Terça-feira, 19.06.12
King foi encontrado morto no fundo de uma piscinaKing foi encontrado morto no fundo de uma piscina (Reuters)
As pessoas que têm hoje menos de 25 anos dificilmente se lembrarão do nome de Rodney King, mas em Março de 1991 este homem transformou-se num símbolo da brutalidade policial americana, que desencadeou violentos motins na cidade de Los Angeles. King morreu hoje, aos 47 anos.

King foi encontrado pela noiva no fundo de uma piscina e foi declarado morto num centro médico local às 06h11 locais (14h11 em Portugal), indicou aos media americanos o capitão de polícia da localidade de Rialto (a leste de LA), Randy Deanda. "À primeira vista nada indica ter-se tratado de um crime", acrescentou o mesmo responsável, precisando que será levada a cabo uma autópsia.

Rodney King foi agredido por agentes do LAPD (Los Angeles Police Department) em Março de 1991. O incidente foi integralmente filmado por um transeunte e rapidamente as imagens da agressão - alegadamente por motivos racistas - começaram a circular pelas principais cadeias de televisão norte-americanas e, seguidamente, pelo mundo inteiro, originando uma onda de indignação.

No ano seguinte, os quatro agentes envolvidos nas agressões foram absolvidos pela justiça americana, o que desencadeou violentos confrontos raciais na cidade de Los Angeles, em 1992. No total morreram 53 pessoas durante estes motins e centenas de pessoas ficaram feridas. Quanto a danos materiais, estima-se que tenha havido prejuízos na ordem dos mil milhões de dólares. 

Posteriormente, dois agentes foram considerados culpados por violação dos direitos civis num tribunal federal e cumpriram pena de prisão. Os outros dois agentes foram novamente absolvidos e saíram em liberdade.

Por ocasião do 20º aniversário dos motins, Rodney King publicou um livro e, recentemente, disse à CNN que havia perdoado aos seus agressores. “Porque os EUA me perdoaram inúmeras coisas e me deram numerosas oportunidades. Deve haver sempre lugar para uma segunda oportunidade e eu tive-a”, disse King, que foi detido uma dezena de vezes após os motins por transgressões menores.

Notícia actualizada às 17h40 com mais informações acerca da morte de King


Noticia do Público



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Quarta-feira, 16.05.12
Carlos DeLuna antes de ser executado repetiu ao capelão que o matavam por um crime que não cometera
Carlos DeLuna antes de ser executado repetiu ao capelão que o matavam por um crime que não cometera (Foto: Corpus Christi Police Department/AFP)

Em Novembro de 1986, Carlos DeLuna, de 27 anos, foi considerado culpado da morte de Wanda Vargas Lopez, uma mãe solteira de 24 anos, que trabalhava numa bomba de gasolina de Corpus Christi, e condenado à pena de morte. Mais de 25 anos depois, uma equipa de investigadores da Faculdade de Direito de Columbia descobriu “erros grosseiros” no processo e concluiu que a justiça do Texas executou o homem errado.

 

Para o professor James Liebman e cinco dos seus estudantes que analisaram o caso nos últimos cinco anos, os eventos em Corpus Christi são “emblemáticos de um monumental falhanço do sistema de justiça”. Uma investigação incompleta, uma acusação leviana, um julgamento apressado, uma sentença irrevogável e a execução de um inocente – “Tudo o que podia correr mal correu mal neste caso”, resume o académico.

O crime aconteceu numa noite de Fevereiro de 1983. Avisada da presença de um homem perigoso empunhando uma faca, Wanda ligou para a polícia. Quando chegaram à estação, os agentes encontraram a mulher esfaqueada. Carlos De Luna foi detido 40 minutos mais tarde, com base na descrição da única testemunha ocular. 

Para Liebman, a rapidez de todo o processo terá sido uma espécie de “compensação” pelo atraso na resposta à chamada de Wanda Lopez. “A polícia poderia ter evitado o homicídio e não o fez”, especula o professor. 

Num artigo intitulado “Anatomia de uma Condenação Injusta”, o académico e a sua equipa reconstituíram todos os passos seguidos na investigação, acusação e julgamento. O que encontraram, escrevem, foi uma sucessão de “erros grosseiros e oportunidades perdidas que levaram as autoridades a acusar Carlos DeLuna por um crime cometido por outro indivíduo”. A sua investigação, de 780 páginas, está disponível na página da Columbia Human Rights Law Review desde ontem.

Segundo argumentam na revisão do caso, os sinais de que a polícia tinha prendido o homem errado eram evidentes desde o início. A testemunha que identificou um hispânico disse que o homem tinha bigode e barba de quinze dias, envergava uma camisa de flanela cinzenta e fugira em direcção a Norte; DeLuna foi detido a leste da estação de serviço, semi-nu (vestia uma camisa branca que foi encontrada sem uma única pinga de sangue) e com a cara barbeada.

Mais importante, notou a equipa de Columbia, o verdadeiro responsável pela morte de Wanda Lopez foi identificado por DeLuna aos seus advogados. Tratava-se de Carlos Hernandez, um homem violento, que andava armado com uma faca e com quem tinha estado num clube de striptease na noite do crime. Hernandez, de compleição física semelhante, entrara na estação de serviço para comprar cigarros. De Luna fugiu quando o viu a lutar com a funcionária.

No entanto, os advogados de defesa desvalorizaram o relato como uma “fantasia”, chegando mesmo a classificar Carlos Hernandez como “um fantasma”. Mas não só Hernandez existia, como era conhecido das autoridades, preso por vários roubos em lojas de conveniência e ataques com facas. Um detective de Corpus Christi soube, semanas depois do ataque, que Hernandez se gabava de ter matado Wanda Lopez. Depois de ter sido preso pelo homicídio de outra mulher, constatou-se que a faca era a mesma arma do crime na estação de serviço. Mas nenhum destes factos foi tido em conta na defesa e na condenação de Carlos DeLuna, que antes de ser executado por injecção letal em Dezembro de 1989, repetiu ao capelão da cadeia que o matavam por um crime que não cometera.

 

Noticia do Público



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Sexta-feira, 11.05.12

"Penso que as pessoas do mesmo sexo devem poder casar", disse Obama à ABC (Saul Loeb/AFP)


O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que apoia o direito ao casamento de casais homossexuais. Numa entrevista à estação de televisão ABC, negociada pela própria Casa Branca, o Presidente exprimiu a sua “opinião pessoal” sem equívocos ou subterfúgios: “Penso que as pessoas do mesmo sexo devem poder casar”, afirmou.

As palavras do Presidente – o primeiro líder dos Estados Unidos a defender a legalização do casamento gay –, foram imediatamente elogiadas por organizações de defesa dos direitos dos homossexuais e direitos humanos como a Human Rights Campaign, estão a ser classificadas por alguns comentadores como a mais importante declaração política em termos de direitos cívicos desde a luta para pôr fim à segregação racial, nos anos 50.

A entrevista foi difundida quando já se aproximam as presidenciais de Novembro e um dia depois de o eleitorado da Carolina do Norte ter aprovado, em referendo, uma reforma constitucional que proíbe o casamento e até mesmo as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo naquele estado. Obama confessou sentir-se “desiludido” com o resultado da votação, que considerou “discriminatório contra os gays e lésbicas”.

“É importante para mim afirmar que penso que as pessoas do mesmo sexo devem poder casar”, disse o Presidente, assumindo a posição que o seu vice-presidente, Joe Biden, um católico, já havia manifestado no passado fim-de-semana, e que o secretário da Educação, Arne Duncan, tinha repetido uns dias depois. Quando se candidatou à Casa Branca em 2008, Barack Obama disse que se opunha ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas ontem, quando pressionado para clarificar qual a posição da sua Administração sobre o assunto, admitiu que a sua opinião tinha “evoluído” e que considerava que casais homossexuais deveriam ter o mesmo direito ao casamento que os casais heterossexuais. 

Obama enumerou as várias iniciativas do seu Governo em defesa dos direitos dos homossexuais, a mais notória das quais a abolição da política militar que ficou consagrada no regulamento “Don’t Ask, Don’t Tell” [Não Pergunte, Não Diga], e que obrigava os militares norte-americanos a manterem segredo sobre a sua orientação sexual. A sua Administração também decidiu conceder aos membros gay do corpo diplomático que vivem em união de facto os mesmos direitos reservados aos casais heterossexuais, e instruiu o Departamento de Justiça a desistir de todos os processos judiciais para a aplicação do “Defense of Marriage Act”, uma legislação que fixa o casamento exclusivamente como uma união entre um homem e uma mulher.

“Hesitei a determinada altura quanto ao casamento, em parte por pensar que as uniões civis seriam suficientes”, adiantou Obama. “Fui sensível ao facto de, para muitas pessoas, a palavra casamento evocar tradições e crenças religiosas”. A posição agora assumida, adiantou o Presidente norte-americano, resultou de conversas “com amigos, família e vizinhos”, e resultou também do exemplo de pessoas que trabalham com ele.

“Quando penso em membros do meu próprio staff que são incrivelmente empenhados nas suas relações com pessoas do mesmo sexo, que educam crianças, quando penso nos soldados, fuzileiros ou marinheiros que combateram em nome do país e ainda se sentem constrangidos, mesmo após o fim da [política] ‘Don’t Ask, Don’t Tell’, concluo que para mim é importante afirmar que as pessoas do mesmo sexo devem poder casar”, notou. 

As declarações de Obama só vêm acentuar o contraste com o seu presumível adversário republicano Mitt Romney, que ao longo da campanha tem repetido a sua firme oposição ao casamento gay e que é favorável à aprovação de uma emenda constitucional para consagrar essa proibição. Tal como o Presidente, a opinião pública norte-americana tem “evoluído” no sentido da aceitação do casamento gay – segundo os números da Gallup, 52% aprovam o direito dos casais gay ao casamento. E os dados do instituto independente Pew Research Center sugerem que, politicamente, Obama poderá beneficiar da sua posição, uma vez que 47% dos eleitores dos chamados swing-states (os estados que oscilam no voto e decidem as eleições) concordam com o casamento gay, contra 37% que se opõem.



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Sexta-feira, 03.02.12

 

Piada no Twitter leva dois turistas britânicos para a cadeia nos Estados Unidos

 

Se está a pensar em visitar os Estados Unidos nos próximos tempos, pense duas vezes antes de fazer piadas no Twitter, principalmente se as tiver ouvido na série norte-americana “Family Guy”. Leigh Van Bryan e a sua amiga Emily Banting, ambos residentes em Inglaterra, não seguiram este conselho e tiveram uma recepção pouco calorosa: foram detidos por guardas armados no principal aeroporto de Los Angeles, interrogados durante cinco horas e metidos numa cela durante 12 horas, ao lado de traficantes de droga mexicanos.

 

"3 weeks today, we're totally in LA pissing people off on Hollywood Blvd and diggin' Marilyn Monroe up" ("Daqui a três semanas vamos estar em LA a chatear toda a gente na Hollywood Boulevard e a desenterrar a Marilyn Monroe").

Quando o jovem irlandês Leigh Van Bryan, de 26 anos, enviou este tweet a uma das suas amigas, estava longe de pensar que o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos se interessava pelas suas actividades. Mas a verdade é que a frase – que van Bryan diz ser uma referência a um episódio da série de animação “Family Guy” – não escapou às malhas do controlo informático pós-11 de Setembro, que vasculha activamente a Web à procura de expressões que possam comprometer a segurança do país.

Mas não foi este o único tweet que fez levantar os sobrolhos dos funcionários que tentam impedir a entrada de terroristas nos Estados Unidos. Para além da intenção de revolver a campa da antiga estrela de Hollywood, o incauto irlandês ameaçou também destruir os Estados Unidos. Pelo menos foi isso que as autoridades leram noutro tweet de Leigh Van Bryan: "free this week for a quick gossip/prep before I go and destroy America? X" ("estás livre esta semana para coscuvilhar antes de eu ir destruir a América? X"

Mal chegaram ao Aeroporto Internacional de Los Angeles, van Bryan e a sua amiga Emily Banting, uma jovem de 24 anos residente em Birmingham, ainda tiveram tempo para explicar às autoridades que a palavra inglesa “destroy”, usada naquele contexto, era calão para “festejar” e que “diggin' Marilyn Monroe up” era uma piada da série “Family Guy”, mas estes argumentos não lhes valeram de nada.

“Eu nem queria acreditar, porque aquilo era uma citação da série cómica ‘Family Guy’, que é norte-americana”, disse Leigh Van Bryan ao jornal britânico “Daily Mail”.

Segundo este gerente de um bar em Coventry, os agentes do Departamento de Segurança Interna vasculharam as suas malas em busca de pás, sob a suspeita de que a amiga Emily Blanting ficaria de vigia enquanto ele iria vandalizar a campa de Marilyn Monroe.

“Eles perguntaram-nos porque tínhamos a intenção de destruir a América e nós tentámos explicar que queríamos apenas dizer que íamos beber uns copos e curtir. Quase desatei às gargalhadas quando me perguntaram se eu ia ser a vigia do Leigh enquanto ele exumava os restos mortais de Marilyn Monroe”, contou Emily Blanting.

Depois de interrogados por suspeita de planearem praticar actos terroristas, e já algemados, passaram 12 horas em celas separadas, onde van Bryan foi novamente levado a perceber até que ponto a vontade de "curtir" e o sentido de humor podem custar caro: “Quando chegámos à prisão fui posto numa cela sozinho, mas uma hora mais tarde chegaram dois mexicanos enormes cobertos de tatuagens, que começaram a perguntar-me quem é que eu era. Disseram-me que tinham sido detidos por terem traficado cocaína para os Estados Unidos. Quando a comida chegou, eles ficaram com quase tudo e deixaram-me apenas um pacote de sumo de maçã”.

Depois de ter assinado um documento em que assumiu a responsabilidade pela publicação dos dois tweets, Leigh Van Bryan foi colocado num avião com destino a Birmingham, em Inglaterra, juntamente com a sua amiga, sem nunca terem tido a hipótese de “destruir” os Estados Unidos.

Ouvido pela BBC, um representante da Associação dos Agentes de Viagem Britânicos alertou todos os turistas para os perigos das mensagens que publicam nas redes sociais: “Já houve casos de turistas que foram barrados pela segurança nos aeroportos por fazerem piadas com bombas. Foram interrogados e acabaram por perder os seus voos, numa demonstração de que eles não têm sentido de humor quando são confrontados com potenciais riscos”.

Também em Inglaterra as piadas podem ter consequências graves. Por exemplo, em Novembro de 2010, o cidadão britânico Paul Chambers foi multado em 385 libras (460 euros), mais 2600 libras (3100 euros) em custas processuais, após ter perdido um recurso, por ter escrito no Twitter que iria fazer explodir o Aeroporto Robin Hood, em Doncaster, se a pista não estivesse livre de neve quando fosse visitar a sua namorada. Chambers passou um mau bocado – chegou a defender-se publicamente no site do jornal The Guardian –, mas não chegou a desembolsar a quantia estipulada pelo tribunal, já que o actor Stephen Fry ofereceu-se para pagar a multa.Notícia corrigida às 22h03: Valor da multa a que é feita referência no último parágrafo foi corrigido.

 

Via Público



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Sexta-feira, 28.10.11
Um homem junto ao pé da estátua
Um homem junto ao pé da estátua (Foto: National Park Service/arquivo)
A Estátua da Liberdade, ao largo de Manhattan, cumpre hoje 125 anos. Durante décadas deu as boas-vindas os imigrantes que chegavam de barco às terras do Tio Sam. “Dêem-me os cansados, os pobres, as massas amontoadas que anseiam por respirar em liberdade” é a mensagem inscrita na base da estátua, inaugurada nos idos de Outubro de 1886.

A Estátua da Liberdade foi um projecto difícil de concretizar. Era suposto ter ficado pronta em 1876, um século depois da Declaração de Independência dos EUA, mas acabou por só ser erguida uma década depois disso, no dia 28 de Outubro de 1886.

Hoje, exactamente 125 anos depois, a Estátua da Liberdade está em festa. As comemorações vão durar 12 horas e incluirão uma cerimónia de nacionalização de estrangeiros aos pés daquela dama icónica da paisagem norte-americana e que simboliza a deusa romana Libertas. Isto numa década em que os EUA têm apertado o cerco à imigração ilegal. Estima-se que a deportação de um imigrante ilegal - e os EUA terão milhões de pessoas nestas circunstâncias - possa custar à Adminstração norte-americana 23 mil dólares (16 mil euros), escreve o “The New York Post”.

Independentemente das circunstâncias actuais, esta noite haverá fogo de artifício e homenagens à estatua que representa o direito universal à liberdade e que tem numa mão uma tocha (um farol de liberdade) e na outra uma tábua com a data da independência norte-americana: 4 de Julho de 1776. 

Depois dos festejos, a Estátua da Liberdade fecha ao público já amanhã para obras de manutenção, escreve o “El País”. Durante décadas foi possível aceder à coroa da estátua, que tem das melhores vistas de Manhattan, mas após os ataques de 11 de Setembro de 2001 esse miradouro foi fechado, tendo apenas reaberto ao público em 2009.

Estão igualmente previstos vários eventos musicais e poéticos de celebração da amizade com França, país de onde partiu a ideia de se construir este monumento de estilo neoclássico de celebração à luta pela independência americana, uma vez que o país doslogan revolucionário Liberté, Egalité, Fraternité ajudou os rebeldes americanos a conquistar a sua liberdade.

Um processo difícil

Mas o processo de instalação da Estátua da Liberdade na Liberty Island - bem perto do sul da ilha de Manhatan - foi tudo menos fácil. A ideia da construção da estátua terá partido de um comentário feito pelo professor francês Edouard René de Laboulaye que em 1865 terá dito: “Se se construísse um monumento nos Estados Unidos em memória da sua independência, creio que o natural seria construir algo que unisse os esforços dos dois países”. 

O escultor Frédéric Bartholdi terá ouvido este comentário e levou a ideia a sério. No início de 1871 viajou até aos EUA para tentar encontrar aliados para o projecto, que deveria ficar concluído a tempo do primeiro centenário da independência.

O que ficou acordado foi o seguinte: os americanos ficariam responsáveis pela construção da base da estátua e os franceses pela construção da estátua propriamente dita.

Mas o tempo foi passando e de ambos os lados do Atlântico a tarefa de financiamento do projecto foi-se revelando difícil. Até que o Joseph Pulitzer - editor de jornais de então e cujo nome é anualmente celebrado na entrega dos Prémios Pulitzer - lançou, em 1884, uma campanha nos seus jornais apelando ao financiamento do projecto. O repto foi ouvido. Passado menos de um ano conseguiu-se o dinheiro que faltava.

Por essa altura, em França, Frédéric Bartholdi contava com a ajuda de Alexandre Gustave-Eiffel, criador da Torre Eiffel, para conceber o esqueleto da Estátua da Liberdade, de forma a que pudesse ser uma estrutura desmontável mas sólida. 

Desmontada em 350 peças, com um puzzle, para ser mais fácil de transportar, a Estátua da Liberdade ganhou forma no porto de Nova Iorque e no dia 28 de Outubro de 1886 os nova-iorquinos deram as boas-vindas a um dos seus símbolos mais icónicos.

 

Via Público



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Segunda-feira, 18.07.11
A carta foi entregue nos correios a 20 de Fevereiro de 1958
A carta foi entregue nos correios a 20 de Fevereiro de 1958 (Foto: Reuters)

 Mais de meio século depois, chegou ao destinatário. Uma carta de amor escrita em 1958 por uma jovem norte-americana vai ser finalmente entregue a Clark C Moore, ou melhor, Muhammad Siddeeq. Terá sido a alteração do nome que levou a que só 53 anos depois a carta seja colocada na caixa de correio de Siddeeq.

 

A carta foi entregue nos correios a 20 de Fevereiro de 1958, conta a BBC. No endereço do destinatário estava o nome de Clark C Moore e a morada do jovem estudante de ciências na Universidade da Califórnia, na Pensilvânia.

A carta, assinada simplesmente com “amo-te para sempre, Vonnie”, chegou à sala dos correios da universidade no início deste mês tendo como destinatário Clark C Moore que entretanto alterou o nome para Muhammad Siddeeq, o que impediu que os serviços postais o encontrassem ao longo das últimas cinco décadas. Foi um amigo de Siddeeq, que soube da história através de uma reportagem que passou na televisão norte-americana, que contactou a universidade a alertar para a troca de nomes.

Agora com 74 anos e divorciado de “Vonnie”, com quem teve quatro filhos, Siddeeq terá dito ao amigo que apesar da separação estava ansioso para ler a carta. Ao jornal “Washington's Observer-Reporter”, Siddeeq disse depois que a carta era a “prova da sinceridade e inocência da altura”.

Nos próximos dias Siddeeq deverá receber finalmente a carta. Em tom irónico disse à responsável pelos correios da universidade que se “nos próximos 53 anos não receber a carta irá apresentar uma queixa”.

 

Via Público



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Sexta-feira, 25.02.11

Proibido fumar nas praias e parques publico de Nova Ioruqe

 

A lei já tinha sido aprovada pela assembleia do município a 2 de Fevereiro e prevê a aplicação de uma multa de até 100 dólares para quem acender um cigarro em Times Square, por exemplo. Ao justificar a aplicação da lei, Bloomberg sublinhou que “é preciso garantir que os espaços públicos são espaços saudáveis”. E adiantou: “Os parques e praias livres de fumo irão tornar-se locais mais saudáveis para todos, serão espaços abertos de ar limpo para actividades saudáveis”.

A lei, aprovada por 36 votos contra 12, irá abranger 1700 parques e 22 quilómetros de praias, portos e passeios marítimos. A nova legislação, que se assemelha a outras que já foram aplicadas em Chicago e São Francisco, vem tornar mais restritiva a lei sobre o tabaco que se encontra em vigor desde 2002 e que proíbe fumar em bares e restaurantes.

Bloomberg sublinhou que, devido a essa legislação, nos últimos nove anos passou a haver menos 350 mil fumadores em Nova Iorque. Mas tal como tem acontecido em muitas outras situações, a lei foi também criticada por quem considera que a autarquia está a intrometer-se demasiado nos direitos dos fumadores.

Para defender a lei, Bloomberg citou o criador do Central Park, Frederic Law Olmstead, que considerava os parques “pulmões da cidade, refúgios onde se pode escapar às ruas abarrotadas, ruidosas e contaminadas”.

 

Via Público



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