É já esta quarta-feira. A Wikipedia britânica vai encerrar por 24h, juntando-se ao protesto contra proposta de lei antipirataria nos EUA. Google e Facebook ameaçam também promover um blackout na Internet.
O fundador da Wikipedia , Jimmy Wales, confirmou hoje que a versão inglesa da enciclopédia digital vai juntar-se ao protesto contra uma proposta de lei antipirataria nos EUA, suspendendo o serviço por 24 horas na quarta-feira. Também o Google e o Facebook ameaçam paralisar.
A proposta de lei "Parem a pirataria online" ("Stop Online Piracy Act", ou SOPA, no acrónimo original) tem sido fortemente contestada nos EUA, desde ativistas a empresas de Silicon Valley. A SOPA prevê a suspensão de sites e a prisão dos responsáveis por publicar conteúdos ilegais. Segundo os seus defensores, a lei poderia diminuir a pirataria na rede e ajudar a desmascarar sites que vendem drogas.
Mas enquanto várias empresas de conteúdos encaram a lei como importante para a proteção dos direitos de autor, outras, como a Wikipedia, o Google e o Facebook opõem-se ao documento, que consideram uma intrusão no seu trabalho. Para estas empresas, a SOPA seria um atentado à liberdade de expressão, e atuaria como uma espécie de censura.
Das 5h da manhã de quarta-feira às 5h da manhã de quinta (horas de Lisboa), a Wikipedia vai encerrar, à semelhança de outros serviços, como o reddit, depois de Jimmy Wales o ter anunciado na sua conta de Twitter: "Espero que a Wikipedia derreta os sistemas telefónicos em Washington na quarta-feira. Digam a toda as pessoas que conhecerem!".
De acordo com o fundador da Wikipedia, mais de 100 milhões de pessoas serão afetadas pelo corte, estando a suspensão do serviço nas outras línguas a critério das respetivas comunidades.
"Alerta aos estudantes! Façam o vosso trabalho de casa cedo. A Wikipedia vai protestar contra a lei má na quarta-feira!", escreveu Jimmy Wales no Twitter hoje à tarde.
Uma página intitulada "Luta pelo futuro", com 116 mil seguidores no Facebook, acusa a lei proposta de poder "quebrar a Internet" por causa das "imensas maneiras de como vai refrear a liberdade de expressão e inovação", segundo o modelo da carta que têm enviado aos membros do Congresso.
No seu blogue destinado à petições públicas, a Casa Branca comunicou no passado sábado que não vai apoiar a SOPA, pelo que a proposta poderá não vir a ser aprovada.
"Embora acreditemos que a pirataria online pelos sites estrangeiros seja um problema sério, que requer uma resposta legislativa séria, não vamos apoiar qualquer legislação que reduza a liberdade de expressão ou enfraqueça a inovadora dinâmica da internet", defenderam os conselheiros do Governo norte-americano.
Segundo Victoria Espinel, Aneesh Chopra e Howard Schmidt, a decisão é válida também para a Protect IP Act, conhecido como PIPA, um projeto de lei semelhante à SOPA. Os três disseram ainda que uma nova legislação contra a pirataria será elaborada em 2012, mas pretende apenas "restringir a fonte de infração dos direitos autorais".
Rupert Murdoch, dono da NewsCorp e a favor da lei, criticou a decisão do Presidente dos EUA. Na sua conta no Twitter, Mudorch afirmou: "Obama aliou-se aos patrões do Silicon Valley que ameaçam os criadores de software com pirataria. O líder em pirataria é o Google, que transmite vídeos gratuitamente e vende publicidade alusiva aos mesmos. Não é de admirar que gaste milhões em lobby".
Via Expresso