Esta iniciativa, intitulada "Ponte Viva", tem como parceiro o Projecto Delfim, uma associação científica que estuda animais marinhos e se dedica, por exemplo, a acompanhar a população de golfinhos residentes no estuário do Sado.
O objectivo é "mostrar que é possível fazer o casamento entre as infra-estruturas rodoviárias, que normalmente têm um grande impacto no ambiente, e os projectos de sensibilização ambiental", disse a responsável pelo gabinete de Ambiente da EP, Ana Cristina Martins, que acompanhou os jornalistas nesta quarta-feira numa visita aos pilares da ponte.
As pinturas estão integradas nos trabalhos técnicos de conservação das sapatas da ponte, uma intervenção que se tornou necessária depois de a inspecção subaquática aos pilares, que decorreu entre Fevereiro e Abril do ano passado, ter detectado "alguma corrosão" naquelas estruturas.
"As obras de conservação das sapatas já foram feitas, esta é a última fase desse trabalho", afirmou a responsável da EP pela ponte 25 de Abril, Fernanda Santos, acrescentando que o orçamento necessário para este projecto se inclui no valor total destinado aos trabalhos de inspecção, 76.300 euros. A pintura das sapatas estava já prevista, só mudam as cores das tintas, que variam entre o cinzento claro e escuro, o preto e o branco.
As pinturas, que estão a ser feitas por 15 trabalhadores, decorrem em função das marés. Quando há maré cheia, a água sobe dois metros e obriga a interromper os trabalhos. Quando a maré está baixa, tem de ser limpa a superfície de cimento, é aplicada uma primeira demão de tinta, e meia hora depois os pintores avançam para a segunda demão.
Para já ainda só está concluída a pintura do pilar três, que fica junto à margem Sul do Tejo. No pilar quatro, que fica a meio da ponte, os trabalhadores ainda não concluíram as imagens dos golfinhos e das orcas. Em terra, nos pilares junto às Docas de Alcântara, em Lisboa, vão ficar também golfinhos, que acompanham os flamingos, os maçaricos e os alfaiates.
As pinturas deverão estar concluídas no final de Março. Até ao final do ano, a EP conta terminar todos os trabalhos que dizem respeito à inspecção da ponte, que voltará a acontecer daqui por cinco anos.
Via Público