Domingo, 04.12.11
Contestação já tinha saído à rua, como no Porto, em finais de Novembro
Contestação já tinha saído à rua, como no Porto, em finais de Novembro (Foto: Fernando Veludo/nFactos)
Foi um momento difícil para um ministro, mas que, segundo o próprio, não desviará o Governo do seu objectivo. O ministro Miguel Relvas foi fortemente contestado neste sábado, quando foi encerrar o congresso da Associação Nacional de Freguesias. Metade dos 1600 congressistas abandonaram a sala onde decorreram os trabalhos, em Portimão. Uma forma de virar as costas à proposta de extinção de freguesias defendida pelo Governo. No final, Relvas disse que o clima de contestação foi gerado propositadamente contra si. Uma acusação sem destinatário, dado que se recusou a identificar os autores.

Interrompido diversas vezes por vaias e palavras de contestação, segundo descreve a Lusa, o ministro da Presidência, que tutela este dossier, garantiu que a reforma administrativa do país irá para a frente. “Vamos ser claros. Esta reforma da Administração Local é uma exigência geracional e o Governo está determinado na sua concretização”, vincou Miguel Relvas (PSD), que tentou aplacar as críticas com a promessa de que a reforma “será feita com os autarcas e não contra os autarcas”. 

O governante frisou também que as mudanças que o Governo pretende imprimir na organização administrativa do país decorrem "do memorando de entendimento assinado pelo anterior Governo, num momento particularmente difícil, provocado pelo facto de não termos sido capazes de mudar no momento certo”. Uma alusão ao acordo do país com atroika, composta pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, e que estabeleceu as bases para o empréstimo internacional que ajudou o país a evitar a bancarrota.

Diz a Lusa que apesar da contestação da maioria dos que ficaram na sala, o ministro revelou que o Governo está inflexível no compromisso de reduzir as 4259 freguesias actuais, “para dar escala e valor adicional às novas entidades que resultarão do processo de aglomeração”, sustentando que elas terão reforçadas a sua actuação e competência. Além disso, “esta reforma respeita o direito ao nome, aos símbolos, à História e à cultura das autarquias agregadas”, prometeu o ministro, que defendeu a redução do número de freguesias com diversos argumentos

Um deles foi o de que "há quase 1600 juntas que recebem transferências do Estado inferiores a 25.000 euros" e, no entanto, só em senhas de presença do executivo "gastam 10.000" . A questão da poupança de recursos é, porém, polémica, uma vez que os representantes da Anafre entendem que a proposta de reforma não irá poupar nem um cêntimo ao erário público. Por essa razão, o congresso deveria chumbar o plano do Governo.

Relvas entende que o país precisa de “menos órgãos autárquicos de freguesia para libertar recursos e, por outro lado, reforçar algumas competências próprias, permitindo que as novas freguesias recebam directamente do Orçamento do Estado os respectivos envelopes financeiros”.

Daí que a proposta, cujos critérios já foram condensados no Documento Verde da Reforma da Administração Local, não é uma reforma “economicista”, mas sim uma medida “para gerir o território de forma mais racional em complementaridade com os municípios”.

O ministro guardou ainda um elogio para os autarcas que já deram início "de forma espontânea" a esta reforma. Um elogio que serviria aos da Câmara de Lisboa, que aprovou a redução das 53 freguesias para 24, segundo um acordo PS/PSD.

Segundo a Lusa, o XIII Congresso Nacional de Freguesias, que começou na sexta-feira e terminou neste sábado em Portimão, contou com 1300 delegados e 500 observadores.

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 15:46 | link do post | comentar

Terça-feira, 08.11.11
Protesto na praça de São Pedro, no Vaticano
Protesto na praça de São Pedro, no Vaticano (Tony Gentile/Reuters)
As palavras das Femen chegaram ao Vaticano. “Freedom for women!” estava escrito no cartaz da única activista que conseguiu chegar à praça de São Pedro, e que pertence ao grupo ucraniano que luta pelos direitos das mulheres e contra o turismo sexual na Ucrânia.

No sábado, elas já haviam protestado segurando cartazes contra Berlusconi que diziam “Fuck you Silvio”, e estavam nuas, pintadas de verde, vermelho e branco, as cores da Itália.

As Femen formaram-se em 2008, numa Ucrânia toldada pelo turismo sexual em que 70 por cento das estudantes universitárias já foram interpeladas para ter sexo por dinheiro, de acordo com uma estatística citada há um ano pela revista alemã Der Spiegel. Desde então têm aparecido várias vezes em protestos dentro do país, e algumas vezes na Europa.

A agenda não termina nos direitos das mulheres, ou no fim do turismo sexual. As Femen lutam também contra o autoritarismo do Governo da Ucrânia ou contra a Rússia querer meter a mão na política do país. 

Nos protestos, a marca do grupo liderado pela economista de 27 anos, Anna Hutsol, é frases fortes e seios à mostra, o que rapidamente fez com que passassem a ser olhadas não como uma brincadeira, mas uma ameaça mais séria pelo Governo ucraniano.

Principalmente depois da aparição na visita de Vladmir Putin, em Outubro de 2010, quando seis manifestantes de peitos à mostra mostravam cartazes que diziam entre várias coisas “Ucrânia não é Alina”, numa referência directa a Alina Kabayeva, ginasta olímpica que a comunicação social especula que tenha ligações românticas com o presidente russo.

A “brincadeira” fez aumentar os anticorpos do Governo do Presidente Viktor Yanukovich contra o grupo que tem uma base de 300 apoiantes. Depois disso, as autoridades já tentaram intimidar mais do que uma vez o grupo. “A polícia está a tornar-se cada vez mais agressiva. Mas ao menos isso mostra que estamos a ser levadas a sério”, dizia Hutsol, em declarações à Reuters, numa reportagem feita ao grupo há quase um ano. 

O corpo é uma arma

No sábado, as “Lutadoras em topless” – como se chama a si próprio o núcleo duro que se oferece para as contestações –, estavam com o corpo completamente pintado no meio de uma manifestação junto da Basílica Giovanni, em Roma. O protesto tinha sido convocado pelo Partido Democrático italiano, de centro-esquerda, contra Silvio Berlusconi. Elas, manifestavam-se contra a discriminação das mulheres, com as cores da bandeira italiana e flores nas cabeças.

No Vaticano o vestuário era diferente e mais sóbrio. Segundo a AFP só uma das cinco participantes é que conseguiu chegar à praça de São Pedro, as outras quatro foram interceptadas pela polícia. A manifestante loira segurava um cartaz negro com letras brancas, tinha um vestido finíssimo, preto e transparente, que deixava ver o tronco nu, com uma inscrição na cintura, de lado, e umas calças de tecido escuras. Rapidamente, um agente da polícia agarrou-a para impedir o protesto.

A 29 de Outubro, as militantes foram à entrada da casa de Paris, do ex-director geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, vestidas de empregadas de hotel. Lavaram a porta de entrada da casa cantando “Voulez-vous coucher avec moi”, relembrando o escândalo a que Strauss-Kahn foi associado.

Várias feministas criticam esta posição das Femen, em que o corpo feminino faz parte da contestação, acusando-as de se vestirem como prostitutas. Mas o grupo diz ter feito esta escolha conscientemente. 

“Sim”, dizia em Maio deste ano à Der Spiegel Anna Hutsol, com uma certa exasperação. “Somos diferentes das feministas clássicas. Para ganharem voz elas tiveram de se tornar como homens. Mas nós queremos uma revolução real das mulheres. Os nossos protestos nus fazem parte da luta pela libertação das mulheres. Temos o direito de utilizar os nossos corpos como armas. Os homens foram quem tornaram os nossos seios num segredo.”

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 08:13 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Terça-feira, 17.05.11
O movimento já tinha invadido em Março as instalações do BPN
O movimento já tinha invadido em Março as instalações do BPN (Foto: Paulo Pimenta)

Apareceram de cara tapada e colaram cartazes, como quando em Março “invadiram” as instalações do BPN para lá colarem cartazes a acusar “O vosso roubo custou 13 milhões”. Na última madrugada, os alvos do movimento É o povo pá! foram os centros de emprego e, nos cartazes que deixaram colados nos vidros, lê-se “Não queremos subsídios, queremos emprego”.

 

Foi assim nas instalações do IEFP na Rua da Saudade, no centro do Porto, foi assim em mais 30 cidades do país. Objectivo: “Chamar a atenção para a questão do desemprego e para a forma como são chamados os desempregados deste país, porque achamos que os centros de emprego perderam a vocação que tinham, centrada numa política nacional de combate ao desemprego e de criação de emprego, para se transformarem em centros fiscalizadores dos desempregados”, explicou ao PÚBLICO um dos membros do movimento. 

“Não aceitamos que [os centros de emprego] sejam locais onde somos ameaçados, vigiados e fiscalizados como se não ter emprego fosse um crime que nos devesse ser imputado”, lê-se no texto que acompanhou o protesto. 

Percebe-se, pelo uso da primeira pessoa do plural, que está desempregado quem dá a voz pela iniciativa no Porto. E pouco mais se sabe, porque os dinamizadores do movimento É o povo pá! insistem em manter-se sob anonimato. “Queremos que se fale do que andamos a fazer e não de quem somos”. O inusitado das acções visam garantir a mediatização das iniciativas, reforçando assim objectivo de “somar protesto ao protesto” social. 

Na acção sobre o BPN, surgiram em forma de interrogação “E o povo, pá?”. Agora, o nome trocou o ponto de interrogação por um de exclamação. Na próxima acção, que há-de ser imposta pela conjuntura, logo se vê. Entretanto, os passos do movimento podem ser acompanhados aqui.

 

Via Público



publicado por olhar para o mundo às 08:43 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Sábado, 26.03.11
Os manifestantes pedem melhores condições ambientais - Imagens da Worl Naked Bike Ride em Brighton, 2010
 
A ideia é contestar o domínio dos combustíveis fósseis e o actual sistema de transporte rodoviário. O arranque da primeira World Naked Bike Ride portuguesa será no Parque Eduardo VII, em Lisboa. Um evento que tem muitos adeptos por esse mundo fora.

 

O dia 5 de Junho vai trazer uma novidade em termos de manifestações em Portugal. A proposta é pedalar nu desde o Parque Eduardo VII até à torre de Belém. É a primeira World Naked Bike Ride (WNBR) portuguesa e a intenção é usar o corpo nu em cima de uma bicicleta para contestar o actual domínio do automóvel sobre a sociedade e toda a poluição que o seu uso promove. E o dia escolhido não foi à toa: É o dia mundial do Ambiente, decretado em 1972 pela Assembleia Geral das Nações Unidas. 

 

Na página do Facebook da organização, o apelo é inequívoco. "Venham ajudar-me a criar uma WNBR". E segue um rol de justificações para que uma pessoa tire a roupa e vá pedalar pelas principais ruas e avenidas da capital portuguesa. "Já é tempo de parar com a exposição indecente das pessoas e do Planeta aos carros e a poluição que eles criam"; "Imagem do corpo/respeito pelo nosso corpo. Andar de bicicleta promove o respeito pelo corpo, pois quem anda de bicicleta consegue alcançar um estilo de vida mais saudável"; "Ao andarmos nus de bicicleta, nós declaramos a nossa confiança na beleza e individualidade dos nosso corpos". E há mais à disposição dos curiosos. É óbvio que não é forçoso ir completamente nu. Mas a atitude em temros de vestuário terá de convergir para a ideia de que pedalar nu "é a melhor maneira de defender a nossa dignidade e expondo a vulnerabilidade que os ciclistas e peões enfretam nas ruas", como se pode ler no blogue da organização.

 

Embora Portugal seja "virgem" neste tipo de manifestações (tirando a sessão fotográfica de Spencer Tunick em Santa Maria da Feira, em 2003, que terá contado com cerca de 300 voluntários nus), a WNBR é já um "must" em países como Espanha, Bélgica, Alemanha ou Inglaterra (ver fotogaleria), mas também Argentina, Brasil, Estados Unidos, entre outros. O movimento nasceu em 2004, em Espanha e no Canáda.

 

Mas não é a primeira vez que os ciclistas se manifestam em Lisboa. Todas as últimas sextas-feiras de cada mês, pelas 18 horas, o movimento Massa Crítica faz um passeio pelo centro de Lisboa, tendo já conseguido reunir centenas de bicicletas em alguns dos eventos.

 

Via Ionline



publicado por olhar para o mundo às 18:59 | link do post | comentar

mais sobre mim
posts recentes

Miguel Relvas vaiado no c...

A contestação sem roupa c...

Movimento É o povo, pá! “...

Lisboa vai pedalar nua em...

arquivos

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Dezembro 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

tags

todas as tags

comentários recentes
Ums artigos eróticos são sempre uma boa opção para...
Acho muito bem que escrevam sobre aquilo! Porque e...
Eu sou assim sou casada as 17 anos e nao sei o que...
Visitem o www.roupeiro.ptClassificados gratuitos d...
então é por isso que a Merkel nos anda a fo...; nã...
Soy Mourinhista, Federico Jiménez Losantos, dixit
Parabéns pelo post! Em minha opinião, um dos probl...
........... Isto é porque ainda não fizeram comigo...
Após a classificação de Portugal para as meias-fin...
Bom post!Eu Acho exactamente o mesmo, mas também a...
Posts mais comentados
links
blogs SAPO
subscrever feeds