Está na altura de dragarmos o pântano em que se tornou este país. O problema não pode continuar apenas do lado de quem governa, de quem decide, de quem nos representa enquanto cidadãos. Seria demasiado fácil. Não quero viver num país onde a única esperança e alternativa viável é ir ouvir um velho jarreta a opinar do alto das suas pantufas sobre revoluções armadas. Este senhor, se vergonha tivesse na cara e depois de tudo o que andou a fazer assim que se julgou dono da liberdade de um povo, permaneceria calado até que Deus nosso senhor lhe pegasse por uma mão. Isto se Deus se esquecer das mortes que o assombram,dos atos cobardes e das prisões estúpidas decretadas em branco sobre gente inocente. Agindo da mesma forma infame que o regime que criticava e ajudou a derrubar. Ninguém é dono da liberdade. Fosse assim e eu o dono desta e o senhor Otelo estaria preso até ao fim dos seus dias, pagando pelo que provocou.
O problema está em nós, e cabe-nos a nós resolvê-lo. Através de atitudes, de pequenos gestos, das nossas revoltas interiores exteriorizadas, das palavras e dos atos, mudarmos efetivamente algo. E não são apenas palavras. O pequeno somatório de todas a nossas tomadas de posição no presente serão a imagem reflectida no espelho do nosso futuro. Aquilo que vamos ser enquanto cidadãos, o que vamos conseguir demonstrar enquanto país.
Está provado que qualquer um que governe este país, seja de que quadrante político for, o que pretende é sempre o mesmo. Guterres está onde está, Durão Barroso está onde está, Cavaco Silva está onde está, Sócrates está onde está, Mário Soares está como está, Santana Lopes - o misericordioso - está bem e recomenda-se e todos sabemos que em conjunto são os coveiros do Portugal moderno. E entre todos eles só um factor decisivo os une - os eleitores - nós.
Cabe-nos a nós por isso, enquanto indivíduos, pais, filhos, profissionais, criativos, cidadãos preocupados e pessoas com vontade de marcar a diferença fazermos algo para dar a volta ao estado calamitoso de coisas a que nos fizeram chegar, ao estado sufocante a que nós próprios nos deixámos chegar, uma vez mais iludidos por um bando de mentirosos de pacotilha. Os políticos portugueses não me merecem qualquer respeito.
Expludam, marquem a diferença, façam alguma coisa, tomem partidos e mostrem a cara, denunciem os crimes, exponham a vergonha, façam opções mas não se deixem nunca, mas nunca, oprimir e subjugar. Hoje somos um povo oprimido e de rastos. E isto é sem duvida o pior que nos poderia acontecer. Juntem-se solidariamente mas não se calem. Não aceitem tudo sem lutar pelos direitos que muitos perderam a vida para serem uma realidade, o direito a podermos sonhar com um futuro, a ter esperança. Lutem, levantem-se do sofá, da cadeira do escritório ou do banco de jardim e lutem pelo que nos estão a sonegar. Usem os punhos se preciso mas não se deixem esmagar. Porque uma coisa é certa, Passos Coelho, este filho adoptivo da senhora Merkel, será apenas mais mais um a ficar bem e a deixar-nos mal. E o próximo que vier irá ter exatamente a mesma atitude cobarde e de profunda falta de respeito pelo povo. Vamos acabar com esta palhaçada. Por nós, e não contra eles.
Via 100 Reféns
Os portugueses em geral, por escolha eleitoral do povo madeirense, estão obrigados a suportar as excentricidades do Sr. Jardim praticamente desde que o Paulo de Carvalho piou nas telefonias "Depois do Adeus" numa madrugada longa de Abril, corria o bonito ano de 1974. A partir daí a Madeira tornou-se numa espécie de Twilight Zone democrática. Não se sabe bem o que é politicamente. A melhor definição andará algures entre a liderança cubana com tiques de desafio norte-coreanos, uma relação meio achinesada com a imprensa e ares de bazófia gondomarense.
Eu ainda sou do tempo em que o senhor Alberto tratava o professor Cavaco Silva por "senhor Silva", não deve importar-se por isso que agora o trate da mesma forma. Acho até que é uma forma relativamente carinhosa de se tratar as pessoas. "Ó senhor Júlio: são dois quilos de laranja que ando apanhadinho das aftas e o doutor disse para tomar vitamina C".
Nunca percebi o porquê desta figura política achar que deve ser uma espécie protegida e por isso tratada de forma diferente. Certo é que se trata de uma em vias de extinção, duvido mesmo que haja mais algum político mundial (tirando Berlusconi) a quem já tenhamos visto tantas vezes as cuecas (bons tempos do Tal e Qual). Todavia podermos vê-lo de cuecas não justifica um buraco orçamental daquele tamanho.
Não me recordo, tirando os "bons" e "democráticos" exemplos de Hugo Chávez e Kadhafi, de ver um líder num momento de crise, depois de descoberto novo buraco na região que irá agravar o défice do país, aparecer em tronco nu na praia a falar para os jornalistas. O senhor jardim é uma espécie de oásis que vive numa ilha que aparentemente é parte de um país. País que estranhamente, quando convém e é preciso agitar as hostes, adora hostilizar e apoucar, como se andássemos todos a fazer-lhe um enorme favor de o ter à frente do governo regional.
Uma pessoa que desrespeita quem lhe apetece, seja jornalista, cidadão, adversário político e depois, na altura das "colheitas", mete o rabinho entre as pernas e recebe todos de passadeira vermelha estendida, alguém que trata "os continentais" (como gosta de os apelidar) de forma bacoca, com uma sobranceria deplorável e detestável, a roçar a má educação, e depois adora que o venerem quando se mascara para participar em festas de carnaval locais. Meus amigos já não há pachorra. Estou farto de levar desta personagem de filme mexicano.
A Madeira, numa visão puramente jardinista, funciona desta forma: na altura de receber a massa a Madeira é a Madeira, injecção de capital atrás de injecção, com orçamento próprio e intocável ou desata tudo numa histeria. Despesismo tradicional. Na altura de pagar alto lá, aí já outro galo canta, afinal parece que somos um país. O governo português se quiser que acerte as contas com a União Europeia.
Meus amigos gosto muito da Madeira e dos madeirenses, mas está na altura do Sr. Silva largar o Facebook e pôr o senhor Jardim na ordem de uma vez por todas. Nunca vi um Presidente de todos os portugueses ridicularizar o povo madeirense, já o Presidente do Governo regional não faz outra coisa senão gozar com tudo e todos. Há demasiado tempo. Chega!
Via Sem Reféns