Escrevi aqui, e não pretendo retirar uma única vírgula ao que disse, que levar os "homens da luta" ao festival da canção na Alemanha é mais ou menos como ir correr as 24 horas de Le Mans com um símio ao volante. O Festival da Canção vale o que vale, e até pode valer pouco hoje em dia, admito. É uma espécie de resquício dos tempos em que acordávamos ao fim-de-semana às 7:30 e tínhamos de levar com o 70x7 e com o simpático Engenheiro Sousa Veloso no TV Rural antes de chegar o material bom, o animado, aquilo que fazia as crianças levantarem o pandeiro da cama mesmo em dias gelados de Inverno.
Tempos em que a novela "Pantanal" era transmitida de madrugada porque a "Juma" - que virava onça - aparecia desnudada, os habitantes da fazenda local suspeitavam que "Jove" - acabado de chegar do Rio - era "frosô" (veado) porque usava talheres às refeições e "Maria Broaca" - uma ninfomaníaca que viva nas margens do rio amazonas - andava a trair ao marido com um peão de boiadeiro, farta que estava da besta que "não lhe dava a assistência devida".
Mas não é por algo estar completamente desfasado e sem a qualidade e importância no panorama televisivo que o Festival da Canção deve ser automaticamente desconsiderado e sujeito ao envio de qualquer coisa, por muito má que seja, para nos representar. Já chega as tristes figuras que andamos a fazer na Europa. Estava na altura de parar de nos comportarmos como os parolos que vêm lá do refugo da europa à beira-mar-plantado para entreter os demais parceiros com as suas saloiices. Para isso já chegaram as várias tentativas de Inglês e Espanhol técnicos por parte do Primeiro-Ministro demissionário, com o mesmo número de espalhanços.
Foi por isso que constatei que no meio dos homens da luta há uma mulher que salva um bocadinho a coisa musicalmente, já que aquilo é uma verdadeira lástima. Chama-se Celina da piedade, é vocalista e intérprete do cinema ensemble de Rodrigo leão e ainda uma exímia acordeonista. Resumindo: nem tudo está perdido. Valha-nos a Celina e o seu acordeão. É uma pena não ir sozinha representar-nos. Grande Celina! Ouçam-na um bocadinho...
Via 100 Reféns
Não há polémica que assuste ou pare a dupla Jel e Falâncio. Depois da polémica vitória no Festival RTP da canção, da participação na manifestação da “geração à rasca”, os Homens da Luta fizeram agora uma música a criticar Miguel Sousa Tavares.
Na música, “Mudam-se os tempos, mudam-se os Tavares”, os Homens da Luta satirizam o escritor e comentador Miguel Sousa Tavares, comparando-o com o seu pai, Francisco Sousa Tavares.
Na origem da nova música, poderão estar as recentes declarações de Miguel Sousa Tavares no “Jornal da Noite”, na SIC, onde criticou a música vencedora “A Luta é Alegria” e a postura dos Homens da Luta. “Não deixa de ser irónico pensar que esta canção, com esta letra, vá representar Portugal na Alemanha, em cuja plateia e em cujos televisores hão-de estar os alemães a quem nós andamos a pedir dinheiro”, disse o comentador em directo, acrescentando que “a demagogia é a coisa mais popular que existe e mais irresponsável e mais perigosa”. “Os demagogos aparecem sempre nos momentos de crise”, concluiu Miguel Sousa Tavares.
Os Homens da Luta não perderam tempo e preparam uma resposta que publicaram no seu facebook no fim-de-semana. "Mudam-se os tempos, mudam-se os Tavares", é uma adaptação da canção de José Mário Branco, com música de Jean Sommer, do tema "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", onde a letra foi alterada, fazendo uma comparação entre Miguel Sousa Tavares e o pai.
“Mudam-se os tempos, mudam-se os Tavares. De pai para filho houve uma mudança. E se o primeiro [Francisco Sousa Tavares] gritava na rua, o segundo [Miguel Sousa Tavares] é um vaidoso profissional da cagança. E se nos Tavares também houve uma mudança é porque o pai educou mal a criança” cantam os Homens da Luta num vídeo que não pára de circular na internet.
Vídeo do YouTube dos Homens da Luta
Via Público
Alguém devia explicar ao Jel que há limites para o ridículo.... isto deixou de ser humor para ser politica baixa