Segunda-feira, 21.05.12
Capa do livro

 

O Brasileiro Dalton Trevisan foi distinguido com o Prémio Camões, o maior prémio literário de língua portuguesa. O prémio foi anunciado esta segunda-feira em Lisboa pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.

Tal como tem sido habitual ao longo dos anos na conferência de imprensa o júri leu a acta da reunião, apresentando as razões justificativas da escolha do premiado: "Dalton Trevisan significa uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra. Tanto nas suas incessantes experimentações com a língua portuguesa, muitas vezes em oposição a ela mesma, quanto na sua dedicação ao fazer literário sem concessões às distracções da vida pessoal e social”. A escolha de Dalton Trevisan, um dos mais importantes e premiados escritores brasileiros, foi unânime. 

O autor de “O Vampiro de Curitiba” (que passou a ser a sua alcunha) é "um dos maiores escritores brasileiros da actualidade", considerado "o maior contista moderno do Brasil" distingue-se pela originalidade das histórias que escreve e pelo mistério que criou à volta da sua vida pessoal.Não gosta de dar entrevistas nem de ser fotografado e não é visto nas ruas. Por isso o júri do prémio não conseguiu ainda contactar o autor, está a tentar fazê-lo. 

Ao PÚBLICO, no Rio de Janeiro, Gabriela Máximo, da Record, a editora de Trevisan disse: "Me ligaram da Biblioteca Nacional [brasileira] agora para dizer que ainda não anunciaram o prémio porque queriam falar com o Dalton primeiro e queriam saber como. Estamos tentando falar com ele para lhe dizer. Ele não fala nem connosco. Só responde por fax e às vezes liga para a gente para alguma coisa muito prática. Envia os originais em papel." 

Quanto à hipótese de Dalton Trevisan não aparecer para receber o prémio por causa da sua reclusão, Francisco José Viegas afirmou que o júri é autónomo em relação a isso. "Esta é uma decisão do júri que decidiu isto independentemente de qualquer impossibilidade que se manifeste de seguida. Esta decisão é uma decisão de natureza literária e de natureza cultural e não tem a ver com esses imponderáveis. Tratou-se de uma escolha livre e independente, uma escolha a montante dessas questões.”

Nesta 24ª edição do Prémio Camões foi constituído por Rosa Martelo, professora associada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Abel Barros Baptista, professor associado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; a poeta angolana Ana Paula Tavares; o historiador e escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho; Alcir Pécora, professor da Universidade de Campinas, Brasil, e o crítico, ensaísta e escritor brasileiro Silviano Santiago.

“A discussão começou em aberto com os diversos participantes fazendo as suas indicações e em seguida houve um debate entre os participantes, em torno dos nomes sugeridos. Esse debate foi produtivo e do meu ponto de vista, enriquecedor. Depois de duas horas, chegámos à unanimidade”, explicou Silviano Santiago. 

“Não há dúvida que Dalton Trevisan é uma pessoa muito secreta. Ele não têm aliás, ele lembra um pouco, para facilitar pessoas que não o conheçam o escritor norte-americano J.D. Salinger (1919-2010). Mas quando lhe foi- atribuído o Prémio PT ele aceitou” , acrescentou.

Dalton Trevisan, que nasceu em 1925 em Curitiba, é licenciado em direito e foi depois de ter sido jornalista policial e crítico de cinema, que se dedicou à literatura.. Começou a publicar em 1945, apesar de mais tarde ter renegado os seus dois livros de juventude: "Sonata sempre ao Luar" e "Sete anos de Pastor". Entre 1946 e 1948, editou a revista "Joaquim", "uma homenagem a todos os Joaquins do Brasil", por onde passaram os maiores nomes da cultura brasileira.

Em 1959, lançou "Novelas Nada Exemplares" e recebeu o Prémio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. "Cemitério de Elefantes” (Prémio Jabuti e Prémio Fernando Chinaglia, da União Brasileira dos Escritores) foi uma das primeiras obras do escritor editadas em Portugal, pela Relógio d’Água, em 1984. DEstaca-se também "Noites de Amor em Granada" e "Morte na Praça" (Prémio Luís Cláudio de Sousa, do PEN Club do Brasil). "Guerra Conjugal" , um dos seus livros, foi transformado em filme em 1975. Só publicou até agora um romance: "A Polaquinha". Em 1996, recebeu o Prémio Ministério da Cultura de Literatura pelo conjunto da sua obra. E em 2003, dividiu com Bernardo Carvalho o Prémio Portugal Telecom de Literatura com o livro "Pico na Veia". Recentemente no Brasil publicou "O anão e a ninfeta", na editora Record, e "99 corruíras nanicas" e "O grande delforador", na L&PM. O Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, é o maior prémio de prestígio da língua portuguesa, no valor de cem mil euros. Com a sua atribuição é prestada anualmente uma homenagem à literatura em português, recaindo a escolha num escritor cuja obra contribua para a projecção e reconhecimento da língua portuguesa. 

Miguel Torga foi o primeiro escritor a ser distinguido com o prémio em 1989 e desde então já foram premiados João Cabral de Melo Neto, José Craveirinha, Vergílio Ferreira, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, José Saramago, Eduardo Lourenço, Pepetela, Antonio Candido, Sophia de Mello Breyner Andresen, Autran Dourado, Eugénio de Andrade, Maria Velho da Costa, Rubem Fonseca, Agustina Bessa-Luís, Lygia Fagundes Telles,Luandino Vieira, António Lobo Antunes, João Ubaldo Ribeiro, Arménio Vieira e Ferreira Gullar.

O escritor português Manuel António Pina foi o premiado na edição do ano passado. 

 

Retirado do Público



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Sexta-feira, 04.05.12

O livro do sociólogo José Machado Pais é lançado nesta sexta-feira
O livro do sociólogo José Machado Pais é lançado nesta sexta-feira (Foto: Paulo Pimenta)

Sociólogo José Machado Pais ouviu jovens "queixarem-se de excesso de liberdade". Está tudo num livro que é lançado hoje em Lisboa.

 

Vivem numa era em que tudo parece descartável, nomeadamente as relações. Mas será que a forma como os adolescentes namoram é assim tão diferente da dos seus pais? E quanto ao primeiro beijo, ao sexo e às traições amorosas? "Não há muitas diferenças a assinalar", concluiu o sociólogo José Machado Pais, autor do livro Sexualidade e Afectos Juvenis, que é lançado hoje à tarde no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa.

Depois de vários meses a discutir com jovens e respectivos pais questões como o casamento, divórcio e traições amorosas, o coordenador do ICS concluiu que a grande ruptura não se deu entre quem tem hoje entre 15 e 17 anos e os seus pais, mas entre estes e os seus predecessores, ou seja, os avôs.

"Os pais destes jovens teriam à volta de 20 anos, quando se deu o 25 de Abril, e tendem a demonstrar em relação aos seus filhos uma permissividade que surge como reacção à repressão de que foram vítimas, quando eram jovens, sobretudo as raparigas", adianta Machado Pais. O sociólogo diz mesmo ter ouvido nos grupos de discussão que promoveu em três escolas do país "alguns jovens queixarem-se de um excesso de liberdade".

"A forma de tratamento entre os jovens entrevistados e os seus pais é 'tu', enquanto estes tratavam os pais por 'você' ou mesmo 'vossemecê' e isso é significativo de uma mudança de um relacionamento verticalizado para um mais horizontalizado, em que os pais assumem um estatuto de amigos. E isso, às vezes, confunde-se com uma quase demissão da obrigação de disciplinar e orientar."

Quanto às semelhanças, na geração dos rapazes mais novos "persistem tiques de um machismo que não desapareceu". "Na geração predecessora, a iniciação sexual, nomeadamente nos meios rurais, fazia-se com recurso a prostitutas, onde a dimensão afectiva está ausente", contextualiza Machado Pais. "Entre os rapazes de agora continua a haver uma pressão para a iniciação sexual dirigida aos rapazes que ainda não se iniciaram sexualmente, e isso leva a que alguns se sintam impelidos à iniciação sexual desvinculada dos afectos." Já entre as raparigas, e agora como dantes, mantém-se "uma maior propensão para valorizarem a dimensão romântica e afectiva".

Quanto ao divórcio, consenso geral entre os jovens. "Todos dizem que, se um casamento não resulta, não vale a pena estar a prolongar uma situação de sofrimento", relata o investigador, admitindo que tal unanimidade poderá advir parcialmente do facto de alguns destes jovens "serem filhos de casamentos infelizes e não se sentirem confortáveis com as discussões quotidianas que presenciam".

 

Retirado do Público



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Terça-feira, 28.02.12
Os Prémios LER/Booktailors 2011 foram entregues neste sábado no Correntes d' Escritas. O romance "O Retorno", de Dulce Maria Cardoso, recebeu o Prémio Especial da Crítica.

Já o prémio de editora do ano foi para a Ahab Edições e André Jorge, da Cotovia, foi destacado como o melhor editor. Rui Garrido foi considerado o melhor designer; Pedro Tamen, o melhor tradutor e Jorge Figueira de Sousa, o livreiro do ano. 

Os Prémios de Edição LER / Booktailors 2011, que pretendem valorizar o que de melhor se faz na área da edição em Portugal e revelar, segundo a avaliação de um painel alargado de jornalistas e críticos literários, o melhor livro do ano, foram apresentados esta noite no Auditório Municipal da Póvoa de Varzim, no encerramento do Correntes d'Escritas.

O encontro de escritores de expressão ibérica é um dos parceiros juntamente com a Secretaria de Estado da Cultura (Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas). A divertida dupla do Canal Q, Catarina Homem Marques e Pedro Vieira, apresentaram os prémios.


O Prémio Editora do Ano foi entregue às Ahab Edições e e o Prémio Editora Revelação foi para a Abysmo. O poeta Pedro Tamen foi considerado o melhor tradutor de 2011. Jorge Figueira de Sousa, da Livraria Esperança, recebeu o Prémio Livreiro e a livraria Histórias com Bicho, de Óbidos, o Prémio Livraria Independente.

Sara Figueiredo Costa, do blogue Cadeirão Voltaire, crítica da revista "Time Out" e da "LER", é a vencedora do Prémio Jornalista ou Crítico Literário e a editora da Leya Maria do Rosário Pedreira recebeu o Prémio Blogosfera e Internet de Edição, por causa do seu blogue Horas Extraordinárias.

O Prémio Campanha de Divulgação de Autor Português foi para a editora Objectiva pelo trabalho que fizeram com um dos seus autores: Valter Hugo Mãe. 

O Prémio Melhor Design de Capa- Literatura foi atribuído a "Ágape, Agonia" , da Ahab Edições (Studio Andrew Howard) e o Prémio Melhor Design de Capa de Não-ficção a "Indice das Covzas Mais Notaveis", da Babel (Inês Sena).

As obras de Philip Roth editadas pela Publicações Dom Quixote (Rui Garrido) receberam o Prémio Melhor Design de Capa - Colecção. E o Prémio Melhor Design de Obra - Infanto-juvenil foi para "O Livro dos Quintais", Planeta Tangerina, (Bernardo Carvalho).

O júri dos Prémios de Edição LER / Booktailors 2011 deu o Prémio Melhor Design de Obra - Arte e Fotografia para "Cine Qua Non", do Centro de Estudos Anglísticos da Universidade de Lisboa (Catarina Vasconcelos, Margarida Rêgo) e o Prémio Melhor Design de Obra - Gastronomia a "Flagrante Delícia", da Editora Objectiva (Miguel Coelho).

O Prémio Melhor Design de Obra - Livro Escolar foi para "+ciências 5.º Ano", Editora Sebenta (Ballon Happy, Lda.). "Terezín", Edições tinta-da-china, tem a Melhor Fotografia Original (de Daniel Blaufuks) e a Melhor Ilustração Original é a de "A Contradição Humana", na Editorial Caminho, de Afonso Cruz. Os vencedores participação no mais importante concurso mundial de design editorial: The Best Book Design from All Over the World.

 

Via Público



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Terça-feira, 06.12.11

Tenho duas mães, qual é o mal?

Uma criança abandonada é adoptada por duas amigas. Ganhou uma família e diz que tem duas mães. Nem toda a gente o aceita. É um livro, mas podia não ser.

 

Teodorico e as Mães Cegonhas, escrito por Ana Zanatti, ilustrado pelos Storytailors e lançado em Setembro, teve mais uma apresentação ao público. Desta vez, destinada aos adultos. Num fim de tarde em Lisboa, no atelier dos criadores de moda, falou-se de amor. Valter Hugo Mãe foi o primeiro. E disse: “Ser-se pessoa deve assentar na capacidade de gostar, porque só no afecto se justifica a resistência perante tanta dificuldade da vida. Ninguém quer conquistar seja o que for para o fruir na solidão. A felicidade implica o outro ou a expectativa do outro, e quem se desmobiliza nos afectos desistiu de ser feliz. Em certa medida, quem desistiu dos afectos desistiu de ser gente.”

 

O escritor afirmou que “o livro Teodorico e as Mães Cegonhas sonha com quem quer ser melhor” e que a sua “principal preocupação radica no pedido honesto para que tiremos a cabeça da areia”. Lembrou ainda: “A questão dos casais de pessoas do mesmo sexo é premente, não é nova, é finalmente reconhecida, e lidar com tal realidade tem de passar pela maturidade geral dos cidadãos para com o assunto. Levar aos miúdos a mensagem fundamental de que os adultos se amam é elementar e explicar aos miúdos que o amor é diverso tem de ser como lhes dizer que há carros e aviões e barcos, mas que todos são meios de transporte. O desassombro em relação ao tema será sempre seguido pela naturalidade dos miúdos. Porque o preconceito pertence aos adultos, as crianças vão sempre amar quem as ama, muito antes de saberem o nome das coisas.”

Considerando o texto de Ana Zanatti “uma abordagem subtil”, está convencido de que, “se não explicarmos às crianças o que está em causa, elas vão achar a coisa mais simples do mundo que duas amigas gostem de viver juntas e cuidem de um menino que aprendeu a gostar também delas”.

 

O livro começa assim. "A Cegonha Branca e a Cegonha Rosa eram muito, muito amigas. Sentiam-se tão felizes na companhia uma da outra que decidiram morar no mesmo ninho e viajar juntas todos os Outonos quando migravam da Europa para África, onde passavam o Inverno." 

Ninguém adopta por obrigação

A autora e actriz disse ao Life&Style que “gostava que este livro fosse entendido como um convite aos leitores para passarem a ideia de que toda a criança deve crescer num ambiente de amor, compreensão, tolerância, bem como ser protegida de qualquer preconceito”. Para Ana Zanatti, “a relação afectiva dos adultos vive enquanto existe afecto entre os parceiros”. Esse afecto “pode muito bem ser entre duas pessoas do mesmo sexo”. Também elas “podem ter um desejo profundo de desempenhar a função parental e por isso se disporem à supervisão de psicólogos, assistentes sociais e outras entidades”. E não tem dúvidas: “Ninguém adopta por obrigação.”

 

Mais adiante dirá: “A possibilidade de procriar não confere a ninguém competência para educar. Nem todos os pais biológicos têm vontade e capacidade para criar um filho, como se vê pelo número de crianças acolhidas em instituições. Quem garante os reais interesses da criança são aqueles que se responsabilizam por cuidar e que mostram que são capazes de assumir com amor as funções de pai e mãe.”

 

Via Público



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Sexta-feira, 28.10.11

Quando os doze anos de casamento de Kevin Cotter com "aquela de quem não se pode dizer o nome" terminou, ao vê-la partir de malas feitas ele fez-lhe uma pergunta: "Esqueceste-te do teu vestido de noiva. O queres que faça com ele". A resposta, em tom mal-humorado, foi a seguinte: "Não quero essa m(!!!!) para nada. Faz o que quiseres com ele!". E foi isso mesmo que o recém-separado decidiu fazer... da pior maneira (ou melhor, depende do ponto de vista).

 

Para se vingar da mulher que lhe partiu o coração e o deixou sozinho, Kevin Cotter começou uma extensa lista de formas, no mínimo originais, de usar os muitos metros de tecido que tinham marcado o suposto dia mais feliz das suas vidas. Desde tapete de ginástica a coador de esparguete e toalha de mesa para jantares com amigos na hora da fossa, o vestido branco foi sendo destruído.

 

Kevin deu-se mesmo ao trabalho de criar um blogue - cujas audiências metem a um canto qualquer pipoca doce ou amarga portuguesa -  a explicar a sua vingança e a pedir a outros "saltos rasos" ideias para dar cabo do vestido de noiva da mulher que um dia amou.

 

Já os motivos que levaram a senhora a fazer as malinhas e a pôr-se ao fresco é que ele nunca explica, mas pronto... para todos os efeitos ela devia "ser apenas" mais uma daquelas coisas que eu não posso dizer aqui, mas que começa com "c" e com cujo leite até se faz um queijinho de chorar por mais. Pelo menos é o que muitos comparsas solidários com a causa devem achar, dado que a lista das coisas a fazer ao vestido já vai acima das 100 e as propostas não param de chegar de todo o mundo à casinha no Arizona, onde o "salto raso" de coração partido se diverte a pô-las em prática já há dois anos.

 

E não é que a brincadeirinha deu um livro?

 

Conclusão: a brincadeirinha rendeu a Kevin Cotter, nada mais, nada menos, do que um livro, intitulado "101 Uses For My ex-wife's Wedding Dress ". Sim, é mesmo verdade. Não me parece que chegue ao Nobel com tal conteúdo tão profundo, mas a realidade é que o seu site já tornou quase num a terapia virtual para outros recém divorciados que não conseguem ultrapassar as respetivas separações.

 

Podia aqui fazer o discurso sobre a total imaturidade da solução arranjada por Kevin, mas rir é o melhor remédio, sempre ouvi dizer. Lamento apenas que o salto alto envolvido tenha visto a sua vida privada exposta desta maneira mas, do mal, o menos.  

 

E o homem, ao que parece, tem mesmo paciência para responder a quem o entope com desabafos de "divorciado de fresco". Nisto, tiro-lhe o chapéu. Ao menos que sirva para acalmar os ânimos de outros homens destroçados, que encontram assim forma de ultrapassar a crise (emocional) em vez de entrarem no mundo dos crimes passionais bem ao género de Hollywood que, infelizmente, nos fomos habituando a ver diariamente nos jornais. Praticados tanto por homens, como por mulheres, convém lembrar. É que não há géneros santos nestas (e noutras) coisas.

 

 

 



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Quarta-feira, 26.10.11

Com o romance “Os Malaquias”, a escritora Andréa del Fuego é a vencedora da sétima edição do Prémio Literário José Saramago. O anúncio acaba de ser feito numa cerimónia no edifício sede do Grupo BertrandCírculo, em Lisboa. O prémio, no valor de 25 mil euros, foi entregue à jovem escritora pelo secretário de Estado, Francisco José Viegas.

 

O Prémio Literário José Saramago, que foi instituído pela Fundação Círculo de Leitores e é atribuído de dois em dois anos, distingue uma obra literária no domínio da ficção, romance ou novela, escrita em língua portuguesa, por um escritor com idade não superior a 35 anos, cuja primeira edição tenha sido publicada em qualquer país lusófono.

À sétima edição do prémio, que celebra a atribuição do Prémio Nobel da Literatura de 1998 a José Saramago, podiam concorrer obras publicadas em 2009 ou 2010 enviadas pelos escritores ou editores dos países da lusofonia cujos autores tivessem até 35 anos à data da sua publicação. O júri do Prémio José Saramago foi, nesta edição, presidido pela directora editorial do Círculo de Leitores, Guilhermina Gomes e composto ainda pela escritora e académica brasileira Nelida Piñon; pela poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares; pela “presidenta” da Fundação José Saramago, Pilar del Río, e pelo poeta e escritor Vasco Graça Moura.

Nas edições anteriores, o Prémio José Saramago foi atribuído: aos portugueses Paulo José Miranda, por “Natureza Morta”, em 1999, e José Luís Peixoto, por “Nenhum Olhar”, em 2001. À brasileira Adriana Lisboa, “Sinfonia em Branco”, em 2003, e aos portugueses Gonçalo M. Tavares, “Jerusalém”, 2005; valter hugo mãe, “O Remorso de Baltazar Serapião”, 2007, e João Tordo, “As Três Vidas”, em 2009. 

 

Via Público



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Terça-feira, 25.10.11
Sem discutir a qualidade literária da obra, o SNPC não disfarça a irritação face ao "tom de intolerância desabrida" do escritor
Sem discutir a qualidade literária da obra, o SNPC não disfarça a irritação face ao "tom de intolerância desabrida" do escritor (Foto: Nuno Ferreira Santos)
O Último Segredo é "uma imitação requentada, superficial e maçuda", segundo Secretariado Nacional Pastoral da Cultura.

O último romance de José Rodrigues dos Santos "não é verdadeira literatura". "É uma imitação requentada, superficial e maçuda [de outras obras]", acusa o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), numa nota demolidora sobre O Último Segredo, o romance em que o jornalista da RTP se propõe, com recurso a "fontes religiosas e informações históricas e científicas", revelar "a verdadeira identidade de Jesus Cristo". 

Sem discutir a qualidade literária da obra, o SNPC não disfarça a irritação face ao "tom de intolerância desabrida" com que, no entender deste organismo da Igreja Católica, o autor pretende entrar "na história da formação da Bíblia", por um lado, e na "fiabilidade das verdades de Fé em que os católicos acreditam, por outro". 

Na nota publicada ontem no site do SNPC, José Rodrigues dos Santos é acusado de pretender "abrir com grande estrondo uma porta que há muito está aberta". Pior: "Confunde datas e factos, promete o que não tem, fala do que não sabe", lê-se ainda na nota do organismo dirigido pelo padre e poeta José Tolentino Mendonça, na qual o romancista é acusado de escrever "centenas de páginas sobre um assunto tão complexo sem fazer ideia do que fala". 

Ao PÚBLICO, José Rodrigues dos Santos reagiu num único parágrafo. "O mais interessante nesta crítica é que não é contestado um único facto que apresentei em O Último Segredosobre a vida de Jesus. Há uma boa razão para isso. É que tudo o que no romance escrevi, no que diz respeito a citações biblicas ou informações históricas ou científicas, é verdadeiro - e a Igreja sabe."

Apesar de Rodrigues dos Santos ter vendido mais de um milhão de exemplares das suas obras e estar traduzido para 17 línguas, não é de esperar que em torno deste nono romance se desencadeie uma polémica semelhante à ocorrida em 1992 quando o então subsecretário de Estado da Cultura, Sousa Lara, decidiu vetar o livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago, a uma candidatura ao Prémio Literário Europeu, com a alegação de que este não representava Portugal. Mesmo assim, não é todos os dias que a Igreja Católica se põe a tecer considerandos sobre uma obra literária. Em tom tão desabrido, ainda por cima. "É impensável, por exemplo, para qualquer estudioso da Bíblia atrever-se a falar dela, como José Rodrigues dos Santos o faz, recorrendo a uma simples tradução. A quantidade de incorrecções produzidas em apenas três linhas, que o autor dedica a falar da tradução que usa, são esclarecedoras quanto à indigência do seu estado de arte." 

Em O Último Segredo, José Rodrigues dos Santos recupera a personagem do historiador e criptanalista Tomás de Noronha para a pôr "no trilho dos enigmas da Bíblia", a pretexto da investigação sobre o assassínio de uma paleógrafa na Biblioteca Vaticana. Na apresentação que do romance é feita pela Editora Gradiva, lê-se que a história se baseia em "informações genuínas" para desvendar "a chave do mais desconcertante enigma das Escrituras". Muito ao estilo de Dan Brown, portanto. E uma das coisas que está a irritar a Igreja Católica é a nota, "colocada estrategicamente à entrada do livro, a garantir que tudo é verdade", como explica ainda o SNPC. 

No documento, Rodrigues dos Santos é acusado de ter assumido para si as teses que o teólogo norte-americano Bart D. Ehrman fez constar na sua obra Misquoting Jesus. The Story Behind who Changed the Bible and Why, a qual o SNPC acusa de partir de "uma tese radical, claramente ideológica, longe de ser reconhecida credível". Comparar as duas obras é, conclui o SNPC, "tarefa com resultados tão previsíveis que chega a ser deprimente".

 

Via Público



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Sexta-feira, 14.10.11

É uma espécie de fenómeno Silvio Berlusconi explicado aos estrangeiros. No livro "Mama Mia!", o jornalista Beppe Severgnini apresenta os principais fatores por detrás da popularidade do primeiro-ministro italiano 

 

 

Via Expresso



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Segunda-feira, 03.10.11
Romance inédito de Saramago disponível em formato digital
‘Clarabóia’, o romance que José Saramago escreveu na juventude e deixou inédito até ao fim da vida, está disponível em formato e-book a partir de hoje, duas semanas antes da versão em papel, anunciou a Leya.

Em declarações à Lusa, o director de marketing daquele grupo editorial, Pedro Sobral, explicou que o objectivo de colocar já à disposição dos leitores a versão digital de ‘Clarabóia’, antes de 17 de Outubro – dia em que o livro físico chega às livrarias numa edição da Caminho –, é permitir aos leitores o acesso ao livro de Saramago o mais cedo possível.

 

«Acima de tudo, o grande objectivo é a promoção da obra e a visibilidade deste novo título de José Saramago», sublinhou o responsável pelos e-books do grupo Leya.

 

«Hoje em dia, com os novos dispositivos de leitura que estão disponíveis, como são os novos tablets e os novos smartphones, achamos que devemos permitir a quem tem esses novos dispositivos de leitura e a quem gosta de os utilizar experimentar este livro antes que ele esteja disponível em papel. Basicamente, é uma acção que tem como principal objectivo a promoção e a experimentação deste novo tipo de formato», indicou.

 

Quanto às expectativas relativas ao número de downloads, Pedro Sobral referiu que «o consumo de livros electrónicos em Portugal é um consumo ainda hoje incipiente, apesar de ter taxas de crescimento cada vez maiores», mas disse que espera «um número bastante interessante», tendo em conta as vendas de e-books de outros autores desde Setembro do ano passado, data em que a Leya começou a comercializar livros em formato digital (no site www.mediabooks.com).

 

Em ‘Clarabóia’, que acabou de escrever em 1953, aos 31 anos, José Saramago (1922-2010) centra a acção num prédio que tem precisamente uma clarabóia no telhado, por onde entra a luz natural que ilumina as escadas, e onde habitam algumas famílias, cujas histórias ele conta.

 

O romance «é muito rico, é muito diverso, e nota-se que já tem ali algumas coisas que o José Saramago viria a desenvolver mais tarde», disse em entrevista à Lusa o editor da Caminho, Zeferino Coelho, no primeiro aniversário da morte do Prémio Nobel da Literatura português, em Junho deste ano.

 

Via Sol



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Quinta-feira, 08.09.11

 

"Dos cânticos de quem trabalha a terra às batidas que marcam o ritmo da vida contemporânea, das canções subterrâneas à festa na estrada, das raízes punk e rock à portugalidade do novo fado; a tudo João Aguardela soube emprestar dedicação, arrojo, inovação e, acima de tudo, um profundo respeito pela tradição. Em defesa das referências que nos fazem povo e vestem a identidade. E, acima de tudo, em defesa da Liberdade."

 

Da autoria do jornalista Ricardo Alexandre, chega no próximo dia 8 de Setembro às livrarias, "João Aguardela - Esta Vida de Marinheiro", uma biografia sobre o músico dos Sitiados, A Naifa e Megafone, falecido em 2009.

 

O livro reúne fotografias e depoimentos de várias pessoas que privaram com João Aguardela, de amigos a profissionais, e inclui uma entrevista inédita, com cerca de trinta páginas, que a socióloga Paula Guerra fez ao músico a propósito da tese de doutoramento.
O livro "João Aguardela - Esta Vida de Marinheiro" será apresentado a 13 de Setembro na Fnac do Chiado, em Lisboa, e no dia 16 na Fnac do NorteShopping, no Porto.
Via Portugal Rebelde


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Quarta-feira, 31.08.11
Cartas revelam lado mais íntimo de John Lennon
Cartas revelam lado mais íntimo de John Lennon (DR)

O conteúdo de mais de 250 cartas que John Lennon escreveu para a sua família e amigos vai ser dado a conhecer pela primeira vez. Hunter Davies, autor da única biografia oficial dos Beatles, é o responsável pela publicação das cartas em livro.

Hunter Davies reuniu os documentos pessoais de Lennon depois de uma longa pesquisa, não só juntos dos familiares e amigos próximos do músico, como também nos leilões de momorabilia de John Lennon. Yoko Ono, viuva de Lennon, permitiu, pela primeira vez, que o escritor britânico tivesse livre acesso à sua correspondência da altura trocada com o músico, autorizando a sua publicação.

“Eu encontrei muitas cartas que nunca ninguém viu”, disse Davies à BBC, explicando que não há nenhuma revelação dramática. As cartas mostram como John Lennon via o mundo, o que sentia e até o seu lado mais humorístico. 

Para Davies, esta será uma oportunidade única para conhecer o verdadeiro interior de John Lennon. "Conseguimos ver uma alma torturada, uma pessoa deprimida, mas também uma pessoa engraçada. Conseguimos ver os seus diferentes estados", explica. 

“A sua primeira reacção a qualquer emoção (fúria, ódio ou espanto), não era tocar piano ou guitarra. Ele gostava mais de pegar numa caneta e escrever. Ele escreveu cartas muito divertidas”, continuou o autor.

“Quando ele [Lennon] escrevia uma carta ou um postal a alguém, ele via nisso um verdadeiro desafio, era como se escrevesse uma peça única para eles [família e amigos], era para os divertir."

O livro, anunciado num encontro anual organizado por fãs dos Beatles em Liverpool (Inglaterra), ainda não tem uma data de lançamento definida.

 

Via Público



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Quinta-feira, 30.06.11

 

Jacinto Lucas Pires entrou na cabeça de um "verdadeiro actor" e descobriu a sua própria escrita. O seu novo livro faz de Lisboa um palco real demasiado parecido com a ficção

 

A vida tem destas coisas. Escreve-se um livro e, a seguir, a realidade encarrega-se de agir como se o tivesse lido. E o livro ainda por sair. E a História a ultrapassar a estória. Quando Jacinto Lucas Pires deixou pronto "O Verdadeiro Ator", o seu sétimo livro de ficção que será lançado na próxima quinta-feira pela editora Cotovia, não sabia que, semanas mais tarde, ia haver uma manifestação à porta do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, a reclamar uma outra democracia. O movimento da "geração à rasca" parecia estar a seguir o que ele próprio havia escrito mas, como em qualquer realidade paralela, "um bocadinho mais ao lado".

No seu livro, essa manifestação, que acabará à porta do Parlamento, parece, ao mesmo tempo, propor uma solução para o que não teve consequência e sugerir uma resposta a um outro livro seu, "Do Sol" (2004), em que um político fazia promessas que agora intuimos terem falhado.

Se quisermos construir um arco narrativo entre esse romance de 2004 e este de 2011, é como se o discurso de Pedro Claristo se revelasse, afinal, igual a todos. Escreveu Lucas Pires: "Minhas amigas e amigos, não estamos aqui porque sim, só porque sim, porque não temos outro sítio para estar. Não estamos na política para ter carros pretos e escritórios bonitos. Não pedimos o vosso apoio para isso. Não. Aliás, muito francamente, aqui onde ninguém nos ouve... hã... deixem que lhes diga outra coisa: não precisamos da política para isso". Agora, em "O Verdadeiro Ator", escreve: "Diz-se muita coisa, mas a verdade é que ninguém sabe ao certo como é que tudo começou, como é que foi possível inventar uma multidão destas. Um corpo imenso que parece ter chegado do nada para encher São Bento, e que agora transborda destas ruas e se vai estendendo para cima, para a Estrela, e para baixo, para o Poço dos Negros". E como que para confirmar que estes são lugares reais, habitados por figuras desenhadas, Lucas Pires acrescenta: "Lugares verídicos tomados por gente inimaginável, gente mais-que-verdadeira feitas das inconsistências próprias da realidade. Gente viva que não vem nas estatísticas, que não responde às sondagens, que não cabe nos estudos de mercado."

Jacinto Lucas Pires diz-nos, hoje, que "foi uma vantagem escrever antes da manifestação": "Pude partir de sinais que já existiam e imaginar em cima deles os problemas [que poderiam acontecer]. Foi uma luta contra a política, e os políticos, sem uma ideia de alternativa política, seja ela qual for. Onde é que isso poderia ser levado? Mesmo que uma coisa dessas atravesse as portas da Assembleia, acaba ou manipulada ou por desaparecer. "

Esse dispositivo ficcional permite-lhe fazer da historieta do actor falhado metáfora de um país em processo de afirmação. "Interessa-me sempre a ideia de provocação. Escrever só em cima da literatura, como alguns fazem, e eu próprio leio, parece-me pouco. Quando faço uma pergunta, gosto que ela seja uma provocação". E essa provocação emana, sempre, de uma observação permanente. Nos livros deste escritor que se diz "viciado em informação" (e a verdade é que o olhar de Jacinto deriva quando falamos com ele, e a sua atenção se dispersa pelo que vai acontecendo à sua volta), a atenção está permanentemente a ser atraída para outro sentido, fazendo com que se construam histórias dentro da narrativa principal. E isso pode fazer com que o leitor se sinta perdido, ou que lhe estão a ser dadas informações que o seu tempo de leitor (diferente do tempo de espectador, eventualmente menos interventivo, e daí que isto seja mais evidente nos romances do que nas peças de teatro do autor) não consegue processar. "Como leitor sei que quando me é contada uma história, não é uma ilusão poder estar lá", explica.

Mais real do que a realidade

O convite que faz ao leitor é, de resto, um convite à reflexão. Para Jacinto Lucas Pires, "a história deste verdadeiro actor fala de um tempo em que tudo parece à superfície". E refere os oráculos dos telejornais, em que Deus, política, sexo e publicidade se misturam, "tudo igual, ao mesmo nível". Numa "sociedade de ecrã" - ou seja, que perdeu tridimensionalidade -, "como é que se conseguem encontrar todas as dimensões?". Esse é, para o autor, "o grande drama do teatro actual". O termo "teatro", aqui, não é apenas referente a uma prática literária, mas ao teatro enquanto ideia de representação e de intervenção pública. "Uma das hipóteses é dizer que a literatura não é deste tempo, pertence às bibliotecas, onde escritores escrevem para escritores, e se esconde. A outra hipótese é tentar, a partir de dentro, ser-se do tempo mas atacando o tempo".

Esse tempo de que o autor fala é um tempo sobretudo ficcional, decorrente do cruzamento e da acumulação de referências comuns, medianas por vezes, mas identificáveis pela maioria do público. Não por acaso, os seus livros decorrem em cenários que sabemos de cor, e são habitados por nomes que nos habituámos a escutar. Seria uma literatura urbana, dos nossos dias, quase imediata, se isso não fosse uma proposta de "reacção". 

O autor vai construindo narrativas a partir da filtragem do que o rodeia. É por isso que a cidade de Lisboa não é bem Lisboa, mas uma cidade que parece o esquema formal sugerido pelos filmes, cheia de sol, de manifestações na rua e de carros pretos que param em esquinas para raptar pessoas. E o que acontece a este "verdadeiro ator", Américo Abril de seu nome, é o que acontece a quem tudo acontece: a mulher tem um cargo mais importante do que ele, que é nenhum, o filho não o respeita e parece conspirar contra o pai, os amigos, que o deveriam ajudar, não acreditam que ele tenha verdadeiramente problemas, o pai está internado e mal o reconhece, mas encontra forças para liderar uma pequena revolução no lar onde vive, a mãe não lhe faz perguntas mas sabe que ele lhe mente, e a amante, por quem ele achava estar apaixonado, é uma acompanhante que acaba assassinada, por causa de uma agenda importantíssima. Tão importante que o que acontece no filme que ele deveria protagonizar lhe parece mais real do que a sua própria realidade. Ele é o seu próprio anti-herói, como a maioria das personagens de Lucas Pires, errantes todas elas, suspensas quando a narrativa acaba.

O modo como a realidade se mistura com a ficção é, afinal, um dos pilares da escrita de Lucas Pires que tanto no teatro como no romance tem procurado perceber de que modo os tempos e os modelos narrativos se complementam. Ele, que permanentemente é avaliado como um escritor cinematográfico, pega nessa ideia e leva-a, de facto, para as ruas. O artifício não podia ser mais evidente: um filme onde o protagonista é Paul Giamatti, ou actores a fazerem de personagens banais que, por um acaso, são Paul Giamatti, esse actor que podia ser qualquer um de nós. Ou quase. "Temos todos uma série de referências que vêm do cinema e que convivem com a própria realidade", diz-nos. "Há um lado metafórico que é uma procura sobre a identidade quando tudo é relativo", acredita. Há uma "desmontagem" do espaço e das referências que lhe permite "manipular o próprio tempo". E também "há sempre uma auto-sabotagem", que ele não consegue evitar: "Aqui é o exemplo do filme e a mistura entre o que se passa na cabeça dele e o que é real". Tal como acontecia num outro romance seu, "Perfeitos Milagres" (2007), em que o narrador estava dentro do próprio livro. Aqui, Américo Abril é "a personagem mais próxima do protagonista" e o observador-omnipresente que resgata a estória da História e, no fim, ainda fica com a rapariga.

 

Via Público



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Quarta-feira, 15.06.11
Che Guevara tornou-se num dos símbolos mais icónicos da revolução cubana
Che Guevara tornou-se num dos símbolos mais icónicos da revolução cubana (Reuters)

Che Guevara faria esta terça-feira 83 anos, e o aniversário está a ser celebrado em Cuba com o lançamento de “Diário de um Combatente”. São as notas escritas pelo guerrilheiro enquanto liderava a revolução na Sierra Maestra.

 

A bordo da embarcação Granma, com outros 82 guerrilheiros a bordo, Ernesto Che Guevara chegou a 2 de Dezembro de 1956 à praia cubana de Las Coloradas. Passariam mais de dois anos até que conseguisse, com Fidel Castro, derrubar a ditadura de Fulgencio Batista. Durante esses dias, enquanto pegava em armas e liderava a revolução na Sierra Maestra, foi tomando notas, escrevendo testemunhos e memórias de um momento histórico. 

São essas notas que hoje são publicadas em Cuba, em “Diário de um Combatente”, uma obra coordenada pelo Centro de Estudos Che Guevara dirigido pela viúva do guerrilheiro, Aleida March, e publicada pela editora australiana Ocean Press/Ocean Sur. Ao longo de 303 páginas, que culminam com o triunfo da luta armada a 1 de Janeiro de 1959, “todos os acontecimentos são narrados por aquele que foi um dos seus grandes protagonistas.”

Quem leu “Passagens da Guerra Revolucionária” não encontrará revelações extraordinárias – foi nestas mesmas notas que Che Guevara se baseou para escrever este livro. Mas, apesar de muitos dos textos já serem conhecidos, faltava uma obra em que estivessem juntos para que se pudessem percorrer todos os blocos de notas de Che. Ou quase todos.

Um grupo de blocos de notas, relativo a vários meses de luta armada, nunca veio parar aos arquivos do Centro de Estudos Che Guevara e não se sabe onde estará, recorda o diário espanhol “El País”. Apesar dessa falta, em “Diário de um Combatente” estão agora as observações e comentários, os relatos de combates, sucessos e escaramuças que marcaram a história da revolução cubana.

São notas dispersas, escritas a pensar num uso pessoal e não na publicação, adverte a editora. E são também relatos de um primeiro contacto com Cuba que, até então, Che Guevara só conhecia pelos olhos de Fidel Castro e do seu irmão e actual Presidente cubano, Raúl Castro, ou outros revolucionários cubanos que conhecera no México.

O tempo da guerrilha não terá permitido muita dedicação à escrita, por isso as notas de Che Guevara foram também revistas para corrigir algumas imprecisões, “como nomes de guerrilheiros ou datas”, contam responsáveis da editora. Para além disso foi também decidido juntar alguns documentos às notas do guerrilheiro para ajudar a compreender aqueles dias de revolta contra a ditadura em Cuba.

“O testemunho humano de grande valor que resulta desta leitura permite conhecer as percepções de Che sobre a realidade da ilha de Cuba, a sua cultura, identidade e contexto político”, adianta a editora no texto de apresentação do livro.

Che Guevara tinha 28 anos quando desembarcou em Cuba para derrubar o regime de Fulgencio Batista – nasceu em Rosario, na Argentina, a 14 de Junho de 1928. E a revolução começou no mesmo ano em que conheceu Fidel Castro, de cujo Governo veio a ser ministro da Indústria, tendo depois assumido a liderança do Banco Nacional de Cuba. 

Foi a luta armada na Sierra Maestra que inspirou o seu manual “Guerra de Guerrilha”, publicado em 1960, e “Passagens da Guerra Revolucionária” (1963). Em 1965 deixou Cuba e partiu para o então Congo belga (actual República Democrática do Congo), mas voltaria depois a Cuba antes de ir para a Bolívia, onde foi detido e depois assassinado aos 39 anos por um militar boliviano, a 9 de Outubro de 1967, quando comandava um grupo de guerrilheiros. Está sepultado em Santa Clara, a cerca de 280 quilómetros de Havana, num memorial de homenagem aos guerrilheiros da revolução cubana. 

 

Via Público



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Terça-feira, 24.05.11
nua Primeiro disse que não despia as calças. Mas depois de ganhar confiança em Bert Stern (e de muitas taças de champanhe), assentiu tirá-las. Para além de Tom Kelley, responsável pelas fotografias de Marilyn no célebre calendário de 1949, Stern foi o úni

 

As fotografias de Bert Stern, o último homem a fotografá-la, uns dias antes da morte da actriz, vão estar em Cascais a partir de dia 5. O livro com as imagens sai dia 3

Não nós, mas Bert Stern, fotógrafo americano. E conseguiu. Em 1962, ano em que a diva morreu de uma overdose de barbitúricos. Stern foi o último homem a fotografá-la. Foram precisas várias garrafas de champanhe Dom Perignon de 1953, muita paciência, três dias e três noites de trabalho para que Marilyn se despisse na suite 261 do Hotel Bel-Air, em Los Angeles. Ao todo, o fotógrafo captou 2571 imagens da actriz. Desses milhares, Stern escolheu 60 para uma exposição: "Marilyn Monroe - A última sessão", inaugurada em 2006 em Paris e que dia 5 de Junho vai estar aberta ao público no Centro Cultural de Cascais, numa iniciativa da Fundação D. Luís I. A exposição, patente até 17 de Julho, já esteve em Paris, Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, Seul e Londres. 

Os negativos da maioria das imagens ficaram guardados a sete chaves pelo fotógrafo - com excepção das utilizadas pela revista "Vogue", que patrocinou a sessão - que só as revelou ao mundo em 1982, 20 anos mais tarde.

Segundo Salvato teles de Menezes, administrador Delegado da Fundação D. Luís I, que viu a exposição em Paris e nunca mais a esqueceu, "o que distingue estas fotografias de todas as outras que foram tiradas à actriz, é que nestas há já naquele rosto marcas de uma infelicidade que não é recente". "Nestas fotografias, Marilyn exibe-se ainda mais do que no célebre calendário [de 1949 com fotos deTom Kelley] e essas marcas tornam-se mais fortes, mais evidentes", continua Salvato.

A acompanhar a exposição há um catálogo com as 60 imagens e com um texto do próprio fotógrafo que acompanha as fotografias e que descreve toda a sessão.

A sessão

Diz Bert Stern que o desejo de a fotografar "tinha começado há muito tempo". No entanto, foi preciso criar confiança e respeito por si próprio, profissionalmente, antes de se aventurar numa sessão com Marilyn.

Pediu à assistente que ligasse para a agente de Monroe, para que ela pousasse para ele, para sair na Vogue. O sim - de Marilyn e da "Vogue", que nunca tinha publicado fotos da diva - chegou rapidamente.

A única condição da actriz era que a sessão fosse feita em Los Angeles. E assim foi. Com cinco horas de atraso, uma das manias da actriz, Marilyn apareceu no hotel Bel-Air, pronta para ser fotografada. 

Bert Stern, nasceu em 1929 em Brooklyn. Começou por ser moço de recados numa revista. Passou por algumas publicações, foi enviado para o Japão durante a Guerra da Coreia e tornou-se num dos fotógrafos mais bem pagos do mundo com a campanha que fez para a Smirnoff, a marca de vodka. 

A diva Não se espante se der por si a admirar as fotografias de Stern e a parar no estômago descoberto de Marilyn, de sobrolho franzido. É só uma cicatriz, de uma remoção da vesícula que a actriz tinha feito seis semanas antes da sessão. A promessa de que seria retocada perdeu-se com o tempo e a verdade é que a ideia de Stern era fotografá-la "em estado puro". 

Muitas das fotografias foram, inclusivamente, tiradas sem maquilhagem, apenas batom e sombra dos olhos. Marilyn não precisava de artefactos.

Norma Jeane Mortenson, rapidamente rebaptizada pela mãe como Norma Jeane Baker, faria este ano 85 anos.

Teve uma infância difícil, feita de sucessivas casas de acolhimento, misturada com episódios traumatizantes protagonizados pela sua mãe que sofria de graves distúrbios psicológicos. 

Marilyn foi casada três vezes, e três vezes se divorciou, com James Dougherty, Joe DiMaggio e Arthur Miller. Teve uma longa lista de amantes e de psicólogos. Foi encontrada morta, aos 36 anos, pelo seu último psiquiatra, no dia 5 de Agosto de 1962. A causa provável terá sido suicídio, mas há outras teorias.

 

Via Ionline



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Segunda-feira, 23.05.11
Violante Saramago é bióloga
Violante Saramago é bióloga (Nuno Ferreira Santos/arquivo)
A filha do Nobel português, Violante Saramago Matos, estreou-se na literatura com um livro para crianças intitulado “O Quinas Ganha Nova Casa”, que escreveu e ilustrou e que acaba de publicar na editora 7 Dias 6 Noites.

 

“Nunca sei muito bem porque é que se começa a escrever – ou eu não sei muito bem porque é que comecei a escrever. A verdade é que há dois anos apareceu-nos em casa um cãozito, e este é um livro sobre o cão, que foi entrando, pouco a pouco, foi ficando, e ficou. Achei graça a todo o processo de aprendizagem do cão, das regras, das coisas que iam acompanhando a sua adaptação à casa, por um lado, e o seu crescimento, por outro”, disse hoje à Lusa a filha de José Saramago, bióloga, que se assume como uma mulher da ciência, e não da literatura.

Depois, surgiu “a ideia de passar a experiência ao papel, e tornou-se uma pequena história para crianças, que entretanto ficou muito grande e teve de ser dividida a meio. Portanto, são duas histórias para crianças que estão concluídas – foi editada a primeira – e a terceira também já está quase concluída”, explicou.

Filha da pintora e gravadora Ilda Reis, que costumava ver trabalhar e que lhe fazia “uns bonecos”, resolveu fazer as ilustrações deste livro.

“A verdade é que nunca tinha ilustrado um livro infantil e também, certamente, não me atreveria a ilustrar um que não fosse meu – até porque se corresse mal, a responsabilidade era minha”, observou.

“Eu tenho, tive sempre, um grande respeito por quem escreve para crianças, porque acho que a escrita para crianças tem, em meu entender, dois condicionalismos muito fortes: o primeiro é o tipo de linguagem. A linguagem para crianças tem de ser uma linguagem muito especial, porque tem de ser uma linguagem sedutora. Ao darmos a uma criança um livro para ela ler, nós podemos contribuir para ela, mais tarde, vir a ser uma leitora ou passar a detestar o livro”, defendeu.

A outra responsabilidade – prosseguiu – “é exactamente aquilo que se escreve, porque a criança não refila connosco, não diz ‘não estou de acordo, isso é um disparate, por isto, aquilo ou aqueloutro’. O adulto faz isso. Quando discutimos um livro, ou uma opinião, nós somos capazes de contra-argumentar. A criança, por princípio, é uma esponja e, portanto, ela vai absorver. Por isso, tem de se ter muito cuidado com o que se lhe diz”.

Para cumprir estes dois requisitos fundamentais, Violante Saramago não considera que “o escritor de livros para crianças tenha de se transformar”.

“Ele tem é de saber o que deve dizer, como é que deve dizer para tentar passar, no fundo, aquilo que pensa. Eu tenho os meus princípios, os meus valores, as minhas preocupações que, mesmo que eu não queira, acho que acabam por passar para o livro”, sustentou.

Os direitos da venda do livro revertem a favor da Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro.

 

Via Público



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Sábado, 30.04.11
Capa da nova edição do livroCapa da nova edição do livro (DR)
A censura britânica do século XIX impediu que o mundo não conhecesse toda a história da obra de Oscar Wilde, “O Retrato de Dorian Gray” mas uma nova edição publicada pela Harvard University Press revela toda a verdade.

Pela primeira vez, uma história de Oscar Wilde é publicada sem censura. Na altura em que foi publicada, entre 1890 e 1891, “O Retrato de Dorian Gray” não foi bem recebido. A imprensa britânica não gostou e escreveu sobre a história as piores críticas possíveis, disseram que a história era vulgar, suja, envenenada e vergonhosa e Oscar Wilde foi obrigado a mudar a sua obra.

Foi preciso passar mais de um século para “O Retrato de Dorian Gray: uma edição completa e sem censura” (2011) poder ser publicado. O livro inclui, pela primeira vez, todas as passagens censuradas, assim como comentários extensos e ilustrações do editor Nicholas Frankel.

A história foi publicada pela primeira vez na revista literária “Lippincott's Monthly Magazine”, já depois do editor da publicação J.M Sotddart ter cortado todas as partes que considerava não serem publicáveis, nomeadamente em relação aos sentimentos homossexuais de uma das personagens criadas por Wilde.

Nesta obra, que tem como argumento principal o desejo da eterna juventude, Oscar Wilde abordou temas muito controversos para a época, como a homossexualidade, a decadência da sociedade vitoriana e a promiscuidade ou a “falsa e perversa” moral desses anos. 

Nesta nova edição, o leitor vai ter acesso não só a todos os excertos cortados, até agora inéditos, como também a uma explicação sobre as razoes de Wilde não ter conseguido impedir a censura nas suas obras.

Apesar de muito material se ter perdido ao longo dos anos, a edição de Nicholas Frankel pretende contar toda a história de Wilde e da censura da época vitoriana. O autor fez uma busca aprofundada e apresenta agora “a versão que Oscar Wilde queria que nós lêssemos no século XXI”.

 

Via Público



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Segunda-feira, 25.04.11

 

sexo e o vaticano

O jornalista italiano Carmelo Abbate vai lançar um livro que já provoca alvoroço nos bastidores da Santa Fé porque revela a vida clandestina de padres e freiras de congregações de vários países com representação no Vaticano e em algumas cidades da Itália.

 

 

O livro se chama “Sexo e o Vaticano, viagem secreta ao reino dos castos”. A viagem, no caso, foi a convivência de vários meses que Abbate teve, como infiltrado, entre sacerdotes e religiosas heterossexuais e homossexuais com intensa atividade sexual.

 

O jornalista apresenta relatos de orgias, de encontros com amantes, visitas a prostíbulos, sacerdotes com união estável e filhos, abortos e outros casos considerados pecados graves pela Igreja Católica.

 

Há também informação sobre as aventuras de padres homossexuais em casas noturnas.

 

Piemme, a editora do livro, adiantou que Abbate conta como sacerdotes se dividem “entre as austeras salas da Via della Conciliazione (avenida de acesso ao Vaticano) e a movimentada Roma by night”.

 

O Vaticano não quis comentar o livro e negou que existam padres homossexuais na Santa Fé. O vaticanista Marco Tosatti admitiu existir padres “com tendência homossexual”, mas, segundo ele, são poucos.

 

Abbate criticou a cultura de sigilo do Vaticano e a insistência da igreja em negar a existência dos desejos sexuais dos sacerdotes.

 

Via Gnoticias



publicado por olhar para o mundo às 21:03 | link do post | comentar

Quarta-feira, 30.03.11
 

O Principezinho”, personagem criada por Antoine de Saint-Exupéry, já fala mirandês. “L Princepico” é o título da edição nesta língua, feita pela editora ASA, disponível nas bancas a partir da próxima semana.

O clássico de Antoine de Saint-Exupéry, de 1943, já vendeu mais de 50 milhões de exemplares em todo o mundo e, segundo a editora francesa Gallimard, é “o livro mais traduzido em todo o mundo depois da Bíblia”, com versões “em cerca de 200 línguas ou mais (incluindo dialetos europeus, asiáticos e africanos)”.

Em declarações à agência Lusa, Maria José Pereira, responsável pela edição do livro e editora da divisão de banda desenhada da ASA, explicou que o objetivo da edição de “L Princepico” é, “por um lado, dar a conhecer a língua mirandesa, que as pessoa geralmente ouvem falar mas que não têm visto escrita e, por outro lado, tornar conhecidos os personagens numa outra versão”.

Reconhecendo que a edição em mirandês desta “obra emblemática do século XX” tem um público reduzido de interessados e colecionadores, Maria José Pereira recorda que esta não é a primeira incursão da ASA pelo mirandês, tendo, há alguns anos, editado dois livros do Astérix nesta língua.

A editora adiantou ainda que surgirão novidades sobre “O Principezinho” num “futuro muito próximo”, que passam por “outras edições que estão a ser ultimadas” e por “uma série de desenhos animados”, em fase de produção, mas que, sabe-se já, passará em Portugal, embora ainda não haja uma data precisa.

A obra foi traduzida para mirandês por Ana Afonso (juntamente com Domingos Raposo), que falou à Lusa do “desafio” de traduzir um clássico “cheio de valores” para a sua língua materna. Esta foi a primeira tradução para mirandês de Ana Afonso, a convite do cônsul de França no Porto, que, em cada lugar que passa, procura línguas ou dialetos para os quais possa traduzir “o seu livro preferido”.

A edição mirandesa de “L Princepico” será apresentada publicamente no dia 15 de abril, no Instituto Franco-Português, em Lisboa, pelo tradutor Domingos Raposo. Na mesma ocasião será apresentada uma exposição de livros e objetos associados ao universo de “O Principezinho”, pertencentes ao ator e apresentador Pedro Granger, colecionador e fã do clássico da literatura francesa.

 

Via Ionline



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Terça-feira, 15.02.11

 

Tal como aconteceu em 2010, este ano a ONG Coração sem Fronteiras também vai estar presente na Bolsa de Turismo de Lisboa no âmbito do projecto "Coração na Guiné.

 

Desta vez será no stand do Turismo do Algarve e com a campanha "Um livro para o Coração".

 

A pessoa com a frase vencedora ganha um fim-de-semana no fantástico Hotel Martinhal Beach Resort *****

 

Via Sorrisos sem cor



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