«As famílias precisam de ajuda já! Todos os dias há famílias a perderem as suas casas». O apelo é de Natália Nunes, da DECO, feito à AF. Em resposta, todos os partidos vão discutir a 8 de junho no Parlamento alterações temporárias às regras do crédito habitação no caso de sobreendividamento das famílias.
Em cima da mesa estarão medidas mais ou menos consensuais e que passam por dar, a quem ficou no desemprego ou sofreu uma quebra acentuada do seu rendimento, alternativas à devolução da casa ao banco.
No rol de medidas, todos os partidos querem limitar o aumento dospread (margem de lucro do banco) em caso de divórcio, viuvez ou desemprego, ao mesmo tempo que defendem a moratória. Os sociais-democratas propõem que famílias onde, pelo menos, um dos elementos esteja no desemprego, que se deparem com uma taxa de esforço no crédito acima dos 45% e um rendimento anual bruto do agregado, no momento do incumprimento, inferior a 25 mil euros, possam ficar entre 6 a 18 meses sem pagar prestações ou ficar até 4 anos só a pagar juros com um spread de 0,25%. Nestas circunstâncias, o prazo do empréstimo pode ser alargado até o devedor ter 75 anos e o banco não poderá cobrar comissões adicionais.
Desempregados e famílias em crise vão ter alternativas para pagar o crédito habitaçãoO Bloco, por exemplo, defende uma moratória, total ou parcial, mais alargada: por um período até 24 meses, sem que as condições do crédito sejam revistas.
A entrega da casa ao banco será então uma medida-limite. O PSD quer que esta pague a dívida quando o imóvel em causa seja a única habitação da família, que o valor da casa não seja superior a 250 mil euros e que o valor da avaliação da casa e das prestações pagas não seja igual ou superior ao valor do empréstimo inicial. O devedor pode ainda retomar a casa se pagar as prestações vencidas, juros de mora e as despesas do processo, querem sociais-democratas e socialistas.
O PS defende, no entanto, que, para os desempregados, o valor fiscal do imóvel não pode exceder os 200 mil euros e, em situações de quebra acentuada no rendimento, o valor da habitação não pode superar os 300 mil.
Já o BE considera que o valor da casa não conta para esta equação. A devolução da habitação deve acontecer quando a moratória não é já uma «solução viável» ou numa «situação avançada de execução da hipoteca». Uma situação a considerar para quem está desempregado e tem uma taxa de esforço acima de 50%. Depois da moratória, se o devedor não conseguir pagar as prestações, o Bloco quer obrigar os bancos a aceitar o imóvel, se este for a única habitação permanente.
O devedor poderá ainda optar por arrendar a casa ou pela permuta de outra mais barata. Neste último caso, o PSD quer limitar condições na lei: o novo imóvel terá de ficar, no máximo, a 15 km de distância em linha reta, dimensão e em estado de conservação equivalentes. Esta via não será uma opção para o banco, mas antes uma obrigação.
Uma medida consensual, ao contrário do fundo de garantia, no valor de 150 milhões de euros, proposto pelo PS. Um mecanismo que seria idêntico a um seguro de crédito habitação, sendo pago pelo banco e pelo devedor.
O PS defende, ainda, a resolução do contrato se três prestações vencidas não forem pagas e que o reembolso do Plano Poupança Reforma ou Plano Poupança Educação possa pagar prestações sem penalizações fiscais.
PS e PSD defendem ainda a necessidade de dar prioridade ao crédito habitação quando há outras dívidas.
Já o CDS, que entregará a sua proposta a 1 de junho, está mais preocupado na prevenção de casos críticos. Os democratas-cristãos defendem a obrigatoriedade de uma reunião para reanálise do crédito, antecipando «riscos de incumprimento», e quando se justifique, que o banco apresente soluções para evitar a entrada do contrato de crédito em mora». O CDS defende ainda a definição de um manual de boas práticas e alteração à lei das penhoras.
Noticia do Push
Pequenas remodelações, pedir um preço justo e saber negociar as ofertas são algumas sugestões.
Os momentos são difíceis. Não só os bancos apertaram muito os critérios para a concessão de crédito à habitação como a maior parte dos portugueses, perante as actuais e futuras medidas de austeridade, decidem adiar a compra de casa ou optam por arrendar. Com quase 400 mil casas para venda em Portugal, usando como indicador o portal casa.sapo.pt, um dos maiores do país, a alienação de imóveis parece quase uma missão impossível. O Diário Económico reuniu, por isso, algumas dicas para o ajudar nessa tarefa.
1 - Escolher o preço certo
Antes de colocar um placard a dizer "vende-se" deve conhecer o mercado para saber qual o valor real do seu imóvel. Entre os factores que mais pesam na valorização de uma casa estão a localização, a tipologia, a exposição solar, o estado de conservação do imóvel e mais valias que o distinguem dos demais. Para ter uma referência pode sempre verificar os preços das casas na vizinhança ou procurar nos vários sites de imobiliárias imóveis semelhantes. Um dos principais erros é pedir um preço excessivamente elevado, isso fará com que o público-alvo dessa casa não a veja porque está fora das suas possibilidades.
2 - Delinear uma estratégia
Uma das primeiras decisões que deve tomar é se vai recorrer aos serviços de uma imobiliária. Esta opção poder-lhe-á retirar grande parte do incómodo inerente à venda da casa, mas poderá também ajudá-lo nas questões burocráticas e na adopção de uma estratégia mais adequada ao seu imóvel. Lembre-se, contudo, que as imobiliárias cobram uma comissão e algumas exigem exclusividade. E os especialistas recomendam que não coloque a casa em demasiadas imobiliárias.
Quando delinear a sua estratégia de venda deve previamente definir até quanto está disposto a baixar o preço. Se ao longo do processo de venda verificar que as ofertas que se lhe apresentam estão muito fora do seu objectivo, se calhar é preferível alugar a casa e esperar por um momento em que o mercado imobiliário esteja mais atractivo para a venda.
Caso decida vender a casa por si é fundamental colocar o imóvel num portal online. Cerca de 70% dos compradores começam a sua busca na net. Assim, é fundamental ter boas fotografias da casa e antes de as tirar, certifique-se que a casa está limpa e arrumada. Deve dar o máximo de informação possível, de forma concisa, não esquecendo os detalhes atractivos e, claro, o preço.
3 - Garantir a atractividade do imóvel
Olhe para a sua casa (interior e exterior) e pense como o comprador. Tudo o que pode desvalorizar a casa deve ser eliminado. Optar por fazer pequenas reparações pode ser a solução: resolver uma infiltração, pintar os tectos e as paredes (preferencialmente de cores claras para dar mais espaço e luminosidade à casa), remodelar a casa de banho ou a cozinha, arranjar janelas que não funcionam. Pode até redecorar a casa para a tornar mais atractiva ao maior número de compradores. Há mesmo empresas de ‘home staging' que se especializaram neste capítulo. Mas atenção, antes de avançar faça um orçamento para garantir que o dinheiro que vai gastar nas obras compensa. Para as visitas ao imóvel deve ter sempre o cuidado de criar um bom ambiente: cortinas e estores abertos, aquecimento ligado no Inverno ou janelas abertas no Verão, retirar o excesso de mobílias para dar maior amplitude aos espaços e há quem leve ao extremo de fazer café e pôr um bolo no forno para criar a sensação máxima de conforto.
4 - Prepare os documentos e salde as dívidas
Antes de iniciar o processo de venda deve reunir toda a documentação necessária para evitar demoras futuras no processo que possam levar à desistência do comprador. É importante recordar que, desde Janeiro de 2009, todas as casas, novas ou usadas, para venda ou arrendamento necessitam de um certificado de eficiência energética. Esta certificação é obtida junto da Agência para a Energia (ADENE) que atribui uma classificação de A+ (maior eficiência) a G (menor eficiência). Algumas imobiliárias oferecem este serviço gratuitamente. Outra dica é pôr em dia todas as dívidas relativas ao imóvel: condomínio, prestações e até mesmo contas de electricidade e gás.
5 - Analise os potenciais compradores
Faça uma pré-selecção dos candidatos a visitar o imóvel. Verifique se estão realmente interessados e se têm capacidade monetária para comprar ou negociar a casa. Só fale com o cliente sobre a documentação do imóvel caso este mostre interesse pela casa.
6 - Cuidado com a segurança
A venda de uma casa pode criar situações perigosas, por isso, deve tomar precauções. Não deixe que os seus filhos abram a porta a estranhos; peça sempre a identificação; peça para ver os documentos comprovativos da pré-aprovação do crédito à habitação; feche à chave os objectos de valor e de colecção e coloque-os em lugar seguro; remova todas as fotografias pessoais e todos os objectos perigosos.
7 - Como negociar uma oferta
Se colocou uma casa à venda por 100 mil euros mas recebeu uma oferta inferior, no valor de 95 mil euros deve aceitar? Este é um dos dilemas com que muitos proprietários se deparam. A resposta não é conclusiva. Se colocou a casa à venda há uma semana e recebeu essa proposta, o melhor será recusar e esperar um pouco mais. No entanto, se o imóvel já foi colocada no mercado há cinco meses e esta é a primeira oferta que aparece, talvez deva equacionar o valor oferecido, já que significa que não é fácil encontrar pessoas interessadas na casa.
Ainda assim, sempre que recebe uma oferta inferior ao que pede - algo muito frequente tendo em conta os compradores tentam sempre obter o preço mais baixo possível - tenha o cuidado de sublinhar os aspectos que valorizam a casa e as razões que podem convencer o comprador a optar pelo seu imóvel: o jardim, os acessos, a arrecadação, a garagem, o ar condicionado, os serviços à volta, a vista, a localização, os móveis ou electrodomésticos que deixa.
Via Diário Económico

A casa e a biblioteca onde o escritor José Saramago passou parte da sua vida, em Lanzarote, Espanha, foram transformadas numa "casa-museu" que abrirá as portas ao público no dia 18, informou hoje a Fundação José Saramago.
No dia 18 cumprem-se nove meses desde a morte do Nobel da Literatura, "o tempo que se demora a morrer", como Saramago deixou escrito no romance 'O Ano da Morte de Ricardo Reis', refere a fundação.
E é por isso que a data é escolhida para a abertura ao público da casa e da biblioteca do escritor português em Lanzarote, nas ilhas Canárias, onde decidiu viver a partir dos anos 1990.
Foi lá que José Saramago viveu e escreveu os romances das duas últimas décadas, foi lá que instalou a biblioteca pessoal e viveu com Pilar del Río.
Foi criado um percurso pela casa e biblioteca do escritor, sendo possível passar, por exemplo, pela cozinha, escritório e quarto do autor.
Na cerimónia de abertura da casa e da biblioteca, que a Fundação descreve como uma despedida de José Saramago, estarão presentes vários convidados, entre os vários editores que publicaram a obra do escritor, como o editor português Zeferino Coelho.
Na ocasião, Pilar del Río, presidenta da fundação, explicará a razão da abertura ao público da casa de Saramago, e a directora da Casa Pessoa, a escritora Inês Pedrosa, lerá um fragmento de 'O Ano da Morte de Ricardo Reis'.
José Saramago morreu a 18 de Junho de 2010, aos 87 anos.
Via Sol