Quem o garante é uma empresa alemã, a Dinosaurieir-Park, que está disponível a investir num projecto que deverá custar cerca de 10 milhões. «Já fizeram estudos de viabilidade económica que lhes dão a certeza que o negócio será rentável a partir dos 135 mil visitantes por ano, com 12 euros de preço de entrada. Mas é preciso garantir cerca de 50% de financiamento a fundo perdido (sem obrigação de reembolso) para avançar» – disse ao SOL Vital Rosário, vereador do Turismo da Câmara da Lourinhã.
Um ‘dinoparque’
A velha ambição dos lourinhanenses ganhou um novo fôlego quando, há cerca de um ano, Vital Rosário fez uma visita de trabalho à Alemanha e descobriu, por acaso, o DinoPark, situado em Munchehagen, a 40 quilómetros de Hannover. «Senti logo que aquele espaço, simples na organização e na arquitectura, era perfeitamente replicável num pinhal que pertence à Câmara», conta o vereador.
Os primeiros passos já foram dados. O grupo alemão constituiu uma sociedade privada (a Dinossauro Futuro) e, há um mês, esta mesma empresa, que fará a exploração do parque, candidatou-se a um fundo do Turismo de Portugal que poderá render 65% do investimento. Por conta dos alemães ficarão 15% do financiamento (cerca de 1,5 milhões). O resto, prevê Vital Rosário, poderá vir de empréstimos bancários.
Mas estas contas são provisórias. A autarquia já disponibilizou o terreno do pinhal dos Camarnais àquele promotor, através de um contrato de cedência do direito de superfície (decisão aprovada por unanimidade), mas ainda não foi estabelecido o valor da renda.
Inauguração prevista para 2013
«Ainda está tudo em aberto. Se esta candidatura correr bem, podemos iniciar a obra já em Setembro e teremos o parque inaugurado já em 2013», prevê Vital Rosário.
O que já está definido é o projecto de arquitectura. O vereador levanta um pouco o véu: «A ideia não é criar uma Disneylândia, com escorregas e baloiços. O que se pretende é uma experiência que retrate, de forma científica, os cenários do Jurássico e de outras épocas pré-históricas».
Nos 22 hectares que se prevê que o parque venha a ocupar, será erguido um edifício central, que acolherá o acervo do museu da Lourinhã, a bilheteira, uma loja, um restaurante e um auditório. À volta, será plantado um jardim que será «uma espécie de museu a céu aberto», com cinco percursos pedonais, ao longo dos quais serão colocados mais de 250 modelos de dinossauros, alguns mecanizados, à escala real. Os mais pequenos não serão esquecidos: será criado também um parque infantil com actividades pedagógicas.
Mas numa altura de crise, haverá clientes que justifiquem este investimento? «Nunca ninguém viu dinossauros, mas toda a gente adora dinossauros, sobretudo as crianças» – diz o vereador, optimista quanto à viabilidade do projecto. «Óbidos recebe dois milhões de pessoas por ano, o jardim oriental de Joe Berardo, no Bombarral, chega a atingir 40 mil visitantes por mês, o Carnaval de Torres Vedras mobiliza 300 mil pessoas. Perante isto, só posso estar esperançado», acrescenta.
Empresas chinesas querem participar
O vereador vai mais longe: «Isto será uma alavanca importantíssima para o município e para a região Oeste. Vai dinamizar o comércio e atrair turistas. Aliás, já há três unidades hoteleiras a nascer desde que se fala nisto. Até já apareceram empresas chinesas dispostas a fornecer as réplicas».
O próprio modelo de funcionamento, assegura, foi pensado para ser sustentável. «Um parque que tem a ambição de ser o maior do mundo nesta modalidade estará aberto todos os dias e terá apenas 15 funcionários a trabalhar a tempo inteiro, mais 18 para assegurar os fins-de-semana e picos de afluência».