Em plena contagem decrescente para o Festival da Eurovisão, irmãos Neto e Falâncioapresentaram-se em Dusseldorf como os Struggle Men. Antes disso já haviam conquistado a simpatia do diário britânico "The Guardian".
Contra a sensaboria do Festival da Eurovisão e face à pouca interessante música britânica candidata, o jornal "The Guardian " diz que a solução poderá ser o voto nos portugueses Homens da Luta.
"Apetece-lhe abandonar a Europa quando mais uma música do Festival da Eurovisão está prestes a começar? Está pouco inspirado pela música britânica apresentada este ano (...)? Bom, entre 10 e 14 de maio deste ano você pode fazer a diferença. Vote por Portugal na Eurovisão", refere o artigo da jornalista portuguesa Susana Moreira Marques que, a propósito da presença da dupla dos irmãos Neto e Falâncio na Eurovisão, descreve o modo como eles se inserem num movimento de protesto pacifico que ganhou grande visibilidade com o protesto de 12 de março.
"Durante muitos anos os portugueses foram campeões das queixas, mas finalmente estão a começar a fazer algo mais do que apenas se queixarem", refere mais adiante o artigo do britânico "The Guardian".
A meia-final do Festival da Eurovisão tem já lugar na próxima terça-feira (10 de Maio) e a final a 14 de maio.
Já em Dusseldorf os Homens da Luta apresentaram-se numa bem humorada conferência de imprensa como os Struggle Men (Homens da Luta em inglês), "os lutadores pela alegria dum país que afinal não tem só música triste".
A meio da conferência de imprensa, os Struggle Men deixaram a promessa: se vencerem o Festival da Eurovisão, no final haverá bar aberto para todos os concorrentes.
Entretanto, a dupla portuguesa e respetivos acompanhantes já ensaiaram no palco onde se vão apresentar. Veja em baixo os vídeos.
Via
Via Expresso
E o povo pá? Esta foi a frase, ou slogan, que lançou os Homens da Luta para as ruas portuguesas. Hoje são considerados por alguns especialistas de marketing uma das melhores marcas nacionais. Mas Jel, um dos mentores do projecto, faz questão de salientar que «os Homens da Luta já existem há quase seis anos e os especialistas nunca nos ligaram nenhuma. Depois de os resultados acontecerem é fácil virem com as receitas!».
Apesar de este ser um tema controverso no que diz respeito à definição de marca, principalmente no mundo académico, para Paulo Morais, especialista em marketing digital, eles são um produto que «simboliza a revolução e a crise em que vivemos. É uma marca que consegue transmitir ao mesmo tempo emoções contraditórias as sociadas à alegria e à revolta, o que a torna tão especial e diferenciadora».
Inconscientemente ou não, através da sua luta , Jel e o irmão Falâncio seguiram as regras básicas do marketing e «acabaram por dar uma lição a muitas marcas empresariais», acrescenta Paulo Morais.
Desde a definição da missão (luta), selecção do seu público-alvo (povo em geral), cumprimento de valores ou estratégia de comunicação (digital), «podemos estar perante um exemplo interessante de sucesso. Além disso, os Homens da Luta sabem ouvir os seus seguidores e, como se viu na manifestação da Geração à Rasca, respondem aos apelos de luta!», detalha.
«Se há valor no nosso trabalho é porque somos persistentes e nunca desistimos. Tentámos sempre inovar e crescer. Este é nosso segredo de marketing», revela Jel, ao SOL.
Outra das características importantes, principalmente nos tempos actuais, é que os Homens da Luta criam valor sem custo para o seu público-alvo. «Não preciso de gastar um cêntimo para me divertir com eles e aceder ao seu conteúdo (música e vídeos). Este é um modelo de negócio que começa a ganhar terreno no mundo dos negócios. Temos o exemplo da Google», comenta Paulo Morais.
Mas, para permitir que os adeptos da revolução não gastem um tostão, são os líderes da luta que ficam desfalcados . «O investimento saiu todo do nosso bolso. Nós não temos qualquer tipo de patrocínios, pá! E em muitas situações perdemos dinheiro, como por exemplo quando fomos gravar o programa da SIC Radical para os EUA, merchandising ou a gravação do nosso álbum» revela Jel. «Aliás ainda estamos a pagar o empréstimo ao banco!», acrescenta.
Quanto ao futuro da marca Homens da Luta, para Joaquim Caetano, especialista em marketing político, uma vez que eles são «um produto do momento político que vivemos e um factor de moda, caso continuem com a mesma postura vão cair em desuso muito rápido. Ou optam por implementar mesmo um posicionamento, ou então serão apenas mais um produto de ocasião».
Mas Jel e Falâncio não partilham a mesma opinião e vão continuar na luta . Além do livro Viva a Crise! Manual da Alegria - que vai ser lançado no dia 8 de Abril -, os camaradas também já estão a a negociar com a SIC Radical um novo programa que irá para o ar até ao final do ano.
E, como a revolução não se faz só na rua, os Homens da Luta também querem entrar no grande écran e realizar um filme.«Mesmo que nenhuma produtora esteja interessada, pagamos do nosso bolso! Não estamos nisto para ficar ricos, pá! Estamos nisto para continuar a criar riqueza e trabalho», adianta Jel. Aliás, «Eu e o meu irmão criámos e lançámos o projecto, mas hoje já somos 20. Somos uma marca cooperativa, onde o ganho é dividido por todos e é reinvestido».
A liberdade criativa, continuar a dar a cara em manifestações e comícios políticos são «a nossa imagem de marca e vamos mantê-la». Desde que ganharam o Festival da Canção já receberam propostas para dar a cara numa publicidade de um banco, bem como de outros sectores de actividade como bebidas e retalho, «mas recusámos sempre. Além de ir contra os nossos princípios, achamos que não devemos misturar os Homens da Luta, nesta altura, com nenhuma marca», detalha.
Via Sol
Escrevi aqui, e não pretendo retirar uma única vírgula ao que disse, que levar os "homens da luta" ao festival da canção na Alemanha é mais ou menos como ir correr as 24 horas de Le Mans com um símio ao volante. O Festival da Canção vale o que vale, e até pode valer pouco hoje em dia, admito. É uma espécie de resquício dos tempos em que acordávamos ao fim-de-semana às 7:30 e tínhamos de levar com o 70x7 e com o simpático Engenheiro Sousa Veloso no TV Rural antes de chegar o material bom, o animado, aquilo que fazia as crianças levantarem o pandeiro da cama mesmo em dias gelados de Inverno.
Tempos em que a novela "Pantanal" era transmitida de madrugada porque a "Juma" - que virava onça - aparecia desnudada, os habitantes da fazenda local suspeitavam que "Jove" - acabado de chegar do Rio - era "frosô" (veado) porque usava talheres às refeições e "Maria Broaca" - uma ninfomaníaca que viva nas margens do rio amazonas - andava a trair ao marido com um peão de boiadeiro, farta que estava da besta que "não lhe dava a assistência devida".
Mas não é por algo estar completamente desfasado e sem a qualidade e importância no panorama televisivo que o Festival da Canção deve ser automaticamente desconsiderado e sujeito ao envio de qualquer coisa, por muito má que seja, para nos representar. Já chega as tristes figuras que andamos a fazer na Europa. Estava na altura de parar de nos comportarmos como os parolos que vêm lá do refugo da europa à beira-mar-plantado para entreter os demais parceiros com as suas saloiices. Para isso já chegaram as várias tentativas de Inglês e Espanhol técnicos por parte do Primeiro-Ministro demissionário, com o mesmo número de espalhanços.
Foi por isso que constatei que no meio dos homens da luta há uma mulher que salva um bocadinho a coisa musicalmente, já que aquilo é uma verdadeira lástima. Chama-se Celina da piedade, é vocalista e intérprete do cinema ensemble de Rodrigo leão e ainda uma exímia acordeonista. Resumindo: nem tudo está perdido. Valha-nos a Celina e o seu acordeão. É uma pena não ir sozinha representar-nos. Grande Celina! Ouçam-na um bocadinho...
Via 100 Reféns
Não há polémica que assuste ou pare a dupla Jel e Falâncio. Depois da polémica vitória no Festival RTP da canção, da participação na manifestação da “geração à rasca”, os Homens da Luta fizeram agora uma música a criticar Miguel Sousa Tavares.
Na música, “Mudam-se os tempos, mudam-se os Tavares”, os Homens da Luta satirizam o escritor e comentador Miguel Sousa Tavares, comparando-o com o seu pai, Francisco Sousa Tavares.
Na origem da nova música, poderão estar as recentes declarações de Miguel Sousa Tavares no “Jornal da Noite”, na SIC, onde criticou a música vencedora “A Luta é Alegria” e a postura dos Homens da Luta. “Não deixa de ser irónico pensar que esta canção, com esta letra, vá representar Portugal na Alemanha, em cuja plateia e em cujos televisores hão-de estar os alemães a quem nós andamos a pedir dinheiro”, disse o comentador em directo, acrescentando que “a demagogia é a coisa mais popular que existe e mais irresponsável e mais perigosa”. “Os demagogos aparecem sempre nos momentos de crise”, concluiu Miguel Sousa Tavares.
Os Homens da Luta não perderam tempo e preparam uma resposta que publicaram no seu facebook no fim-de-semana. "Mudam-se os tempos, mudam-se os Tavares", é uma adaptação da canção de José Mário Branco, com música de Jean Sommer, do tema "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", onde a letra foi alterada, fazendo uma comparação entre Miguel Sousa Tavares e o pai.
“Mudam-se os tempos, mudam-se os Tavares. De pai para filho houve uma mudança. E se o primeiro [Francisco Sousa Tavares] gritava na rua, o segundo [Miguel Sousa Tavares] é um vaidoso profissional da cagança. E se nos Tavares também houve uma mudança é porque o pai educou mal a criança” cantam os Homens da Luta num vídeo que não pára de circular na internet.
Vídeo do YouTube dos Homens da Luta
Via Público
Alguém devia explicar ao Jel que há limites para o ridículo.... isto deixou de ser humor para ser politica baixa