Afinal houve jogo, mas a União de Leiria só se apresentou em campo com oito jogadores no encontro com o Feirense. Sem surpresa, a equipa visitante venceu por 4-0, saindo da zona de despromoção.
Os oito jogadores da União de Leiria resistiram 45 minutos ao adversário, que alinhava com mais três elementos – no período de compensação da primeira parte Miguel Pedro quebrou a resistência leiriense.
Com o desgaste físico a notar-se cada vez mais na União, o Feirense conseguiu ampliar o resultado na segunda parte, com Pedro Queirós a fazer o 2-0 (51’), Miguel Pedro a bisar (58’) e Buval a fechar a contagem (89’).
O resultado só não foi mais volumoso, graças à boa exibição do guarda-redes Oblak.
Além do guarda-redes esloveno, o treinador José Dominguez contou com mais dois jogadores emprestados pelo Benfica (Shaffer e Nicklas), com Djaniny (que tem contrato com o Benfica para a próxima época), com dois juniores (Filipe Oliveira e Pedro Almeida) e ainda com John Ogu e Alhafith, que tinham enviado o pedido de rescisão, mas apareceram ao jogo.
Ainda durante o jogo, João Bartolomeu, presidente demissionário da SAD da União de Leiria, reiterou que as rescisões dos jogadores foram ilegais e prometeu accionar os tribunais.
“É um dia complicado. Revelaram-se aqui muitos maus profissionais. Este oito briosos deram uma lição aos fugitivos. Os tribunais vão funcionar. Não recebemos rescisões. Ninguém podia faltar. Vão sofrer consequências criminais e cíveis. Há dois jogadores a quem vamos fazer arrestos”, disse João Bartolomeu aos microfones da Antena 1.
Mário Figueiredo, presidente da Liga, também esteve na Marinha Grande e disse que “até sexta-feira às 19h não tinha entrado na Liga qualquer rescisão contratual”.
Numa altura em que se levantam dúvidas sobre a legalidade das rescisões de 16 jogadores da União de Leiria, Mário Figueiredo não se quis pronunciar sobre o caso em concreto, mas disse que “as rescisões de contrato de trabalho só são válidas se tiverem reconhecimento notarial ou de advogado”.
O presidente da Liga lamentou que a União de Leiria só tenha alinhado com oito jogadores e argumentou na hora das dificuldades não se pode virar as costas aos desafios. “Posso fazer coisas válidas para melhorar o futebol português”, disse Mário Figueiredo, que não está arrependido de ter concorrido à presidência da Liga.
Retirado do Público
Há jogadores que têm exibições positivas, mas acabam por cometer um ou outro erro que deitam por terra o trabalho da equipa. Foi o caso, neste sábado, de Varela. O central abriu o marcador da sua equipa, mas depois fez um autogolo e uma grande penalidade que permitiram a vitória do Benfica frente a um Feirense que mostrou ser uma equipa com bons jogadores e lutou até ao último minuto. E ainda se pode queixar do árbitro lhe ter anulado mal um golo.
No relvado mais curto da Liga, Jorge Jesus apostou numa equipa vocacionada para jogar pelo centro do terreno, voltando a manter a tradição de não repetir a mesma equipa. O Benfica sentiu muitas dificuldades para coordenar o seu jogo e para fazer as devidas ligações entre a defesa e o ataque.
Numa espécie de colete-de-forças, os “encarnados” viram um adversário jogar sempre de forma desinibida e que soube tirar partido também da boa exibição de jogadores da velocidade de Ludovic, Diogo Cunha e das movimentações de Buval. A isto somou a capacidade física dos dois centrais Varela e Luciano que tanto se mostraram seguros a defender como a subir nos lances de bola parada.
O técnico do Benfica teve mesmo de retocar a sua estratégia a partir da meia hora. Encostou Witsel à direita, Javi García ficou como único pivot e Aimar passou a recuar mais para recuperar jogo, oferecendo outra liberdade a Rodrigo. O espanhol conseguiu finalmente mostrar verdadeiros sinais de perigo. Respondeu finalmente a lances que preocuparam Artur. Primeiro, aos 4’, com Luciano a cabecear levemente por cima depois de um livre de Hélder Castro. E, aos 13’, quando Diogo Cunha fugiu a Javi García e a enviar a bola à barra.
Mas a partir daquele momento tudo se alterou. Passou a ver-se mais do Benfica que até esse momento só tinha mostrado um momento mágico de Aimar, aos 16’, que deixou Rodrigo na cara de Paulo Lopes que realizou uma grande defesa. Foi a primeira do guarda-redes de 33 anos formado no Benfica. Cardozo teve também um momento notável quando Witsel arrancou um cruzamento para um cabeceamento espectacular de Rodrigo, o melhor jogador dos homens da Luz.
Na segunda parte, o Benfica entrou novamente adormecido. Logo no primeiro minuto só um disparate enorme do árbitro da partida evitou no pior para os homens de Jorge Jesus. Rui Costa resolveu assinalar um fora de jogo inexistente a Ludovic que tinha acabado de bater Artur. Mas, aos 49’, Varela aproveitou a sua capacidade para ter uma entrada fulgurante, depois de um canto de Hélder Castro. Artur Moraes nada podia fazer. O defesa central acabou também por dar uma ajuda ao Benfica, aos 53’, quando desviou de cabeça para o fundo da sua própria baliza um lançamento de Maxi Pereira. Sem fazer muito por isso o líder da Liga chegou ao empate.
Mas o protagonismo de Varela aumentaria aos 70’, quando permitiu que Rodrigo chegasse primeiro à bola e cometeu um penálti que Cardozo converteu, passando a somar seis jogos seguidos a marcar. Estava consumada a reviravolta do marcador e garantida mais uma semana de liderança isolada na Liga.
Via Público