Quarta-feira, 18.04.12

Rei de Espanha caça elefantes

 

Depois de ver a fotografia infeliz do rei Juan Carlos ( aparentemente feliz em 2006), de caçadeira em riste, com um elefante morto atrás de si com a tromba dobrada  e colocada propositadamente - em jeito de troféu - de encontro a uma árvore, o mínimo em termos de sofrimento que desejo a este senhor são as múltiplas fracturas na anca a que teve direito ao cair de rabiosque no chão, há poucos dias, em pleno acampamento de caça grossa. Por mim podia ter partido a real tromba, ser atropelado por uma manada de elefantes em fuga ou servir de entrada à ceia de meia dúzia de leopardos. Dormia (eu, e não o rei) bem mais descansado.

 

A proprietária do acampamento onde Juan Carlos deu o tombo - a empresa Rann Safaris - cobra milhares para que este tipo de pessoas goze com a vida, neste caso regozije com a morte, imputada de forma facínora e cruel a diferentes animais selvagens que têm oportunidade nula de se defenderem. É caso para perguntar: quem é o selvagem, o elefante ou o rei? Cobarde. Um verdadeiro nojo.

 

A mesma empresa oferece pacotes de diversão/massacres selvagens que vão de safaris de 14 dias para caçar elefantes no Botswana ao preço de 59.500 dólares, 14 dias de safari para caçar leopardos por 46.900 dólares ou ainda 14 dias para caçar búfalos a 29.120 dólares. O rei nuestro hermano parece adorar este tipo de pacotes pois figura numa outra foto divulgada de espingarda na mão junto ao corpo já sem vida de dois búfalos. Haja dinheiro (crise? o que é isso?), falta de humanidade e sobretudo excesso de estupidez. Curiosamente, ou não, poucos minutos após a publicação desta informação a página principal da Rann Safaris foi bloqueada : 'This Account Has Been Suspended'.

 

Até há algum tempo achava que as famílias reais europeias mantinham a função (paga e bem pelos contribuintes dos países que ainda sustentam esta pândega)  de animar os súbditos com historietas de faca e alguidar, imbecilidades, debilidades, escândalos e disparates. Mudei de opinião: esta gente não serve para rigorosamente nada.


Brigitte Bardot, em carta aberta ao rei de Espanha, foi clara: "É indecente, repugnante e indigno de uma pessoa com a sua responsabilidade. Você é a vergonha de Espanha". Nada a acrescentar.


Retirado do Expresso



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Terça-feira, 17.04.12

A rainha Sofia visitou hoje o rei Juan Carlos no hospitalA rainha Sofia visitou hoje o rei Juan Carlos no hospital (Andrea Comas/Reuters)

 

O rei de Espanha “está muy bien”, disse hoje a rainha Sofia, que visitou Juan Carlos no hospital onde foi operado à bacia, após uma queda durante uma caçada a elefantes no Botswana. Mas ainda mal recuperado de uma fractura na bacia, o rei não se livra de duras críticas.

 

Alguma esquerda voltou a falar de abdicação a favor do príncipe Filipe e na Internet há campanhas para que Juan Carlos deixe de ser presidente honorário do Fundo para a Protecção da Natureza (WWF). A crise económica em Espanha fez as críticas subir de tom.

A rainha Sofia chegou ao início da tarde ao Hospital San José de Madrid onde o rei está internado, para uma visita que durou pouco mais do que meia hora. À saída disse aos jornalistas que a evolução de Juan Carlos, de 74 anos, está a ser “fenomenal” e que, em breve, o rei estará em casa. Mas se do ponto de vista clínico não há sobressaltos, a caçada no Botswana causou uma verdadeira tempestade de críticas. 

Há “um apoio ou silêncio em público mas uma inquietação crescente em privado”, escreveu nesta segunda-feira o El País. O Governo de Mariano Rajoy, o Partido Popular ou mesmo o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) fizeram comentários discretos. Mas Tomás Gomez, responsável dos socialistas madrilenos do PSOE, chegou mesmo a falar de abdicação. “O que parece bastante provável é que o príncipe [Filipe], que conserva a sua boa imagem, ocupe cada vez mais espaço”, adiantou o diário espanhol.

Publicamente sucederam-se os comunicados lacónicos. “O PSOE nunca comenta a agenda privada do chefe de Estado, nem quando gosta nem quando não gosta”, adiantou a responsável do partido Elena Valenciano. “Remeto para o comunicado da Casa Real”, disse Dolores de Cospedal, secretária-geral do Partido Popular.

Mas nos corredores a inquietação tornou-se evidente. “Preocupa ao PP e ao Governo que o rei possa perder o apoio não da esquerda republicana, que nunca teve, mas de boa parte da direita e incluindo da direita monárquica”, adiantou o El País.

“Não estaria mal que o rei pedisse desculpa”, disse Patxi López, o socialista presidente do Governo basco. Outras vozes socialistas fizeram reparos, numa escalada que o secretário-geral do PSOE tentou travar. “Se alguma coisa tenho a dizer ao rei, di-lo-ei em privado e sei que ele vai ouvir”, afirmou Alfredo Pérez Rubalcaba. 

A alimentar a polémica está também a demora da Casa Real espanhola em anunciar o que acontecera, o que levou a que a notícia se tenha sabido mais depressa através das autoridades do Botswana. Por fim, a fotografia de Juan Carlos armado diante de um elefante morto – a imagem é de 2006 – correu mundo e contribuiu para intensificar o escândalo.

A actriz francesa Brigitte Bardot escreveu uma carta aberta ao rei espanhol a dizer-lhe: “É indecente, repugnante e indigno de uma pessoa com a sua responsabilidade. Você é a vergonha de Espanha”. E na Internet está a circular uma petição para que Juan Carlos abandone o cargo de presidente honorário da filial espanhola da WWF, a qual já conta com mais de 40 mil assinaturas. O próprio Fundo para a Conservação da Natureza, para o qual não serão novidade as caçadas de Juan Carlos, prometeu através de uma mensagem no Twitter fazer chegar ao rei de Espanha todos os comentários e críticas que entretanto recebeu.

“Não é o que esperávamos num momento de crise”

Em Espanha, a imagem de um rei a caçar no Botswana num momento de grave crise económica causou indignação. “Não é o que esperavam os espanhóis. É pouco edificante”, considerou Tomás Gómez. Várias organizações de defesa dos direitos dos animais, como a Igualdade Animal ou a Equanimal, chegaram mesmo a convocar manifestações para a porta do hospital onde Juan Carlos está internado.

A caçada do rei junta-se a outros escândalos recentes que têm atingido a família real espanhola, como o processo de corrupção de que é acusado o genro do rei e marido a infanta Cristina, Iñaki Urdangarín, ou o acidente em que, na semana passada, o neto de 13 anos de Juan Carlos, Felipe Juan Froilan Marichalar Borbón, disparou sobre o próprio pé com uma espingarda de três canos de calibre 36 quando praticava tiro ao alvo com o pai.

A polémica atravessou fronteiras. No New York Times foi referida a “polémica viagem de caça” que “acalentou as críticas sobre o modo de vida do rei num momento em que o país enfrenta uma crise económica”. E no britânico Guardian leu-se que “enquanto os espanhóis enfrentam a austeridade e a recessão, a família real desfruta de caras viagens de caça.”

 

Via Público



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