O árbitro Bruno Paixão admitiu neste domingo ter recebido ameaças após a divulgação de dados pessoais na Internet, mas esclareceu que mantém toda a sua rotina normal e que as ameaças de que foi alvo vão ter o “tratamento adequado”.
O “Diário de Notícias” afirma hoje que Bruno Paixão e a família saíram de casa após terem recebido ameaças com a descrição da rotina da filha, o que terá levado a polícia a tomar medidas preventivas.
Em declarações à Lusa, Bruno Paixão rejeitou estas informações, garantido que continua a fazer toda a sua vida normal, apesar de ter recebido algumas ameaças por e-mail, nenhuma delas respeitante à filha.
Quanto às ameaças que lhe foram dirigidas depois de os contactos e morada do árbitro terem sido publicados ilegalmente na Internet, Bruno Paixão garante que “vão ter o seu tratamento nos próximos tempos”, mas sem especificar que medidas já tomou ou vai tomar.
O árbitro mostrou-se “indignado” com as afirmações feitas pelo jornal, reiterando serem “totalmente falsas”.
Admitindo ter sido contactado por um jornalista do DN, Bruno Paixão explicou que disse na altura estar “num momento familiar” e que não podia falar.
“Pedi dispensa para este fim-de-semana, porque tinha um assunto da esfera familiar para desfrutar”, contou.
Desde então, não tem tido contactos com ninguém, “nem polícias, nem colegas”, disse, negando assim que tenha estado em contacto com as autoridades ou que tenha recebido qualquer tipo de aconselhamento.
Quanto às ameaças, disse que “existe uma ponta de verdade”, porque recebeu por e-mail algumas, que “vão ter o seu tratamento”.
“Nada de grave, são coisas banais, algumas com alguma gravidade mas vão ter o seu tratamento nos próximos tempos”, sublinhou.
O árbitro manifestou-se particularmente indignado por a filha ter sido envolvida na história, e negou que alguma das ameaças que recebeu a envolvesse, apelando a que a sua esfera pessoal e familiar sejam respeitadas e mantidas à parte dos seus assuntos.
“Faço a minha vida cem por cento normal, não alterei nenhuma rotina. Continuo a ir para o trabalho, continuo a desfrutar de momentos em família, continuo a fazer os meus treinos, continuo a preparar-me tecnicamente para os meus jogos, tudo normal”.
A Lusa tentou hoje confirmar com a polícia informações segundo as quais o árbitro teria sido aconselhado a abandonar a sua residência mas tal não foi possível até ao momento.
Via Público
O presidente do Sporting considera que o árbitro Bruno Paixão é “incompetente” e devia ser “irradiado” do futebol, após o encontro da 23.ª jornada da Liga, que os “leões” perderam (2-0) no terreno do Gil Vicente.
“É muito triste preparar um jogo durante a semana e chegar ao final de semana e sermos arbitrados por um árbitro incompetente, que não devia estar no futebol nacional e não devia arbitrar seja um jogo do Sporting ou outro qualquer. É um indivíduo que devia ser irradiado do futebol português”, disse à Lusa Luís Godinho Lopes.
No encontro que encerrou a ronda, o árbitro setubalense Bruno Paixão assinalou duas grandes penalidades contra o Sporting – uma delas resultou no segundo golo da formação de Barcelos – e expulsou o médio holandês Schaars.
“Não é possível estar numa actividade em que todos procuramos trabalhar com seriedade e isenção, em que se procura fazer investimentos fortíssimos, e depois verificarmos que há incompetentes nesta mesma actividade a prejudicar o desempenho das equipas que no dia-a-dia trabalham para dar o seu melhor em campo. O que se passou em Barcelos foi mau demais para ser verdade, o Sporting sente-se lesado e prejudicado. É uma vergonha”, frisou Godinho Lopes.
O presidente “leonino” afirmou ainda que o “Sporting tem sido prejudicado jogo após jogo”, destacando “as atitudes tomadas, muitas vezes de forma conjunta, para poder prejudicar o Sporting”.
“Haja uma atitude completamente isenta”
“Não nos interessa estar na Liga da verdade à frente, interessa-nos é que haja uma atitude completamente isenta quando estão a arbitrar jogos do Sporting. Isto hoje foi mau demais para ser verdade”, considerou também o presidente do Sporting.
Para Godinho Lopes, a “quebra” da equipa “verde e branca”, após a motivadora passagem aos quartos-de-final da Liga Europa, selada no terreno dos ingleses do Manchester City (2-3, após 1-0 em casa), ficou a dever-se à “má qualidade” da arbitragem.
“Uma equipa quando vem para um jogo, vem com moral e preparada para o poder realizar. Quando começa a sofrer adversidades dentro de campo, por questões que não têm a ver com o que pratica mas com a má qualidade de um terceiro interveniente, que é um árbitro, é evidente que a equipa vai desmoralizando, jogo após jogo”, explicou ainda Godinho Lopes.
Após a derrota em Barcelos, a quinta como visitante na temporada, o Sporting caiu para a quinta posição da Liga, com 41 pontos, menos um do que o Marítimo, quarto, e a 14 de Benfica e Sporting de Braga, segundo e terceiro, e a 15 do líder FC Porto. O Gil Vicente ascendeu ao nono lugar, contando 26.
Via Público