Entre as fantasias do universo masculino, talvez o mais estranho aos olhos da mulher é quando o parceiro quer ser como... ela.
Mas o fetiche existe e, muitas vezes, não se trata de desvio na orientação sexual. Segundo a terapeuta sexual Sylvia Maria Marzano, o que eles querem é colocar o lado feminino para fora, com o uso de lingerie ou roupas femininas. Ou ainda pode ser que façam isso apenas por curiosidade ou pelo fetiche mesmo.
O homem que tem esses hábitos “femininos” não é necessariamente gay. “O homossexual não quer ser mulher! Ele é um homem que gosta de outro homem. Precisamos não confundir com travesti, que veste roupas de mulheres mas têm prazer também no pênis. Um homem com orientação homoerótica só gosta de homens”, explica.
Sylvia é também diretora do Instituto Isexp, de São Paulo, e diz que esse desejo não deve ser necessariamente rotulado como desvio. “Para sabermos o que ocorre com cada homem que se veste de mulher precisaremos saber das circunstâncias em que isso ocorre”, explica. Segundo ela, o “travestismo” é um desvio, assim como o “cross dresser”, e nem sempre quer dizer homossexualidade. “Há uma grande discussão a esse respeito e ainda não temos uma certeza”.
Para ela, se o casal não sofre com a atitude, se ela faz parte do processo de erotização do casal, não há necessidade de procurarem ajuda profissional. “Agora, se esse comportamento estiver fazendo com que a parceria não esteja equilibrada, com um ou os dois sentindo-se culpados ou com mal-estar, é necessário que procurem ajuda, que poderá ser médico ou psicólogo”. A coisa pode virar doença se avançar para uma parafilia, ou seja, quando a pessoa que só chega ao orgasmo após prazer intenso desencadeado sempre por uma situação (seguido de mal estar).
A dica de Sylvia é que se o homem se sentir angustiado, deve procurar a terapia sexual. “Juntos, ele e terapeuta podem descobrir que conteúdos o fazem agir dessa maneira e o que faz com que ele sinta-se infeliz”.
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Nunca a expressão francesa fez tanto sentido. Solteiras ou não, as pessoas tem aderido à prática do sexo a três sem maiores pudores.
Apesar de potencializar o risco de doenças sexualmente transmissíveis e de banalizar um pouco às relações formais, a moda pegou mesmo. E a desculpa pode ser variada. Uns fazem para apimentar uma relação. Outros, depois de uma boa festa e vestindo os óculos do álcool, acabam a noite com outras duas pessoas.
Independente do caso, a terapeuta e educadora sexual Ana Canosa, de São Paulo, acha que essa liberação do fetiche e das práticas sexuais diversas é reflexo de um comportamento da sociedade que dá a essas práticas o ar de "politicamente corretas". "A tentativa é de legitimar o desejo considerado ‘perverso’ na sociedade contemporânea com a criação de regras éticas", diz.
Essas regras éticas, segundo ela, são as normas de atitudes entre as pessoas que aderem à prática. Em casas de swing, por exemplo, existem códigos e princípios a serem seguidos. E o mesmo vale para os casais, na hora do ménage. "Muitos deles criam regras para evitar o envolvimento emocional com essa terceira pessoa", conta.
Mas mesmo assim, com tanta regra, colocar um terceiro no meio do casal pode complicar a relação. "As pessoas não controlam emoção e sentimento", alerta Ana. Segundo ela, as regras mais comuns que os casais se estabelecem são não deixar o outro beijar o terceiro elemento e não trocar telefones nem sob decreto. "Essas regras são muito importantes antes de um casal cair de cabeça num sexo a três. É importante limitar até onde cada um vai e quais serão os sinais para que os dois não percam a intimidade e a cumplicidade na cama".
Se o terceiro for um amigo ou conhecido, o risco de envolvimento é maior ainda. Por isso, ela indica que antes de qualquer coisa, o casal se pergunte o motivo de querer alguém a mais na cama. "Se for uma prática esporádica, para apimentar o sexo, tudo bem. Agora se for para tentar salvar um casal emocionalmente em crise, duvido muito que vá funcionar. Pode gerar um ciúmedesnecessário".
Ana se lembra de um caso onde a mulher percebeu que o marido estava perdendo o interesse sexual por ela e pior: na cama, a três, desconfiou que ele tivesse atração homossexual e acabou se separando. Em outro caso, o casal participava de grupo de swing e, como o os participantes acabaram mais amigos, gerou desconfiança nela de que o parceiro estivesse tendo um caso com outra participante. Também se separaram.
A prática é mais comum do que se imagina. Legitimada pela cultura da liberação sexual, hoje quem não faz corre o risco de ser taxado de careta. Mas é preciso ter cuidado. Ana recomenda fortemente, no caso de um casal, que a vontade seja dos dois. Segundo ela, muitas vezes o desejo por essa fantasia é maior nos homens.
Ana tem medo que práticas desse tipo levem a banalização do sexo. "O corpo da gente é muito erotizado e brinco sempre que quatro mãos devem excitar bem mais que duas. Mas essa busca ilimitada pelo prazer não é saudável". Para ela, a eterna insatisfação - e consequente busca incessante - leva ao sexo vazio. "A pessoa às vezes tenta preencher os medos com prazeres descartáveis e perecíveis, e acaba consumindo inconscientemente. Acontece a mesma coisa com o sexo", analisa.
Cada um tem o direito de escolher quais fantasias deseja ou não vivenciar. Na hora de apostar no ménage à trois (ou arranjo a três) lembre sempre que as carícias e intimidades devem acontecer dentro da relação - e não fora dela. O envolvimento entre o casal deve ser sólido, a fantasia não deve ser imposta. Quando o acordo é mútuo, qualquer prática fica ainda mais prazerosa. Lembre-se de não envolver menores de idade na prática e sempre use camisinha. Livre para decidir até onde quer ir com o seu desejo e com o seu corpo, o prazer ficará ainda melhor.
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“O que é proibido é mais gostoso”. Será verdade? Transar com o parceiro em lugares públicos, por exemplo, costuma ser mais excitante para alguns casais.
Lembra do polêmico vídeo com as cenas de sexo de Daniella Cicarelli e Tato Malzoni na praia de Cádiz, na Espanha?
Você já pensou em fazer sexo na praia? Na frente de uma igreja? Escondida em um quarto durante uma festa? No meio da rua? A analista de recursos humanos Verônica Martins* já fez isso.
Ela namora há mais de quatro anos e passou por muitas aventuras com o companheiro.
“Em uma viagem à praia com meu namorado e a família dele, resolvemos dar uma volta e saímos andando à procura de um canto para fazer ‘coisinhas’ sem ninguém por perto. Mas não queríamos motel nem nada do tipo, acho que estávamos atrás de emoções mesmo”, conta a analista.
Depois de encontrar uma praia com um único quiosque, o casal achou um local e começou a namorar. Quando o parceiro de Verônica já estava sem a sunga, dois policiais se aproximaram deles. A analista conta que o policial os advertiu que existiam crianças e idosos no local e recomendou que os namorados fossem para outro lugar. “Falei para ele que só estávamos conversando e ele me disse ‘poxa gente, tem tanto canto bom por aqui para vocês se divertirem, vão para algum cantinho’, e deu um risinho maroto”, se diverte a jovem.
A psicóloga Milene Rúbia Jorge explica que algumas pessoas gostam de ser flagradas durante o ato sexual ou de correr esse risco. “Isso aguça a sexualidade da pessoa e dá prazer. Quando são vistas, sentem mais tesão”, diz a especialista.
Ainda de acordo com Milene, a exposição sexual também pode ser vista como um transtorno, mas o diagnóstico fica difícil por causa dos valores culturais. “O certo e errado depende da cultura, é a sociedade que vê o que é errado. E é essa forma de exposição que gera o prazer na pessoa”, explica.
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