Argentino apontou os quatro golos da vitória do Barça sobre o Espanyol. Ronaldo marcou apenas um no triunfo ante o Granada.
Pep Guardiola fez as suas despedidas de Camp Nou como técnico do Barcelona com um triunfo por 4-0 sobre o rival Espanyol. No final, foi ao meio do relvado agradecer o carinho dos adeptos e, de microfone, despediu-se. E chorou.
Antes, Messi fez o que melhor sabe: marcar golos.
O argentino marcou os quatro golos do triunfo do Barça, adiantando-se de forma quase decisiva na luta pelo troféu de melhor marcador.
Messi soma gora 50, contra 45 de Cristiano Ronaldo, que marcou apenas um no triunfo por 2-1 do Real Madrid
sobre o Granada.
Granada-Real Madrid, 1-2
Barcelona-Espanyol, 4-0
Retirado do Público
Quando anunciou a sua saída do Barcelona, pondo fim a quatro anos cheios de títulos, Pep Guardiola falou de desgaste e cansaço. Mas por ter ganho tanto, não por causa de José Mourinho.
Foi isso que lhe perguntaram nesta quarta-feira, numa conferência de imprensa de antecipação do jogo com o Málaga, se Mourinho tinha contribuido para a sua decisão. "Desgaste nada teve a ver com Mourinho. Nem uma pequena percentagem. Mourinho não desgasta, o que desgasta é ganhar tanto", afirmou Pep.
Guardiola não sabe se algum dia irá voltar a treinar o Barcelona depois de terminar esta época e não nota que o ambiente esteja mais pesado em Camp Nou desde que anunciou a sua decisão. "Não me parece que as pessoas estejam tristes, mas posso estar enganado. Tenho sido um privilegiado estes anos todos", observou o técnico catalão.
No que diz respeito às palavras de Mourinho sobre quem deve ganhar a Bola de Ouro - "Se o Real for campeão deve ser Ronaldo", disse o técnico português -, Guardiola considera normal que haja um ano em que o prémio não vá para Lionel Messi: "O que o Leo [Messi] tem feito é incrível. A Bola de Ouro vai decidir-se quando tiver de se decidir. Algum ano ele não irá ganhar, mas o que ele fez este ano foi animalesco."
Vía Público
Pep Guardiola foi escolhido em Junho de 2007 para treinar a equipa B do Barcelona, e um ano depois era promovido a timoneiro da formação principal dos “blaugrana”, rendendo Frank Rijkaard.
Quatro anos depois, o técnico anunciou que chegou o momento de sair, confessando sentir necessidade de descansar após um período muito intenso. A trajectória de Guardiola no Barcelona fica marcada por um futebol que ficará para a história e por muitos troféus: no total foram 13 (pode ainda ganhar a Taça do Rei espanhol).
Ganhou três campeonatos de Espanha, uma Taça do Rei, três Supertaças de Espanha, duas Ligas dos Campeões, duas Supertaças europeias e dois Mundiais de clubes, uma lista que faz de Guardiola o treinador com mais títulos da história do Barcelona.
Foi uma estreia assombrosa, um ano em que o Barcelona ganhou tudo o que havia para ganhar. E no entanto, na Liga espanhola, tudo começou com uma derrota (0-1) diante do Numancia (veja o vídeo abaixo). Mas a equipa recuperaria desse início em falso. As estatísticas de Guardiola são elucidativas: orientou 242 partidas do Barcelona, ganhou 72%, a equipa marcou 618 golos e teve uma média de 67% de posse de bola.
Entre os momentos para recordar do Barça de Guardiola ficam as vitórias sobre o Real Madrid. Dos vários confrontos entre os dois rivais, os adeptos catalães recordarão com mais carinho as vitórias por 5-0 na Catalunha e por 6-2 no Santiago Bernabéu (veja os vídeos abaixo).
A Liga dos Campeões ganha em 2008-09, na primeira época de Guardiola como treinador do Barcelona, foi também um momento alto (veja o vídeo abaixo). Foi o terceiro troféu dos “blaugrana” na prova, e a primeira de duas que a equipa ganharia com Guardiola no comando.
Numancia-Barcelona, 0-1
Barcelona-Real Madrid, 5-0
Real Madrid-Barcelona, 2-6
Barcelona-Manchester United, 2-0
Vídeo-homenagem feita pelo Barcelona
Retirado do Público
Guardiola: “São quatro anos e o tempo desgasta muito”
Numa sala de imprensa a abarrotar, Pep Guardiola anunciou que não continuará como treinador do Barcelona. Ao fim de quatro temporadas, o técnico decidiu que estava na altura de sair e dar lugar a ideias novas. A principal razão para a saída, disse, deve-se com o desgaste sofrido durante o período em que orientou a equipa.
“Não é uma situação fácil para mim”, começou por dizer Guardiola. “Lamento profundamente a incerteza que gerei sobre a minha continuidade. Provavelmente foi um erro não ter ouvido as pessoas que me dizia para assinar por mais dois anos”, acrescentou, notando que sempre quis “contratos muito curtos”.
Guardiola saiu no final do quarto ano à frente do Barcelona. “Uma eternidade”, afirmou o técnico, revelando que comunicou à direcção do clube, “no princípio de Dezembro”, que a etapa de treinador dos “blaugrana” “tinha chegado ao fim”.
“Mas não podia comunicá-lo oficialmente aos jogadores, poderia ter sido um desastre”, salientou Guardiola, indicando que essa foi “uma das razões” para se prolongar tanto a incerteza.
“Vou com a sensação do dever cumprido”
“São quatro anos e o tempo desgasta muito”, acrescentou Pep Guardiola. “A exigência foi muito alta e o treinador tem de estar ao máximo, com essa energia para contagiar os jogadores”. Alguns deles estiveram na sala de imprensa: Iniesta, Xavi, Victor Valdes, Puyol, Piqué, FàbregasB busquets e Pedro Rodríguez. “Vou com a sensação do dever cumprido, orgulhoso de ter estado aqui”, concluiu.
Questionado sobre o seu futuro, Guardiola escusou-se a dar pormenores: “Sei para onde vou. Tenho pensado, voltarei a treinar. Mas não tenho para já”, disse.
“Estou satisfeito para além dos resultados, por tudo o que fizemos. Quero agradecer publicamente aos jogadores que tive o grande privilégio de treinar. A todos, os que estão hoje na equipa e os que passaram pelo clube. Ficam os afectos, fica isso. Não recordo nenhum título em particular, recordo os afectos com os jogadores. É isso que fica. Com o passar do tempo vamos cruzar-nos e abraçar-nos. Convivi com gente extraordinária. Voltas a uma cidade para veres os amigos, não para visitares os museus.”
Guardiola negou qualquer influência da família na decisão e disse que se retira para recuperar. “Há cinco anos propuseram-me treinar a equipa B e fiquei eufórico. O mesmo se passou um ano depois, quando me perguntaram se era capaz de treinar a equipa principal. Mas o tempo desgasta e tenho de recuperar”. “Lamento ter perdido essa ‘vida’, que tinha no início. Mas é normal. Na minha cabeça já estava a pensar: ‘É o último ano’”, confessou.
“Vou em paz comigo mesmo. Não podia tomar uma decisão em função de um resultado, quer fossemos à final da Liga dos Campeões ou a luta pela liga continuasse até ao fim”, apontou Guardiola.
Retirado do Público
Treinador conseguiu a primeira vitória em dez visitas a Camp Nou. Esta (1-2) bastou para estar a um passo do 32.º título do Real Madrid graças ao golo de Cristiano Ronaldo, que ofuscou Messi.
Pep Guardiola chegou ao Santiago Bernabéu a 2 de Maio de 2009 com quatro pontos de vantagem sobre o Real Madrid, a quatro jornadas do final da Liga espanhola. Tal e qual como agora. Na altura, admitiu que viajava ao estádio do grande rival para atacar o campeonato. Ganhou, goleou por 2-6 e saiu como grande vencedor. Nessa noite brilhou Messi (com dois golos) e o Barcelona regressou à Catalunha com o título praticamente na mão. Três anos depois, os papéis inverteram-se. O momento foi de Ronaldo e do Real.
José Mourinho pisou um relvado que lhe é maldito, ele que foi ali adjunto de Van Gaal nos primeiros passos da carreira. Mas os anos seguintes tornaram-no persona non grata em Camp Nou. Ontem, entrou em silêncio (um black out a que se auto-impôs achando-se perseguido pela impensa desde o dia 4 de Abril) e saiu calado, mas a celebrar por dentro com a vitória por 1-2. O Real bateu o seu próprio recorde de golos numa Liga (107 em 1989-90 com Toschak), leva agora 109, arrastado por esse monstro goleador que é Cristiano Ronaldo. O português atingiu os 42, um recorde na Liga espanhola, num território que estava vedado à festa blanca desde Dezembro de 2007. Mais: o avançado bateu a sua marca goleadora (54, contra os 53 de 2010-11) e está à beira de outro registo histórico - caso marque na última ronda ao Maiorca, alcançará o que nunca nenhum outro jogador alcançou, que é marcar a todos os adversários numa temporada. Ronaldo escolheu o palco do maior rival para atingir os 300 golos, menos de 10 anos depois do "bis" ao Moreirense (3-0), a 7 de Outubro de 2002, quando festejou os seus primeiros remates certeiros, estava ainda no Sporting.
O Real pode já celebrar o título de campeão na próxima semana, caso vença o Sevilha em casa e o Barcelona perca em Vallecas, com o Rayo. A quatro jornadas do fim e sete pontos de avanço (com 12 pontos em disputa), não há dúvidas sobre o êxito de Mourinho.
Guardiola desiste da Liga
A condição de líder dos madridistas mudou o habitual guião do clássico e o Barça saiu abatido e sem discussão na sua própria casa. Foi um triunfo indiscutível do Real, mais defensivo, que conseguiu neutralizar as ofensivas do rival. Os blancos foram a negação dos blaugrana: no primeiro golo Khedira aproveitou a desorientação da defesa para fazer o 0-1, na outra ocasião, Ronaldo desfez o 1-1, três minutos após o golo de Alexis, para mandar calar o Camp Nou, gelado com o golo do português. Cristano foi maior que Messi, e Ozil superior a Xavi ou Iniesta.
Uma superioridade que se foi mostrando ao longo da Liga, mas que se engasgou nas últimas rondas. A diferença de 10 pontos que o Real tinha para o Barça foi-se esfumando para mirrar e ficar em apenas quatro. Uma vitória dos catalães, colocaria a luta pelo título ao rubro, com apenas um ponto de diferença. Mas Karanka disse que Mourinho pediu ataque durante o jogo. E foi isso que aconteceu. Guardiola desistiu de vez.
"Quero dar os parabéns ao Real Madrid pela vitória e pela Liga que vão ganhar", disse no final o técnico do Barcelona. Pep via uma série de 54 jogos sem perder no seu estádio interrompida. Foi a primeira vitória de Mourinho em dez visitas a Camp Nou, ele que se estreou com uma goleada por 5-0, sofrida numa das suas piores noites na carreira. Depois disso, tentou tudo. Jogou ultra-defensivo e voltou a perder, desta feita de forma "suja" como lhe chamou a imprensa. Parece, agora, ter encontrado o antídoto.
Não concedeu espaços ao adversário, sem hipóteses para as habituais transições rápidas. Só por uma vez, na primeira parte, conseguiu assustar Casillas, mas Xavi, com a baliza aberta, rematou ao lado. No segundo tempo, defendeu, Tello e Xavi estiveram perto, mas sem sucesso. Ao golo de Alexis, entrado um minuto antes, Ronaldo respondeu com outro. E aí tornou-se dono da noite. Ele e Mourinho, que saiu em silêncio.
Notícia substituída no dia 22 de Abril às 16h28
Veja o vídeo dos golos
Via Público