Quem hoje percorre a alta velocidade a auto-estrada A41 dificilmente fará ideia de que uma parte desse mesmo percurso terá sido feito há mil e sete anos pelo grande Califa de Córdova. Reza a crónica dos Godos que o grande Almançor, senhor de mais de metade da Ibéria, comandava as forças que em 995 A.D. atacaram e tomaram o castelo de Aguiar de Sousa, hoje desaparecido.
Como podia um pequeno vale que hoje não alberga mais de 1500 almas resistir ao poderia do senhor de meia Ibéria? Com que reservas de água, alimentos, rebanhos e ouro podia contar? Para resistir, ainda que fugazmente, ao poder de meia Ibéria, possuiria Aguiar suficiente capacidade de "resiliência", no sentido do movimento - transição, ou de "resistência"... ou não? Que defesas poderia o vale possuir que justificassem as palavras do cronista «apesar das suas extraordinárias condições defensivas, foi igualmente conquistado»? Defesas naturais? Ainda hoje o pequeno vale de Aguiar de Sousa parece um super-castelo... com muros de terra, rocha e arvoredo, com duas aberturas apenas, para a passagem do rio Sousa. Defesas construídas por mão humana? Em que lugar? Uma ou várias fortificações? O que resta hoje delas?
Eis algumas questões que nos propomos reflectir peripateticamente, percorrendo caminhos e aceiros desse vale perdido, ali mesmo às portas do Porto. A caminhada é curta - cerca de 12 km. Ao cair da tarde, uma cabidela à moda do baixo Minho. Pura, magnífica, acompanhada com o verde tinto da região. Encontro no largo de Aguiar de Sousa (GPS lat. 41° 7'39.76"N / long. 8°26'46.99"W) , nosábado, 7 de Janeiro, pelas 9h00 da manhã. Cada família deve levar farnel para o habitual almoço partilhado.
Utilizando o princípio da "sabedoria das multidões", elegeremos a localização mais provável para o histórico «Castellum de Aguilar quod est in ripa Sause in Portugalensia provincia». Logo de manhã para a caminhada, ou pela tarde para os últimos metros e a cabidela final, o importante é que apareça e entre no espírito do convívio cultural gaiteiro!
organização
gaiteiros de terras de Sousa
+ «in transition» + grupos de caminhadas + confrarias + voluntariado + tertúlias gastronómico-cívico-culturais
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“Era MXXXIII Almanzor cepit Castellum de Aguilar quod est in ripa Sause in Portugalensia provincia.” (PMH, Script.: p. 9).
in http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3886.pdf
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/3886.pdf
«Uma década depois das campanhas contra o baixo vale do Mondego, al-Mansur investiu em 995 contra o castelo de Aguiar de Sousa, a Leste da cidade do Porto, que, apesar das suas extraordinárias condições
defensivas, foi igualmente conquistado. A Chronica Gothorum memorizou esses eventos: “Era MXXXIII Almanzor cepit Castellum de Aguilar quod est in ripa Sause in Portugalensia provincia.” (PMH, Script.:
p. 9). Alguns anos mais tarde, em 997, al-Mansur conduziu a célebre campanha contra Santiago de Compostela.»
http://en.wikipedia.org/wiki/Al-Mansur_Ibn_Abi_Aamir
Although he mainly fought against León and the Castile, he sacked Barcelona in 985, Leon in 988 and Santiago de Compostela in Galicia in 997, taking the cathedral bells to be melted down into lanterns for the Great Mosque of Cordoba.[2][3] Almanzor, knew the magnitude of the devotion to Saint James' sepulcher, and ordered his generals to protect the tomb and all sacred objects that they encountered.
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