Os portugueses em geral, por escolha eleitoral do povo madeirense, estão obrigados a suportar as excentricidades do Sr. Jardim praticamente desde que o Paulo de Carvalho piou nas telefonias "Depois do Adeus" numa madrugada longa de Abril, corria o bonito ano de 1974. A partir daí a Madeira tornou-se numa espécie de Twilight Zone democrática. Não se sabe bem o que é politicamente. A melhor definição andará algures entre a liderança cubana com tiques de desafio norte-coreanos, uma relação meio achinesada com a imprensa e ares de bazófia gondomarense.
Eu ainda sou do tempo em que o senhor Alberto tratava o professor Cavaco Silva por "senhor Silva", não deve importar-se por isso que agora o trate da mesma forma. Acho até que é uma forma relativamente carinhosa de se tratar as pessoas. "Ó senhor Júlio: são dois quilos de laranja que ando apanhadinho das aftas e o doutor disse para tomar vitamina C".
Nunca percebi o porquê desta figura política achar que deve ser uma espécie protegida e por isso tratada de forma diferente. Certo é que se trata de uma em vias de extinção, duvido mesmo que haja mais algum político mundial (tirando Berlusconi) a quem já tenhamos visto tantas vezes as cuecas (bons tempos do Tal e Qual). Todavia podermos vê-lo de cuecas não justifica um buraco orçamental daquele tamanho.
Não me recordo, tirando os "bons" e "democráticos" exemplos de Hugo Chávez e Kadhafi, de ver um líder num momento de crise, depois de descoberto novo buraco na região que irá agravar o défice do país, aparecer em tronco nu na praia a falar para os jornalistas. O senhor jardim é uma espécie de oásis que vive numa ilha que aparentemente é parte de um país. País que estranhamente, quando convém e é preciso agitar as hostes, adora hostilizar e apoucar, como se andássemos todos a fazer-lhe um enorme favor de o ter à frente do governo regional.
Uma pessoa que desrespeita quem lhe apetece, seja jornalista, cidadão, adversário político e depois, na altura das "colheitas", mete o rabinho entre as pernas e recebe todos de passadeira vermelha estendida, alguém que trata "os continentais" (como gosta de os apelidar) de forma bacoca, com uma sobranceria deplorável e detestável, a roçar a má educação, e depois adora que o venerem quando se mascara para participar em festas de carnaval locais. Meus amigos já não há pachorra. Estou farto de levar desta personagem de filme mexicano.
A Madeira, numa visão puramente jardinista, funciona desta forma: na altura de receber a massa a Madeira é a Madeira, injecção de capital atrás de injecção, com orçamento próprio e intocável ou desata tudo numa histeria. Despesismo tradicional. Na altura de pagar alto lá, aí já outro galo canta, afinal parece que somos um país. O governo português se quiser que acerte as contas com a União Europeia.
Meus amigos gosto muito da Madeira e dos madeirenses, mas está na altura do Sr. Silva largar o Facebook e pôr o senhor Jardim na ordem de uma vez por todas. Nunca vi um Presidente de todos os portugueses ridicularizar o povo madeirense, já o Presidente do Governo regional não faz outra coisa senão gozar com tudo e todos. Há demasiado tempo. Chega!
Via Sem Reféns
Tal como na gestão de uma casa ou de um orçamento familiar, (a criação e) a acumulação de riqueza só é possível quanto os gastos não superam as receitas; e sabe a inglória se a mesma tiver que ser sistematicamente reorientada para a amortização de dívida e serviço de dívida, quando seja esforçadamente conseguida. Portugal não se encontra em nenhuma destas situações, mas é pelas piores razões: porque não cresce nem acumula, e porque o que quer que consiga (conseguisse) esforçadamente acumular está comprometido para o pagamento de juros e dívida. É desencorajante. Em bom português, para além de estar de sobremaneira endividado, Portugal não está capaz de criar riqueza que garanta o pagamento dos seus compromissos, nem sequer de garantir a mesma qualidade de vida à sua população, quanto mais a sua melhoria.
Sabemos, contudo, que não há crescimento sustentado sem finanças públicas saudáveis (não necessariamente défice zero), e este é um (ou melhor, o) pressuposto em que assentam os programas de estabilização financeira que têm vindo a ser praticados, também em Portugal.
Qual é então o plano de recuperação económica?
Como objetivo transversal desse plano, temos a continuação do cumprimento dos compromissos financeiros internacionais, desta feita com o apoio financeiro do FMI e EU (ajustamento financeiro e re-credibilização internacional como prioridade máxima, de forma a garantir o regresso do país ao financiamento em condições normais de mercado). Em simultâneo, programaticamente, o Governo propõe-se garantir que os gastos públicos não excedem as receitas públicas (corte de gastos e aumento de receitas), aumentar os níveis de produtividade nacional e, por essa via, garantir a competitividade na nossa oferta no exterior e o crescimento da economia.
Assim, por aí virá, por exemplo e por memória, a criação de um imposto extraordinário, a subida e reestruturação do IVA, alteração dos escalões no IRS e redução de deduções, agravamento de preços de bens não transacionáveis internacionalmente, flexibilização da lei laboral e das regras de proteção social, promoção e garantia de concorrência, redução do peso do Estado e qualificação dos portugueses (da força de trabalho), entre tantos outros. Em última instância, assim se relança uma economia com medidas de austeridade. Em tempos que se sobreporão, teremos: pagamento da dívida, redução dos défices, reforma estrutural, e por fim, crescimento. Será a austeridade interna a garantir a nossa competitividade no mercado internacional, e esta, a médio prazo, a conduzir ao crescimento.
Em termos práticos (o que será o mesmo que dizer, cinicamente), se a política for desequilibradamente doseada, as empresas portuguesas que se provem competitivas, não terão que se preocupar particularmente com o rendimento disponível das famílias portuguesas, ou com a dimensão do mercado português ou com a evolução da procura interna. Porque não é desse o modelo que se trata. Trata-se sim, de um modelo extrovertido, de enfoque e substituição de exportações, compatível, no curto e médio prazo, com níveis de desemprego elevados e rendimento disponível reduzido. Neste modelo, os portugueses não são o mercado. É-o antes o exterior, recetor de bens transacionáveis internacionalmente, e nele assentará um futuro crescimento da economia. Por outro lado, se a política for equilibradamente doseada, com repartição igual de sacrifícios pelos diferentes agentes económicos (famílias, empresas, Estado), não é garantido que se cumpram os desígnios deste modelo económico para Portugal, nos tempos que nos são exigidos.
Nestes termos, não é de estranhar que o programa de Governo tenha já sido simultaneamente designado, como "choque liberal para o crescimento" e "assalto social aos portugueses". Ainda assim, e apesar dos tempos helénicos que correm, a Europa ainda não parou para equacionar alternativas. Tarda.
Via Expresso
Este é o título da capa do último número da revista TIME, mas com uma ressalva pertinente aos porcos: "Sem ofensa".
O título despertou-me tanta curiosidade que não hesitei em ler o artigo. A jornalista Nancy Gibbsfaz uma reflexão muito pertinente sobre alguns dos muitos homens poderosos e famosos que se meteram em escândalos sexuais. Casos que vieram a público de grandes embrulhadas judiciais com acusações de abuso sexual de mulheres ou até de menores. Muitos acabaram mesmo por destruir as suas carreiras e outros, por serem detidos, viram a vida arruinada.
O escândalo mais recente foi precisamente o de Dominique Strauss-Kahn, por, alegadamente, ter abusado sexualmente de uma empregada do hotel em Nova Iorque, onde estava hospedado. E, pelo que veio a público nos dias seguintes, não terá sido a primeira vítima nas suas mãos. Resultado: Agora o excelentíssimo director do FMI e também promissor substituto de Nicolas Sarkozy está detido a aguardar julgamento. Havia necessidade?
Existem inúmeros outros casos de homens poderosos que abusaram sexualmente de mulheres e de menores, ao mesmo tempo que enganaram e comprometeram as suas próprias famílias.
Evidentemente que não são somente os homens poderosos a cometerem este tipo de crimes, ou a sujeitarem-se - a troco de - sexo à força -, a uma detenção. No entanto, a jornalista faz uma análise à quantidade de homens poderosose famosos que apenas por puro narcisismo ou fetichismo, arriscaram toda uma brilhante carreira e arruinaram as suas vidas para sempre.
No artigo da TIME, Nancy Gibbs usa uma tabela (ver abaixo), para estabelecer uma comparação entre os predadores simplesmente estúpidos e os maciçamente hipócritas. Muitos apenas mancharam os seus nomes e as suas carreiras para sempre. Outros foram mesmo detidos.
Na lista constam nomes como: Bill Clinton (caso Monica Lewinsky), John F. Kennedy (caso Marilyn Monroe), Tiger Woods (caso com prostitutas), Silvio Berlusconi (inúmeros escândalos sexuais com menores), Woody Allen(fotografou nua a sua filha adoptiva), Arnold Schwarzenegger (abusa sexualmente de uma empregada menor), Mike Tyson (acusado de violação) entre muitos outros.
Da arena à cadeia vai um passo |
- Por que é que homens com educação e poderosos, que podiam conquistar naturalmente inúmeras mulheres, abusam delas e de menores, tentando depois escapar ameaçando-as?
- Como é que é possível que nesta era - supostamente evoluída, onde homens e mulheres convivem juntos desde crianças, sendo educados regularmente em escolas mistas, chegando depois à idade adulta onde trabalham juntos - existam ainda condutas tão pouco sérias e gente com tanta falta de juízo, ao ponto de cometer loucuras destas?
O poder é um privilégio que se pode conquistar a muito esforço de uma forma séria. Não pode de forma alguma ser usado contra vítimas indefesas que, na maioria dos casos, por puro medo, não confessam e não acusam. Não pode. Por isso recomendo a leitura do artigo da TIME, pois talvez assim menos mulheres calem o que não podem calar, venha de onde vier.
Há coisas que não se entendem no debate público português. Há mês e meio, só se falava da geração lixada, da geração sem direito a segurança social apesar de descontar (falsos recibos verdes). Era o tema. Era o princípio e o fim da nação. Ora, o FMI resolveu ajudar esta geração lixada pelos direitos adquiridos . No documento da troika podemos ler que um falso recibo verde pode receber subsídio de desemprego (ponto 4.1 iv, página 20) . Mas, por artes mágicas, este facto revolucionário não tem sido comentado, não tem aparecido. De repente, a geração lixada deixou de interessar. Mas a verdade é que o tal FMI, contrariando a narrativa vigente, ajudou a geração lixada.
E, atenção, a concessão de subsídio de desemprego é só uma das ajudas do FMI aos mais jovens. A reforma no mercado de habitação é outro exemplo desta aliança FMI/jovens. Ao impor um mercado de arrendamento mais competitivo, o memorando procura baixar as rendas e, acima de tudo, visa colocar mais casas no mercado de arrendamento. Depois, o memorando FMI/UE acaba com o "respeitinho pelos mais velhos" que estava explícito no código de trabalho. Até hoje, uma empresa em reestruturação estava obrigada a despedir o empregado mais novo, porque o mais velho tinha prioridade. Porquê? Porque era a antiguidade e não a competência que mandava no statu quo laboral. Agora, é a competência e não o respeitinho que vai determinar quem sai e quem fica. Além disso, a troika reduz a altíssima protecção de quem tem contrato permanente. As razões do despedimento vão ser flexibilizadas e as indemnizações reduzidas. O objectivo é diminuir o receio de contratar sem termo (o maior medo das nossas empresas). O objectivo é, portanto, diminuir o fosso entre os falsos recibos verdes e a malta mais velha do quadro.
É patético: as medidas que equilibram o jogo entre velhos e novos só entraram em Portugal a partir do exterior. Ao longo de décadas, a nossa classe política (e jornalística) foi incapaz de discutir a sério estas medidas. Como diz Bruno Faria Lopes, o documento da troika "fez mais pelos jovens do que qualquer governo dos últimos 15 anos".
BENEFÍCIOS SOCIAIS
Independentes passam a receber subsídio de desemprego e aumento do salário mínimo terá restrições
Empresários pagam menos taxa social única
Indemnizações por despedimento serão reduzidas
IMPOSTOS
Reembolsos de IRS com despesas de saúde cortados em dois terços
EDUCAÇÃO
Escolas públicas passam a ser financiadas conforme o desempenho
SAÚDE
Taxas moderadoras na saúde aumentam até Setembro
Taxas moderadoras serão maiores nas urgências e menores nos centros de saúde
Hospitais obrigados a saldar dívidas e a reduzir custos em 200 milhões de euros
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL E AUTARQUIAS
Trabalhadores na Administração Central e nas autarquias terão de baixar
Número de autarquias e freguesias vai diminuir
DEFESA
Governo e troika proíbem militares de gerar despesa
SECTOR EMPRESARIAL DO ESTADO
Estado vai sair da EDP e da REN até final do ano
Total independência da CP, o que abre a porta ao aumento do preço dos bilhetes
Portugal tem dois meses para acabar com golden shares
BANCA
12 mil milhões de ajuda destinada aos bancos
Estado vai vender BPN sem colocar preço mínimo
ECONOMIA
Acordo entre Governo e troika prevê recessão económica por mais dois anos
O dirigente do Bloco José Manuel Pureza apresentou esta terça-feira a nova plataforma interactiva que permitirá aos cidadãos testar as propostas do Bloco, e também as dos outros partidos e as que serão anunciadas brevemente pela troika, avaliando o seu impacto em três níveis: riqueza nacional (valores do PIB – Produto Interno Bruto), desemprego e défice público. Plataforma disponível em www.esquerda.net/decisao2011.php.
Segundo José Manuel Pureza, a plataforma Decisão 2011 constituí-se como um instrumento interactivo essencial para que os cidadão possam decidir pois responde a um propósito essencial: “mostrar que o que está em jogo na campanha eleitoral é acima de tudo, e sempre, a necessidade de cada um e cada uma fazer escolhas”. “Este instrumento é um aplicação informática que permite aos cidadãos avaliar também os impactos das suas escolhas”, acrescentou.
Campanha eleitoral: Bloco “insistirá na clarificação das respostas à crise económica e social”
Durante a conferência de imprensa, o dirigente bloquista falou também sobre como será a campanha eleitoral do Bloco que incluirá iniciativas com a presença de Francisco Louçã em todos os distritos e regiões autónomas, realizando mais de 6 mil km por estrada entre 9 de Maio – dia seguinte à VII Convenção do Bloco - e 3 de Junho.
Além desta agenda central, composta de encontros com movimentos e vistas temáticas, apresentação de propostas, comícios, sessões de esclarecimento, a campanha contará ainda com numerosos circuitos de iniciativas com a presença de outros dirigentes nacionais do Bloco, em todos os distritos e regiões autónomas. Durante o próximo mês, os principais dirigentes e candidatos do Bloco realizarão, por todo o território nacional, mais de duas centenas de sessões públicas, debates e comícios.
Além disto, explicou Pureza, o “principal instrumento de campanha” será o jornal de distribuição gratuita, “centrado nas perguntas e respostas às grandes questões da crise”, do qual será impresso um milhão de exemplares, com edições específicas para cada círculo eleitoral.
O dirigente do Bloco afirmou que a campanha eleitoral do Bloco “dará toda a prioridade às propostas políticas e insistirá na clarificação das respostas à crise económica e social”.
“Não vamos fazer uma campanha eleitoral norteada por agitação epistolar, mas sem consequências políticas de nenhuma dimensão, nem uma campanha eleitoral que convide a qualquer amnésia relativamente às responsabilidades pela actual situação”, disse.
Via Esquerda Net
Eu não sei se estes dois senhores já se aperceberam da realidade do país porque continuam, como miúdos nos balneários da primária ou do primeiro ciclo, a argumentar um contra o como se um campeonato de medição de pilinhas se tratasse, muito habitual antes das aulas de Educação física: "olha aqui, a minha pilinha é maior do que a tua". "Pois mas a minha estica mais...e o meu pacote é muito maior"
Em relação às listas apresentadas pelos partidos só tenho duas coisas a dizer: Ferro Rodrigues e Fernando Nobre? Já agora porque não o José Cid e a Maya, ou o Malato e o Fernando Mendes? Sempre arrastavam mais pessoas. Nobre parece a Casal boss de um amigo meu. Andava dois metros para a frente e três para trás. E quem foi o génio que se lembrou de Ferro Rodrigues? Os socialistas têm algum baú com tesourinhos deprimentes? Porque não Guterres? Ele tem muita experiência com refugiados. E o PSD? Não lhe apetece ser governo? Se sim que porcaria de lista é esta? Tirando a lufada de ar fresco chamada Francisco José Viegas o resto cheira a requentado. Mofo. PS: Ana Jorge em Coimbra novamente? Veio cá numa excursão na primária e gostou foi? E como diria o caro colega comentador Runaldinho na caixa de comentários o que dizer do "dependente Basilío Horta, que se diz democrata cristão desde pequenino, mas quer tornar-se "independente" por Leiria! Isto sim, é um ginasta que faria corar de inveja um qualquer Alexei Nemov!"
Mas o mais estranho de tudo isto é que enquanto o pais se afunda e parece o Leonardo di Caprio a abanar a mãozita com corpinho a 2 graus despedindo-se de Kate, que bem poderia ser uma espécie de Cavaco Silva mais rude e sem choradeiras - uma Winslet austera, estes dois artistas e respetivos partidos discutem quem ligou a quem, a que horas e em que dia é que estiveram juntos antes de um ir mostrar o pacote a Bruxelas. "Tu disseste que me fazias isto e aquilo. És uma tonta. Parvalhona". Parecem os primeiros tempos de um namoro atribulado, e quem sabe se não serão mesmo, veremos. É que nas questões de fundo as pilinhas destes dois partidos são quase sempre do mesmo tamanho. Defender os boys e os poderes instalados. E se estamos à espera que apareça um Portas ao comando de um submarino salvar o Di Caprio esqueçam. Portas é como os estalinhos de Carnaval, muito barulho mas acabam depressa.
À esquerda nem vale a pena falar. Só pelo discurso os dois partidos já tinham decapitado os senhores do FMI em pleno Terreiro do Paço. O BE e o PCP deviam fundir-se. Isto de continuarem a discutir qual o partido que dá mais vontade de rir com as suas declarações não faz qualquer sentido. Porque não uma única bancada de cómicos? Poupava-se no financiamento aos partidos.
Conclusão: metam as pilinhas para dentro e deixem os senhores do FMI trabalhar, pode ser que estes façam alguma coisa de útil enquanto os senhores se divertem a brincar às eleições. Era engraçado vermos detalhadamente as contas que ninguém mostra.
Via 100 Reféns