“O Principezinho”, personagem criada por Antoine de Saint-Exupéry, já fala mirandês. “L Princepico” é o título da edição nesta língua, feita pela editora ASA, disponível nas bancas a partir da próxima semana.
O clássico de Antoine de Saint-Exupéry, de 1943, já vendeu mais de 50 milhões de exemplares em todo o mundo e, segundo a editora francesa Gallimard, é “o livro mais traduzido em todo o mundo depois da Bíblia”, com versões “em cerca de 200 línguas ou mais (incluindo dialetos europeus, asiáticos e africanos)”.
Em declarações à agência Lusa, Maria José Pereira, responsável pela edição do livro e editora da divisão de banda desenhada da ASA, explicou que o objetivo da edição de “L Princepico” é, “por um lado, dar a conhecer a língua mirandesa, que as pessoa geralmente ouvem falar mas que não têm visto escrita e, por outro lado, tornar conhecidos os personagens numa outra versão”.
Reconhecendo que a edição em mirandês desta “obra emblemática do século XX” tem um público reduzido de interessados e colecionadores, Maria José Pereira recorda que esta não é a primeira incursão da ASA pelo mirandês, tendo, há alguns anos, editado dois livros do Astérix nesta língua.
A editora adiantou ainda que surgirão novidades sobre “O Principezinho” num “futuro muito próximo”, que passam por “outras edições que estão a ser ultimadas” e por “uma série de desenhos animados”, em fase de produção, mas que, sabe-se já, passará em Portugal, embora ainda não haja uma data precisa.
A obra foi traduzida para mirandês por Ana Afonso (juntamente com Domingos Raposo), que falou à Lusa do “desafio” de traduzir um clássico “cheio de valores” para a sua língua materna. Esta foi a primeira tradução para mirandês de Ana Afonso, a convite do cônsul de França no Porto, que, em cada lugar que passa, procura línguas ou dialetos para os quais possa traduzir “o seu livro preferido”.
A edição mirandesa de “L Princepico” será apresentada publicamente no dia 15 de abril, no Instituto Franco-Português, em Lisboa, pelo tradutor Domingos Raposo. Na mesma ocasião será apresentada uma exposição de livros e objetos associados ao universo de “O Principezinho”, pertencentes ao ator e apresentador Pedro Granger, colecionador e fã do clássico da literatura francesa.
Via Ionline