Sexta-feira, 18.03.11

O que se está a assistir em Portugal em relação ao comportamento dos diferentes partidos políticos faz-me lembrar a forma como os miúdos se comportavam, e estou certo que continuarão a fazê-lo, por esses recreios das escolas primárias do país.

Eu sei que a comparação é idiota, mas o estado a que chegámos também dificilmente poderá ser adjectivado noutros termos. Os miúdos são inocentes, logo as discussões de recreio entre rapazes giram quase sempre em torno da constituição das equipas e de quem vai à baliza. Depois de muita discussão e alguns empurrões geralmente acaba por ir o desgraçado mais pesado da turma, o gordo cuja movimentação em campo é diminuta acaba entalado entre os postes. Os miúdos costumam associar a largura da pessoa à maior ocupação de espaço na baliza, mas nem sempre as coisas são tão lineares. Ou neste caso arredondadas.

 

Já os partidos políticos, nada inocentes, estão neste momento envolvidos numa discussão em quase tudo semelhante à dos recreios. A turma A (Portugal) joga contra a turma B (Mercados internacionais). O guarda-redes balofo da turma A - o PS - encontra-se na baliza e a equipa está a levar uma cabazada de todo o tamanho. Mas uma daquelas que já nem nos infantis se usa. O gordo não parece preocupado em manter as redes invioladas, as bolas passam por ele como balas numa favela do Rio. E segue tranquilo com um pacote de "manhãzitos" na mão, como se nada se passasse.

 

Os avançados da equipa - o PSD e o CDS- estão quase sempre "à mama" e mais não fazem do que esperar que a bola chegue à frente (raras vezes) para mostrarem as suas habilidades, finta para aqui, finta para ali, mas nunca saem do mesmo sitio, nunca marcam um golo nem tão pouco ameaçam a baliza contrária. Preferem ver o gordo sofrer até terminar o jogo. Os defesas da equipa - PCP e Bloco - quase espancam o anafado, desfazem-lhe os tímpanos com insultos mas pouco mais fazem do que gritar enquanto batem desalmadamente na equipa adversária (mercados internacionais) de toda a forma e feitio. Como sabem perfeitamente que nunca irão ter de ir à baliza, podem fazer o que querem dentro de campo.

 

Conclusão: parem de protestar, comportem-se como homens responsáveis que são e tirem o gordo da baliza. Ele não tem culpa de não saber mais e qualquer dia com tanta bolada ficamos sem rede.

 

Via 100 Reféns



publicado por olhar para o mundo às 08:03 | link do post | comentar

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