vítimas, quando eram jovens, sobretudo as raparigas", adianta Machado Pais. O sociólogo diz mesmo ter ouvido nos grupos de discussão que promoveu em três escolas do país "alguns jovens queixarem-se de um excesso de liberdade".

"A forma de tratamento entre os jovens entrevistados e os seus pais é 'tu', enquanto estes tratavam os pais por 'você' ou mesmo 'vossemecê' e isso é significativo de uma mudança de um relacionamento verticalizado para um mais horizontalizado, em que os pais assumem um estatuto de amigos. E isso, às vezes, confunde-se com uma quase demissão da obrigação de disciplinar e orientar."

Quanto às semelhanças, na geração dos rapazes mais novos "persistem tiques de um machismo que não desapareceu". "Na geração predecessora, a iniciação sexual, nomeadamente nos meios rurais, fazia-se com recurso a prostitutas, onde a dimensão afectiva está ausente", contextualiza Machado Pais. "Entre os rapazes de agora continua a haver uma pressão para a iniciação sexual dirigida aos rapazes que ainda não se iniciaram sexualmente, e isso leva a que alguns se sintam impelidos à iniciação sexual desvinculada dos afectos." Já entre as raparigas, e agora como dantes, mantém-se "uma maior propensão para valorizarem a dimensão romântica e afectiva".

Quanto ao divórcio, consenso geral entre os jovens. "Todos dizem que, se um casamento não resulta, não vale a pena estar a prolongar uma situação de sofrimento", relata o investigador, admitindo que tal unanimidade poderá advir parcialmente do facto de alguns destes jovens "serem filhos de casamentos infelizes e não se sentirem confortáveis com as discussões quotidianas que presenciam".

 

Retirado do Público



publicado por olhar para o mundo às 21:39 | link do post | comentar

Quinta-feira, 07.07.11
Cristina Silva Bastos, Sandra Ramos e Francisco Pereira Gomes
Cristina Silva Bastos, Sandra Ramos e Francisco Pereira Gomes (Foto: Pedro Cunha)

Com o objectivo de combater a exclusão social dos idosos, surge o projecto Culinarium. "Em 2050, a média de idade da população portuguesa vai ser de 50 anos". É com esta afirmação que Sandra Ramos, de 29 anos, começa a explicar o projecto ao P2. "O Culinarium promove o envelhecimento activo da população" e, cada vez mais, "temos de desenvolver novas actividades para ocupar os nossos idosos".

 

A ideia de Sandra, oriunda da Bélgica e que fez equipa com Cristina Silva Bastos, de 28 anos, e Francisco Pereira Gomes, de 31 anos, é juntar avós e netos na cozinha, na escola. O Culinarium é uma das dez ideias finalistas do concurso promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Talento, com o objectivo de premiar e pôr em prática uma ideia de portugueses na diáspora em colaboração com residentes. 

O Culinarium quer combater dois problemas: o isolamento dos idosos e a obesidade infantil, através da promoção de uma alimentação saudável. Quem melhor do que os avós, que têm tempo, paciência e hábitos alimentares mais saudáveis, para iniciar as crianças às práticas agrícolas e à cozinha? "Novos saberes, novos sabores" é o slogan da ideia que deseja "partilhar receitas" e "reavivar a tradição gastronómica portuguesa", reforçando os laços familiares. 

"Tal como as crianças aprendem a ler, a escrever, a contar ou a fazer desporto, nós propomos que também aprendam a cozinhar para terem uma dieta equilibrada e uma vida mais saudável", continua Sandra Ramos. Mas desenganem-se os professores se pensam que vão ter mais trabalho. É aqui que entram os idosos, os avós, para que tenham uma ocupação útil. "Vamos fazer com que as crianças e os avós sejam os embaixadores da alimentação saudável junto das famílias", imagina Sandra Ramos.

Da teoria à prática, a ideia finalista quer lançar o projecto-piloto numa instituição em Cascais. "Queremos actuar junto das crianças mais novas, para combater o problema da obesidade de raiz, e não quando já estão com excesso de peso", explica Sandra, que foi para Bruxelas há três anos. 

Numa época de crise em que as hortas urbanas estão a ressurgir nas cidades, o projecto quer ainda levar as hortas para a escola, num "regresso ao que é tradicional, saudável e biológico". A equipa quer partir de Cascais para o resto do país, tendo já programado datas concretas para a realização e expansão do projecto: a 12 de Janeiro de 2012, o Culinarium é implementado; sete meses depois, no início do ano lectivo de 2012/2013, a experiência poderá alargar-se a todo o país. De seguida, a equipa quer fazer intercâmbios "entre os vários núcleos" onde se aplicou a ideia Culinarium, juntando avós e netos de todas as regiões do país. "Queremos assim promover uma troca de experiências gastronómicas a nível nacional". E depois virá o livro de receitas.

Para pôr o projecto no terreno, caso o Culinarium não ganhe o prémio de 50 mil euros do concurso Faz - Ideias de Origem Portuguesa, a equipa espera obter apoios das autarquias, à semelhança do que foi feito na Austrália, com o programa The Kitchen Garden Foundation, no qual Sandra Ramos se inspirou.

 

Via Público



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