Domingo, 11.12.11

Autor admite que gosta dos jogos com cores e animais
Autor admite que gosta dos jogos com cores e animais (Foto: Rui Soares)
Maioria dos transeuntes aprecia intervenção de arte urbana, mas há quem critique sujidade e desmazelo na zona envolvente.

Lisboa tem uma nova atracção turística. Graffitado há poucos dias numa empena nas traseiras da Avenida da Liberdade, o gigantesco cavalo não passa despercebido a ninguém - e poucos são os visitantes da cidade que resistem à tentação de o captar com um disparo da máquina fotográfica.

Obra de um homem só, o graffiter espanhol Aryz, o desenho não custou um tostão à cidade. Uma loja e galeria do Bairro Alto ligada a este tipo de arte urbana, a Montana, convidou o artista de 23 anos, e quatro dias depois o cavalo de sete andares de altura coloria o desengraçado prédio branco e cinzento junto ao Teatro Tivoli. "É com orgulho que passamos a ter uma peça de Aryz na cidade", diz Sílvia Câmara, da Galeria de Arte Urbana da autarquia de Lisboa, departamento que se encarregou de encontrar uma fachada suficientemente grande e cujo proprietário estivesse disposto a acolher o trabalho. Sílvia Câmara recorda que os desmesurados trabalhos de Aryz estão espalhados por várias cidades europeias. Só em 2011 o artista pintou na Polónia, em Itália, na Finlândia e ainda na Catalunha, onde mora. 

"Fez tudo sozinho, sem ajuda de ninguém", descreve, impressionado, o guarda do estacionamento improvisado que fica ao lado da agora célebre empena. "Chegava às 8h e ficava até ser noite, às vezes até às 22h." E nem os cozidos à portuguesa e outros pratos típicos que foi comendo numa das tasquinhas defronte lhe tolheram os gestos. O pior é mesmo quando lhe perguntam que significado dá ao cavalo, mais ao esqueleto e aos peixes cabeçudos que compõem o desenho. "Quando lhe perguntei, disse que era o imaginário dele. Mais nada", conta a proprietária da tasca. Contactado pelo PÚBLICO através do proprietário da Galeria Montana, Miguel Santos, também desta vez Aryz se mostrou pouco dado a interpretar o seu trabalho: "Ele diz que não há nenhum conceito por trás do desenho. Que gosta destes jogos com cores e animais." 

"Obra de mestre"

Um comunicado da Galeria de Arte Urbana dá algumas pistas na descrição de uma obra que lembra, nalguns aspectos, as obras surrealistas de Dali: "Respeitando os vestígios ainda patentes de um edifício contíguo, anteriormente demolido, o autor traçou directamente sobre o reboco cru de toda a empena uma espiral enleada entre o corpo e o esqueleto de dois cavalos, pontuada por certos apontamentos "burgueses" que introduzem um afável humor nas suas obras, como um laço e um chapéu mínimos ou até pequenos peixes que parecem nadar sorridentes em redor das figuras centrais." 

São de agrado a maioria das reacções dos transeuntes. "Pelo menos a empena está mais alegre", observa uma moradora, de 75 anos. "É uma obra de mestre", elogia o sócio do restaurante em frente ao prédio. Vizinho do megacavalo, o arquitecto paisagista Ribeiro Telles lamenta que a empena não tivesse sido limpa. "Tem um aspecto de degradação muito feio que o graffiti não resolveu", declara.

Ainda que sem custos envolvidos, o patrocínio pela autarquia de uma forma de arte pouco consensual como é o graffiti suscita críticas. "Qual passa a ser a credibilidade do presidente da câmara, quando multa um miúdo de Chelas que pintou a parede do metro?", questiona o director-geral de uma farmacêutica, Samuel Maurício, de 42 anos. "A cidade devia opor-se a tudo quanto é graffiti", opina. O pior, nota Ana Alves de Sousa, do movimento cívico Forum Cidadania, é nada na zona envolvente ter sido arranjado: "O ecoponto em frente está um nojo, com o lixo todo cá fora; os passeios estão completamente destruídos e o estacionamento no terreno ao lado está todo entrapado à volta, como se fosse clandestino..."

 

Via Público



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Segunda-feira, 07.02.11

 

 

Letra

 

quem acorda mais cedo vai vender saúde
e quem vai dormir cedo há-de crescer
o que será de mim que tenho por virtude
ver o sol avisar que vai nascer?

 

Não vou ouvir o que ninguém diz
e vou dormir quando eu quiser

 

grão a grão a galinha vai enchendo o papo
e eu fico a pensar o tempo inteiro
o que será de quem dá tudo por um trapo
ao chegarem os saldos de Janeiro?

 

Não vou seguir o que ninguém diz
e vou vestir o que eu quiser

 

ando sob a chuva porque quero andar
grito porque é moda proibir gritar
eu não sei... eu não sou... mas quando olho para mim
não cheguei... não vou... mas eu estou bem assim

 

se quem semeia ventos colhe tempestades
eu prefiro plantar mil furacões

 

não vou ligar ao que ninguém diz
e vou fazer o que eu quiser

o que eu quiser!



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