Sporting está focado na recepção ao Athletic de Bilbau, na Liga Europa, e “sabe filtrar os factores adversos”, afirmou nesta quarta-feira o treinador, Sá Pinto, referindo-se à polémica envolvendo o vice-presidente Pereira Cristóvão.
“A nossa equipa está totalmente concentrada, envolvida e focada neste grande jogo. Todos os factores adversos à equipa, ela própria sabe filtrar, ultrapassar ou dar-lhes a importância que tem de dar nestas circunstâncias. A nossa equipa não se desvia um milímetro dos seus objectivos”, disse o técnico, em conferência de imprensa, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
O Sporting vai disputar a primeira mão das meias-finais da prova europeia com a equipa basca a partir das 20h05 de quinta-feira, sob arbitragem do sueco Jonas Eriksson, numa semana ainda marcada pela investigação que decorre e o alegado envolvimento de Paulo Pereira Cristóvão num esquema para colocar em causa o árbitro auxiliar José Cardinal.
Um dos capitães de equipa, o brasileiro Anderson Polga, também desvalorizou o sucedido, vincando que o plantel está habituado a acontecimentos do género.
“Estamos acostumados, já aconteceu em todo o lado. Surgem sempre coisas, mas não deixamos entrar no nosso trabalho. Estamos apenas focados no que é importante, a competição e o nosso trabalho diário”, afirmou o defesa central.
Sá Pinto elogiou o futebol do Athletic Bilbau, sobretudo com o técnico argentino Marcelo Bielsa, que equiparou aos homólogos do Real Madrid e do Barcelona, o português José Mourinho e o catalão Pep Guardiola, como “os três melhores treinadores do Mundo”.
“É uma equipa muito equilibrada em todos os momentos de jogo, muito perto do jogo do Barcelona, não sei se é um ‘Barça B’, como diz a imprensa”, disse, reconhecendo algum ascendente do adversário, “uma superequipa, que já está na final, segundo a Comunicação Social”.
O treinador dos “leões” avaliou os pontos fortes do conjunto de Bilbau, que “privilegia a organização ofensiva”, “chega a zonas de finalização de forma rápida e vertical, com seis ou sete jogadores” e apresenta “grande mobilidade e criatividade”, além de “um ritmo alto e muita intensidade ao longo de todo o jogo, sempre frenética”.
“Os nossos argumentos são confiar nas nossas capacidades, qualidades, concentrar-nos no que temos de fazer, mantendo o equilíbrio, jogando o nosso futebol de qualidade sempre que o podermos fazer. Não tememos ninguém, somos o Sporting, com 106 anos de história, com carreira de respeito também na Europa, mas somos humildes. Vamos dar tudo e lutar até ao final”, vincou.
Polga recusou atribuir favoritismos e defendeu que o Sporting, com o seu “trabalho, dedicação e esforço”, tem condições “para seguir em frente nesse sonho que é de todos”.
“As quatro equipas ainda em prova têm capacidade de vencer. Todos nós sabemos do valor desta equipa e da forma como se entrega, mas também sabemos das nossas qualidades. Temos de acreditar nas nossas competências, com respeito pelo adversário, sempre com os pés bem assentes no chão”, concluiu.
Via Público
O que se está a assistir em Portugal em relação ao comportamento dos diferentes partidos políticos faz-me lembrar a forma como os miúdos se comportavam, e estou certo que continuarão a fazê-lo, por esses recreios das escolas primárias do país.
Eu sei que a comparação é idiota, mas o estado a que chegámos também dificilmente poderá ser adjectivado noutros termos. Os miúdos são inocentes, logo as discussões de recreio entre rapazes giram quase sempre em torno da constituição das equipas e de quem vai à baliza. Depois de muita discussão e alguns empurrões geralmente acaba por ir o desgraçado mais pesado da turma, o gordo cuja movimentação em campo é diminuta acaba entalado entre os postes. Os miúdos costumam associar a largura da pessoa à maior ocupação de espaço na baliza, mas nem sempre as coisas são tão lineares. Ou neste caso arredondadas.
Já os partidos políticos, nada inocentes, estão neste momento envolvidos numa discussão em quase tudo semelhante à dos recreios. A turma A (Portugal) joga contra a turma B (Mercados internacionais). O guarda-redes balofo da turma A - o PS - encontra-se na baliza e a equipa está a levar uma cabazada de todo o tamanho. Mas uma daquelas que já nem nos infantis se usa. O gordo não parece preocupado em manter as redes invioladas, as bolas passam por ele como balas numa favela do Rio. E segue tranquilo com um pacote de "manhãzitos" na mão, como se nada se passasse.
Os avançados da equipa - o PSD e o CDS- estão quase sempre "à mama" e mais não fazem do que esperar que a bola chegue à frente (raras vezes) para mostrarem as suas habilidades, finta para aqui, finta para ali, mas nunca saem do mesmo sitio, nunca marcam um golo nem tão pouco ameaçam a baliza contrária. Preferem ver o gordo sofrer até terminar o jogo. Os defesas da equipa - PCP e Bloco - quase espancam o anafado, desfazem-lhe os tímpanos com insultos mas pouco mais fazem do que gritar enquanto batem desalmadamente na equipa adversária (mercados internacionais) de toda a forma e feitio. Como sabem perfeitamente que nunca irão ter de ir à baliza, podem fazer o que querem dentro de campo.
Conclusão: parem de protestar, comportem-se como homens responsáveis que são e tirem o gordo da baliza. Ele não tem culpa de não saber mais e qualquer dia com tanta bolada ficamos sem rede.
Via 100 Reféns