Fosse qual fosse o desfecho da final de Bucareste, havia uma garantia: a capital romena assistiria ao quinto título espanhol no século XXI no que à segunda competição da hierarquia da UEFA diz respeito. Calhou ao Atlético de Madrid (até 1921 filial do adversário desta quarta-feira) repetir o triunfo de 2009-10 (desta vez por 3-0), o que significa que calhou ao Athletic Bilbau emular o desaire de 1976-77.
Estavam decorridos somente sete minutos desde o apito inicial e já havia muito para contar. Falcao, graças a um lance apenas ao alcance dos predestinados, fazia o primeiro golo da noite e preparava-se para se tornar no primeiro jogador da história a sagrar-se melhor marcador da Taça UEFA/Liga Europa em duas edições consecutivas. A confirmação chegaria aos 34’ e poderia ter-se repetido aos 80’. Mas já lá vamos.
Naquela que foi a nona final da competição entre emblemas do mesmo país (aconteceu em 1971-72, 1979-80, 1989-90, 1990-91, 1994-95, 1997-98, 2006-07, 2010-11 e 2011-12), o filme do jogo foi fiel ao trailer da véspera. Sim, o Athletic quis pegar no jogo e comandar com bola. Sim, o Atlético estava atento aos espaços e soube explorá-los.
O primeiro exemplo surgiu pelos pés do colombiano que o FC Porto vendeu aos "colchoneros" (por 40 milhões de euros) já com o rótulo de goleador europeu. Em 2010-11, Falcao tinha feito 17 golos na prova; esta época, concluiu-a com 12. E, à semelhança do que acontecera na final de Dublin, guardou algum poder de fogo para o jogo decisivo. Recebeu a bola a caminho da área, travou, simulou à frente de dois defesas e puxou para o pé esquerdo, desferindo um remate para mais tarde recordar.
O Athletic não deu parte fraca, nem ajustou as coordenadas. Paulatinamente, foi tentando aproximar-se da área. De Marcos e Ander Herrera (em noite não) tentaram servir Llorente, mas o avançado esteve uns furos abaixo do habitual; Muniain tentou de longe mas Courtois esteve uns furos acima do habitual.
O intervalo chegaria com 60% de posse de bola para os bilbaínos e — mais importante — com um erro crasso, daqueles que prometem pesadelos, de Amorebieta. Aos 34’, o central facilitou à entrada da área, quando se impunha despachar a bola sem rodeios, foi desarmado, Turan entrou em cena, Falcao também e o resto é o costume. O colombiano confirmava o estatuto de goleador-mor da Liga Europa, versão revista da antiga Taça UEFA, que vai na terceira edição e na qual já leva 29 golos.
Aí, sim, ruiu o Athletic e o futebol de Marcelo Bielsa, que na segunda parte ainda lançou o irrequieto Ibai Gómez, o tampão Iñigo Pérez e o experiente Toquero para ganhar mais peso no ataque. Dispôs de oportunidades de golo? Sim, dispôs. Mas continuou a dar espaço na defesa, claramente o sector mais débil de uma equipa recheada de talento.
Falcao voltou a prová-lo aos 80’, com um drible perfeito e um remate ao poste. E (o também ex-portista) Diego arrumou a questão aos 85’, com um brilhante lance individual no qual Amorebieta desempenhou apenas papel de figurante.
Confirmava-se, assim, que o quarto troféu europeu do Atlético Madrid (tem mais uma Supertaça e uma Taça das Taças) estava garantido. E que os bascos precisavam de algo mais que o ritual de beberem um copo de Cola Cao na véspera dos grandes jogos para atrair a sorte.
retirado do Público
Não sou ingrato. E por isso tenho de agradecer a este senhor que treinou o FC. PORTO, ou melhor, a quem o FC Porto deu a oportunidade de ouro de ser treinador principal de uma equipa de futebol profissional de topo. Uma das melhores do mundo. E por isso aqui fica o meu obrigado ao André pelos serviços prestados ao FC Porto. Mas agora tenho uma coisa a dizer-lhe: o meu caro amigo é de uma ingratidão a roçar a traição. E digo isto não porque saiu do cargo que ocupava, pois acho que foi um excelente negócio tanto a nível pessoal como para o FC Porto, mas porque o fez de uma forma escusada, imatura e quase provocadora. Se o fez por ingratidão, medo ou cobardia só o André saberá.
Eu, adepto confesso do clube, não precisava de o ver durante meses a vender o peixe de que ocupava a sua "cadeira de sonho", a pedir a jogadores para não saírem do clube, a fazer juras de amor eterno e de fidelidade, e depois fazer esta triste figura, evitando quem acreditou em si e enviando para o clube um fax a comunicar a rescisão contratual, porque um russo qualquer com mais dinheiro no bolso do que valores no cérebro o corrompeu (provavelmente através daquele senhor que anda sempre vestido de agente funerário) ao ponto de o André não perceber que existem várias formas de se crescer, mesmo a nível profissional. Vendeu o respeito a um clube e aos seus adeptos. Vendeu-se a si próprio. É a sua escolha.
O clube, os adeptos e a sua cidade natal mereciam muito mais de si. O próprio André deveria ter feito a mesma escolha mas de outra forma pois é um jovem, iria receber os mesmos 5 milhões de euros por ano, ninguém o impediria. Esqueceu-se que se não lhe tivessem sido dadas as condições que teve, uma aposta em si como poucos fariam do Presidente do clube pessoalmente sem medo de pôr a cabeça no cepo, o André e seus adjuntos continuariam ainda hoje a tomar café na pastelaria junto ao estádio Cidade de Coimbra.
E ressalvo que acho muito bem que queira subir na vida, mas não se esqueça que a vida dá muitas voltas e o oligarca que agora o levou foi o mesmo que pôs José Mourinho a andar do clube quando se fartou dele. Para ele "o André é o gajo que o Inter queria, mas eu tenho dinheiro e eles não". E o André não é Mourinho e jamais irá ser por mais que o pintem de ouro. O Mourinho é Mourinho, o André era um adepto e treinador do FC Porto até há uns dias. E até Mourinho, depois de ganhar a taça UEFA, não sendo adepto do clube teve a inteligência e coragem de, mesmo assediado por todos os clubes europeus, ficar no Porto. Resultado: ganhou a CHAMPIONS LEAGUE.
Lembre-se disto: o meu Porto vai ser sempre muito maior do que o seu Chelsea. Nem há comparação possível. E tenho pena que não tenha percebido isto quando virou as costas à equipa que o fez valer 15 milhões de euros. O André até pode gritar ao mundo que é o special 2 (two), porque não é. Resta-me desejar-lhe toda a sorte do mundo. E não será preciso dizer-lhe que mesmo que não precise da equipa que o lançou para nada pois ficará rico num ano, para si o fax da SAD do FC Porto dará sempre o mesmo sinal: ocupado.
Via 100 reféns
Não vejo o porquê de tanta polémica em relação ao facto dos "irresponsáveis" benfiquistas após o final da partida terem dado de imediato ordem para serem desligadas as luzes do estádio e acionado o sistema de rega. Isto porque a luz tinha sido apagada há muito. Quanto à água a única justificação que encontro passa pela necessidade de diluir a exibição do árbitro, que esteve ao nível que se esperava - miserável.
A luz foi apagada por várias pessoas que nada têm a ver com o Benfica ou a sua estrutura. Apagou-a o Hulk, o Varela e o Falcão, o Guarin o Moutinho e o treinador André Villas-Boas. Apagou-a o Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa e todo o staff do FC Porto com um planeamento brilhante de toda a época desportiva. Uma vitória histórica. O FC Porto dizimou qualquer réstia de esperança que desde a época passada andava em permanência, de uma forma quase doentia, a ser alimentada pela imprensa (sabemos qual, falei aqui sobre ela com exemplos claros). A ideia da fénix vermelha renascida. O mito sebastianista da "bola" do antigamente. O gigante adormecido que entreabriu o olho. Enfim, as tretas do costume que alguns pasquins adoram promover para vender papel e o povinho andar feliz e esperançado. Vendado.
Parabéns aos jogadores do Benfica que honraram a camisola e souberam perder em campo. Foram dignos da enorme camisola que ostentam. Infelizmente não são apenas eles o clube Benfica. E quem não sabe perder raramente merece ganhar. A azia dos dirigentes benfiquistas foi ontem para além de tudo o que eu já tinha visto em campeonatos ditos de primeira linha.
Não têm moral. Uma vergonha. Comportaram-se como dirigentes de uma agremiação de aldeia do interior perdido de um qualquer país da América Latina. E se calhar por estas e por outras é que o Benfica de há 30 anos para cá não passa de um clube que vive de migalhas de vitórias que o FC Porto nas suas épocas de quebra lhe vai deixando. O Benfica só existe quanto o FC Porto não está ao seu nível. E este ano esteve. O FC Porto é o melhor clube português da atualidade e internamente é imbatível há muitas décadas, por muito que alguns teimem em querer apagar a luz deste facto.
Via 100 Reféns