Isto, porque, por engano, segundo o próprio, Euclides Santos enviou para todos os funcionários da Câmara de Coimbra uma apresentação em Powerpoint de 25 páginas, com fotos de mulheres em trajes menores e poses sensuais, na qual escreveu desejar, “de todo o coração”, que em 2012 os destinatários tivessem, entre outras coisas, “relações sexuais incríveis”.
“Esta é uma belíssima época, em todo o mundo, para desejar que haja paz, que se tenha saúde, que se viva com amor, que blah… blah… blah…”, pode ler-se na introdução. Depois de várias páginas com fotos de mulheres pouco vestidas, a mensagem continua: “E basta de farsas e de palavreado inútil! O que eu desejo, de todo o coração, é que tenhas relações sexuais incríveis, uma vida alegre e feliz, que trabalhes muito e que te paguem bem!”. “E agora não digas que não sou um teu grande amigo”, conclui o autor da mensagem original, após mais uma sequência de fotos e frases do mesmo género.
A mensagem foi enviada para o endereço electrónico geral da câmara, ou seja, para todos os funcionários, às 10h50 de ontem. Às 11h02 os mesmos destinatários podiam ler um telegráfico “Erro no anexo. Peço desculpas”. Às 11h45 seguiu para todos nova mensagem, em que Euclides Santos manifestou “o máximo respeito por toda gente e em particular por cada um”, lamentou ter “anexado um anexo errado” e frisou não ser aquela a sua intenção. “Aliás, no e-mail seguinte fiz essa minha penitência. Errei e peço desculpa a todos e a todas”, escreveu.
O PÚBLICO apurou que o presidente da câmara, o social-democrata João Paulo Barbosa de Melo, e a vereadora que tutela a PM terão considerado que o facto de a mensagem ter sido enviada para todos os funcionários, em horário de trabalho e através do e-mail de serviço tornava incomportável manter Euclides Santos no cargo. Ainda durante a tarde, o comandante (que o PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar) foi convidado a apresentar a demissão. Por volta das 21h30, informou o gabinete da presidência de que não o faria.
Só então a autarquia divulgou um comunicado dando conta de que devido à divulgação da mensagem “com conteúdos que não se coadunam com o prestígio” da Câmara”, “para defesa do bom nome da Polícia Municipal”, o presidente decidira instaurar um procedimento disciplinar ao comandante. Aquele deverá resultar, numa primeira fase, na suspensão de Euclides Santos
Via Público