Quarta-feira, 20.06.12

TIRARAM O TAPETE AOS ALUNOS COM DISLEXIA

Não se sabe quantos alunos portugueses têm dislexia. Os problemas variam entre dificuldades de leitura, de compreensão, de ortografia ou de matemática. Um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro concluiu que 5,4% dos alunos do 1º ciclo são disléxicos, mas, segundo a Associação Portuguesa de Dislexia, o número «é muito maior».

Até este ano letivo, essas crianças eram acompanhadas pelo Departamento de Educação Especial de cada escola, que construía os testes e os exames consoante as suas dificuldades. Era esta equipa de professores especializados, encarregados de educação, terapeutas e psicólogos que definia, caso a caso, o Programa Educativo Individualizado dos alunos disléxicos e os «critérios de adaptação» nos momentos de avaliação. Da chamada adequação das condições de avaliação, constavam possibilidades como a não pontuação dos erros, a redução do número de questões ou do texto, o prolongamento do tempo ou a leitura do enunciado.

«Em abril, o Júri Nacional de Exames alterou as regras. Os exames passaram a ser todos nacionais e deixou de ser permitida a leitura do enunciado», criticou a presidente da associação, Helena Serra, aotvi24.pt

Ministério da Educação mudou as regras dos exames apenas em abril. Caso de Constança é apenas um entre «milhares»Esta decisão ganhou relevo com a história de Constança, a menina de 14 anos de Odemira que está a ser obrigada a realizar os exames do 9º ano em igualdade de circunstâncias com os outros alunos. «Tiraram o tapete a milhares de alunos que usufruíram de adequações durante todo o ano letivo. As adequações não são nenhum favor que lhes estamos a fazer, é apenas o reconhecer que têm um cérebro especial», disse.

O ministro Nuno Crato garantiu que os casos de alunos disléxicos serão analisados «um a um». No entanto, e apesar das recomendações da escola, da terapeuta, da Direção Regional de Educação e até do Provedor de Justiça, Constança teve de ler o enunciado sozinha e não conseguiu completar o exame de Português por falta de tempo. O ministério alega que um aluno só pode completar o 9º ano se dominar o Português e a Matemática. «Concordamos nesse aspeto, mas só para um cérebro que processa as palavras normalmente. Um aluno disléxico tem pequenos distúrbios no processamento. Ao retirarmos-lhes esses direitos nos exames, estamos a colocá-los em desvantagem logo na linha de partida», explicou Helena Serra.

Nos exames nacionais está garantida a utilização da Ficha A, uma lista de possíveis erros destes alunos, sinalizados pelo departamento especial e pelo diretor de turma, e enviada ao corretor para que não os pontue. «O ministério diz que os alunos não vão ter mais benesses porque já têm a Ficha A, mas só os erros escritos é que não serão pontuados. Então e a dificuldade de leitura ou de compreensão? O ministério esqueceu-se de pensar nos efeitos da má interpretação...», lamentou a professora especializada em educação especial.

A Associação Portuguesa de Dislexia está a aconselhar os pais de alunos disléxicos a enviarem queixas para o ministério, onde já entregou uma petição com mais de 1200 assinaturas. Entretanto, vai enviar uma carta ao secretário de Estado da Educação com um conjunto de propostas, entre as quais a possibilidade de, durante a inscrição nos exames, as adequações realizadas ao longo do ano poderem ser descritas no impresso.

Propõe-se ainda um «modelo de 50 horas de formação específica para os professores», prioritariamente os da educação especial. Segundo Helena Serra, «os alunos não estão a ser apoiados por professores especializados e, quando começam a patinar, têm apoios educativos», que são «uma falácia do sistema», porque estes educadores têm «a mesma formação de outro qualquer». «Os alunos precisam de pessoas que saibam o que estão a fazer, logo no 1º ano ou mesmo, preventivamente, aos 5 anos», frisou.

A professora é a favor da escola inclusiva, mas apenas se isso se traduzir em «turmas reduzidas» e com o «apoio de um professor especializado» em dislexia.

 

Noticia do Push



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Quinta-feira, 14.06.12

ENSINO SUPERIOR: QUAIS AS ÁREAS COM MELHOR SAÍDA PARA EMPREGO?

10.5 por cento das pessoas com formação superior em Portugal estão desempregadas, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Educação, que fez as contas à empregabilidade dos cursos. A área com maior saída é Medicina e há muitos cursos com empregabilidade próxima do zero.

Os dados, reunidos pela Direção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), foram divulgados em simultâneo com o despacho em que o Governo anuncia o congelamento das vagas para o ensino superior, e faz depender a fixação das vagas da empregabilidade dos cursos.

A DGEEC contabilizou para este estudo os dados dos desempregados registados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que têm valores inferiores aos do Instituto Nacional de Estatística. Tendo então em conta os números do IEFP, em Dezembro de 2011 havia 63470 desempregados com nível de ensino superior, para um total de 605134 desempregados.

Medicina no topo, ensino básico ou jornalismo no extremo oposto.No despacho publicado nesta terça-feira, o Governo pretende dirigir as instituições a aumentarem as vagas nas áreas de Ciências, Matemática, Informática e Engenharia, aquelas com maior saída, e reduzi-las nas licenciaturas em Educação Básica. Determina também que seja mantido o número de vagas para Medicina.

O documento da DGEEC apresenta a empregabilidade por áreas de estudo no período compreendido entre 1983/84 e 2009/10. Conclui que a área com maior percentagem de desempregados é a de Serviços Sociais, com 10,3 por cento num total de 23787 diplomados. Segue-se a Informação e Jornalismo, com 9,1 por cento de desempregados, para 20337 diplomados. E a completar o pódio a Arquitectura e Construção, com sete por cento em 60188 diplomados. A Protecção do Ambiente tem igual percentagem, mas para 12162 diplomados.

Em absoluto, a área que contribui com mais gente para a lista de desempregados é a de Ciências Empresariais, também aquela que tem maior número de diplomados ao longo deste período. Contribui com 16,5 por cento para o total de desempregados (9389), mas também representa 16,2 por cento do total de diplomados (184230). A relação entre uns e outros é de 5,1 por cento.

Segue-se a Formação de Professores e Ciências da Educação, que produziu 161060 diplomados e tem 7892 desempregados. É uma relação de 4,9 por cento, mas contribuiu com 13,9 por cento para o total de desempregados com formação superior.

A área com melhor nível de empregabilidade é a da Saúde, que tem apenas 2,8 por cento de desempregados, entre 152 mil formados nos últimos 25 anos. A seguir vem Direito, 3,2 por cento de desempregados entre os 52967 diplomados. E depois Matemática e Estatística, com 3,6 por cento. Há uma área que só tem 1,9 por cento de desempregados mas tem apenas 6030 diplomados neste período: é a de Serviços de Segurança.

O estudo sobre desemprego, que pode ser visto aqui, tem o número de diplomados e registados no IEFP em cada curso nas universidades e politécnicos do continente. Da longa lista há alguns com taxa de 100 por cento de desemprego, em casos em que os números de diplomados são inferiores a cinco. É assim com as licenciaturas de Ecoturismo da Escola Superior Agrária de Coimbra, de Gestão e Sistemas de Informação do Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais do Porto, de Gestão de Empresas (regime pós-laboral) da Escola Superior de Gestão e Tecnologia de Santarém, ou do mestrado de Aquacultura e Pescas da Universidade do Algarve.

 

Retirado do Push



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Terça-feira, 22.05.12

Miley Cyrus:

 

Miley Cyrus: "Sexo é bonito"Alberto E. Rodriguez/AFP

 

A cantora e atriz Miley Cyrus deu uma verdadeira aula de educação sexual durante o programa americano "The Corversation", apresentado por Amanda de Cadenet.

 

Durante a conversa, a artista defendeu que o assunto tem de ser tratado mais abertamente.

 

"As garotas que baseiam seu valor nos favores sexuais que prestam para alguém me deixam triste. Isso porque sexo na verdade é muito bonito. É o único jeito em que nos tornamos capazes de criar, é o único jeito em que o mundo segue adiante”, disse  Miley.

 

Segundo ela, os pais devem abordar o assunto com seus filhos desde cedo.

 

"É uma ignorância não falar com seus filhos sobre o assunto ou fazê-lo parecer mais mágico e legal do que realmente é. Crianças assistem à televisão, então sabem o que é sexo. Então eduquem suas crianças e deixem que elas saibam que o sexo bonito, mágico, é quando você está conectado com outra pessoa", completou a cantora.

 

Retirado de Band



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Domingo, 20.05.12

Privacidade: dados de 220 mil estudantes a descoberto na web

Nomes completos, números de BI e NIF de bolseiros do ensino superior estiveram a descoberto na web. Dados do agregado familiar também estiveram acessíveis

Os dados pessoais de 220 mil estudantes bolseiros do ensino superior estiveram acessíveis durante várias semanas no site da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES). A situação foi corrigida quinta-feira pela empresa responsável pelo desenvolvimento da plataforma, mas vai ser investigada pela Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD).

 

Os nomes completos e os números dos bilhetes de identidade e de identificação fiscal dos mais de 220 mil alunos candidatos a bolsas de estudo podiam ser consultados sem grandes dificuldades numa área específica do site da DGES. O sistema permitia também aceder aos mesmos dados pessoais dos pais e restantes elementos do agregado familiar destes estudantes do ensino superior.

 

O problema prendia-se com o acesso à área reservada do site a bolseiros, que era feita através de um endereço inseguro, que podia ser manipulado. O link à vista no browser de qualquer computador mostrava os parâmetros de acesso "ID" preenchidos com vários X. Substituindo os X pelos números de contribuinte ou de BI dos estudantes era possível aceder a essa zona do site. Uma vez ultrapassada a barreira, os dados pessoais estavam inteiramente disponíveis.

 

Solução é temporária

Uma denúncia anónima fez com que o portal "pplware.com", associado à rede Sapo Tek, tivesse detectado o problema, dando origem a uma publicação naquele site feita anteontem. A forma como a notícia se começou a espalhar levou também o Ministério da Educação e Ciência (MEC) e a DGES a olhar para o caso e, a meio do dia de ontem, já havia uma solução, ainda que temporária.

 

O endereço de acesso à zona "reservada" a candidatos foi desactivado, o que impede agora o acesso à área onde os dados pessoais estavam acessíveis. A solução não corrige, todavia, o problema em definitivo. Numa nota escrita enviada ao PÚBLICO, o MEC garante que "têm vindo e estão a ser desenvolvidos os procedimentos normais nestas circunstâncias, designadamente em matéria de auditoria informática".

 

"O endereço já não se encontrava acessível através da plataforma de candidatura, onde tinha sido substituído, na sequência da adopção de um método diferente de geração de formulários", informa o gabinete de Nuno Crato.

 

Segundo o ministério, "nunca esteve em risco a divulgação de qualquer informação acerca, designadamente, dos rendimentos e património dos candidatos e do seu agregado familiar". Além disso, a consulta da informação através do endereço em causa "não era possível por engano ou casualidade", obrigando a uma "deliberada e intencional" manipulação de dados, uma prática que é ilegal, explica o MEC.

 

Retirado do P3



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Terça-feira, 08.05.12

 

Sem Tarja Preta: sexo para mulheres

 

Estudante de design gráfico apresenta vídeo didático e divertido sobre tabus sexuais do universo feminino em seu trabalho de conclusão de curso

Objetivo, autoexplicativo e sem nenhum tabu. É assim o vídeo “Sem Tarja Preta” da designer de 22 anos Bee Grandinetti. Este foi seu projeto de conclusão de curso na Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Com quase sete minutos de duração, a recém-formada esclarece o que chama de “pontos obscuros relacionados ao prazer no sexo para mulheres”.

O vídeo é despojado e com linguagem simples. Isso porque sexo nunca foi um assunto estranho para Bee: “Nunca tive inibições de conversar sobre o tema, o que inclusive me ajudou em termos de aprendizado. Essa abertura fez com que eu percebesse que as pessoas não eram tão felizes e bem resolvidas sexualmente como diziam”, conta.

Até o momento, a repercussão do vídeo é bastante positiva. “Eu esperava uma enxurrada de retornos negativos, pois eu falo com muita sinceridade de coisas que muita gente não quer ouvir. Mas, para a minha surpresa, até agora só tive retornos muito positivos”, comemora.

As informações que aparecem no vídeo, como números e estatísticas, são de pesquisas do ProSex, projeto de sexualidade da Faculdade de Medicina da USP, e os “pontos obscuros” foram escolhidos a partir de vídeos, artigos, livros, debates e reflexão pessoal. Bee contou com o apoio do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania GLBT da Universidade Federal de Minas Gerais.

O resultado do trabalho, academicamente, foi a nota máxima. Mas, além disso, Bee tem outras expectativas. “Eu torço muito para que o vídeo alcance o maior número de pessoas possível. Se pelo menos uma pessoa que tenha dificuldades repense seu comportamento sexual depois de ver o vídeo, já vai ter valido a pena”, completa.

 Retirado de PBAgora



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Sábado, 28.04.12

Universidade de Coimbra é uma das que escreveram cartas aos devedoresUniversidade de Coimbra é uma das que escreveram cartas aos devedores (Foto: Nelson Garrido)


Dezenas de recém-licenciados podem ver os seus graus anulados por causa da existência de propinas em atraso. As universidades estão a fazer um esforço para recuperar milhões de euros de dívidas existentes. Nas últimas semanas, enviaram cartas aos antigos alunos dando-lhes uma última oportunidade para regularizarem a situação. Caso não a resolvam, podem ser alvo de penhoras ou, em último caso, ver cancelados os actos curriculares relativos a esses anos lectivos.

 

Nas três instituições que disponibilizaram os valores em dívida, a verba chega aos 3,6 milhões de euros. Na Universidade do Minho, Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Coimbra há mais de 4500 antigos alunos em incumprimento. As universidades estão a cobrar uma taxa de juro de mora, aplicável às dívidas ao Estado, e cujo actual quadro legal fica em 1% ao mês, até um máximo de 7%. A Associação Académica de Coimbra defendeu um perdão de juros, mas a reitoria da universidade mais antiga do país recusa essa possibilidade.

 

Via Público



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Sexta-feira, 27.04.12
Bebés, o que fazer quando eles não querem dormir

NOITES BRANCAS COM O BEBÉ

O nosso filho de seis meses tem problemas de sono e nós já tentámos de tudo: diferentes horários para dormir, não fazer sestas para que ele fique mais cansado, mudar as canções de embalar, dar-lhe de mamar justamente antes de dormir, até já comprámos cortinas opacas para deixar o quarto dele totalmente às escuras. Ainda assim, continua a acordar a meio da noite e leva imenso tempo para voltar a adormecer. Eu e a minha mulher estamos sempre exaustos. O que podemos fazer?

 

Uma das coisas mais importantes a fazer é estabelecer uma rotina a nível da hora em que ele tem de ir para a cama – e mantê-la. Os bebés adoram – e querem – rotinas. Mudar constantemente irá apenas confundi-los fazendo com que lhes seja mais difícil perceber quando é, ou não, altura de dormir.

 

Na verdade, as rotinas não são apenas para os bebés. Se você é como a maior parte dos adultos, provavelmente tem a sua própria rotina nocturna; uma série de actividades que o ajudam a ficar pronto para ir dormir: ler alguns capítulos de um livro, ver um DVD ou talvez ter relações sexuais. Com os bebés acontece praticamente o mesmo: as rotinas “pré-dormir” fazem com que o bebé se sinta cansado pois associa-as ao próprio acto de dormir.

 

Criar uma rotina não tem nada de complicado. Pode ser tão simples como um aconchego, uma história, um minuto ou dois a fazer uma massagem, um biberão rápido ou música calma. A quantidade e a ordem das actividades não são importantes, certifique-se apenas de que está a ser coerente todos os dias. Aqui ficam algumas ideias que poderão ajudar:

 

- Brinque muito com o bebé enquanto está acordado. Exercitá-lo durante o dia vai ajudá-lo a dormir à noite; 

 

- Não brinque com os horários. Pode parecer lógico que saltar as sestas durante o dia vai ajudar o bebé a dormir mais durante a noite, mas, na verdade, o que acontece é o oposto. O seu bebé faz sestas porque precisa delas. Quando não descansa o que precisa durante o dia, toda a dopamina e adrenalina extra que circulam no corpo vão fazer com que se torne ainda mais difícil adormecer à noite;

 

- Faça a distinção entre dia e noite. Durante o dia, provavelmente pega no seu bebé ao colo, canta, bate palmas, faz jogos e todo o tipo de actividades para se envolver  com ele. Quando se entra no “modo noite” deverá falar menos, fazer muito menos actividades físicas e, geralmente, escurecer os ambientes;

 

- Não exagere. Baixar a luminosidade e tornar a casa um pouco mais silenciosa é o desejável, mas é necessário que o bebé consiga adormecer com as luzes acesas e algum barulho de fundo. Tentar que haja silêncio absoluto e total escuridão poderá ter o efeito oposto;

- Deite-o quando ele estiver ensonado, nunca enquanto ele estiver completamente desperto;

 

- Seja paciente. Os bebés conseguem ser muito barulhentos durante a noite. Tal como nós, eles acordam muitas vezes durante o sono e olham à sua volta para confirmar que o mundo continua a girar na sua órbita. Por isso, antes de se levantar a correr sempre que o bebé começa a choramingar, respire fundo e espere um minuto, é possível que ele volte a adormecer sozinho;

 

- Faça turnos. É um acto de cavalheirismo da sua parte partilhar a tarefa de se levantar a meio da noite com a sua mulher, mas não. Deixe que seja ela a fazer os primeiros turnos da noite, enquanto você dorme, depois comece o seu turno de madrugada enquanto ela descansa;

- Ponha os brinquedos de parte. Alguns bebés acordam a meio da noite, vêem todos os seus brinquedos, e decidem que querem brincar – e, claro, é mais divertido brincar consigo do que sozinho.

 

Retirado do Público



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Sexta-feira, 23.03.12

Atirei o pau ao Benfica???!!!


O FC Porto pretende que o Ministério da Educação se pronuncie sobre “os fascistas do gosto”, na sequência de uma queixa contra o ensinamento às crianças de cantigas infantis com saudações ao Benfica numa escola pública da Ericeira.


Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o clube portuense condena “o proselitismo em escolas públicas”, saúda “o civismo do pai” autor da queixa e critica o género de cantilenas naquele jardim-de-infância público: “Em vez de ensinarem os valores da liberdade de escolha, ou de opinião, preferem ser uma espécie de ‘ayatollahs’ das suas próprias preferências”.

“Mais grave é que a adulteração da letra é prática diária e repetida três vezes ao dia, não só no jardim-infância da Ericeira, mas também em todas as escolas do pré-escolar do agrupamento e noutras de Lisboa e Cascais”, refere a nota divulgada na página oficial do clube.

O FC Porto pretende que “o Ministério da Educação se pronuncie sobre estes fascistas do gosto e dê instruções para que, em todas as escolas do país, se acabem com práticas que fazem lembrar os tempos da outra senhora”.

A inclusão da expressão ‘viva ao Benfica’ na cantilena “Atirei o pau ao gato” de um jardim-de-infância da Ericeira, Mafra, motivou a queixa de um pai ao Ministério da Educação, por desrespeitar a pluralidade de gostos.

Na queixa enviada, Eduardo Mascarenhas, pai de uma menina de quatro anos, manifestou-se contra o facto de a educadora ter feito uma adaptação, ao ensinar as crianças a cantar “vai-te embora pulga maldita/batata frita/viva o Benfica”, várias vezes ao dia.

 

Via Público



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Quarta-feira, 21.03.12
Os primeiros estudantes com necessidades educativas a fazer exames iguais aos outros alunos são os do 6.º ano
Os primeiros estudantes com necessidades educativas a fazer exames iguais aos outros alunos são os do 6.º ano (Foto: Rui Gaudêncio)
Os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) vão passar, já a partir deste ano, a fazer os mesmos exames que os estudantes que não têm esse diagnóstico.

O fim das provas adaptadas para os alunos com NEE aplica-se já este ano ao 6.º ano de escolaridade. Esta mudança está a ser lembrada numa conferência, esta manhã, num encontro sobre educação especial que está a decorrer no Parlamento.

"Como é que estes alunos farão? Vão confrontar-se com o insucesso", alertou uma docente do ensino especial, do Seixal.

O fim dos exames de escola, dirigidos para estes alunos, foi decretado recentemente pelo ministério. No parlamento, professores e pais deram conta que a confusão se instalou nas escolas sobre os procedimentos a seguir. Uma mãe de uma aluna do 6.º ano com necessidades educativas especiais contou ao PÚBLICO que na semana passada foi chamada à escola da filha para lhe comunicarem que ela terá de fazer a mesma prova final que o ministério elaborará para todos os estudantes daquele ano de escolaridade. A filha está integrada numa turma do ensino regular, mas segue outro programa e tem também testes de avaliação diferentes, Disseram-lhe que tinham sido essas as ordens que receberam do Júri Nacional de Exames (JNE). 

Mas já este mês, o JNE publicou informação que refere que as escolas devem pedir autorização prévia para os alunos terem acomodações. Ou seja, os alunos com necessidades educativas especiais podem usufruir de mais tempo para realizar o exame; se forem cegos podem ouvir a prova num cd ou esta pode ser-lhes lida; se for diabético pode parar a meio do exame para comer, etc., mas só se a escola justificar ao JNE.

O Júri diz ainda que os estabelecimentos de ensino devem pedir autorização para fazer exames a nível de escola e justificá-lo, embora para esta modalidade se refira apenas a possibilidade de ser usufruída, "em condições excepcionais", por alunos cegos, com baixa visão, surdos severos ou com limitações moptoras severas. 

Ao contrário do que acontecerá com os estudantes do 6.º ano, o JNE informou também que este ano, "excepcionalmente", os alunos do 3.º ciclo "com necessidades educativas especiais de carácter permanente do domínio cognitivo" poderão realizar provas finais a nível de escola para a conclusão do 9.º ano. 

Actualmente, há alunos do ensino especial com currículos específicos e que não fazem exames, mas também terminam a escola apenas com um certificado de frequência e não com um diploma. 

Outros estudantes com necessidades educativas especiais cumprem o currículo nacional, embora com adequações, e realizam exames. No entanto, estes são elaborados pela própria escola. Por exemplo, para os alunos disléxicos, a escola tem a preocupação de desdobrar as perguntas ou de fazer testes com modelo americano, com respostas múltiplas, assinaladas com "x", de maneira a que o aluno não tenha de escrever muito. 

Essas adequações deixarão de ser possíveis, a partir do momento em que estes alunos façam o exame nacional, ao lado dos que não têm necessidades educativas especiais. 

 

Via Publico



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Quinta-feira, 01.03.12

Vencer o cerco agarrar o sonho

 

No Agrupamento de Escolas do Cerco, no Porto, o estigma tem perna longa. Para muitos dos que vivem numa relação higiénica, padronizada e distante com a cidade, o Cerco fica longe demais, entre o desalento e a depressão social. Contrariar o destino e os preconceitos são batalhas duras para gente de menos. Mas permitam que vos conte uma história sobre almas grandes.

 

Paula Cruz e Maria Teresa Borges são duas das professoras responsáveis por ajudar a dar forma ao sonho de um grupo de alunos que, este ano letivo, cumpre o sonho do 12.º ano. No caso, alunos que, na sua maioria, já completaram mais estudos do que os seus pais. O que só engradece os pais e os filhos. Para perceber a importância disto, é preciso dizer que os alunos que concluem os estudos de nível secundário são residuais (pouco mais do que cinquenta por ano). Sinais da pouca valorização do estudo e dos condicionalismos inerentes ao meio, lembram, amiúde, as professoras.

 

Por isso, o trabalho delas tem sido contaminar os alunos, agora finalistas, com vontades e energias que desafiam contextos e cenários pré-cozinhados. Apesar das conjunturas, das troikas e baldrocas, elas querem ser cúmplices de um sonho. E motivadoras de trabalho e dedicação para agarrá-lo.


E que sonho é o destes jovens? Simples: vencer o cerco e fechar este ciclo com uma viagem de finalistas. Não uma viagem qualquer. Mas, sim, uma jornada onde os afectos, a cultura e a partilha tenham sentido. Uma viagem que mude os olhares, o imaginário e devolva às suas existências a esperança de um caminho. Um caminho que querem escrever eles próprios na folha branca dos seus dias futuros.

 

As professoras escolheram Itália como destino. Esboçaram-no nas aulas de Literatura Portuguesa. A cada aula que passava, a Itália, uma das matrizes culturais do Ocidente, tornou-se projecto. Sonho. De Literatura Portuguesa a Português, passando pela História e pelas Ciências, entusiasmaram-se as turmas. E o lirismo inicial de que eram acusados deu lugar a assunto sério e comentado.

 

Falta muito, ainda, para concretizar o sonho. Cerca de 18 mil euros, para não andar longe da verdade.


Mas há muito caminho andado, sem esmorecer.

 

Este ano letivo, por exemplo, alunos e professores já organizaram um jantar de beneficência, que contou com a presença do Cônsul Honorário de Itália no Porto. Prepararam também a festa de Halloween. Dinamizaram e fizeram a gestão do bar na Festa de Natal do Agrupamento. Fizeram embrulhos no Continente do GaiaShopping durante o mês de Dezembro, sem fins-de-semana, trabalhando arduamente quase até à noite de Natal, com um sorriso nos lábios. E o espírito de grupo venceu o cansaço.

 

Pelo meio, há ainda exemplos individuais de entrega abnegada: jovens cujos pais até podiam pagar a viagem, mas querem trabalhar para ajudar os outros a ir; jovens que decidiram oferecer-se para lavar as escadas do prédio onde vivem para amealhar a quantia necessária; bons alunos, com pais desempregados, que multiplicam ideias e esforços em nome do sonho. E por aí fora, vencendo o cerco, tentando agarrar o impossível.

A viagem está agendada para a Páscoa. Custa 615 euros por aluno. É uma viagem de autocarro (não se sonha com avião). Mas talvez seja melhor assim. Haverá passagens por Génova, Pisa, Florença, Roma e Veneza.

 

No Cerco, entretanto, não se desiste.


Para angariar fundos, haverá uma noite de fados no dia 10 de Fevereiro. Está também programada uma festa depois do Carnaval e um pequeno concerto dos Blind Zero, gentileza do vocalista Miguel Guedes, ex-aluno da escola. Já seguiu também uma carta para a SAD do FC Porto, solicitando ajuda. Coisa simples: apenas 50 cêntimos por adepto de um qualquer jogo do clube no Dragão a realizar durante este mês. Desenham-se ainda os pormenores de uma festa com música para os Sub-45 ou sub-50 no início de Março. Grupos de amigos e familiares serão chamados a alinhar e a dar um pezinho de dança ao som de algumas memórias dos anos 70, 80 e 90. Sem tabus nem preconceitos, ajudando a alimentar o sonho.


Há um NIB para quem quiser contribuir (0035 0743 0001 3419 60022).


Mas, acima de tudo, façam o favor de partilharem e serem também cúmplices desta história de muitas vontades que resgata o melhor que somos, desafiando futuros.

 

 a página da Viagem de Finalistas no Facebook. 

 

Retirado de A Devida Comédia



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Quarta-feira, 29.02.12

A insegurança e casos de violência em contexto escolar motivaram os responsáveis de uma empresa do Porto a criar um curso de segurança pessoal para professores que hoje se realizou com a participação de quase duas dezenas de docentes.


A maioria dos participantes são professores em escolas do ensino básico e secundário e alguns já passaram por situações “desagradáveis” na sala de aula.

Professora há 14 anos, de inglês/alemão, Isabel Almeida contou à Lusa que os problemas começaram logo no início da carreira.

“Eu era novinha e baixinha, eles eram adolescente, revoltados e estavam na escola contrariados. Foi muito difícil”, admitiu, referindo que “as asneiras e os insultos” eram e são as situações mais frequentes com que depara na sala de aulas.

Nunca foi agredida fisicamente, mas esteve “muito perto”. Em declarações à Lusa, Isabel Almeida relatou um caso já ocorrido este ano lectivo e que está a ser alvo de um processo disciplinar.

“Senti que [o aluno] estava prestes a pegar numa cadeira para me atirar. A minha tendência foi afastar-me, mas eu não podia fugir da sala de aula, tinha mais 20 alunos ali. Sabia que tinha de fazer qualquer coisa para tentar acalmá-lo, mas fiquei indecisa, sem saber o que fazer”, admitiu.

Assim, quando teve conhecimento de um curso de defesa pessoal para professores, não hesitou. Como ela chegaram à SMD (Sistema Marcial de Defesa) outros colegas, uns já com histórias idênticas para contar, outros apenas para saber como agir perante uma eventual situação de violência, seja na escola ou no dia a dia.

A postura corporal, de autoconfiança e de autoridade, frases curtas e sem margem para discussões. São conceitos que os formadores (todos elementos de unidades especiais de forças policiais) não se cansam de repetir, ao longo da formação.

Da teoria passou-se à prática e os professores foram chamados a recriar situações de confronto, uns no papel de alunos indisciplinados, os outros na sua função habitual.

Os formadores Ricardo Lisboa, fundador do SMD, Nuno Horta e Hélder Pinto, vão ensinando os “truques simples, mas eficazes” que os docentes podem usar quando confrontados com situações “menos agradáveis”.

Os três responsáveis ministraram já acções idênticas para profissionais de saúde e programam para breve uma outra para jornalistas.

O SMD resulta da pesquisa de várias artes marciais e métodos de defesa pessoal, como o Jiu Jitsu Brasileiro, Muay Thai, Boxe ou defesa pessoal policial e militar.

Na empresa são ministrados treinos para o cidadão comum, vítimas de violência, doméstica ou em contexto escolar, de ‘carjacking’, ‘homejacking’, e todas as situações de violência às quais a pessoa está exposta.

Professora, mas no ensino superior, Cristina Cunha, de 28 anos, nunca se confrontou com nenhuma situação de violência, mas quer conhecer “os procedimentos” correctos. Viu a informação sobre o curso no site e decidiu participar para “saber como reagir perante determinados ‘ataques’. É uma mais-valia”.


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Quinta-feira, 16.02.12
Dezenas de alunos estavam desde as 10h concentrados em frente à escola
Dezenas de alunos estavam desde as 10h concentrados em frente à escola (Foto: Pedro Maia)
O cancelamento da visita do Presidente da República, Cavaco Silva, à Escola Artística António Arroio, em Lisboa, deveu-se a “um impedimento” relacionado com a função presidencial, confirmou ao PÚBLICO o assessor da Presidência para a Comunicação Social, José Carlos Vieira.

Sem querer dar qualquer outro tipo de explicação, este responsável adiantou, no entanto, que ficou acordado que os secretários de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida e do Ensino Básico e Secundário, Isabel Leite, que iam acompanhar o Presidente, iriam realizá-la mesmo sem a presença de Cavaco Silva. Além destes dois governantes, a visita foi acompanhada pela assessora do Presidente para a Educação, Suzana Toscano. Inicialmente prevista para as 10h30, esta realizou-se no novo formato a partir das 11 horas. 

Questionado sobre se foi avaliado existir um problema de segurança nesta visita pelo facto de estar a decorrer uma manifestação de estudantes em frente ao portão da escola, o assessor presidencial limitou-se a dizer não ter indicação de haver qualquer problema de segurança. 

Dezenas de alunos estavam pelo menos desde as 10h concentrados em frente ao portão da escola António Arroio à espera da chegada de Cavaco Silva – inicialmente a Presidência da República não deu qualquer explicação sobre o cancelamento.

De acordo com a TSF, os alunos queixam-se da inexistência de um refeitório nesta escola que serve 1200 alunos e que são obrigados a comer no chão à porta do estabelecimento escolar, mas protestam também pelo fim do passe escolar.

Segundo tinha afirmado à Lusa Carlos Carolino, o elemento da Polícia de Segurança Pública que estava no local a comandar as operações, o cancelamento da visita verificou-se cerca de meia hora depois da hora prevista para o seu início.

 

Via Público



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Quinta-feira, 19.01.12

O casamento gay e a questão de pais homossexuais estiveram na boca de todos nos últimos tempos. Nesse mês, o Papa Bento XVI disse que o casamento gay é uma “ameaça ao futuro da humanidade”, citando a necessidade do crescimento de crianças com casais heterossexuais.

 

 

Mas pesquisas com famílias lideradas por homens e mulheres gays não traz nenhum resultado desastroso. De fato, algumas vezes, pais gays podem trazer talentos à mesa que os heterossexuais não conseguem.

 

Os pais gays “tendem a ser mais motivados, mais comprometidos do que os heterossexuais, na média, porque escolhem serem pais”, afirma a psicóloga Abbie Goldberg, que pesquisa esse tipo de caso. De acordo com ela, gays e lésbicas raramente viram pais por acidente, em comparação com quase 50% de gravidez acidental entre os heterossexuais. “Isso dá mais comprometimento e envolvimento, em geral”.

 

E enquanto pesquisas indicam que os filhos de pais gays apresentam diferença quase nula de aprendizagem, saúde, funcionamento social e outras medidas, essas crianças podem ter a vantagem de possuir uma mente mais aberta, tolerante e modelos de comportamento para relações igualitárias, de acordo com outros estudos. Não só isso, mas de acordo com pesquisas, pais homossexuais tendem também a oferecer casa para crianças difíceis do sistema de adoção.

 

A adoção gay causou controvérsia no estado americano de Illinois, onde serviços de adoção católicos decidiram parar de oferecer os serviços porque o estado se recusou a disponibilizar fundos, a menos que os grupos concordassem em não discriminar os gays.

 

Deixando de lado a oposição católica, pesquisas sugerem que pais gays são uma fonte poderosa para crianças que precisam ser adotadas. De acordo com um estudo de 2007, 65 mil crianças americanas estavam vivendo com pais adotivos homossexuais, entre 2000 e 2002, com outras 14 mil em casas de adoção lideradas por gays. (Existem mais de 100 mil crianças, atualmente, nessa situação, nos EUA).

 

Um estudo de outubro de 2011, do Instituto de Adoção Evan B. Donaldson, descobriu que das adoções por pais gays em mais de 300 agências, 10% das crianças tinham mais de seis anos – uma idade tipicamente difícil de ser adotada. Cerca de 25% tinha mais de três anos; 60% dos casais adotou raças diferentes, o que é importante já que crianças que são minorias tendem a se manter no sistema de adoção; e mais da metade das crianças adotadas tinham necessidades especiais.

 

De acordo com o autor David Brodzinsky, o estudo não comparou as preferências adotivas dos heterossexuais. Mas pesquisas sugerem que os gays tendem a adotar crianças mais velhas, com necessidades especiais e minorias. Parte disso poderia ser de suas preferências, e outra por causa da discriminação nas agências que coloca as crianças mais “difíceis” para os pais “menos desejados”.

 

Brodzinsky afirma que não importa como você encare isso, os gays se interessam na adoção como um grupo. Um estudo de 2007, do Instituo Urban, revelou que mais da metade dos pais gays e 41% das lésbicas, nos Estados Unidos, gostariam de adotar. Numericamente isso corresponde a dois milhões de pessoas para adoção. “É uma reserva enorme de pais em potencial que poderiam tirar as crianças do sistema instável de adoção”, comenta Brodzinsky.

 

“Quando você pensa nas 114 mil crianças que estão prontas para serem adotadas mas continuam vivendo em casas de adoção, o objetivo é aumentar a reserva de pais disponíveis, interessados e treinados para serem pais delas”, comenta Brodzinsky.

 

E ainda, o pesquisador comenta que existe evidências sugerindo que os gays aceitam adoções abertas, quando a criança continua tendo algum contato com os pais biológicos. E as estatísticas dizem que esses pais não têm problemas em suas crianças serem criadas por casais do mesmo sexo.

 

“O interessante é que encontramos uma pequena porcentagem, mas o suficiente para ser notada, de mães biológicas que fazem a decisão consciente de deixar o filho com homens gays, para que sejam a única mãe na vida da criança”, afirma Brodzinsky.

 

Boa criação


Pesquisas mostram que filhos de casais do mesmo sexo – adotados ou biológicos – não são piores do que os filhos de heterossexuais na saúde mental, funcionamento social, desempenho escolar e outras variedades de sucesso na vida.

 

Em 2010, os sociólogos Tim Biblarz e Judith Stacey reviram quase todos os estudos sobre pais gays, e não descobriu nenhuma diferença entre crianças criadas em casas com pais heterossexuais e em casas com mães lésbicas. “Não há dúvida de que crianças com mães lésbicas vão crescer e ser ajustadas socialmente e obter sucesso como as crianças com pai e mãe”, afirma Stacey.

 

Há muito pouca pesquisa sobre homens, pais, homossexuais, então Stacey e Biblarz não conseguiriam chegar a conclusões nesse ponto. Mas Stacey suspeita que homens gays “seriam os melhores pais na média”, comenta.

 

Ela afirma que isso é especulação, mas se lésbicas têm que planejar para ter uma criança, isso é ainda mais difícil para homens gays. Para Stacey, os dois devem estar muito comprometidos. Homens gays também podem experimentar menos conflitos parentais, já que a maioria das lésbicas usam doações de esperma para ter uma criança, então uma mãe é a biológica, o que pode criar conflito por proximidade à criança.

 

“Com homens gays, você não tem esse fator”, comenta. “Nenhum deles fica grávido, nem amamenta, o que não gera essa assimetria no relacionamento”.

 

E para aqueles que dizem que uma criança precisa de um pai e uma mãe em casa, Stacey afirma que estão esquecendo pesquisas que comparam filhos de pais solteiros e de casais. Dois bons pais são melhores do que um, mas um bom pai é melhor do que dois ruins. E a opção sexual não parece afetar isso. Mesmo que existam diferenças entre como homens e mulheres criam os filhos, ela afirma que há muito mais diversidade dentro dos gêneros do que entre eles.

 

“Dois pais heterossexuais com o mesmo passado, classe, raça e religião são mais parecidos na maneira como criam os filhos do que um é igual todos os homens e outra como todas as mulheres”, comenta Stacey.

 

Para Goldberg, os únicos locais consistentes onde você pode encontrar diferenças entre crianças de casais gays e de heterossexuais está na tolerância e abertura de conceitos. Em um estudo de 2007, ele conduziu entrevistas com 46 adultos com pelo menos um pai gay. Vinte e oito falaram espontaneamente que se sentiam mais abertos mentalmente e empáticos do que aqueles não criados nessas condições.

 

“Esses indivíduos sentem que suas perspectivas sobre família, gênero ou sexualidade são muito acrescentadas por crescerem com pais gays”, comenta Goldberg.

 

Um homem de 33 anos, com uma mãe lésbica, afirmou à Goldberg: “Eu me sinto mais aberto por ter sido criado em uma família não tradicional, e penso que aqueles que me conhecem iriam concordar. Minha mãe me abriu para o impacto positivo das diferenças entre as pessoas”.

 

Crianças com pais homossexuais também comentaram que se sentem menos bloqueados por estereótipos de sexualidade do que se tivesse nascido em casas heterossexuais. Isso porque casais homossexuais tendem a possuir uma relação mais igualitária.

 

“Homens e mulheres sentiam que eram mais livres para procurar uma série de interesses”, afirma Goldberg. “Ninguém estava dizendo para eles, ‘Oh, você não pode fazer isso, isso é coisa de menino’, ou ‘Coisa de menina’”.

 

Aceitação do mesmo sexo


O sociólogo Brian Powell argumenta que se o casamento entre pessoas do mesmo sexo tem alguma desvantagem, a culpa não é da escolha dos pais, mas da reação da sociedade sobre essas famílias.

 

“Imagine ser uma criança vivendo em um estado onde, legalmente, apenas um dos pais pode ser seu pai”, comenta Powell. “Nessas situações, a família não é vista como autêntica ou real pelos outros. E seria uma desvantagem”.

 

Em sua pesquisa, Goldberg descobriu que muitos filhos de casais gays pensam que mais aceitação das famílias homossexuais ajudaria a resolver o problema.

 

Em um estudo desse ano, Goldberg entrevistou outro grupo de 49 adolescentes e adultos jovens com pais gays, e descobriu que nenhum deles rejeitava o direito de homossexuais se casarem. Muitos citaram benefícios legais e aceitação social.

 

“Eu estava pensando sobre isso com alguns amigos e comecei a chorar pensando em como minha infância poderia ter sido se o casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse legalizado, há 25 anos”, confessou para Goldberg um homem de 23 anos, criado por um casal de mulheres. “Os impactos culturais e status legal afetam as narrativas familiares desse tipo de situação – como nos vemos em relação a uma cultura maior, como parte ou excluídos”

 

Via HypeScience



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Segunda-feira, 19.12.11
Estatuto do Aluno está em revisão e poderá incluir punições aos paisEstatuto do Aluno está em revisão e poderá incluir punições aos pais (Raquel Esperança)
A partir do próximo ano lectivo, os pais dos alunos indisciplinados ou com faltas em excesso passarão a ser responsabilizados pelo comportamento dos filhos na escola.

Esta é uma das principais alterações que o Governo e os grupos parlamentares do PSD e do CDS pretendem introduzir ao Estatuto do Aluno, cuja revisão está a ser preparada pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC). A medida conta com o aval dos directores de escolas.

O MEC sustenta que "não é possível agora adiantar pormenores sobre o sentido das alterações" que estão a ser preparadas. No mês passado, o secretário de Estado da Educação, João Casanova de Almeida, que é responsável por este processo, defendeu a responsabilização dos pais e indicou que o ministério pretende concluir a revisão antes da Primavera, de modo a que novo Estatuto do Aluno possa entrar em vigor já no próximo ano lectivo.

 

Via Público



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Sexta-feira, 09.12.11

Em 30 anos Portugal perdeu um milhão de crianças (até aos 14 anos)Em 30 anos Portugal perdeu um milhão de crianças (até aos 14 anos) (Manuel Roberto)

Condições de habitabilidade melhoraram substancialmente na última década, mas ainda há quase dois por cento de alojamentos sem instalação de banho ou duche.

Entre 2001 e 2011 quase duplicou o número de pessoas que passou a ter curso superior – são agora cerca de 1,2 milhões. Esta tendência também se verifica no ensino secundário. Mas, contas feitas, apenas 12% da população possui o ensino superior completo, 13% o secundário, o que contrasta com os 19% da população sem qualquer nível de ensino. São dados provisórios do Censos 2011 ontem divulgados no Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa.

O coordenador do Gabinete de Censos do Instituto Nacional de Estatística (INE), Fernando Casimiro, destacou ontem a passagem de 284 mil licenciados em 1991, 674 mil em 2001 e 1,262 milhões de pessoas este ano. São as mulheres quem possui qualificações mais elevadas, sendo 61% dos licenciados do sexo feminino, mas são também as mulheres que predominam no grupo de pessoas sem qualquer escolaridade. Apesar das boas notícias, 19% das pessoas não têm qualquer nível de ensino. O ensino básico do 1.º ciclo corresponde ao nível mais elevado da população – 25%.

Em 30 anos Portugal perdeu um milhão de crianças (até aos 14 anos) e ganhou 900 mil idosos (mais de 65 anos). "A população idosa quase dobrou a sua representação no país", disse Fernando Casimiro, nesta segunda fase da apresentação dos dados do recenseamento geral da população de 2011. Hoje, 19% dos portugueses têm 65 ou mais anos de idade. Mas há excepções, "as regiões autónomas são uma espécie de reserva demográfica", sublinhou. Na Madeira a população aumentou 9,3% e nos Açores 2,06%. As ilhas superam as restantes regiões na população jovem e nas menores percentagens de população idosa.

No grupo etário mais jovem, até aos 14 anos de idade, inclui-se 15% da população residente em Portugal. De acordo com o INE, há "um duplo envelhecimento dos portugueses", por um lado pelo aumento da população idosa, e por outro pela redução da população jovem, especialmente nas regiões do Alentejo e Centro. Na última década houve um agravamento do índice de dependência total, que passou de 48 para 52, o que significa que por cada 100 pessoas em idade activa existem 52 dependentes.

As chamadas famílias unipessoais foram as que mais cresceram, 37,3% em dez anos, o que resultará sobretudo do envelhecimento da população, um valor muito acima das chamadas "famílias clássicas", cujo aumento se ficou pelos 10,8% no mesmo período de tempo.

No Portugal de 2011 são 21,4% os que vivem sozinhos, uma realidade mais vincada no interior do país, na região Centro e Sul do país, mas que também atinge valores muito elevados nos munícipios de Lisboa e Porto. A dimensão média das famílias é, em 2011, de 2,6 pessoas, enquanto que em 2001 era de 2,8. Há uma "estabilização das famílias com três pessoas", revelam também os dados do Censos 2011.

A redução do núcleo familiar é também visível na diminuição das famílias com quatro e com cinco ou mais pessoas: passaram de 15,4% em 1991 para 6,5% este ano.

Tal como já acontecia há dez anos, continua a haver mais mulheres do que homens no país, mas a tendência acentuou-se: há 91,5 homens para 100 mulheres, face a 93,4 por 100 mulheres há uma década. As maiores taxas de mortalidade no masculino e a sua menor esperança de vida ajudam a explicar este fenómeno, que não se verifica em todas as faixas etárias. Por exemplo, até aos 24 anos predominam eles em relação a elas (13,1% face a 12,6% do total da população).

Casados são 47%

O grupo dos indivíduos casados é o que tem maior peso, em ambos os sexos, englobando 47% dos portugueses. A população divorciada, com uma representatividade de 6% do total da população, tem mais peso no Sul e nos municípios do litoral.

Depois de ter dado conta, em Julho, do aumento em 12,1% dos edifícios e de mais 16,3% de alojamentos destinados à habitação, o INE dá agora nota "de um ganho significativo das condições" das residências em Portugal. Subiram 70% as habitações que passaram a ter esgotos, sendo o Algarve e o Alentejo os que mais se afastam da média nacional pela negativa, reduziram-se substancialmente as casas sem casa de banho ou duche e sem água canalizada.Em termos nacionais, continuam a não dispor de água canalizada 0,59% (23.579) dos alojamentos, não têm esgotos 0,45% dos alojamentos (17.966) e a falta de casa de banho com instalações de banho ou duche ocorre em 1,92% das casas (76.924).

Os números divulgados confirmam os resultados preliminares já apresentados este ano e revelam que a população residente aumentou cerca de dois por cento nos últimos dez anos, sendo que no passado dia 21 de Março (momento censitário) viviam no país 10.561.614 pessoas. O crescimento registado deve-se principalmente ao saldo migratório (91%) e em 9% ao saldo natural. Só no terceiro trimestre do próximo ano vão ser divulgados os dados definitivos do Censos.

Os Censos 2011 em cinco indicadores-chave

Lisboa mais instruída
A população da região de Lisboa apresenta, em comparação com as restantes, níveis de ensino mais elevados. Têm um curso superior 16,7% da população. O Centro, Algarve e Norte estão quase ao mesmo nível, com 10% de licenciados. No extremo oposto estão os Açores, com apenas 8,4% da população com licenciatura.

Resistentes no interior
O número de municípios que perderam população aumentou: de 171 em 2001 passaram para 198 em 2011. Mas há cidades do interior que resistem à desertificação: Bragança, Viseu, Castelo Branco, Évora e Beja. Continua a concentração na costa, sendo maior na faixa litoral a norte de Setúbal, Algarve e áreas metropolitanas.

Construções algarvias
O crescimento do número de habitações construídas é comum a todas as regiões do país, mas o Algarve tem, na última década, o maior crescimento em termos de edifícios (mais 23,9%). A região autónoma da Madeira surge como a segunda região com maior crescimento do parque habitacional da última década.

Metade casados
Apesar do aumento dos divórcios, os casados continuam a representar grande parte da população: são 47%, face a 40% de solteiros, 7% de viúvos e 6% de divorciados. Os solteiros são mais homens (51,6%), os divorciados mais mulheres (58,6%).

Casa própria
Cerca de 73% dos alojamentos de residência habitual são ocupados pelo proprietário, já os arrendados representam 19,7% das residências e as restantes situações, tais como empréstimos ou outras, constituem 6,8%. Lisboa é a região do país com maior percentagem de arrendamento (27%).


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Domingo, 04.12.11

Primeira escola internacional de sexo

 

Uma sueca abriu a primeira escola internacional de sexo do mundo, em Viena, na Áustria. O objetivo do curso é ensinar os estudantes a serem bons amantes.

 

Segundo Ylva-Maria Thompson, qualquer pessoa acima de 16 anos pode se matricular em sua escola. Os estudantes que se matricularem vão viver em dormitórios mistos onde, espera-se, praticarão a lição de casa até a exaustão.

 

“Nossa educação não é teórica, mas muito prática. Ensinamos posições sexuais, técnicas de carícias e conhecimentos anatômicos”, explicou Ylva-Maria.

 

A sueca já sonhava com um empreendimento desse tipo há muito tempo. No entanto, ela já sofre com as controvérsias que sua escola vem causando na Áustria. Propagandas do negócio, por exemplo, foram banidas da televisão austríaca.

 

Via Correio do Estado



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Quarta-feira, 30.11.11

Ao todo estima-se que vivam em Portugal mais de 40 mil pessoas com VIH

Ao todo estima-se que vivam em Portugal mais de 40 mil pessoas com VIH (Foto: Miguel Manso)

 

Na véspera do Dia Mundial de Luta contra a Sida, um estudo indica que 28% das mulheres portuguesas ainda acredita que o contacto com fluidos corporais que não sangue (saliva, suor e espirros) e o contacto corporal não sexual podem ser formas de transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).

 

Ainda assim, o “Estudo quantitativo da percepção das mulheres portuguesas sobre VIH/sida” indica que a grande maioria das inquiridas (85%) reconhece que o uso do preservativo é a principal forma de prevenir o contágio. Neste mesmo campo, 80% aponta as relações sexuais, as transfusões de sangue (38%) e as seringas infectadas (17%) como principal factor de transmissão do VIH. E, em termos de comportamento associado à transmissão do vírus, 95% referiu relações sexuais de risco com múltiplos parceiros ou sem preservativo, 83% apontou o uso ou consumo de drogas e 42% as relações sexuais em geral.

O trabalho, feito a pedido da farmacêutica Bristol-Myers Squibb, foi realizado em Novembro com base num inquérito semi-estruturado e contou com uma amostra de 151 mulheres entre os 18 e os 65 anos residentes em Portugal continental, distribuídas de forma proporcional ao universo, sendo a margem de erro de 7,98%.

As conclusões do estudo revelam, também, que 87% das mulheres acredita que numa relação sexual não protegida o risco de uma mulher ser infectada é igual ao do homem, com apenas 10% das mulheres a saberem indicar que o risco é superior – sendo que 90% respondeu estar bem informada sobre a patologia e formas de contágio. Em relação às diferenças de género, para 63% das mulheres o VIH/sida afecta na mesma proporção homens e mulheres, embora quando a resposta foi só homens ou mulheres, 24% das entrevistadas respondeu que afectaria mais homens e apenas 9% mais mulheres.

Solteiros vs. casados

No que diz respeito a formas de recolha de informação sobre o tema VIH/sida a televisão foi referida por 79% das inquiridas, seguindo-se os jornais e revistas (46%) e a Internet (33%), sendo esta última a principal fonte para a faixa etária dos 18 aos 24 anos. As mulheres que participaram no estudo disseram sentir que, em termos de discriminação em relação a esta doença, a sociedade em geral continua a ser o principal problema (69%) e só depois o local de trabalho ou a procura de trabalho (30%).

Questionadas sobre o perfil de pessoas infectadas, houve diferenças entre as faixas etárias: 47% das mulheres entre os 55 e os 65 anos considera que há mais infectados entre os 18 e os 30 anos; 43% das mulheres entre os 31 e os 55 anos diz que a faixa mais afectada tem entre 25 e 35 anos. Além disso, em geral, 29% ainda acredita que o estado civil faz a diferença, afirmando que o VIH afecta mais os solteiros do que os casados.

Os dados deste estudo são divulgados numa altura em que Portugal continua a ser um dos países europeus com mais notificações de VIH/sida, referem os últimos dados do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (de 2007) divulgados este mês: na Europa a 15 está em quarto lugar a seguir ao Reino Unido, Bélgica e Luxemburgo.

No entanto, segundo explicou ao PÚBLICO o coordenador nacional para a Infecção VIH/sida, aquando da divulgação destes dados no dia 11 de Novembro, “os números reais de casos novos de infecção devem ser muito mais baixos”, uma vez que está a ser feito um esforço de notificação e de reforço da realização de testes (39% dos portugueses dizem já ter feito um alguma vez na vida). Explicou também que as notificações não se tratam necessariamente de novas infecções, uma vez que dos 2489 casos notificados no ano passado só 1107 é que foram diagnosticados nesse mesmo ano.

Em Portugal estima-se que existam cerca de quatro mil pessoas que estão infectadas e não sabem, uma vez que se pode permanecer até cerca de sete anos sem sintomas, refere. Mas tal como tem acontecido noutros países, a melhoria das terapêuticas e o seu acesso generalizado – cerca de 19 mil pessoas estão a ser tratadas contra o VIH/sida – diminuíram grandemente a mortalidade. Ao todo estima-se que vivam em Portugal mais de 40 mil pessoas com VIH, de acordo com dados da ONUSIDA.

 

Via Público



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Quarta-feira, 16.11.11

Foi no meio de muitas gargalhadas e exclamações que decorreu, pela primeira vez na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), a sessão «Sexualidade: tudo o que querias saber mas não ousavas perguntar», direccionada a alunos de escolas do distrito do Porto, com idades entre os 13 e os 18 anos. A Aula Magna da instituição ficou lotada.

 

Sem assombros nem preconceitos, os especialistas das áreas da Psiquiatria e Sexologia Rui Mota Cardoso, como moderador, Margarida Braga e Manuel Esteves (professores da FMUP) e Gabriela Moita esclareceram as dúvidas aos ‘iniciantes’.

 

Para evitar embaraços, recorreu-se a uma caixa onde os adolescentes depositaram as perguntas que foram respondidas aleatoriamente.

 

“Não há uma explicação para se sentir desejo por alguém, para se gostar de quem se gosta. À sexualidade é inerente a forma de gostar, de ver o outro, de como nos relacionamos uns com os outros. Falar de sexualidade é falar de tudo o que lhe está relacionado”, começou por explicar a psicóloga Gabriela Moita, em jeito de introdução.

 

Questões cruzadas sobre género, orientação sexual, contracepção, prazer, desejos, fantasias e medos deram um panorama do que são as dúvidas de uma geração à partida mais informada, mas que às vezes não sabe procurar “a informação correcta”, como disse em conversa com os jornalistas Rui Mota Cardoso, após a sessão.

 

Da caixinha das dúvidas saíram perguntas como: “É melhor usar dois preservativos numa relação sexual?”, “O que é o amor físico?”“Como localizar e estimular o ponto ‘g’?”“É mais eficaz o preservativo ou a pílula?”“Em que situação pode acontecer a impotência no homem?”“A masturbação é saudável?”“A depilação com cera nos genitais masculinos provoca irritação?”“O que é um gang bang?”.


Com mais ou menos dificuldade e humor, os convidados foram tirando as dúvidas, e comentando as próprias perguntas, contextualizando a sexualidade nos seus padrões culturais, como foi o caso da provocatória questão: “Por que é que quando ‘batemos uma’ pensamos em médicos e enfermeiras?”. Este foi o ponto de partida para se falar das fantasias, do “mapa do amor” individual e das possibilidades imensas da sexualidade.

 

No fim, deixaram-se conselhos práticos: “não façam esforço nenhum para serem o que não são. Assim, as coisas correm melhor”, disse Gabriela Moita.

 

Manuel Esteves explicou à plateia que sexualidade “vai ser mais importante para alguns do que para outros. Mas sejam sempre responsáveis e acrescentem afecto que fica muito melhor”.

 

“Nestas coisas do sexo e do amor nós todos temos coisas a aprender”, rematou Margarida Braga.

 

Via Ciência Hoje



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Domingo, 30.10.11
Medida vai abranger os computadores mais antigos
Medida vai abranger os computadores mais antigos (DR)
O Ministério da Educação e Ciência (MEC) avisou esta semana as direcções das escolas de todo o país que não vai pagar a renovação de licenças de utilização desoftware da Microsoft dos perto de 50 mil computadores distribuídos entre 2004 e 2007, pelo que aquelas deverão mudar para um sistema de utilização livre, tipo Linux.

Os representantes das duas associações de dirigentes escolares desvalorizam o problema, que em 2010 obrigou a uma despesa de 1,16 milhões de euros.

Um dos argumentos utilizados pelo MEC na circular enviada às escolas é também o adoptado pelos directores para desdramatizar a questão. Sublinha o MEC que os 111.491 computadores distribuídos em 2009 no âmbito do Plano Tecnológico da Educação possuem licenciamento definitivo do sistema Microsoft. A questão coloca-se, portanto, apenas em relação aos equipamentos distribuídos anteriormente - 31.558 computadores portáteis e 19.358 de secretária, todos com opção de utilização de sistemas Linux ou Microsoft, este na modalidade de licenciamento por subscrição. 

"Uma boa parte destes equipamentos, dada a sua idade, não estará em boas condições de funcionamento e não suporta as versões mais recentes dos produtos Microsoft", pode ler-se na circular do MEC. 

Tanto José Eduardo Lemos, da Associação de Dirigentes Escolares, como Adalmiro Fonseca, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, admitem que muitos dos computadores já não se encontram em funcionamento e desvalorizam a necessidade de migrar para um software de utilização livre. "Terá de ser analisado caso a caso. Nuns valerá a pena pagar a licença, noutros justificar-se-á adoptar o Linux, que permite reduzir esta despesa", admite José Eduardo Lemos, cuja escola, a Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, está equipada com 300 computadores, dos quais "apenas 20 a 30 são anteriores a 2009". 

Adalmiro Fonseca diz também que a situação não prejudicará o funcionamento da sua escola e repete a opinião de colegas, "a quem tem ouvido que a utilização de software livre é o futuro". Defende que teria sido preferível dispor de mais tempo para que todos se adaptassem ao Linux, mas está confiante de que "o processo não será dramático".

De acordo com informação dada ao PÚBLICO pelo MEC, até ao ano lectivo de 2009/10 o pagamento das licenças à Microsoft foi assegurado pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação. Em Junho deste ano, as escolas viram reforçados os seus orçamentos em 1,16 milhões de euros para procederem ao pagamento das licenças para 2010/11, que caducaram a 31 de Setembro.

O MEC aconselha a proceder à renovação dos contratos "apenas para os servidores em boas condições de funcionamento e para os quais não seja viável a migração para um sistema do tipo Linux" . E vai avisando que, mesmo nestes casos, não está em condições de assumir essa despesa.

 

Via Público



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Quinta-feira, 27.10.11
Expulsar o filho do casal é cenário “impensável", diz director do agrupamento
Expulsar o filho do casal é cenário “impensável", diz director do agrupamento (Daniel Rocha (arquivo))
Uma professora da Escola Básica n.º 3 da Quinta do Conde, em Sesimbra, foi agredida dentro da sala de aula pelos pais de dois alunos, confirmou hoje à agência Lusa fonte da GNR.

“Foi apresentada queixa à Guarda e a situação está a seguir os trâmites”, disse a mesma fonte. 

Em declarações à Lusa, o director do agrupamento escolar da Quinta do Conde, Eduardo Cruz, explicou que “os pais de dois alunos [um rapaz e uma rapariga] dirigiram-se ontem [terça-feira] à sala e agrediram fisicamente a professora com estalos na cara em frente a toda a turma”. 

Segundo o responsável, esta é uma situação que se arrasta há dois anos e que já tem motivado reuniões com os pais em causa, com a Escola Segura (da PSP), com o coordenador da área educativa e com o gabinete de segurança do Ministério da Educação. 

Contudo, esta é a primeira vez que estes pais agridem fisicamente um funcionário da escola. 

“Qualquer brincadeira que envolva algum contacto físico com o filho motivava a ida do casal à escola para tirar dividendos da situação, mas das outras vezes insultavam as pessoas”, explicou Eduardo Cruz. 

Hoje de manhã, o director do agrupamento escolar esteve reunido com pais que “bloquearam o acesso à escola”, pelo que não houve aulas, mas à tarde a situação já está normalizada. O responsável adiantou à Lusa que alguns pais exigem a expulsão dos irmãos, mas assegurou que esse é um cenário “impensável”. 

“A escola é um direito que assiste às crianças e não é por aí que vamos”, afirmou. 

Para já, Eduardo Cruz accionou os “meios disponíveis para garantir a segurança na escola”, através da Escola Segura e do gabinete de segurança do Ministério da Educação, e apresentou queixa junto do Tribunal de Sesimbra. 

A GNR esteve hoje de manhã na escola para evitar desacatos, mas a situação esteve “pacífica e ordeira”.

 

Via Público



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Quarta-feira, 21.09.11

Recomeçou o programa dos segredos da TVI e parece não haver segredo em relação à saloiice que continua a caracterizar a "casa mais famosa do país" (e aparentemente um dos bares de alterne com mais metros quadrados da europa). Do pasteleiro musculado (aliás toda a fauna masculina parece ter sido alimentada a papas de creatina) ao tipo do rancho folclórico, da rapariga que se orgulha de ter traído tudo o que é namorado que sentou à mesa dos papás (almoços em que adora debater a arte de "fornicar"- "especialmente quando há convidados") - à stripper com dois litros de implantes mamários (parte dos habitantes dos pastos açorianos devem morrer de inveja) e 1 mililitro de massa cinzenta. Do rapaz humilde e virgem que fazia furor entre as ovelhas todas da terra ao "garanhão" com a mania que é poeta mas com o QI de um javali.

 

Surpresa: a stripper é afinal ex-namorada de um dos pasteleiros, que aparentemente não sabia que a ia encontrar desta forma, choroso que está desde que esta o decidiu trocar por parte da corporação de bombeiros do barlavento algarvio. Para finalizar todos dizem procurar um futuro na representação? Perdão? Alguém é capaz de explicar a este grupo que a representação não é uma espécie de fungo que se apanha à beira da piscina num pré-fabricado da Venda do Pinheiro?

 

Não me venham com a desculpa habitual de que só vê o programa quem quer. As pessoas vêem este nojo porque ele está disponível e a inabalável verdade é que o ser humano adora contemplar a desgraça. De preferência a alheia. Os portugueses adoram dissecar acidentes. Observar a chapa amolgada e o sangue. De tal forma que se provocam filas só para ver um toque entre dois veículos. E olhar para um incêndio e a fazer comentários? - " Epá este é dos grandes - sim senhor"? Horas no Zoo a ver os macacos fazerem imbecilidades... E gastar dinheiro em revistas que falam da ex-mulher do médico dos obesos que andava enrolada com o motorista? Então qual o motivo válido para não gostarem de assistir a esta malta a expor a sua vida, as suas debilidades, a sua profunda ignorância, 24 horas por dia, 7 dias por semana?

 

E agora? Vamos deixar de prevenir incêndios, pôr de parte a prevenção rodoviária e levar com esta imundice em formato televisivo não criticando só porque há quem goste? Não.

 

A ERC, uma entidade que não se percebe bem para que serve mas que já fazia alguma coisa em relação à lixeira em que se está a tornar a televisão em Portugal, está à espera de quê? A educação de um povo não passa por aquilo que lhes é transmitido? A televisão não é hoje um meio fundamental na educação dos cidadãos? Os operadores televisivos neste momento são uma espécie de selva em que quase tudo é permitido, o limite são as audiências ou falta delas. 80 Mil desocupados candidataram-se a este programa e a TVI parece ter escolhido o azeite que escorria pelas folhas de inscrição. O lixo, a ignorância, a estupidez, a idiotice e a promiscuidade triunfam. Resumo: o povinho quer-se estupido e bacoco. Quanto mais ignorante, saloio e entretido melhor. E Portugal teima em não acordar do estado comatoso em que se encontra, conveniente a tantos. 



Via 100 Reféns



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Sexta-feira, 16.09.11
Governo suspende distribuição dos computadores Magalhães
O secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar afirmou hoje, em Vila Real, que os programas e-Escolinhas e e-Escolas, que distribuem os computadores Magalhães, vão ser reavaliados durante este ano lectivo para saber se o dinheiro aplicado está a ter retorno.

«Aquilo que nos estamos a fazer com todos os programas que dão corpo àquilo que é a escola portuguesa é reavaliar, ver se os critérios estão ajustados e se não estiverem ajustá-los», afirmou João Casanova de Almeida à margem da inauguração do Centro Escolas das Árvores.

 

O governante acrescentou que o Governo quer saber «se o dinheiro que está a ser aplicado em qualquer dos programas está a ter o retorno que deve ter para a educação das crianças e jovens».

 

João Casanova de Almeida garantiu, no entanto, que as novas tecnologias se vão manter na escola.

 

«As novas tecnologias fazem parte da educação do futuro dos nossos jovens. Agora não é despejando tecnologias nas escolas que eles se tornam mais capazes e têm mais competências nos domínios das tecnologias», acrescentou.

 

Por isso mesmo, considera que é preciso estudar «dossiês para saber que mais valias foram provocadas e se seriam necessários tantos recursos para provocar essas mais valias».

 

O secretário de Estado frisou que o PSD entrou no Governo numa altura em que estava a terminar o ano lectivo e era preciso lançar o seguinte.

 

«Tivemos que ter em conta, primeiro de tudo, as urgências que estavam em cima da mesa, como pacificar as escolas através de um novo modelo de avaliação de professores e preparar o lançamento do ano lectivo», salientou.

 

Agora que as emergências estão concluídas diz que a tutela se vai «debruçar sobre dossiês importantes».

 

«Tudo vai ser reavaliado para que no contexto que nós vivemos neste momento possamos racionalizar os investimentos. Quando eu digo racionalizar não é cortar, é com o mesmo que nós temos ser muito mais criativos», sublinhou.

 

Questionado sobre as queixas lançadas por algumas escolas quanto à falta de professores e auxiliares, o governante considerou tratarem-se de «situação pontuais», que estão a ser devidamente acompanhadas e em menos de uma semana «esfumaram-se».

 

«Não vamos confundir uma árvore com a floresta. A floresta está bem de saúde e recomenda-se. Se existe algum problema com uma árvore estamos cá nós para solucionar essa questão, mas não vamos desviar atenções do que está bem para falar apenas de uma questão que precisa de ser reequacionada», concluiu.

 

O Centro Escolar das Árvores vai acolher cerca de 200 crianças no primeiro do primeiro ciclo e 75 no pré-escolar, depois de um investimento de 2,4 milhões de euros, comparticipados em 80 por cento pelos fundos comunitários.

 

Este é o primeiro de três centros escolares a construir em Vila Real, seguindo-se depois o Centro Escolar do Sudeste e o de Mouçós, que representam um investimento de cinco milhões de euros.

 

Via Sol



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Quinta-feira, 08.09.11

O banco do livro escolar
O Banco do Livro escolar pretende promover a troca gratuita de livros escolares entre alunos do ensino básico e secundário.

Gratuitidade como Princípio de honra
Todo e qualquer produto ou serviço prestado por ou para o Banco do Livro escolar é gratuito.

Como funciona o Banco do Livro escolar?
O Banco do Livro escolar recebe ofertas os livros escolares usados.
O Banco do Livro escolar disponibiliza gratuitamente os mesmos livros a quem precisa deles.
As fotografias dos livros escolares disponíveis são visíveis na página do Banco do Livro escolar no facebook.
Em cada álbum é possível saber em que cidade se encontra fisicamente o livro escolar pretendido.

O Banco do Livro escolar promove o transporte dos livros entre os vários pontos de entrega e recolha do País.
O transporte dos livros é feito por voluntários e não tem qualquer custo mas pode demorar alguns dias.
Se já ofereceu os livros escolares a outra pessoa já cumpriu o princípio de funcionamento do Banco do Livro pelo que pode levantar novos livros escolares sem entregar outros livros.

Onde entregar / levantar os Livros escolares?
Porto (sede)
Centro de Estudos - Henrique Cunha
Av Dr Antunes Guimarães, 63 - 3º dto
4100 079 Porto
tel fixo 309 956 690
tel movel 912 447 177

Lisboa - Almirante Reis
Bem-me-quer
Av. Almirante Reis N.152- 1000-052 Lisboa 
Tel 218476678
horário- 12-19h de segunda a sábado 
Responsável - Paula Cascais

Lisboa - Parque das Nações
WECLINIC
Rua das Galés, Lote 4.43.01 O
Parque das Nações Norte 1990-612 LISBOA
Junto ao Campus de Justiça
Horário para contacto e entrega/recolha
2ª A 6ª DAS 10:30 ÀS 14:00
Telef. 218 966 187

Odivelas
Abre em breve

Coimbra
Abre em breve

Quer criar um banco do Livro escolar na sua cidade?
O Banco do Livro escolar pretende alargar a rede de pontos de recolha e entrega de livros escolares por todo o País.
Se deseja criar um Banco do Livro escolar na sua cidade por favor contacte:
Henrique Cunha
Av Dr Antunes Guimarães, 63 – 3º dto
4100 079 Porto
tel fixo 309 956 690
tel movel 912 447 177

Como ajudar o Banco do Livro escolar não tendo nem precisando de livros?
Para que esta ideia se transforme num sucesso e beneficie mais gente precisa de ser bem divulgada!
A melhor colaboração que pode dar é totalmente gratuita e passa apenas por partilhar esta informação com os seus amigos.

Via Cocó na Fralda


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Sábado, 03.09.11
Quatro professores 'à rasca' convocam protesto
Um grupo de professores desempregados lançou na Internet o apelo a um protesto na rua contra o número de docentes que ficou sem colocação, afirmando estar a lutar quer pela sua vida quer pela qualidade do ensino.

«É um protesto espontâneo, não há aqui partidos, não há aqui sindicatos. Apelamos a toda a gente que queira vir, que tragam aquilo que quiserem, cartazes, amigos», disse um dos quatro organizadores, Miguel Reis.

 

Apesar de ser sindicalizado e membro do Bloco de Esquerda, Miguel Reis reitera que o protesto não tem por trás nenhum partido ou organização mas também não lhes é hostil.

 

«Sou sindicalizado, mas a verdade é que nas últimas concentrações de professores contratados e desempregados convocadas pelos sindicatos junto ao Ministério da Educação esteve sempre muito pouca gente, 40, 50 pessoas», notou.

 

Por isso, decidiram-se por «uma coisa mais informal, mais espontânea», convocando o protesto para dia 10 de Setembro, no Rossio, em Lisboa, através da rede social Facebook.

 

Mas Miguel Reis garante que também apoiam a manifestação já apontada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) para 16 de Setembro.

 

Há um mês que a convocatória do Protesto dos professores desempregados foi publicada porque os quatro organizadores «já previam» os resultados do concurso de colocação de professores. Para já, cerca de 600 pessoas se comprometeram a participar no protesto.

 

Recordando o protesto da Geração à Rasca, também convocado por quatro pessoas na rede social, que juntou centenas de milhares de pessoas em Lisboa e em outras cidades, esperam que as pessoas «se identifiquem mais» com esta forma de acção.

 

Professor de Filosofia, Miguel Reis afirmou que nos dois anos de profissão que tem andou sempre de escola em escola. Este ano, não conseguiu colocação.

 

Como ele, cerca de 37 mil professores não conseguiram colocação no concurso para professores contratados.

 

«Nunca ficaram tantos professores de fora. É uma irresponsabilidade, porque estamos a desperdiçar profissionais qualificados que são necessários e fazem falta às escolas para combater o insucesso. É a nossa vida e a qualidade do ensino que estão em causa», salientou.

 

Belandina Vaz, outra organizadora, é professora de História desde 1999 e este ano também não conseguiu colocação.

 

«Estive sempre com contrato a termo certo, nunca sabendo em Setembro se fiquei colocada ou em que local do país. Já estive no Algarve, no Alentejo, no distrito de Setúbal e também perto de casa, mas com horários incompletíssimos», referiu.

 

Este ano, como ficou desempregada, resta-lhe «esperar pelos resultados da Bolsa de Recrutamento», em que há lugares disponibilizados semanalmente conforme as necessidades das escolas.

 

Assim não é maneira de trabalhar, indica Belandina, salientando que «traz instabilidade ao corpo docente e aos alunos, que também são prejudicados porque são capazes de estar um mês sem professor».

 

As dezenas de milhares de professores desempregados têm que arranjar outros empregos: «Todos os anos vamos ao centro de emprego inscrever-nos, porque pelo menos agora temos direito ao subsídio de desemprego», referiu Belandina.

 

Agora, afirma que é preciso que «as pessoas voltem à rua, protestem, façam ouvir a sua voz», argumentando que «em 2008 e 2009 houve grandes manifestações e acabou por não acontecer nada...a classe anda um bocado desacreditada».

 

Via Sol



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Domingo, 28.08.11

Professoras grávidas impedidas de progredir na carreira por não serem avaliadas

 

Muitas escolas negam avaliação de desempenho mesmo às docentes que a solicitam. Resultado: não avançam na carreira. Sindicato dos professores pede alterações a lei "discriminatória".

 

Há agrupamentos de escolas que se têm recusado a avaliar o desempenho de professoras e educadoras de infância que foram forçadas a interromper as aulas por estarem perante uma situação de gravidez de risco ou em gozo de licença de maternidade e que, deste modo, se vêem impedidas de progredir na carreira. O argumento é o de que as professoras não cumpriram o tempo mínimo de serviço com a entidade avaliadora (escola), que é de seis meses.

A denúncia partiu do Sindicato dos Professores do Norte (SPN), que garante ter vindo a deparar-se com "inúmeras situações de discriminação de professoras que, por razões de gravidez de risco e/ou gozo de licença de maternidade, estão a ser penalizadas, nomeadamente na sua posição na lista graduada para concurso, na progressão na carreira e na colocação em concursos de oferta de escola". 

Teresa Fernandes é uma das professoras que não viram o seu desempenho avaliado, apesar de o ter solicitado junto dos directores dos agrupamentos de escolas de Canelas e de Arouca, onde esteve colocada no ano lectivo de 2008/2009. "Entreguei relatórios de auto-avaliação, os objectivos mínimos nas datas estipuladas, mas nenhuma das escolas me avaliou", diz esta professora do ensino básico. "Sinto uma enorme revolta por não ter sido avaliada, apesar de ter cumprido mais de 11 meses de serviço naquele ano. Só que foram repartidos por duas escolas, não fazendo os seis meses obrigatórios em nenhuma delas", explicou ao PÚBLICO Teresa Fernandes. 

Dupla penalização

Esta professora, de 32 anos, falhou uma segunda avaliação, desta vez por causa de uma gravidez de risco. No ano lectivo de 2009/2010, Teresa Fernandes foi colocada nos Açores e, devido à sua gravidez de risco, só trabalhou até inícios de Janeiro de 2010. Depois teve de parar e a avaliação do seu desempenho ficou por fazer. "Fui prejudicada por causa de uma gravidez de risco e licença de maternidade e agora não posso avançar um valor na graduação", afirma, inconformada.

A professora revelou ainda que tentou reverter esta situação, propondo no início do ano lectivo 2010/2011 ao director do agrupamento de escolas de Arouca, onde foi colocada, que a nota de avaliação do desempenho que viesse a obter fosse extensiva ao ano anterior, mas a sua pretensão saiu gorada. "Ainda insisti, mas de nada valeu", adiantou, dizendo que se lhe tivesse sido concedida essa avaliação podia avançar um valor na graduação, tendo em conta que a sua classificação no último não lectivo foi de "muito bom".

Graça Pereira, professora de Educação Física e Desporto numa escola de Espinho, engrossa o grupo de docentes que não conseguiram subir de escalão porque não foi avaliada o ano passado pela escola onde fora colocada. A história desta professora, de 42 anos, cruza-se também com uma gravidez de risco que a impossibilitou de participar em duas aulas assistidas no primeiro período do ano lectivo 2010/2011, um requisito que é exigido no processo avaliativo. 

Um mês após o início das aulas, Graça Pereira sofreu um acidente de trabalho quando estava a dar uma aula e ficou de baixa médica, e foi na sequência desse acidente que descobriu que estava grávida. Tendo em conta o historial de abortos que sofrera antes, foi-lhe decretada gravidez de alto risco. Para progredir ao terceiro escalão da carreira docente, esta professora do ensino secundário tinha de apresentar um relatório intermédio de avaliação até ao dia 30 de Novembro de 2010, mas o seu estado não lhe permitiu participar nas duas aulas observadas que precisava de fazer. Perante o silêncio da escola, a professora tentou perceber o que se passava, tendo sido informada que não reunia todos os requisitos para poder ser avaliada. 

Mudar a lei

"Acho isto muito injusto, porque a minha situação não me permitia fazer as duas aulas", declarou ontem ao PÚBLICO, sustentando que ainda fez uma exposição do seu caso na tentativa de ascender ao terceiro escalão da carreira, mas sem qualquer sucesso.Estes e outros casos constam de um documento que o Sindicato dos Professores do Norte enviou ao Presidente da República, primeiro-ministro, ministro da Educação e Ciência, entre outras entidades, e no qual o SPN critica o "comportamento discriminatório" dos directores de escolas e agrupamentos. O sindicato apela, por isso, a que "sejam introduzidas alterações e adequações legais necessárias ao pleno exercício do direito ao trabalho e progressão na carreira em igualdade" e que "seja reforçada a fiscalização de actos praticados à margem da lei que possam inibir o exercício daqueles direitos". Um novo modelo de avaliação está neste momento a ser negociado entre os sindicatos e o Ministério da Educação e Ciência, que já fez saber que o quer ver aprovado ainda antes do início do próximo ano lectivo. 

José Manuel Costa, do SPN, explicou ao PÚBLICO que a legislação em vigor que regula a carreira e a avaliação de desempenho (Estatuto da Carreira Docente) "é insuficiente", porque não contempla excepções. "A legislação devia salvaguardar que não houvesse nenhum prejuízo para quem não fosse avaliado devido a uma situação de maternidade de risco", diz. Isto porque, frisa, "a legislação prevê que a avaliação seja considerada para efeitos de graduação em concursos".

Também o Bloco de Esquerda entregou esta semana no Parlamento uma pergunta dirigida ao Ministério da Economia e do Emprego onde relata estas situações.

 

Via Público



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Quarta-feira, 27.07.11
Governo espera criar mais 20 mil vagas em creches com desburocratização
O ministro da Solidariedade e da Segurança Social anunciou hoje que o número de vagas em creches poderá aumentar em 20 mil lugares com a desburocratização das regras dos equipamentos sociais, medida a alargar a lares ou centros de dia.

«É hoje possível simplificar regras de creches, aumentando uma, duas vagas em muitas salas, garantindo uma resposta maior. Equipamento a equipamento poderemos estar a falar, a nível nacional, de qualquer coisa como quase mais 20 mil vagas, do ponto de vista da resposta que podemos dar em creches», disse Pedro Mota Soares, em declarações aos jornalistas, no final da sessão solene do 107.º aniversário do Hospital Ortopédico de Sant'Ana (HOSA), em Cascais.

 

De acordo com o ministro, a medida insere-se no Plano de Emergência Social (PES) e pressupõe que não se mexa na actual capacidade instalada dos equipamentos, mas que se maximize essa mesma resposta através da simplificação de regras burocráticas sem aumento da despesa pública.

«Há muitas regras que hoje não se justificam e quem conhece as instituições conhece vários casos em que, por eventualmente o pé direito ser 1,97 metros e não ser 2 metros como é exigido nas regulamentações, o que acontece é que equipamentos ficam fechados», exemplificou Mota Soares, sublinhando que simplificar regras significa aumentar a capacidade de resposta.

 

O ministro garantiu que, com a desburocratização das regras, o Governo poderá aumentar o número de respostas no país durante este ano, «garantindo que se aumentam o número de vagas e se aumenta a capacidade desta resposta para muitas pessoas que continuam a precisar colocar os seus filhos numa creche».

 

Medida que será alargada a outros equipamentos sociais como lares ou centros de dia, anunciou Mota Soares.

 

«Várias instituições sociais têm equipamento de cozinha e é fundamental conseguir simplificar regras administrativas de utilização dessas cozinhas, tal como já está a acontecer para muitas micro, pequenas e médias empresas. Não faz sentido exigir mais a uma instituição social que está a dar de si aos outros quando não exigimos essas mesmas regras para estruturas comerciais», defendeu.

 

De acordo com Mota Soares, esta simplificação das regras não põe em causa a segurança de quem utiliza estes equipamentos ou a qualidade dos mesmos, solução que vai permitir «sem mais despesa pública poder dar mais resposta às pessoas».

 

O ministro revelou, também, que serão anunciadas brevemente as alterações legislativas necessárias, tanto para as creches como para os restantes equipamentos.

 

Mota Soares acrescentou que esta medida vem complementar a construção da rede de equipamentos sociais e poderá significar um «desagravamento dos custos unitários» das instituições.

 

«Numa altura de austeridade, as próprias instituições sociais também sentem as suas dificuldades e tudo o que possamos fazer para aumentar a resposta e também garantir mais sustentabilidade financeira às instituições é muito importante», sublinhou.

 

Via Sol



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Sábado, 16.07.11
Os pais classificam o caso como uma "negligência atroz"
Os pais classificam o caso como uma "negligência atroz" (Nuno Ferreira Santos)
Sónia Cabrita não ganhou para o susto. Ontem quando foi buscar a filha Maria ao Externato João XXIII no Parque das Nações, em Lisboa, esta não se encontrava no colégio. Tinha sido esquecida num autocarro ao serviço da instituição, o que levou ao despedimento das educadoras e auxiliares.

Por volta das 8h30 de ontem, os dois filhos de Sónia e Nuno Cabrita, Maria de 4 anos e Miguel de 5, tinham saído para uma actividade do programa “praia-campo” promovida pelo colégio nos meses de Verão, acompanhados por professores educadores e por auxiliares. 

Quando Sónia Cabrita chegou ao colégio por volta das 18h40, o autocarro que transportava as crianças já tinha chegado, mas a sua filha não se encontrava no estabelecimento de ensino. Depois de a terem procurado por todo o colégio, veio a constatar-se que Maria tinha ficado esquecida no autocarro alugado pelo externato e estacionado em parte incerta. 

Segundo Sónia Cabrita, o director do externato foi buscar a criança, que teria adormecido durante a viagem e trouxe-a para junto da mãe, que se encontrava bastante transtornada. A criança estava assustada e a chorar, mas, segundo a mãe acabou por encarar o episódio como uma aventura.

Esta manhã, Sónia e Nuno Cabrita dirigiram-se ao externato para apresentar uma reclamação por escrito e para cancelar as matrículas dos filhos para o próximo ano lectivo. Os pais de Maria estão também a tratar de todos os procedimentos para apresentarem uma reclamação sobre este caso, que consideram ser de uma “negligência atroz”, junto da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo. 

Num comunicado à imprensa, a direcção do Externato João XXIII confirmou o incidente e referiu que a busca pelo paradeiro da criança durou cerca de meia hora e que Maria foi encontrada junto do motorista em total segurança. "Um elemento da direcção acompanhado pelo psicólogo do externato seguiu o autocarro que tinha acabado de abandonar as instalações acabando por o intersectar ao chegar ao parqueamento (cerca das 18 horas), também ele na Expo, onde o motorista ainda não se tinha apercebido da aluna a dormitar, uma vez que ainda não tinha tido tempo para revistar o veiculo", explicam os responsáveis do colégio.

Um membro da direcção e a directora pedagógica do pré-escolar dirigiram-se ainda na noite de ontem a casa da família Cabrita para lamentar o sucedido e entregar pessoalmente duas cartas com um pedido de desculpa, informando que procederam ao despedimento do corpo docente e dos auxiliares envolvidos no caso e que o motorista da empresa que transportou as crianças não deverá voltar conduzir nenhum autocarro que transporte os alunos deste externato.

 

Via Público



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Quinta-feira, 14.07.11
Pedro Ramos e Pedro Fiel
Pedro Ramos e Pedro Fiel (Foto: Pedro Cunha)
Dois jovens de 22 anos decidiram lutar contra o insucesso e o abandono escolar. O projecto Ensinar Primeiro consiste em "formar jovens recém-licenciados" e colocá-los em projectos pedagógicos nas escolas com maiores problemas sociais, "a acompanhar, na qualidade de mentor, os alunos em risco", explica Pedro Ramos, um dos membros da equipa.

Esta é mais uma das ideias candidatas ao prémio das fundações Gulbenkian e Talento para o concurso Faz - Ideias de Origem Portuguesa, que pretende premiar uma ideia que tenha sido concebida por portugueses na diáspora e residentes. 

Os jovens que integrarem o projecto Ensinar Primeiro não serão futuros professores ou educadores, nem pretendem seguir o ensino como escolha profissional, revela Pedro Ramos, que acabou recentemente a licenciatura em Bioquímica na Universidade de Glasgow, Escócia, e avança: "A nossa intenção é dar oportunidade a futuros economistas, engenheiros ou cientistas de se envolverem na resolução de um problema social", o insucesso escolar.

Este projecto é uma variante da versão inglesa do Teach First, reconhece, mas com algumas diferenças, salvaguarda: "No Reino Unido, esta iniciativa põe jovens graduados a dar aulas como se fossem professores", o que seria impossível em Portugal devido à número de desempregados nesta área. Por isso, "o objectivo não é substituir os professores", assegura o jovem, é antes "agir junto do aluno" e "formar um elo de ligação" entre o estudante e a escola. 

Pedro Ramos e Pedro Fiel, originários do Porto, querem aproveitar o factor de proximidade geracional entre os mentores e os alunos. "Já existem psicólogos, assim como vários programas sociais", mas as pessoas que os protagonizam são "da geração dos nossos pais", com quem os alunos "em risco" não se identificam. Com jovens de "vinte e poucos anos", é mais fácil criarem uma relação de amizade, de cumplicidade, de forma a que o aluno "se consiga abrir junto do mentor" sobre problemas "pessoais, emocionais e escolares". 

O objectivo é agir na raiz do problema, antes do insucesso e do abandono escolar. É preciso agir e inovar onde os programas que já existem falham. O mentor tem de criar uma primeira ligação com o aluno; de seguida, ligá-lo à escola, à família e a todos os agentes envolvidos e, assim, tornarem-se "líderes inspiradores para estes alunos".

A curto prazo, o sucesso escolar dos alunos tem um importante impacto na resolução de "problemas educacionais do país", defende Pedro Ramos.

Passando da teoria à prática, Pedro Fiel, estudante de Astronomia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, explica ao P2 como é que o Ensinar Primeiro quer implementar o seu projecto. Apesar de o aluno "de risco" ser o alvo da ideia, o projecto centra-se no recém-licenciado. "Queremos atrair estes jovens e dar-lhes a formação necessária em práticas de inserção social para que saiam com a marca de embaixadores do nosso projecto: passa a ser um jovem socialmente responsável e com grande capacidade de resolução de problemas educacionais". 

Depois, são colocados nas escolas. Os dois jovens esperam que esta formação se torne numa mais-valia e que as empresas dêem valor ao Ensinar Primeiro, ao ponto de financiar a continuidade do projecto. "É a nossa grande esperança", até porque a questão do financiamento é uma das principais dificuldades apontadas: são precisos formadores e locais de formação, embora, numa fase mais avançada, os próprios mentores possam dar esta formação. É preciso remunerar estes recém-licenciados", diz Fiel. 

Outro entrave ao Ensinar Primeiro prende-se com a possível "não-cooperação" dos alunos, mas a dupla garante que esta vai ser "bastante reduzida" devido à "proximidade geracional".

Para avançar com o projecto, a equipa espera contar com o prémio de 50 mil euros do concurso. No caso de não conseguirem convencer o júri do concurso que aquele é o melhor dos dez projectos finalistas, "o financiamento tornar-se-á ainda mais complicado", admitem Pedro Ramos e Pedro Fiel, mas não está nos planos da dupla abandonar o Ensinar Primeiro. "Há que arregaçar as mangas e começar a procurar apoios!"

 

Via Público



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Sábado, 09.07.11
Adolescente troca virgindade por um iPhone4

 

Quão longe você iria para conseguir ter um iPhone à borla? Sei de casos de quem abdicou das férias. De quem deixou de jantar fora com os amigos para o conseguir comprar. De quem arranjou um trabalho extra para amealhar, em prol do dito telefone inteligente. Até aqui, tudo bem. Opções. Mas vender a virgindade em troca de um telemóvel, é coisa que, a mim, me tira do sério.

 

Depois do caso do rapaz que trocou um rim por um iPad 2, chega agora a história da adolescente de 14 anos que decidiu oferecer a virgindade numa rede social em troca de um iPhone4. Consta na imprensa chinesa que o pai da rapariga se negou a oferecer-lhe o smartphone e que a jovem, por uma "questão de fama entre as amigas", decidiu obtê-lo custasse o que custasse. Eu diria que o preço a pagar foi longe demais.

A culpa é dos miúdos... ou dos graúdos?

Não considero que perder a virgindade seja um drama grego, em que o ideal é guardar o bem precioso para o príncipe encantado (até porque isso não existe). Sejamos realistas: as coisas mudaram. Mas que seja um ato consciente - mesmo que se tenha apenas 14, 15 ou 16 anos - parece-me essencial. Se as meninas desta idade não o conseguem entender, então que os que as educam tenham a sensatez de, uma vez por outras, falar sobre isto sem papas na língua. Iniciar a vida sexual é (!) um passo importante para qualquer mulher. E a forma como o faz vai, na grande maioria dos casos, determinar a vivência da sua sexualidade ao longo da vida. "Para o bem e para o mal", já ouvi eu tantas vezes da boca de especialistas.

Confesso que me assusta a crescente falta de valores e bom-senso passados a uma geração para a qual ter um iPhone ou uma camisola GAP dá um estatuto especial. Vive-se cada vez mais para a futilidade. Para o que os outros têm. Para a marca dos ténis. Para o telemóvel xpto que se traz no bolso. Para as divisões sociais criadas desde cedo. Demasiado cedo. Culpa dos miúdos? Era mais fácil dizer que sim. Mas e que tal apontarmos o dedo a quem lhes promove todos esses supostos "estatutos" com um simples clique do botão verde no cartão de crédito?

Ainda não sou mãe. E sei que também vou errar quando o for... infelizmente não há manuais de instrução no que diz respeito à educação. Mas que não haja preguiça quando o que está em jogo são os valores base. Como o respeito por nós mesmos.

 

Via A vida de Saltos Altos



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Quinta-feira, 07.07.11
Cristina Silva Bastos, Sandra Ramos e Francisco Pereira Gomes
Cristina Silva Bastos, Sandra Ramos e Francisco Pereira Gomes (Foto: Pedro Cunha)

Com o objectivo de combater a exclusão social dos idosos, surge o projecto Culinarium. "Em 2050, a média de idade da população portuguesa vai ser de 50 anos". É com esta afirmação que Sandra Ramos, de 29 anos, começa a explicar o projecto ao P2. "O Culinarium promove o envelhecimento activo da população" e, cada vez mais, "temos de desenvolver novas actividades para ocupar os nossos idosos".

 

A ideia de Sandra, oriunda da Bélgica e que fez equipa com Cristina Silva Bastos, de 28 anos, e Francisco Pereira Gomes, de 31 anos, é juntar avós e netos na cozinha, na escola. O Culinarium é uma das dez ideias finalistas do concurso promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Talento, com o objectivo de premiar e pôr em prática uma ideia de portugueses na diáspora em colaboração com residentes. 

O Culinarium quer combater dois problemas: o isolamento dos idosos e a obesidade infantil, através da promoção de uma alimentação saudável. Quem melhor do que os avós, que têm tempo, paciência e hábitos alimentares mais saudáveis, para iniciar as crianças às práticas agrícolas e à cozinha? "Novos saberes, novos sabores" é o slogan da ideia que deseja "partilhar receitas" e "reavivar a tradição gastronómica portuguesa", reforçando os laços familiares. 

"Tal como as crianças aprendem a ler, a escrever, a contar ou a fazer desporto, nós propomos que também aprendam a cozinhar para terem uma dieta equilibrada e uma vida mais saudável", continua Sandra Ramos. Mas desenganem-se os professores se pensam que vão ter mais trabalho. É aqui que entram os idosos, os avós, para que tenham uma ocupação útil. "Vamos fazer com que as crianças e os avós sejam os embaixadores da alimentação saudável junto das famílias", imagina Sandra Ramos.

Da teoria à prática, a ideia finalista quer lançar o projecto-piloto numa instituição em Cascais. "Queremos actuar junto das crianças mais novas, para combater o problema da obesidade de raiz, e não quando já estão com excesso de peso", explica Sandra, que foi para Bruxelas há três anos. 

Numa época de crise em que as hortas urbanas estão a ressurgir nas cidades, o projecto quer ainda levar as hortas para a escola, num "regresso ao que é tradicional, saudável e biológico". A equipa quer partir de Cascais para o resto do país, tendo já programado datas concretas para a realização e expansão do projecto: a 12 de Janeiro de 2012, o Culinarium é implementado; sete meses depois, no início do ano lectivo de 2012/2013, a experiência poderá alargar-se a todo o país. De seguida, a equipa quer fazer intercâmbios "entre os vários núcleos" onde se aplicou a ideia Culinarium, juntando avós e netos de todas as regiões do país. "Queremos assim promover uma troca de experiências gastronómicas a nível nacional". E depois virá o livro de receitas.

Para pôr o projecto no terreno, caso o Culinarium não ganhe o prémio de 50 mil euros do concurso Faz - Ideias de Origem Portuguesa, a equipa espera obter apoios das autarquias, à semelhança do que foi feito na Austrália, com o programa The Kitchen Garden Foundation, no qual Sandra Ramos se inspirou.

 

Via Público



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