Sexta-feira, 14.10.11

 

Mães solteiras

As mulheres que tomam esta decisão têm em média 38 anos quando começam a pensar na hipótese de engravidar por Procriação Medicamente Assistida (PMA) e entram no processo dois anos depois. As razões que as levam a tomar esta opção prendem-se com a consciência de o tempo que corre contra elas, fazendo com que a sua fertilidade seja cada vez mais limitada. Este retrato de uma nova realidade social é feito por um estudo realizado na Universidade de Cambridge, Reino Unido. Outro dado avançado tem a ver com o facto de muitas das mães que tomam tal decisão sentirem dúvidas sobre se esta será justa para a criança que vai nascer ou se será um acto de egoísmo. A realidade no Reino Unido é, de resto, semelhante à que se verifica noutros países. Em Espanha, onde as mulheres solteiras podem recorrer a PMA sozinhas desde 1988, a tendência parece ter chegado para ficar. As clínicas de PMA têm registado, de ano para ano, um aumento significativo do número de mulheres que procuram os seus serviços para engravidarem sem parceiro.

 

Em Portugal...

 

Ao contrário do que acontece em Espanha, a inseminação artificial com dador anónimo não é permitida a mulheres solteiras ou que não tenham um companheiro com quem vivam em união de facto. Mas Espanha é já aqui ao lado e as clínicas do país vizinho têm clientes portuguesas que não conseguem concretizar no nosso país o sonho da maternidade.


Por cá, não há estudos sobre mães sozinhas por opção, mas sabe-se que as famílias monoparentais são maioritariamente constituídas por mãe e filhos, que existe uma tendência crescente para haver famílias monoparentais em que o pai ou a mãe são pessoas solteiras e que o grau de escolaridade tem vindo a subir ao longo dos anos. A taxa de emprego nas famílias monoparentais é também bastante elevada. A tendência é que as famílias monoparentais estão a deixar de ser associadas maioritariamente a situações sociais e económicas desfavorecidas. São indicadores que parecem mostrar novas realidades em que não se encaixa a antiga ideia de «mãe solteira». E que permitem pensar que, de facto, também em Portugal, a maternidade independente, por opção, pode estar a tornar-se cada vez mais frequente. 

Associação americana de mães solteiras por opção tem 30 anos


A socióloga americana Rosanna Hertz estudou o fenómeno e escreveu o livro Single by Chance, Mothers by Choice (Solteiras por Acaso, Mães por Opção). Da sua pesquisa, concluiu que estas mulheres foram empurradas para esta opção por sentirem que era a última hipótese de realizarem o sonho da maternidade e não por estarem convictas de que este é o modelo ideal. Não foi portanto uma primeira opção, mas foi a opção possível. Muitas continuam a acreditar que hão-de encontrar um homem que pode vir a fazer parte da família. Simplesmente acabam por decidir ser mães antes de o encontrarem, pois se continuarem à espera provavelmente nunca serão mães biológicas. Mas a verdade é que a maioria acaba por continuar sem companheiro, porque a maternidade absorve-lhes a disponibilidade para encontrarem e conhecerem novas pessoas. 


Nos EUA existe uma associação - Single Mothers by Choice - que desde 1981 reúne e dá apoio a mulheres que tomam esta decisão ou estão a pensar tomá-la. A associação cresceu nos EUA, mas também já está presente no Canadá e em alguns países da Europa. Mais de 13 mil mães solteiras por opção já se tornaram sócias. Entre 14 e 16 de Outubro a associação celebrará os 30 anos de existência com uma novidade: as crianças filhas das primeiras associadas, agora adultas, falarão sobre a experiência de crescer numa família sem pai por opção da mãe. Estima-se que nos EUA, cerca de 20 por cento dos nascimentos sejam de mães solteiras por opção. Além destas, há ainda cerca de 13 mil crianças adoptadas todos os anos por mães solteiras, através dos serviços de adopção estatais e muitas mais adoptadas por outras vias e não contabilizadas.

 

Via TVI24



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Quinta-feira, 24.02.11

 

Um bebé já pode ter duas mães

 

Já há 13 histórias como a de Celeste e Paloma em Portugal, apesar de a lei portuguesa vedar o acesso a técnicas de procriação medicamente assistida a casais homossexuais ou a mulheres solteiras. Esta semana, o casal posou para o "El Mundo", depois de vencer um sentimento de discriminação no serviço nacional de saúde espanhol. "Falaram-nos como se estivéssemos a inventar", contaram ao diário. A pergunta era se podiam partilhar a maternidade biológica e a resposta só surgiu numa clínica privada. Este mês, as companheiras de 34 e 35 anos iniciam o ciclo de tratamento para conceberem em conjunto o primeiro filho.

O Instituto de Reprodução Cefer, com clínicas em Valência, Barcelona e Lleida, foi o primeiro na Europa a oferecer a solução a casais de lésbicas: uma doa os óvulos e a outra é inseminada e cumpre os meses de gravidez. O método recebeu o nome ROPA (recepção de ovócitos da parceira) e passa pela fertilização do óvulo de uma das companheiras com recurso ao esperma de um dador. 

Em Espanha, a inseminação artificial em mulheres sem parceiro ou lésbicas é prática regular há 30 anos, desde a abertura do primeiro banco de sémen no país, em 1977. O Centro Cefer começou a planear a nova oferta em 2005, quando foi aprovada a lei espanhola que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Um ano depois, quando a lei da reprodução medicamente assistida veio consagrar o direito às técnicas independentemente do estado civil e da orientação sexual, acabaram-se de vez os impedimentos. No ano passado foram publicados na revista internacional "Human Reprodution" os resultados da abordagem que o instituto define como "novo modelo familiar". Entre 2007 e 2009, na fase piloto da técnica ROPA - foram seguidos 14 casais de lésbicas, com idades entre os 25 e os 42 anos. Registaram-se seis gravidezes, de um total de 13 embriões transferidos. A primeira criança com duas mães biológicas nasceu neste período. Lluna foi registada com duas mães biológicas em Agosto de 2009, passo que também não está consagrado pela lei portuguesa.

Desde então a procura tem aumentado. Fernando Marina, responsável pelo laboratório de fertilizaçãoin vitro do Instituto Cefer, revelou ao i que no ano passado receberam dez casais portugueses à procura de engravidar mediante a técnica ROPA. Este ano já há mais três casos. A procura nacional por técnicas de procriação medicamente assistida em Espanha regista uma taxa crescente, até porque a lei só prevê o tratamento de casais inférteis casados ou em união de facto há pelo menos dois anos. Marina revela que neste momento recebem 30 a 40 casais portugueses por ano e também enviam esperma de dadores para os centros nacionais de fertilidade. Outro grande centro privado de reprodução assistida em Espanha, o grupo IVI, revelou ao que a procura duplicou desde 2008, sobretudo entre as mulheres sem parceiro. "Os nossos registos não incluem a orientação sexual, pelo que não sabemos se são lésbicas ou não", explica Carolina Alemany, responsável pela comunicação do grupo. No ano passado receberam 23 portuguesas, em 2009, 15 e em 2008 apenas 11. A clínica mais procurada é a de Vigo.

Carlos Calhaz Jorge, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução, explicou ao ique, em termos clínicos, não há qualquer impedimento à realização desta técnica. A única condicionante, também em Portugal, é o enquadramento legal. Muitos países só autorizam técnicas de procriação medicamente assistida em casos de infertilidade. Mesmo em Espanha, um dos países com menos restrições neste campo, há um "limbo legal", segundo escrevia o "El Mundo" esta semana. A lei prevê que o marido possa doar espermatozóides no seio do casal para uma inseminação artificial, mas a doação de óvulos tem um cariz anónimo. As técnicas de procriação medicamente assistida por razões não médicas também são feitas sobretudo em clínicas privadas, com custos elevados. Em Portugal, a técnica de microfertilização usada na ROPA ronda os 3250 a 4000 euros, segundo dados da Associação Portuguesa de Fertilidade.

 

Via Ionline

 



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